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Mostrando postagens com marcador Venezuela. Mostrar todas as postagens
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26 agosto 2018

Contabilidade em ambientes inflacionários: Venezuela

Uma notícia sobre a contabilidade da Venezuela:

Os bancos privados e públicos da Venezuela vão passar a usar a criptomeda venezuelana Petro como unidade contabilística, segundo uma ordem emitida pela Superintendência das Instituições do Setor Bancário (Sudeban).

“o supervisor ordena (aos bancos) a obrigação de adotar o petro como unidade de conta, segundo o estabelecido no processo de reconversão monetária”, de acordo com um comunicado divulgado na sexta-feira pelo Sudeban.

O documento ordena aos bancos que realizem “as adequações correspondentes, na plataforma tecnológica que suporta a página web” para mostrar nas diferentes consultas, “como informação adicional, todas as operações, transações e/ou movimento na unidade de conta petro, assim como em bolívares soberanos”.

De acordo com a Sudeban, o valor do petro e do bolívar soberanos devem ter como referência a cotação diária publicada pelo Banco Central da Venezuela.

Os bancos devem ainda adaptar os sistema de mensagens de telemóveis para permitir o uso o petro e do bolívar soberanos.

O valor atual de um petro é de 3.600 bolívares soberanos, a moeda que entrou em circulação na passada segunda-feira, como resultado de uma reconversão monetária que eliminou cinco zeros ao bolívar forte.

O valor do petro, por sua vez, está anexado ao valor do preço do barril de petróleo venezuelano.

21 novembro 2017

História do Petróleo na Venezuela em um gráfico

O gráfico mostra a produção de petróleo da Venezuela por habitante. Na sua origem, o destaque para o período bolivariano, a partir de 1998, quando a produção caiu de 60 barris para quase 20. Entretanto, os problemas começaram antes. Em 1971, o presidente Rafael Caldera aprovou uma lei de nacionalização da indústria de petróleo. Coincide com o início da decadência. Logo a seguir, em 1973, criou-se a PDVSA.

A partir dos anos 80 a produção ficou entre 40 e 60 barris por habitante.

30 maio 2017

Aposta do Goldman

O sempre controverso Goldman Sachs esteve recentemente envolvido numa operação financeira que, eventualmente, poderia ajudar o regime venezuelano de Nicolas Maduro. Segundo informação do Wall Street Journal (via aqui), o Goldman recentemente adquiriu títulos emitidos pela empresa de petróleo PDVSA, num valor de face de quase 3 bilhões de dólares.

Comandando um país falido, com elevada inflação e recessão econômica, Maduro tem honrado as dívidas do seu país. O Goldman, que pagou o investimento com um desconto de 31% em relação a outros títulos, aposta também numa eventual mudança no governo da Venezuela. A oposição criticou o Goldman, que estaria ajudando o atual governo.

O Goldman é uma instituição financeira muito polêmica. Envolvido na crise financeira de 2007, nos problemas da AIG, além de escândalos na Líbia e Malásia, para o Goldman a compra de títulos

é apenas uma outra oportunidade única de capitalizar em títulos altamente arriscados que podem aumentar seu valor se a aposta funcionar ou pode ruir, caso contrário. O resto, como é o caso de tantas vezes, é irrelevante para Goldman.

28 outubro 2015

Contabilidade, Inflação e Venezuela

O New York Times (Nem ladrões querem bolívares) mostra a diferença entre o câmbio oficial e o câmbio no mercado negro na Venezuela. Pelo câmbio oficial, 1 dólar equivale a 6,3 bolívares. Mas no câmbio negro esta relação pode chegar 1 para 700. O significado disto é que

Um ingresso de cinema custa cerca de 380 bolívares. Calculado ao câmbio oficial, são US$ 60. No mercado negro, apenas US$ 0,54. Um balde de pipoca e um refrigerante, dependendo de como o preço é calculado, podem custar US$ 1,15 ou US$ 128.

O salário mínimo é de 7.421 bolívares mensais. Isso pode equivaler a decentes US$ 1.178 por mês, ou a miseráveis US$ 10,60.


Aquele país está passando por uma hiperinflação, graças a política economia desastrosa. Recentemente a “Federación de Colegios de Contadores Públicos de la República Bolivariana de Venezuela” emitiu um documento com “Criterios para el Reconocimiento de la Inflación en los Estados Financieros Preparados de Acuerdo con VENNIF” . A norma está inspirada na NIC 29 do Iasb que trata da contabilidade em situações de hiperinflação. As grandes empresas devem aplicar o procedimento detalhado da NIC 29, enquanto as pequenas e médias empresas um procedimento simplificado. Mas este documento não detalha sobre o efeito do câmbio nas demonstrações contábeis daquele país. Por fim, o esforço dos contadores públicos daquele país já tem um problema básico: a utilização do Índice de Preço Nacional ao Consumidor, emitido pelo Banco Central da Venezuela, que não expressa adequadamente a movimentação dos preços na economia.

06 fevereiro 2015

Enquanto isso na Venezuela.... Camisinha por 755 dólares o pacote

Venezuelans who already must line up for hours to buy chicken, sugar, medicines and other basic products in short supply now face a new indignity: Condoms are hard to find and nearly impossible to afford.
“The country is so messed up that now we have to wait in line even to have sex,” lamented Jonatan Montilla, a 31-year-old advertising company art director. “This is a new low.”

A collapse in oil prices has deepened shortages of consumer products from diapers to deodorant in the OPEC country that imports most of what it consumes, with crude exports accounting for about 95 percent of its foreign currency earnings. As the price the country receives for its oil exports fell 60 percent in the past seven months, the economy is being pushed to the brink with a three-in-four chance of default in the next 12 months if oil prices don’t recover.

The impact of reduced access to contraceptives is far graver than frustration over failed hookups. Venezuela has one of South America’s highest rates of HIV infection and teenage pregnancy. Abortion is illegal.
“Without condoms we can’t do anything,” Jhonatan Rodriguez, general director at the not-for-profit health group StopVIH, said by phone Jan. 28 from Venezuela’s Margarita Island. “This shortage threatens all the prevention programs we have been working on across the country.”

[...] 
 

Venezuela had the third-fastest rate of HIV infections per capita in South America, after Paraguay and Brazil in 2013, United Nations data shows. The country also has the highest rate of teenage pregnancies on the continent after Guyana, at 83 per 1,000, according to 2012 data from the World Bank. This compares to just 4 per 1,000 in Germany and 31 in the U.S.

On the auction website MercadoLibre, used by Venezuelans to obtain scarce goods, a 36-pack of Trojans sells for 4,760 bolivars ($755 at the official exchange rate), close to the country’s minimum monthly wage of 5,600 bolivars. At the unofficial black-market rate used by people with access to dollars, the cost is about $25, compared to $21 in the U.S.

A two-thirds drop in the value of Venezuelan oil since June has brought the country to the brink of a debt default, according to prices in the swaps market. Instead of cutting social spending, President Nicolas Maduro has responded to lower revenue by slashing imports.
This year Venezuela will import 42 percent less than in 2012 in dollar terms, according to Bank of America Corp. estimates.



Fonte: aqui

13 dezembro 2014

93% de chance do Default da Venezuela

As operações de dívida externa geralmente pagam um seguro, que cobre o risco da operação. Num seguro de um automóvel, a seguradora cobra mais do motorista imprudente ou que possui um ativo com mais chance de ter um roubo. O mesmo ocorre com as operações de dívida. A partir do preço deste seguro é possível calcular a probabilidade de default de um país.

Usando esta informação é possível afirmar que a Venezuela possui uma chance de 93% de entrar em default, ou seja, dar um calote na sua dívida.

21 setembro 2014

Venezuela: a economia mais mal gerenciada

Of oil and coconut water

Probably the world’s worst-managed economy

Sep 20th 2014 | CARACAS | From the print edition /The Economist
A BIG oil producer unable to pay its bills during a protracted oil-price boom is a rare beast. Thanks to colossal economic mismanagement, that is exactly what Venezuela, the world’s tenth-largest oil exporter, has become.
At the end of the second quarter Venezuela’s trade-related bills exceeded the $21 billion it currently holds in foreign assets (see chart), almost all of which is in gold or is hard to turn into cash. Over $7 billion in repayments on its financial debt come due in October. The government insists it has the means and the will to pay foreign bondholders. Few observers expect it to miss the deadline. Even so, the dreaded word “default” is being bandied about.

On September 16th Standard & Poor’s, a ratings agency, downgraded Venezuelan debt, assessing the country as “vulnerable and dependent on favourable business, financial and economic conditions to meet financial commitments”. Reports that the government is seeking to sell Citgo, an American refining subsidiary of Petróleos de Venezuela (PDVSA), the state oil firm, have fuelled talk of cash-flow problems.

Even if it stays current on its financial dues, Venezuela is behind on other bills. Earlier this month two Harvard-based Venezuelan economists, Ricardo Hausmann and Miguel Angel Santos, caused a stir by criticising the government’s decision to keep paying bondholders religiously while running up billions in arrears to suppliers of food, medicine and other vital supplies. “To default on 30m Venezuelans rather than on Wall Street”, they wrote for Project Syndicate, a website, “is a signal of [the government’s] moral bankruptcy.” President Nicolás Maduro branded Mr Hausmann a “financial hitman” and threatened him with prosecution.


Another Venezuelan economist, Francisco Rodríguez of Bank of America Merrill Lynch, thinks that scarcities of basic goods stem from the government’s refusal to adopt sensible exchange-rate policies. On the black market a dollar trades for over 90 bolívares; “official” dollars are worth between 6.3 and 50 bolívares, depending on which of the country’s multiple exchange rates you use. Exports of oil and its derivatives, which are dollar-denominated, account for 97% of Venezuela’s foreign earnings. Using an overvalued official rate means that the country is not making as much money as it could: the fiscal deficit reached 17.2% of GDP last year.


The government has been bridging that gap in part by printing bolívares. That has caused the money supply almost to quadruple in two years and led to the world’s highest inflation rate, of over 60% a year. Food prices, by the government’s reckoning, have nearly doubled in the past year, hitting the poor, its main constituency, hardest of all.


Even worse than inflation is scarcity. The central bank stopped publishing monthly scarcity figures earlier this year, but independent estimates suggest that more than a third of basic goods are missing from the shelves. According to Freddy Ceballos, president of the federation of pharmacies (Fefarven), six out of every ten medicines are unavailable. The list runs from basic painkillers, such as paracetamol, to treatments for cancer and HIV. One unexpected side-effect has been a sharp increase in demand for coconut water, which Venezuelans normally buy to mix with whisky. Nowadays it is sought out more for its supposed anti-viral and anti-bacterial properties.


Unable to obtain what they need through normal channels, people are having to improvise. Social media are packed with requests for urgently required medicines, while some highly sought-after goods—babies’ nappies, say—are offered in exchange for others, like spare parts for cars. Those lucky enough to have friends or relatives abroad arrange for emergency relief. “My cousin in Panama sends my mother’s Parkinson’s treatment,” says one Caracas resident. “It costs $30 a time there, compared with a few bolívares here, but here you can’t get it.” An opposition political party has even asked the Red Cross to help relieve the scarcity of medicines.


The mess is a reflection not just of import-dependence and a shortage of dollars, but also the mismanagement of domestic industry. Some food producers have been nationalised; price controls often leave manufacturers operating at a loss. Some price rises have recently been authorised, but manufacturers say it is impossible to maintain normal output with such stop-go policies. For its part, the government blames what it calls an “economic war” and the contraband trade. It has instituted a nightly closure of the border with Colombia, and plans to fingerprint shoppers to prevent “excessive” purchases.

The prospects for a change of course are gloomy. On September 2nd Mr Maduro replaced the vice-president for economic affairs, Rafael Ramírez, with an army general; Mr Ramírez also lost his job as chairman of PDVSA in the reshuffle, which saw him moved to the foreign ministry. Under Mr Ramírez, PDVSA has not thrived. Oil exports have fallen by over 40% since 1997 because of lack of investment, offsetting the benefit from price gains. Nonetheless, Mr Ramírez was seen as the only man in the cabinet arguing for exchange-rate unification, a cut in fuel subsidies and a curb on the burgeoning money supply.


Venezuela’s streets are calmer now than earlier this year, when clashes between opposition protesters and government forces left more than 40 people dead. The reshuffle appears to have strengthened Mr Maduro’s position. Bondholders may well keep getting paid. But the price of the revolution’s survival seems to be the slow death of Venezuela

03 setembro 2014

Venezuela

Recentemente a Venezuela anunciou que estaria importando petróleo. É mais um sintoma da grave crise do país vizinho. Uma forma de observar o desenrolar dos acontecimentos daquele país é através do índice de miséria e sua evolução ao longo do tempo. Este índice é dado pela soma da taxa de desemprego, taxa de juros, inflação e crescimento da economia. Veja a evolução do índice nos últimos meses:

O principal fator que justifica esta evolução é a inflação. A Venezuela é campeã neste índice entre os países onde o mesmo é calculado (o Brasil é o nono, em 89 países, graças aos juros).

26 agosto 2014

Contrabando e o Senhor Mercado

O governo, ao tentar fazer "política econômica" dando incentivos a determinados setores da sociedade, termina por gerar distorções. Estes efeitos colaterais da intervenção do governo são imediatamente aproveitados pelo mercado. Na Venezuela temos a gasolina mais barata do mundo graças a presença forte da PDVSA e do excesso de petróleo. A distorção em manter o preço abaixo do praticado em outros países provoca efeitos. No texto a seguir apresenta-se o "contrabando" de gasolina para outros países:
(Fotografia, aqui)

O contrabando de gasolina produzida na Venezuela para países vizinhos é atualmente um dos maiores problemas que o governo do presidente Nicolás Maduro enfrenta. Analistas econômicos estimam que, na fronteira com a Colômbia, esse mercado ilegal movimente mais dinheiro que o narcotráfico.

"Esses lucros são tão grandes que se estima que o contrabando de gasolina produza mais lucro do que o tráfico de drogas", disse ontem ao Estado o economista Rafael Quiroz, especialista em petróleo e professor da Universidade Central da Venezuela. Entre 2002 e 2003, Quiroz dirigiu o escritório da presidência da Petróleos de Venezuela (PDVSA), a estatal que controla a produção do insumo no país.

De acordo com o analista, os contrabandistas de combustível conseguem lucros de "mais de 10.000%" ao comercializar ilegalmente o produto venezuelano na Colômbia. "Temos a gasolina mais barata do mundo (em termos de vendas ao consumidor)", disse Quiroz, explicando que a extrema depreciação do bolívar em relação ao dólar e o baixo valor da moeda venezuelana em relação ao peso colombiano - que vale cerca de 40 vezes mais do que o dinheiro da Venezuela - contribui para que os ganhos dos traficantes seja tão alto.

Alertando que "faltam fontes confiáveis", o economista Juan Socías, diretor do Grupo Soluciones, calcula que até 400 mil pessoas - cerca de 300 mil do lado colombiano da fronteira e "pouco menos de 100 mil" do lado venezuelano - vivam atualmente do contrabando de gasolina.

O especialista explicou que a discrepância entre o preço do combustível praticado na Venezuela e no restante da América Latina, que em média chega a US$ 1,29 por litro, é responsável "essa distorção natural".

"O contrabando de gasolina é evidente. Nas estradas da Colômbia (próximo à fronteira com a Venezuela) é possível encontrar pessoas vendendo gasolina colombiana durante todo o dia. Essa magnitude do tráfico é realmente muito grande", disse Socías.


Apreensão. Segundo Quiroz, "no eixo fronteiriço" entre as cidades venezuelanas de Ureña e San Antonio del Táchira e a região de Cúcuta, no Departamento (Estado) colombiano de Norte de Santander, "pode haver desemprego, mas não há desocupação".


De acordo com ele, no entanto, o contrabando de gasolina venezuelana não se destina somente à Colômbia, mas também para países caribenhos e ilhas vizinhas, principalmente Curaçau, Aruba, Bonaire, Jamaica e as Ilhas Cayman. O analista afirmou que, dos cerca de 150 mil barris de gasolina contrabandeados diariamente para fora da Venezuela, 70 mil vão para a Colômbia e os 80 mil restantes, para o Caribe.

O vice-presidente venezuelano, Jorge Arreaza, informou no sábado que a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) apreendeu 63 mil litros de combustível e 10 toneladas de alimentos durante uma operação realizada na região da fronteira, no município venezuelano de Mara, no Estado de Zulia, na divisa com o território colombiano.

De acordo com Arreaza, um major do Exército venezuelano foi morto na noite da sexta-feira quando dava apoio às operações contra o contrabando na região da fronteira entre os dois países.

Desde o dia 11, o governo da Venezuela tem fechado as passagens fronteiriças com a Colômbia com a intenção de coibir a passagem ilegal de diversos produtos para o país vizinho, principalmente gasolina e alimentos. Segundo o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o chavista Diosdado Cabello, as operações contra esse tipo de crime têm ocorrido diariamente.

Confrontos. O vice-presidente afirmou ainda que os alimentos apreendidos nas operações da semana passada eram, principalmente, gêneros de primeira necessidade, como arroz, óleo e açúcar. De acordo com Arreaza, os produtos, com preços subsidiados, foram encontrados em 20 casas e seriam redistribuídos em mercados particulares de Zulia com valores reajustados.

Segundo o general Vladimir Padrino López, 111 pessoas já foram detidas desde o início das operações contra o contrabando - 61 delas tiveram prisões preventivas decretadas e deverão aguardar pelo início do julgamento na cadeia. De acordo com as autoridades venezuelanas, a última operação na região apreendeu na região de fronteira quase 200 mil cápsulas de diclofenaco sódico (anti-inflamatório) e mais de 102 mil pílulas de amoxicilina (antibiótico) - duas pessoas foram presas.

No sábado, houve um confronto entre contrabandistas e forças militares na cidade de Guajira. Os criminosos queimaram um carro da FANB. Foi o segundo ataque a unidades do Exército, que foram enviadas à fronteira com a Colômbia para combater o contrabando.

13 agosto 2014

Venezuela vende

Segundo notícia do jornal El País, a Venezuela está vendendo a rede de refinarias e postos Citgo. Este rede foi adquirida no passado pelo governo daquele país. A venda tem alguns objetivos, como trazer dólares para Caracas. Mas existe também um receio de que o governo dos Estados Unidos possa castigar a Venezuela, com restrições de vistos a funcionários ou demandas por arbitragem. Por sinal, a Venezuela é o país com maior número de demandas no Ciadi do Banco Mundial e uma condenação poderá resultar em congelamento de bens no exterior. 

04 fevereiro 2014

Frase

"Na inflação capitalista, os preços sobem; na inflação socialista, os produtos somem." 

Roberto Campos

19 setembro 2013

Inflação na Venezuela

O gráfico apresenta a inflação anual da Venezuela. A estimativa é uma taxa de 45%. Agora existe uma demanda para que o Banco Central daquele país introduza notas mais altas de bolívar, a moeda local.

Para a contabilidade das empresas venezuelanas a inflação elevada é problema: é necessário preparar as informações confiáveis neste ambiente. É bom lembrar que a Venezuela é membro do Glass, grupo de países da América Latina, que faz parte do ASAF, fórum do Iasb. O Glass, no passado, solicitou que o Iasb estudasse os efeitos inflacionários nas demonstrações contábeis.

14 março 2013

Hugonomics


[...]
Venezuela certainly reduced inequality, but it hardly seems to have resulted in more economic growth. It's not hard to guess why. Chávez's moves to reduce inequality weren't the only relevant parts of his economic strategy. His hostile attitude toward wealthier countries, combined with the threat of nationalization, undoubtedly discouraged foreign investment. While neighboring countries modernized their regulations and improved their business climates, Venezuela maintained a reputation as one of the toughest places in the world to run a company.
Economic growth and rising incomes aren't everything, however. Economists are taught to care most about wellbeing, which can and should be gauged in other ways. And here's the kicker: If there is one area where Chávez appears to have succeeded, it is in enhancing human development as measured by the United Nations. Even though Peru's incomes grew much more quickly between 2000 and 2010, Venezuela passed its neighbor in the U.N.'s favored metric.
Could Chávez have done even better with higher economic growth? Perhaps, but we'll never know for sure. Instead, we'll see whether Venezuela can cement its progress in human development atop a rather shaky set of economic foundations.

07 março 2013

Herança de Chavez

A lista de empresas que foram expropriadas por Chavez e sua situação após o ato:

Açucareira Cumanacoa
Expropriada em 2005, passou a se chamar “Azucarero Sucre” e receber consultoria cubana. A produção da empresa caiu 18% desde que passou para as mãos do governo e o prejuízo foi de 66%.

Cargill
A Cristal, fábrica da empresa de alimentos Cargill foi expropriada em 2009. O governo alegou que ela não produzia o tipo de arroz determinado.

Fruticola Caripe
Responsável por processar suco de laranja, passou para as mãos do governo em 2007 e mudou o nome para passou Cítricos Roberto Bastardo. A produção atual é apenas de 13% do que anteriormente.

Rualca
A exportadora de alumínio foi estatizada no ano de 2008 e seu nome foi mudado para Rialca. A fábrica está parada e sem produção.

Venepal
A fabricante de celulose foi incorporada à estatal Invepal. Depois disso, passou a produzir somente 2% de sua capacidade.

Venirauto
A empresa foi criada em 2006 em sociedade com o Irã e tinha como objetivo fabricar 26 mil unidades por ano. No período de 4 anos vendeu apenas 2 mil unidades.

Lácteos Los Andes
Respondia por 35% do mercado de leite e passou a produzir 2% da demanda nacional.

Cervejaria Polar e Pepsi
A área que possuía estrutura industrial foi expropriada para a construção de moradias.

12 outubro 2012

Hiperinflação

A Venezuela é um dos três países atualmente considerados "hiperinflacionários" sob normas  de contabilidade dos EUA e internacionais, o que significa que as empresas têm de converter as demonstrações financeiras de suas operações na Venezuela em dólares americanos, e refletir as perdas e ganhos da taxa de câmbio em seus ganhos atuais.

Venezuelan Hyperinflation Accounting Hassles to Persist - Emily Chasan - WSJ

11 julho 2012

Gran Misión Vivienda


Programa habitacional é a maior aposta de Chávez em ano eleitoral
Autor: Por Fabio Murakawa De Caracas
Valor Econômico - 23/05/2012


Vitaminado pelos dólares do petróleo, o principal programa social do governo venezuelano está fazendo bombar a economia do país e a popularidade o presidente Hugo Chávez, no ano em que ele tenta se reeleger para um novo mandato de seis anos.

Inspirado no brasileiro Minha Casa, Minha Vida, o "Gran Misión Vivienda" foi lançado em meados do ano passado com a meta de zerar, até 2018, o déficit habitacional da Venezuela. Desde o lançamento, o governo diz ter entregue 215 mil unidades. O objetivo é chegar a 350 mil até dezembro. A partir de então, pelo cronograma divulgado por Chávez, o programa deve se acelerar até alcançar a meta final, de 3 milhões de moradias, número a que o governo chegou após realizar um cadastramento na população. Só para os dois primeiros anos do programa, o governo diz ter destinado cerca de US$ 16,3 bilhões, valor próximo ao desembolsado pelo Brasil no Minha Casa, Minha Vida desde abril de 2009.

Com menos de 10% de seus objetivos já cumpridos, o "Gran Misión Vivienda" tem sido um dos pilares da popularidade de Chávez neste ano de eleição. Em meio às incertezas sobre a saúde do presidente - que luta contra um câncer sobre o qual muito se especula e pouco se sabe - o programa tem ajudado a manter a fidelidade dos setores mais pobres da população, alvo principal do programa.

Chávez tem se mantido à frente do candidato da oposição, Henrique Capriles, na maioria das pesquisas, e até ampliado a vantagem em algumas delas.

Na capital, Caracas, o impacto do programa é visível. Obras e prédios já concluídos se espalham por áreas centrais e também pela periferia da cidade. A prioridade é atender os mais de 150 mil desabrigados pelas chuvas de 2010, que agravaram ainda mais o déficit habitacional do país. Muitos deles aguardam a nova moradia em espaços improvisados em edifícios de órgãos públicos, cedidos por ordem do presidente.

A grande maioria dos cadastrados receberá o apartamento de graça. Para quem tem renda de menos de um salário mínimo (cerca de R$ 1.300 pelo câmbio oficial, ou metade disso no paralelo) tem 100% de subsídio. A partir daí, há cerca de 40 faixas de subsídio. O grosso do programa visa atender quem ganha de um salário mínimo a dois. Os recursos são todos advindos da receita do petróleo.

O Minha Casa, Minha Vida chavista já apresenta reflexos na economia. O Produto Interno Bruto (PIB) venezuelano subiu 5,6% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o ministro do Planejamento, Jorge Giordani, o crescimento foi impulsionado principalmente pela construção civil, que teve alta de 29,6% no período - desempenho atribuído em boa parte ao programa habitacional. O setor petroleiro, responsável por 30% do PIB, 90% das exportações e metade da arrecadação fiscal do país, cresceu apenas 2,2% no trimestre.

"O impacto do "Gran Misión Vivienda" no PIB é grande, tendo em vista o tamanho da economia venezuelana", diz Pedro Silva Barros, titular da missão do brasileiro Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) na Venezuela. "É uma prioridade absoluta do governo, que envolveu todos os órgãos governamentais no programa."

Chávez escolheu um momento favorável para lançar o "Gran Misión Vivienda", em um período bem próximo às eleições e com o petróleo sempre acima de US$ 100 o barril. "Isso trouxe ao governo um alívio fiscal para que o programa de habitação tivesse um cumprimento de metas bastante adequado", afirma Barros.

Com os cofres cheios de petrodólares, Chávez criou o Órgão Superior de Vivienda ("moradia", em espanhol), presidido por ele próprio e gerenciado por Rafael Ramirez, presidente da estatal petrolífera PDVSA - que se tornou na era chavista uma espécie de superministério, com ingerência sobre quase todas as ações do governo. O organismo também reúne os Ministérios de Habitação, Justiça, Educação, Agricultura, Planejamento, Trabalho, Transporte, Meio Ambiente e Comunas, entre outros.

(...)Para o venezuelano Johnny Reis, que há 30 anos presta consultoria para empresas brasileiras querendo fazer negócios no país, o "Gran Misión Vivienda" tem metas bem mais ambiciosas do que o similar brasileiro. Ali, não se trata de um simples programa habitacional. "A importância do programa é bem maior que a do Minha Casa, Minha Vida. O governo aqui assumiu o programa de habitação como sua prioridade política, sua prioridade nacional hoje", explica ele. "Isso é muito evidente. Todos os dias aqui tem uma notícia de alguma entrega de habitação no país."

Críticos do presidente colocam em dúvida o cumprimento da meta de zerar o déficit habitacional - e sobretudo a continuidade do ritmo de obras após as eleições. Mas, com o sucesso nesta fase inicial, ficou difícil até para a oposição criticar os programas sociais do governo, as chamadas "missões".

16 dezembro 2011

Ouro da Venezuela

Em postagem anterior mostramos que a Venezuela pretendia transportar sua reserva de ouro existente no exterior para o país. A decisão de Chavez é um pouco irracional em razão dos riscos da operação e do seu custo elevado.

Um aspecto aventado pelo The Telegraph  que não tinha atentado: trazer o ouro para Venezuela pode ser interessante para aquele país caso seu governante esteja pensando em decretar a moratória. Em situações como esta, os emprestadores tentam obter a guarda, na justiça, de bens do país. Chavez estaria colocando a reserva de ouro do seu país longe das mãos dos emprestadores. Pelo que conhecemos deste governante, é possível.

29 novembro 2011

Lógica Bolivariana em Economia

Fase 1. O Banco Central da Venezuela dobra a oferta de dinheiro nos últimos quatro anos

Fase 2. Em razão disto, a inflação chega a 27% ao ano

Fase 3. O governo, para controlar a inflação, decide controlar os preços de produtos básicos evitando que os monopólios se aproveitem da situação

Fase 4. Os consumidores, em pânico, provocam a escassez dos produtos

Fase 5. O governo acusa os especuladores de se aproveitarem da situação

Para Karlin Granadillo, chefe de Controle de Preços da Venezuela "A lei da oferta e da procura é uma mentira".

Adaptado daqui

12 maio 2009

Vingança

Entre 2002 a 2004 milhões de venezuelanos assinaram petições para votar a remoção de Hugo Chavez do seu posto. Assinaturas não eram anônimas e durante a campanha do plebiscito partidários Chavez ameaçaram que eles iriam retaliar. Chavez foi forçado a convocar a eleição e infelizmente venceu. Depois das eleições, a lista dos assinantes foi distribuída para as agencias do governo num banco de dados. O banco de dados incluía nomes e endereços de todos os eleitores e se eles assinaram a petição anti-chavez. Tecnologia permitiu que os partidários de Chavez tivessem a informação necessária para retaliação.

Tecnologia também agiu no outro sentido, entretanto, e num verdadeiramente inesquecível texto, Hsieh, Miguel, Ortega e Rodriguez cruzaram informação da base de dados com outra base de salários, empregos e renda. O que os autores encontraram é chocante, embora não surpreendente. Antes do plebiscito, os assinantes e não assinantes pareciam iguais. Depois da eleição, o emprego e salários dos assinantes caiu consideravelmente, cerca de 10% abaixo dos salários dos não assinantes. Evidencia da pesquisa conduzida pelos autores é consistente com a retaliação pelos apoiadores de Chavez, especialmente na forma de perda de emprego no setor público.


Fonte: Chavez and the Power of the State , Alex Tabarrok, 7/5/2009

22 julho 2008

Herança de Chagas


O gráfico (The Economist) mostra uma herança de Hugo “¿Por qué no te callas?” Chavez: o aumento da criminalidade.