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Mostrando postagens com marcador Ucrânia. Mostrar todas as postagens
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01 fevereiro 2023

Custo da Guerra

Measuring the economic impact of a war is a daunting task. Common indicators like casualties, infrastructure damages, and gross domestic product effects provide useful benchmarks, but they fail to capture the complex welfare effects of wars. This paper proposes a new method to estimate the welfare impact of conflicts and remedy common data constraints in conflict-affected environments. The method first estimates how agents regard spatial welfare differentials by voting with their feet, using pre-conflict data. Then, it infers a lower-bound estimate for the conflict-driven welfare shock from partially observed post-conflict migration patterns. A case study of the conflict in Eastern Ukraine between 2014 and 2019 shows a large lower-bound welfare loss for Donetsk residents equivalent to between 7.3 and 24.8 percent of life-time income depending on agents’ time preferences. 


Fonte: aqui

04 novembro 2022

Governança e transparência na guerra Rússia x Ucrânia

O Fundo Monetário Internacional (FMI) produziu um documento sobre a situação de governança dos empréstimos para a Ucrânia nos últimos meses. E o texto mostrou que a transparência e governança dos recursos financeiras tem sofrido com o conflito. 

A Ucrânia tornou-se um paraíso para os ladrões, no qual os empréstimos corporativos são ruins, o desfalque dos bancos não é rastreado, o Banco Central não audita mais os passivos e reservas bancárias e o próprio FMI não sabe dizer quantos, das doações e empréstimos recebidos - estimados em 35 bilhões de dólares - foram desembolsados e para quem. 

E isto é problemático para um país que precisa urgente de dinheiro para sustentar o esforço de guerra. Há uma estimativa de uma necessidade de financiamento de 3 bilhões/mês ou quase 40 bilhões. Antes do conflito, o PIB da Ucrânia era estimado em 125 bilhões. 

O relatório pode ser encontrado aqui. Um aspecto importante: a situação do país - com falhas na auditoria do Banco Central - é anterior a guerra. 

23 agosto 2022

Servo do Povo


 Um professor de história começa a falar sobre a situação de seu país, sem perceber que está sendo gravado. O vídeo é colocado na rede e faz muito sucesso. Seus alunos decidem inscrevê-lo para disputar a presidência de seu país e, de forma surpreendente, ele vence as eleições. Isto tudo ocorre no início da série Servo do Povo. 

No governo, Vasiliy Petrovich Goloborodko precisa formar um gabinete confiável, lidar com o primeiro ministro não confiável e rechaçar as ambições da família, incluindo pai, mãe e irmã. O país tem uma longa tradição em corrupção, mas o presidente quer mudar isto. Goloborodko tenta convencer as pessoas a serem honestas e melhorar as finanças públicas do país. Há acertos, mas também erros. 

As três temporadas da série foram gravadas entre 2015 a 2019. A série fez muito sucesso na Ucrânia, onde Goloborodko é presidente. Tanto que o ator lançou candidato e acabou ganhando as eleições. Goloborodko é Volodymir Zelensky, o líder que está conduzindo seu país na guerra contra a Rússia. E sobram tiradas para Putin, para Rússia, para os oligarcas da Ucrânia e para os políticos. 

A série está na Netflix e cada episódio tem um pouco mais de 20 minutos. Goloborodko parece um quixote, lutando contra a corrupção. Da mesma forma de Zelensky também parece o Dom Quixote, lutando contra a potência imperial russa. 

E a contabilidade? - É interessante ver como as finanças públicas da série parece com nosso país. Há corrupção, juízes que libertam os corruptos, corruptos que mandam dinheiro para o exterior, que protegem a sua família, que ignoram o povo... 

04 março 2022

Consequências de sair da Rússia


Enquanto a invasão da Rússia encontra resistência, as medidas dos governos ocidentais de punir o governo de Putin inclui forçar a saída de investimentos do maior país do mundo. O ambiente ainda é confuso e algumas medidas irão variar conforme o governo. Para complicar, a opinião pública está forçando uma posição de algumas empresas no sentido de deixar as operações russas.

Se para Apple sair da Rússia não apresenta um custo significativo, para outras empresas a guerra pode significar um problema substancial nos resultados. A "saída" da Rússia é igual a alienar seus ativos por um valor abaixo do que seria obtido em situação normal ou então simplesmente abandonar os ativos. Em qualquer das situações, isto significa uma redução ao valor recuperável, sendo necessário a estimativa do valor dos ativos e o seu confronto com o valor contábil. Muito provavelmente, o reconhecimento do prejuízo no resultado das empresas.

Muitas empresas estrangeiras possuem joint-ventures, mas existem também casos de ativos como equipamentos e direitos de exploração de minerais. Neste ponto, provavelmente as empresas de mineração e de exploração de petróleo talvez sejam as que terão maiores valores de prejuízos.

A BP, por exemplo, possui participação na Rosneft e optou por sair da empresa. Ao sair do conselho da empresa, a BP deixou de ter influência significativa e por isto pode ter uma perda que pode chegar a 14 bilhões de dólares. A Shell irá deixar ativos de 3 bilhões de dólares. 

Foto: Klauer

Condenam, mas ...


Eis um texto da Accountingweb comentando a atitude dúbia de algumas empresas contábeis com respeito a guerra de Putin contra a Ucrânia. Basicamente condenam a invasão, mas relutam em cortar os laços com rentáveis clientes. Segundo o texto:

PwC, KMPG, Deloitte e EY disseram que só deixarão o país se exigido pelo direito internacional. 

Um exemplo é a PwC, que não comentou se continuará trabalhando para os russos, mesmo após ter denunciado a agressão.  Mas as empresas de consultoria também estão "indecisas"; isto inclui McKinsey - que trabalha para 21 das 30 maiores empresas russas - que recusou fechar seu escritório em Moscou. E a Bain, que não fez nenhuma promessa de sair da Rússia. 

Um comentário interessante: "um problema para as grandes empresas é que suas equipes russas respondem perante diferentes reguladores, dificultando a interrupção dos serviços 'de uma só vez'". 

Foto: Swinnen

28 fevereiro 2022

Dinheiro e guerra na Ucrânia

 


Paul Krugman propõe uma solução financeira para combater Putin e punir a invasão à Ucrânia. Em artigo para o New York Times, o nobel de Economia, Krugman considera que a resposta do Ocidente deve envolver sanções financeiras e econômicas. E que podem ser eficazes “se o ocidente mostrar vontade e estiver disposto a assumir a própria corrupção”.

Além do fato de que haverá uma redução brutal no investimento estrangeiro – ninguém quer assumir um compromisso com alguém que desprezou o estado de direito – o economista defende que sanções financeiras sejam tomadas para restringir a capacidade da Rússia arrecadar e movimentar recursos no exterior. Sua proposta inclui a exclusão da Rússia do sistema Swift, que permite o pagamento entre bancos internacionais. O Swift (Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais, em inglês) permite a movimentação de recursos entre empresas de diferentes países, com mais de 11 mil instituições financeiras de 200 países.

No sábado parte da proposta foi considerada pelos Estados Unidos e Europa, mas de forma parcial. Mas como isto pode significar a interrupção do fornecimento de energia russa para Europa.

Krugman também propõe focar na riqueza dos magnatas russos que estão no Ocidente. Estes bilionários ajudam Putin a ficar no poder. Mas as maiores dificuldades são as consequências desta medida: há uma ligação forte entre estes ricos e pessoas bem posicionadas na política e seria mexer em um vespeiro, pois envolveria olhar os lavadores de dinheiro que ajudam os corruptos do mundo ocidental.

Lembra um pouco combater Al Capone não pelos seus crimes, mas pela ausência de declaração do imposto de renda. 

Foto: Bendabout

02 abril 2018

Ucrânia x PwC

Em 2017 postamos aqui que a Ucrânia poderia banir a PwC pelo trabalho realizado no Privat Bank. Na ocasião a notícia era que o Banco Central encontrou problemas no banco e na auditoria feita pela PwC, o que levou o banco central do país a reforçar o capital do Privat Bank em 1,5 bilhão.

Pois bem, o governo de Kiev não somente proibiu a PwC de auditar bancos da Ucrânia em razão dos problemas encontrados no PrivatBank. Agora o governo anunciou que está processando a PwC da Ucrânia e do Chipre num valor de 5 bilhões de dólares, que corresponde, aproximadamente, ao valor do déficit encontrado no banco privado. Segundo as investigações, 95% dos empréstimos concedidos estavam vinculados as empresas dos acionistas.

07 julho 2017

Mais Ucrânia

Segundo o WSJ o governo da Ucrânia pode banir a PwC de fazer auditorias nas instituições financeiras do país. A razão foi o trabalho da PwC no PrivatBank: o banco central da Ucrânia encontrou problemas na instituição auditada pela PwC no valor de 5 bilhões de dólares. Com isto, o Banco Nacional da Ucrânia deverá reforçar o capital do PrivatBank em mais de US $ 1,5 bilhão

Nos últimos dois anos, o banco central do país fecho mais 80 bancos, incluindo o segundo maior do país. O PrivatBank conseguiu sobreviver as reformas. Esta instituição é controlada por Ihor Kolomoisky, que além de apoiar a luta militar contra os separatistas russos, é dono da televisão mais popular do país.

A auditoria da PwC durou quase vinte anos, até 2015.