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07 setembro 2013

Diniz sai, finalmente, do Pão de Açúcar

Depois de um grande período de brigas entre Abílio Diniz e o corpo diretivo do grupo francês Casino, as intrigas chegaram ao fim. O empresário, atual presidente do Conselho de Administração da BRF, se desligou da empresa fundada por sua família.

Segundo informações da Reuters, Abílio Diniz trocará suas ações ordinárias por preferencias, papéis sem direito a voto. Com isso, Diniz lucrará mais do que a proposta anterior, que tinha como proporção de 0,91 por ação ON. Ainda de acordo com a agência de notícias, os dois lados encerrarão os processos entre si.

Em comunicado oficial e conjunto, as duas partes afirmaram "terminar suas disputas de maneira benéfica para ambos." O presidente do Grupo Casino, Jean-Charles Naouri, também agradeceu Diniz pelo desenvolvimento do Grupo Pão de Açúcar até então e disse que, agora, olhará para "um futuro brilhante."

Os problemas entre a sociedade de Diniz e Casino começaram em 2011, após o empresário tentar unir o Pão de Açúcar ao Carrefour, principal concorrente do Casino na França, para não perder o controle do GPA.

Após a resolução dos primeiros entreveros com o cancelamento da fusão, que necessitou até da intervenção do governo federal, o Casino passou a controlar o Pão de Açúcar, mas com Abílio Diniz como presidente do conselho. Neste ano, Diniz adquiriu ações da BRF, uma das principais fornecedoras da varejista, e também foi eleito presidente do conselho da gigante de alimentos.


Fonte: Aqui

21 fevereiro 2013

Pão de Açúcar

O grupo Pão de Açúcar divulgou suas demonstrações contábeis, com um aumento na receita de 9,1% no último trimestre. No ano, o lucro foi de 1,15 bilhão, aumento de 60,7%. Ao mesmo tempo, a Via Varejo, subsidiária do grupo, também divulgou seus resultados, com aumento de 210%.

Os bons números não impediu que o controlador, o grupo Casino, solicitasse a renúncia do ex-controlador do cargo de presidente do conselho. O motivo seria um conflito de interesse entre a posição ocupada pelo antigo controlador no grupo, Abílio Diniz, e num dos fornecedores.

Abílio respondeu dizendo que

"A BRF não é concorrente da CBD (Companhia Brasileira de Distribuição), mas uma de suas fornecedoras. Não existe entre as companhias relação de dependência, nem qualquer delas tem capacidade de exercer influência relevante sobre o comportamento da outra"

12 fevereiro 2013

Casino e Abílio

Ainda sobre a briga entre o controlador do Grupo Pão de Açúcar, o grupo francês Casino, e o ex-controlador e ainda acionista, o empresário Abílio Diniz. Diniz resolveu comprar ações da empresa BRF e tentar ocupar um assento no conselho da BRF. O grupo francês, que já tem outras brigas com Diniz, reclamou.

O Casino prepara uma ofensiva contra Abilio Diniz caso o empresário decida assumir a presidência do Conselho de Administração da BRF no lugar de Nildemar Secches, em abril. Na reunião realizada ontem (07/02), na Wilkes Participações (holding controladora do Pão de Açúcar), o Casino deixou claro que não aceitará a decisão passivamente, a não ser que Abílio deixe seu assento no conselho do Grupo Pão de Açúcar (GPA). NEGÓCIOS apurou que a empresa francesa já contratou uma importante consultoria para estudar as medidas legais que a empresa pode tomar caso o empresário decida acumular os dois cargos.

A principal queixa do Casino é que existe um claro conflito de interesses entre as companhias, já que a BRF é hoje um dos principais fornecedores do Grupo Pão de Açúcar. Abilio se defende alegando que não existe conflito, já que a BRF é fornecedora, e não concorrente direta do GPA.


Esta pode ser uma oportunidade para o rompimento entre Diniz e o grupo Casino.

Abilio alega que o contrato com o Casino permite que ele permaneça na presidência do Conselho enquanto tiver saúde e a empresa apresentar bons resultados. O contrato estipula que o empresário pode sair da sociedade entre 2014 e 2022, vendendo suas ações para o sócio francês. Dessa forma, embora o Casino tenha poderes para destituí-lo do cargo por ser sócio majoritário, estaria rompendo o acordo se tomasse essa decisão agora.

Fontes próximas ao Casino dizem que a empresa não pretende romper o acordo entre os sócios, mas vai ter que contestar o empresário se ele gerar problemas para o Grupo. “Outros varejistas concorrentes também estão bastante incomodados. O Casino não quer se forçado a entrar em uma disputa judicial por causa do Abílio”, afirmou a fonte. A empresa francesa também estaria bastante irritada porque o empresário - ainda que diga que foi apenas consultado pela BRF - teria demonstrado a intenção de levar executivos do Pão de Açúcar e da Via Varejo para a multinacional de alimentos.

Advogados consultados por NEGÓCIOS são unânimes em afirmar que, ao contrário do que Abílio alega, existem conflitos de interesses entre as duas empresas. Não há, no entanto, impedimentos legais para que o empresário seja presidente do Conselho Administrativo das duas empresas, se assim desejar. Sem ter como impedir que Abílio assuma o Conselho da BRF, resta ao Casino procurar brechas na Lei para acionar o empresário judicialmente caso o fato realmente venha a ocorrer em abril.

A Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/76) determina que o conselheiro não pode “ocupar cargos em sociedades que possam ser consideradas concorrentes no mercado, em especial, em conselhos consultivos, de administração ou fiscal” ou se “tiver interesses conflitantes com a sociedade”.

“Existe uma linha tênue. Os parâmetros da Lei estabelecem princípios e quem se sentir ofendido pode contestar”, diz o especialista em Direito Societário e M&A, Cesar Amendolara, sócio do Velloza & Girotto Advogados Associados. O escritório não está envolvido com o caso, mas o advogado diz que a decisão de Abilio assumir um cargo nas duas companhias pode, de fato, gerar conflito de interesses. "Parece que existe um conflito aí, porque o assento no Conselho Administrativo dá acesso a informações estratégicas e de planejamento das empresas", afirma.


(Fonte: Casino contrata consultoria para possível processo contra Abilio, 9 de Fevereiro de 2013 - Época Online)

05 fevereiro 2013

Mudança no GPA

O Grupo Pão de Açúcar é uma fonte inesgotável para discussão do princípio da entidade. Eis mais um exemplo

O empresário Abilio Diniz indicou os administradores Claudio Galeazzi e Luiz Fernando Figueiredo para compor o Conselho de Administração do grupo Pão de Açúcar, em lugar da mulher e do filho dele. Galleazi, que já foi presidente da maior varejista do país, e Figueiredo, sócio fundador da Gávea Investimentos, vão entrar no lugar de Geyze Marchesi Diniz e Pedro Paulo Falleiros dos Santos Diniz.

Diniz, presidente do conselho da maior varejista do país, decidiu indicá-los por seu “compromisso de agir no melhor interesse da companhia, reafirmando a opção por uma gestão profissionalizada e de alto nível para o grupo”.

Os novos conselheiros deverão ser eleitos para um mandato até 2014 em assembleia geral de acionistas marcada para 20 de fevereiro.
“Os novos conselheiros apresentam expertises complementares em varejo, economia e mercado de capitais, que contribuirão para a performance e a governança corporativa do Pão de Açúcar”, segundo comunicado divulgado à imprensa.A decisão de Diniz foi comunicada por carta ao presidente do francês Casino, Jean-Charles Naouri, que é presidente da Wilkes, holding controladora do Grupo Pão de Açúcar.


Fonte: O Globo (grifo do blog)

29 janeiro 2013

Segurança de Abílio Diniz

Nem durante as férias esfria o clima no Grupo Pão de Açúcar (GPA), entre o controlador Casino e Abilio Diniz, o presidente do conselho de administração GPA. O novo capítulo diz respeito à segurança pessoal, por conta de política adotada em dezembro e que opõe Abilio e a administração de GPA.

Ficou decidido em assembleia que cada beneficiário não deveria gastar mais do R$ 1,3 milhão ao ano com segurança. E desde 1º de janeiro, Abilio tem pago o valor excedente do próprio bolso. Como tem gastos anuais da ordem de R$ 30 milhões com segurança, paga a diferença.

A discussão diz respeito à infra-estrutura de controle que Abilio tem, aliada ao acesso de sua equipe às dependências da empresa. Há décadas, a estrutura de segurança dele e de sua família está dentro da companhia.

Na quarta-feira, 23, Vitor Fagá, diretor financeiro e de relações com investidores da varejista, enviou a Abilio, após aprovação do presidente da GPA, Enéas Pestana, uma notificação de que a equipe administrativa envolvida na segurança não teria mais acesso às dependências da empresa a partir de quinta-feira, dia 24.

Abilio respondeu na sexta-feira, 25. Disse estar surpreso, diante do que havia sido combinado anteriormente e exigiu saber de quem partira a decisão. Alegou ser parte da conduta do controlador prejudicar sua atuação e pediu a anulação dessa medida. Caso suas solicitações não sejam atendidas, afirma em carta que "serão tomadas as medidas necessárias à proteção de [seus] direitos, sendo certo que, inclusive, Enéas [Pestana], Vitor [Fagá] e os demais administradores, eventualmente envolvidos na tomada da decisão ora em questão, são pessoalmente responsáveis, civil e criminalmente, por todas as consequências que possam advir de seu ato". O documento foi encaminhado a todos os membros do conselho de administração.

Em 20 de dezembro, Abilio e a administração concordaram em trabalhar na minuta de um termo de compromisso sobre como se daria a transição de sua estrutura de segurança. Abilio alugaria um imóvel para abrigar toda a equipe e a sala de controle das informações, inclusive uma torre de radiofrequência. Abilio redigiu uma minuta em que pedia a transição em duas fases. Uma até 28 de fevereiro, para que tivesse tempo de preparar toda a mudança e outra até maio. Entretanto, essa versão nunca foi assinada e o assunto ficou dormente até o dia 21 deste mês, quando voltou a ser alvo de debate entre Fagá e a advogada de Abilio.

Junto com o pedido de retirada da equipe, a carta de Fagá a Abilio continha uma outra versão do termo de compromisso, diferente daquela encaminhada pelo empresário anteriormente.

Neste sábado, Pestana respondeu à notificação de Abilio, alegando que a empresa procurou representantes e não teve retorno, o que teria originado a necessidade da carta de Fagá. E pede ao empresário que escolha três datas ainda em janeiro para "discutir todas as questões de forma definitiva". Fim das férias.

Procurado, o empresário informou, por meio de sua assessoria, que "lamenta o vazamento de documentos da companhia". Na resposta, reforça que vem arcando com os custos extras da política desde o início do mês e que a discussão atual diz respeito apenas ao procedimento de transição da estrutura.


Pão de Açúcar dá prazo para Abilio definir segurança pessoal - 28 de Janeiro de 2013 - Valor Econômico - Graziella Valenti | De São Paulo

Se alguém quisesse escrever sobre o princípio da Entidade certamente teria no Grupo Pão de Açúcar uma grande quantidade de história.

13 novembro 2012

Casino e Abílio

A novela societária mais acompanhada nos últimos dois anos, a convivência na maior companhia de varejo do país, Pão de Açúcar, entre o grupo francês Casino e o sócio Abilio Diniz, da família fundadora, está mais próxima de um desfecho.

(...) Está na mesa uma estrutura em que Abilio Diniz, agora minoritário na empresa, entregaria ao controlador Casino suas ações ordinárias de Pão de Açúcar e as lojas físicas que possui - cerca de 60 pontos, pelos quais recebe um aluguel anual de R$ 165 milhões ao ano - para ficar com o controle da empresa de eletroletrônicos Via Varejo e a companhia de comércio eletrônico Nova Pontocom.

Já parte das preferenciais que o empresário tem na empresa seriam usadas para uma oferta à família Klein, minoritária na Via Varejo, com 47,5% do capital. Contudo, essa fase da negociação não começou, pois depende do passo inicial - um acordo com o Casino. No passado, porém, o tema já foi alvo de conversas.


Casino e Abilio, alinhados para negociar - 12 de Novembro de 2012 - Valor Econômico - Graziella Valenti

13 julho 2011

Abílio sozinho e desolado

O projeto de fusão das operações dos grupos Pão de Açúcar e Carrefour ao Brasil está encurralado. Um dia depois de a presidente Dilma Rousseff orientar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a recuar em sua proposta de financiamento para o acordo, ontem foi a vez do Grupo Casino desferir críticas arrasadoras contra a iniciativa de Abilio Diniz.
Em reunião extraordinária realizada em Paris, o Conselho de Administração definiu o projeto como "contrário aos interesses" dos acionistas, baseado em uma visão estratégica "errada" e em estimativas de sinergias "fortemente superdimensionadas".

A reunião teve início às 11h15min na sede do Casino, em Paris, e se estendeu por duas horas e meia. Dela participava Abilio Diniz, que veio à capital francesa na expectativa de "explicar os méritos" de seu projeto. O que se seguiu, porém, foi a apresentação das consultorias encomendadas aos bancos Santander, Goldman Sachs, Messier-Maris & Associés e Rothschild & Cie, de um relatório do banco Merril Lynch e de um estudo econômico do gabinete Roland Berger. O resultado foi destruidor.

"Ao término dos trabalhos, o Conselho de Administração constatou por unanimidade, com exceção do senhor Abilio Diniz, que o projeto é contrário aos interesses do Grupo Pão de Açúcar (GPA), do conjunto de acionistas e de Casino", diz o comunicado oficial divulgado após a reunião. O conselho fecha a porta a negociações sobre as operações no Brasil, reiterando sua estratégia de desenvolvimento no país.

"O conselho reafirma ainda seu engajamento estratégico em favor do Brasil, que constitui um eixo de desenvolvimento maior do grupo e de GPA, do qual Casino é o primeiro acionista, com 43% do capital, e co-controlador via Wilkes", a empresa franco-brasileira que controla as operações no Brasil.

Em linhas gerais, o relatório afirma que "o projeto de operação financeira transmitido por Gama (a empresa criada para viabilizar a fusão) é contrária ao interesse do GPA e do conjunto dos acionistas". Diz ainda que a proposta é fruto de "uma visão errada da estratégia do GPA", baseada em "uma estimativa de sinergias fortemente superdimensionada" – 3,2%, contra 1% do volume de negócios de outras operações similares de fusão no mundo –, além de ser "muito diluidora para os acionistas" e "destruidora de valor", porque transformaria o Pão de Açúcar em "uma holding fragmentada em participações não controladas".

Para o Conselho de Administração do Casino, "uma participação minoritária no capital de Carrefour não corresponde a uma internacionalização adequada para o Pão de Açúcar, que deve ter o domínio de tal desenvolvimento". Segundo os conselheiros, a internalização deve se voltar aos países de mais forte crescimento, e não maduros, como a Europa. Carrefour é avaliado como "um investimento arriscado em razão das dúvidas expressas pelos mercados sobre sua estratégia".

Os membros do conselho do Casino também reclamam da perda de poder que a fusão representaria para seus interesses. "A oferta transmitida pela Gama repousa sobre uma diluição inútil dos acionistas atuais do GPA pela entrada no capital do BNDES e de BTG Pactual com € 2 bilhões", diz o comunicado, que acrescenta: "Ela seria realizada com base em um valor de R$ 64,7 por ação preferencial, representando uma perda significativa sobre o valor intrínseco do grupo Pão de Açúcar, em média R$ 82, segundo os analistas".

Não bastasse o tom de reprovação usado no texto, o relatório termina com uma advertência: "O conselho lembra que esta proposta, não solicitada, é hostil e ilegal". Jean-Charles Naouri, presidente do conselho e maior acionista do Casino, também foi encarregado por seus associados de encaminhar a resposta ao Conselho de Administração da Wilkes, além de "fazer valer todos os meios necessários, no respeito aos acordos existentes e à regulamentação brasileira".

Ao que tudo indica, a viagem do empresário Abilio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar, a Paris foi perdida. A reunião com o conselho de administração do Casino que ocorreu na manhã desta terça-feira, 12, terminou sem acordo.

Segundo Diniz, a reunião não resultou em acordo, mas ainda "há brechas" para um entendimento amigável. "É o que eu espero, um acordo amigável", reiterou. Questionado se havia visto a brecha no encontro de hoje, o brasileiro respondeu: "Olha, às vezes a gente não vê, mas continua tentando".

Para Casino, no entanto, a proposta de fusão vai contra o interesse dos acionistas. Em nota, o conselho de administração do Casino afirmou que estudos realizados por consultorias contratadas pela empresa indicam que a proposta de operação financeira feita pela Gama/BTG Pactual de associação do Carrefour com o Pão de Açúcar é "contrária aos interesses do Grupo Pão de Açúcar e de seus acionistas".

Na reunião, Diniz não chegou a apresentar suas propostas. Além disso, disse não ter concordado com os estudos apresentados sobre a negociação. Ele nao revelou detalhes sobre os levantamentos. "Eu não fiz apresentação nenhuma. Eu assisti a uma apresentação feita aqui", afirmou. "Não estou de acordo com os estudos que foram feitos, porque não representam a verdade. Mas eu não quero fazer criticas."

Sobre a suposta decisão do governo de orientar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a recuar em seuprojeto de financiamento da fusão Pão de Açúcar-Carrefour, Diniz não quis fazer comentários. "Não sei, naã sei. Estou aqui, não estou lá n Brasil. Não tenho nada a dizer."

Ao término da reunião, Diniz informou que retornaria a São Paulo, sem mais encontros em Paris.

Fonte: aqui e aqui

09 julho 2011

Sistema de defesa da concorrência

A disposição do governo em colaborar com bilhões de reais em uma possível fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour, os dois maiores varejistas do mercado brasileiro, são mais um sinal de que, no País, o sistema de defesa da concorrência está “aleijado”, avalia a revista britânica “The Economist”.

“O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) está aleijado por regras que o impedem de agir”, afirma reportagem publicada na edição que chega à bancas do Reino Unido na sexta-feira, 8, mas que já foi adiantada no site.

O texto cita um estudo de 2007 feito por pesquisadores das universidades de Manchester e Illinois mostrando que, em 15 anos, a participação de mercado das quatro maiores empresas do País só aumentou.

A reportagem ainda dá exemplos da dificuldade de atuação do Cade. Em 2004, o órgão ordenou que a Nestlé vendesse a Garoto; hoje, sete anos depois, a empresa ainda briga na Justiça sobre o assunto.

No caso da proposta de fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), órgão do governo, já anunciou que pretende apoiar o negócio se a família Diniz chegar a um acordo com o seu atual sócio, a rede francesa de supermercados Casino.

“O veredito sobre a fusão vem do BNDES, e não do Cade”, observa a revista. A reportagem lembra que a união entre o Pão de Açúcar e o Carrefour criaria uma empresa com participação de 27% do mercado varejista brasileiro e 69% do paulista.


Fonte: aqui

30 junho 2011

Cassino, Pão de Açúcar e Carrefour


A proposta de criação de um grande varejista ainda trouxe repercurssões. A rede Cassino, que pretendia assumir o controle do Pão de Açúcar, reagiu de forma pesada, acusando a operação de ilegal. O grupo Cassino sabe que seu adversário na França está num momento de fragilidade; aceitar a transação significa fortalecer um rival de longa data. Além disto, existia uma expectativa do grupo ter uma maior participação. Parece que os executivos da empresa sentiram traídos. Provavelmente irão exigir um preço alto para resolver a pendência.

Um aliado importante na operação é o governo. Aparentemente os governantes brasileiros gostariam de construir grandes grupos empresariais no Brasil, a exemplo que ocorreu em alguns outros países. As operações passadas de financiamento da JBS e da Oi reforçam neste argumento. Para se ter uma idéia, a proposta representaria uma das maiores transações realizadas pelo BNDES. E o governo seria sócio da nova empresa.

Entretanto, a posição do governo pode não ser uniforme. Uma operação como esta exigiria a aprovação do Cade, a entidade que cuida da concentração econômica no Brasil. Recentemente o Cade brecou a operação Sadia e Perdigão. Talvez este órgão não seja suficiente para colocar entraves na operação. Mas poderá atrapalhar e retardar o processo de consolidação. Contra isto, começam a aparecer argumentos que somente a velhinha de Taubaté, personagem de Veríssimo que acreditava em tudo, aceitaria. Uma ministra afirmou que não existiria recurso público na operação. Se isto realmente ocorresse, a operação seria inviabilizada, já que a principal vantagem para seus idealizadores seria não colocar o dinheiro deles na operação.

Se a operação tiver sucesso provavelmente teremos os seguintes ganhadores:

a) Abílio Diniz – Retoma o controle da empresa. Com bem lembra o Estadão, Diniz é um sócio encrenqueiro e já brigou até com a família.

b) Defensores da maior participação do Estado da Economia – Os saudosistas da Telebrás, pois o governo teria mais uma empresa de grande porte para influenciar. Conforme mostramos recentemente, as maiores empresas brasileiras na bolsa de valores estão sob a tutela do governo (Petrobras, Vales, JBS, Eletrobras...)

c) Carrefour – Tradicionalmente as pesquisas empíricas têm mostrado que as empresas que são vendidas geralmente possuem suas ações super avaliadas. Além de vender uma parcela de sua operação por um preço bom, a empresa ganha fôlego para tratar dos seus problemas internos.

d) BTG Pactual – Passam a influenciar a maior empresa de varejo do Brasil.

e) Concorrentes – Se a transação demorar a ser fechada, os concorrentes poderão aproveitar a confusão para ganhar mercado. Nenhuma empresa consegue crescer quando existem brigas internas.

Os perdedores

a) Fornecedores – Na cadeia produtiva, o fortalecimento da nova empresa representa uma pressão maior para redução dos custos. Ou seja, na mesa de negociação, o poder do varejista será muito maior.

b) Empregados – Existe muita superposição de lojas e certamente algumas irão fechar. Demissões serão relevantes para redução de custos. Os executivos chamam isto de sinergia.

c) Minoritário – Ser sócio do governo, num negócio que deve demorar a concretizar e com brigas de sócios não é bom para o minoritário. Apesar do aumento nas ações, particularmente tenho dúvidas se no longo prazo haverá ganhos para o minoritário.

d) Consumidor – Competição sempre é saudável

e) Contribuinte – Dinheiro do contribuinte para financiar uma operação tipicamente privada.

28 abril 2010

PIB e Estoque



Já postamos anteriormente que existe uma relação entre a economia e o nível do estoque de uma empresa. Quando analisamos os últimos trimestres da Cia Brasileira de Distribuição (CBD) é possível visualizar esta relação claramente. Usando as informações de estoques de cada trimestre da maior empresa nacional de varejo podemos verificar uma forte relação com o valor do Produto Interno Bruto (PIB), a principal medida de uma economia de um país. Isto significa dizer que o comportamento desta conta do ativo de curto prazo comporta-se de modo aproximado ao valor do PIB trimestral. (Os dados dos estoques foram obtidos no sítio da Bovespa e os valores do PIB no sítio do Ipea).

A correlação entre os estoques no final do trimestre da CBD e o PIB entre 2002 a 2009 foi de 0,891. Lembrando que a correlação varia entre -1 e 1, sendo que quando mais próximo dos extremos maior a correlação. Esta relação está no gráfico 1. Neste caso, a correlação foi significativa, o que significa dizer que existe uma relação entre as duas variáveis.

Calculei também uma regressão da seguinte forma:

PIB = a + b1 Tempo + b2 Estoque Médio/Receita + b3 Deflator + b4 Estoque + b5 Receita

O modelo que calculei elimina as variáveis que não são adequadas, deixando somente as melhores variáveis. O modelo final ficou:

PIB = 170 919 + 14 652,7 Tempo + 472 746 Estoque Médio/Receita

Este resultado é interessante pela presença da variável estoque/receita. Usei esta variável para medir se o peso do estoque manteve-se constante, em termos da receita, no tempo. E o resultado mostra que a resposta é não. O gráfico 2 mostra o comportamento do estoque médio sobre a receita no tempo para a CBD. Apresenta também uma linha de tendência, neste caso crescente. Isto significa dizer que a empresa está investindo proporcionalmente mais em estoques. (Uma razão disto pode ser a abertura de novas lojas, que pode ter conduzido a uma deseconomia de escala)


28 janeiro 2009

Evidenciação

Evidenciação

O Grupo Pão de Açúcar deixa de divulgar as vendas mensais a partir deste mês, abandonando uma prática adotada há anos pela varejista. Analistas consideram que a falta de transparência será prejudicial, por deixar os investidores no escuro até a publicação de um relatório prévio, com as vendas trimestrais.

(...) Por ser a única rede de supermercados do país com as ações negociadas na bolsa, o Pão de Açúcar também se vê em desvantagem em relação aos seus concorrentes estrangeiros no país, cujas informações financeiras não são abertas ao público. O Wal-Mart divulga apenas as vendas brutas no Brasil, uma vez por ano, para a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

A decisão de não mais publicar as vendas mensais foi manifestada pelo Pão de Açúcar ainda durante a divulgação dos resultados financeiros do terceiro de trimestre de 2008. "Essa mudança no processo de comunicação tem por objetivo diminuir a volatilidade das ações, provocada pelo foco excessivo do mercado sobre a performance de curto prazo de vendas, garantindo maior alinhamento das estimativas de mercado com o "guidance" de crescimento das vendas da companhia, em base anual", justificou a administração do grupo. A varejista publicará um boletim com as vendas trimestrais antes das demonstrações financeiras.

Pão de Açúcar deixa de apresentar vendas mensais
26/1/2009 - Valor Econômico


A justificativa da empresa é frágil. A volatilidade das ações pode ficar maior, uma vez que os analistas deverão trabalhar com informações menos precisas e, alguns casos, com suposições de baixa solidez.

06 novembro 2008

Preço de Venda


Pão de Açúcar e Sendas divergem sobre preço de venda
Valor Econômico - 6/11/2008

Antes mesmo do desmoronamento das bolsas, que tornou muito mais incerta a avaliação dos ativos nos processos de aquisição, o grupo Pão de Açúcar e a família Sendas já possuíam fortes divergências sobre quanto vale a Sendas Distribuidora, joint venture que fundiu as duas redes de supermercados no Rio de Janeiro. Depois do dia 15 de setembro - a "segunda-feira negra" - as discordâncias entre as duas partes só tendem a se acentuar e não são pequenas as chances de que a disputa vá parar, pela segunda vez, em um tribunal de arbitragem. Arthur Sendas vendeu metade do capital de sua rede de supermercados, a maior do Rio de Janeiro, para o Pão de Açúcar em 2004, quando a sua empresa enfrentava dificuldades financeiras. Há cerca de dois anos, o empresário decidiu exercer o direito de vender sua participação na Sendas Distribuidora para a sócia paulista. Mas as negociações entre eles têm sido duras.

Após o grupo francês Casino ter elevado para 50% sua participação no Pão de Açúcar, em 2005, Sendas recorreu ao tribunal arbitral por entender que Abilio Diniz havia se desfeito do controle da empresa, o que lhe garantia, por contrato, condições especiais nas negociações envolvendo a venda de sua participação na Sendas Distribuidora. Mas o empresário carioca perdeu a disputa. O Pão de Açúcar entende que o valor de mercado da Sendas Distribuidora é de R$ 480 milhões, o que equivale a 40% das vendas brutas da rede carioca em 2006, de R$ 1,28 bilhão, menos as dívidas da companhia, que somavam R$ 800 milhões.

A família Sendas pensa bem diferente, segundo apurou o Valor. Em 2007, Arthur Sendas acreditava que sua companhia valia R$ 1,28 bilhão. Daniela Bretthauer, analista do Goldman Sachs, afirma que há uma divergência entre as companhias sobre o termo "valor da empresa", que possui um significado mais amplo do que o termo inglês "enterprise value" (valor de mercado mais dívidas). "Estamos discutindo neste momento o preço e a forma de saída [da família Sendas] da empresa", afirmou ontem Enéas pestana, vice-presidente financeiro do Grupo Pão de Açúcar, em conferência com analistas de investimentos.

Além das divergências de preço, a morte de Arthur Sendas, que foi assassinado no mês passado por um ex-motorista, complicou ainda mais o processo de aquisição da rede carioca ao tornar mais complexos os trâmites burocráticos. Enéas admite que o falecimento de Sendas deve provocar um "atraso" no processo. O executivo também não descartou a possibilidade de que a discussão volte para a câmara de arbitragem. "Mas esperamos que as negociações possam ser retomadas em breve e vamos fazer o possível para chegarmos a um acordo amigável", disse Pestana, que espera não precisar recorrer aos árbitros instituídos pelas duas partes quando o acordo foi firmado. Os resultados da Sendas agora são animadores. No terceiro trimestre deste ano, a rede cariocas representou 16% das vendas totais do Pão de Açúcar e gerou uma receita bruta de R$ 801,5 milhões. Nos últimos quatro anos, a operação carioca vinha apresentando fracos desempenhos operacionais.

Esse fato, afirmam fontes do setor, teriam contribuído para azedar as relações de Sendas com o Pão de Açúcar, que passou a ser o gestor dos negócios em 2004. Mas, segundo os executivos do Pão de Açúcar, o relacionamento entre as duas empresas sempre transcorreu sem problemas. No terceiro trimestre deste ano, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização da Sendas cresceu 141,5% em relação a igual período de 2007, totalizando R$ 55,8 milhões. A cifra atingiu 8% das vendas líquidas. A margem é equivalente à obtida pelo próprio Pão de Açúcar e é bem superior à registrado em igual trimestre de 2007, quando foi de apenas 3,5%. Com o desempenho do último trimestre, a varejista cumpre uma promessa feita ao mercado quando associou-se ao Sendas, há quatro anos. Naquela época, a sócia paulista acreditava que poderia elevar a rentabilidade da rede carioca em um ano. Não foi o que aconteceu. Pelo contrário, a empresa encontrou um grau de competição no Rio mais alto do que esperava e houve trimestres em que a margem lajida da Sendas chegou a ser de 0,9%. A virada na Sendas é atribuída ao trabalho feita na empresa em 2007 por Claudio Galeazzi, consultor que viria a assumir neste ano todo o comando do Pão de Açúcar. Além de promover uma forte redução nos custos, Galeazzi trancou os cofres da varejista para reforçar a sua estrutura de capital. A empresa, que começou o ano com R$ 700 milhões em caixa, hoje possui R$ 1,4 bilhão, montante superior ao valor de todas as suas dívidas. Segundo Enéas, a companhia "está preparada" para enfrentar cenários econômicos mais adversos.


Fonte da Foto: Ficker

17 agosto 2007

CDB explica os seus números

Aqui você pode ler a conferência da Companhia Brasileira de Distribuição com os analistas estrangeiros . Depois da apresentação, um analista do Citibank parabeniza pela clareza, mas não pelos números ruins (poor numbers). Outro analista destaca o comportamento do setor não-alimentício e o fato de que a Copa do Mundo não ter afetado o desempenho.

20 abril 2007

Carrefour adquirindo o Atacadão

Carrefour está perto de comprar o Atacadão
Valor Econômico - 20/04/2007

A rede francesa Carrefour está muito perto de comprar o Atacadão e, com isso, reassumir a liderança do ranking de supermercados no país, há muito perdida. No início da semana, o grupo obteve direito de exclusividade para negociar a compra da rede atacadista e haveria grandes chances de que a operação fosse fechada nos próximos dias.

O valor do negócio é estimado ao redor de R$ 2,5 bilhões, o que configuraria uma das maiores transações no setor. O Carrefour estaria disposto a fazer o pagamento integralmente em dinheiro. (...)

A primeira tentativa de venda foi feita em 2003 e não foi adiante. No ano passado, novamente foi reaberto o processo que, no entanto, tornou-se arrastado.

Os interessados questionaram contingências que encontraram nas auditorias e começaram a pedir que as contas do Atacadão passassem a ser auditadas por uma firma independente de primeira linha. Com isso, os prazos foram prorrogados e estava prevista para o fim de abril a entrega das demonstrações financeiras auditadas pela Deloitte. Enquanto os demais interessados aguardavam os números, o Carrefour teria se antecipado e feito uma proposta firme condicionada ao resultado da auditoria.

No ano passado, os controladores do Atacadão fizeram uma limpeza no balanço e teriam pago contingências da ordem de R$ 200 milhões. Ao mesmo tempo, a empresa passou por uma reestruturação societária, que agregou em uma única empresa todos os ativos a serem vendidos. A operação serviu para segregar os ativos não-operacionais que pertenciam aos sócios. (...)

14 dezembro 2006

Corte de custos


Da Gazeta Mercantil de hoje:

Investir para vender em 2007

O Pão de Açúcar investiu em corte de custos e conseguiu, neste ano, uma economia de R$ 120 milhões, que serão reinvestidos na rede. O valor é resultado de melhorias de processos, como compartilhamento de serviços, que levou a uma redução de R$ 46 milhões nos custos da empresa, e criação de uma agência interna de publicidade, que trouxe uma economia de aproximadamente R$ 15 milhões. (...)

Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 5)

09 novembro 2006

Pão de Açúcar e Braskem têm prejuízo

O grupo Pão de Açúcar terve um prejuízo no trimeste de 43 milhões de reais. A justificativa foi uma provisão para pagamento de dívida do ICMS, que a reportagem do Estado de S. Paulo chamou de "reserva financeira", a queda no preço dos alimentos e provavelmente a concorrência.

O grupo Braskem, de Petroquímica, teve prejuízo de $65 milhões de reais. Motivo alegado pela empresa foi a variação cambial e as despesas adicionais com operações financeiras.

Para contrabalançar, a UOL teve lucro de 23,4 milhões, mas menor que do período anterior.