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15 outubro 2023

Multa de 29 bilhões para a Microsoft e as lições da história

Em meados do século XVIII, por três vezes Jacques Necker foi encarregado das finanças da monarquia francesa: em 1776, 1788 e 1789. Sendo suíço de nascimento, Necker arranjou emprego em uma instituição financeira e rapidamente acumulou uma fortuna considerável. Rico, chegou a emprestar ao Tesouro Real. Sendo protestante e estrangeiro, Necker não tinha acesso fácil ao rei francês. Através de sua esposa, fez amizades que garantiram sua ascensão como responsável pelas finanças da França. Na sua primeira gestão, conseguiu financiar a guerra sem aumentar os impostos. No entanto, seus inimigos conseguiram sua demissão. Afastado, escreveu um livro de finanças públicas - "De l’Administration des Finances" (em português: "Da Administração das Finanças"), em três volumes, que foi um grande sucesso de vendas. 


Também publicou "Compte-rendu au Roi" (em português: "Acerto de Contas com o Rei"). Para responder aos críticos que o acusavam de ser responsável pelo caos financeiro do país, Necker resolveu entregar números das finanças públicas da França. Na obra, Necker afirmou que na verdade existia um superávit orçamentário. Os efeitos do livro foram evidentes nos números apresentados por ele: de uma receita total de 264 milhões de livres, o rei tinha gasto 65,2 milhões com militares, 25,7 milhões na corte e 8 milhões para o Conde D’Artois. Para as estradas e pontes, foram gastos 5 milhões, 1,5 para polícia, iluminação e limpeza de Paris e menos de 1 milhão para os sem-teto. O livro vendeu 60 mil exemplares em um mês e mais de 100 mil em 1781. Os súditos sabiam o peso da monarquia.


A sua segunda passagem pelo governo terminou em 11 de julho de 1789. Necker deixou a França, e no dia 14 de julho, teve lugar a Queda da Bastilha. Durante seu período como ministro, Necker tentou aumentar a arrecadação do governo através do aumento da arrecadação dos impostos. Os nobres pagavam pouco, e a máquina de arrecadação era defeituosa. Você pode ler sobre Necker no excelente The Reckoning, de Jacob Soll. 

Séculos depois, Leona Helmsley, uma rica empresária, afirmou que não pagava impostos, pois isso era para pessoas comuns. A frase verdadeira de Helmsley despertou a ira das autoridades, e no final, ela foi presa por evasão fiscal. Isso ocorreu nos Estados Unidos. Recentemente, o blog mostrou uma reportagem que mostrava que, de fato, os mais ricos não pagam imposto de renda nos Estados Unidos.


Isso também se aplica às empresas. A instituição de um imposto mínimo global segue essa visão. O governo Biden está contratando 30 mil funcionários novos para a máquina tributária, e o foco será nas corporações multinacionais. Como é praxe em situações como essa, um alvo é escolhido para servir de exemplo para as demais empresas. Parece que o alvo já foi escolhido. É a Microsoft.

A Receita dos Estados Unidos está cobrando da empresa pela venda de sua propriedade intelectual para uma empresa de Porto Rico. Depois da venda, a empresa fechou um acordo com o governo da ilha e não pagou quase nada de imposto. Isso ocorreu em 2005, e a Receita agora resolveu cobrar da Microsoft 29 bilhões de dólares por conta de sua política tributária agressiva.

A empresa já avisou que irá discutir a cobrança, e o processo, que já tem quase vinte anos, deverá avançar bem lentamente. A empresa eventualmente conta com um novo governo, onde a dívida seja perdoada. Parece que existe um documento onde um executivo da empresa afirma que a operação que ocorreu em Porto Rico era uma jogada puramente fiscal.

A Microsoft planeja contestar os avisos por meio do recurso administrativo da receita e está disposta a recorrer a processos judiciais, se necessário. Na quarta passada, a empresa anunciou a notificação da Receita. E parece que o processo avançou por insistência do Propublica, um site independente que está acompanhando o processo desde 2020. Um juiz, em primeira instância, já ficou ao lado do fisco naquele momento e durante três anos não avançou.

Os advogados da Receita Federal que trabalharam no caso acreditam que esta seja a maior auditoria dos EUA de todos os tempos, e o valor que o IRS está buscando da Microsoft é várias vezes maior do que em qualquer outra fiscalização divulgada publicamente na história da agência.

A saga de Jacques Necker no século XVIII e a atual batalha fiscal da Microsoft nos Estados Unidos demonstram como a relação entre o poder, o dinheiro e os impostos é uma constante na história. Seja na França pré-revolucionária, onde Necker enfrentou desafios financeiros monumentais, ou na América contemporânea, onde as multinacionais buscam otimizar suas obrigações fiscais, o debate sobre a justiça e a equidade tributária continua a moldar o curso dos eventos. À medida que os governos se voltam para um imposto mínimo global e empresas como a Microsoft resistem a pagamentos de tributos, o assunto permanece como uma questão crucial. Como nas épocas passadas, a história nos ensina que os desafios e debates em torno dos impostos são intrinsecamente ligados à busca de um sistema fiscal que beneficie a sociedade como um todo.

09 agosto 2020

Vivendo sem os Gigantes da Internet

Depoimento interessante sobre como seria a vida sem Amazon, Facebook, Google, Apple e Microsoft. Eis um trecho:

Em seguida bloqueei Amazon, Facebook, Google, Apple e Microsoft, uma por uma - e então todas de uma vez - ao longo de seis semanas. De longe, Amazon e Google foram as empresas mais difíceis de evitar. 

Para eliminar a Amazon da minha vida, tive que perder o acesso a qualquer site hospedado pela Amazon Web Services, maior provedora de espaço na nuvem da internet. Muitos aplicativos e boa parte da internet usam os servidores da Amazon para hospedar seu conteúdo digital, e uma grande fatia do mundo digital se tornou inacessível quando me despedi da Amazon, incluindo a Netflix, concorrente do Amazon Prime Video.

A Amazon também foi difícil de evitar no mundo real. Quando usei o eBay para encomendar um suporte de celular para o carro, o produto chegou em uma embalagem da Amazon, porque o vendedor usou a opção “Enviado pela Amazon", pagando à empresa pelo armazenamento e envio do seu produto. Quando bloqueei o Google, a internet inteira ficou lenta para mim, pois quase todos os sites que eu visitava usavam o Google para o fornecimento de suas fontes, anúncios, rastreamento de usuários e identificação de humanos ou bots. Ao bloquear o Google, perdi acesso ao serviço de armazenamento de dados Dropbox porque o site pensou que eu não era uma pessoa de verdade. Uber e Lyft pararam de funcionar para mim porque ambos dependem do Google Maps para sua navegação. Descobri que, na prática, o Google Maps exerce um monopólio no segmento dos mapas on-line. Até a Yelp, que há muito critica o Google, usa os mapas da empresa para dizer aos usuários de computador onde se localizam os negócios. (...)

Com frequência, diz-se aos críticos das grandes empresas de tecnologia que “se não gostam das empresas, não usem seus produtos". Depois de realizar esse experimento, posso concluir que é impossível fazer isso. Não se trata apenas dos produtos e serviços que recebem diretamente as marcas dessas gigantes, mas também do fato dessas empresas serem donas de uma série de produtos e serviços mais obscuros dos quais é difícil desvencilhar, as ferramentas das quais dependemos para tudo que fazemos, seja no trabalho ou para chegar do ponto A ao ponto B.

Fonte: 

Tentei viver sem as gigantes da tecnologia, e foi impossível. Kashmir Hill, The New York Times 03 de agosto de 2020 | 10h00. Imagem: aqui

20 julho 2016

Microsoft reverte prejuízo

A Microsoft anunciou nesta terça-feira (19) que teve lucro líquido de US$ 3,12 bilhões no quarto trimestre fiscal, revertendo resultado negativo registrado um ano antes, de US$ 3,2 bilhões.

A companhia apurou um crescimento de 2,1% na receita ajustada do trimestre encerrado em 30 de junho, apoiada em expansão de negócios em computação em nuvem, que minimizou a fraqueza no mercado de computadores pessoais.

A receita ajustada subiu para US$ 22,6 bilhões no trimestre, ante US$ 22,18 bilhões faturados um ano antes.

Fonte: Aqui

19 fevereiro 2016

Listas: 10 marcas mais poderosas e mais valiosas

Mais poderosas:
Disney: Empresa norte-americana de entretenimento
Lego:Fabricante de brinquedos da Dinamarca
L'Oréal: Companhia francesa de cosméticos
PwC: Empresa norte-americana de consultoria e auditoria
McKinsey: Empresa norte-americana de consultoria
Nike: Empresa norte-americana de calçados e roupas
Johnson's: Empresa norte-americana de produtos pessoais
Coca-Cola: Fabricante norte-americana de bebidas
NBC: Empresa norte-americana do setor de mídia
Google: Empresa norte-americana de tecnologia
As marcas mais valiosas
A consultoria também faz um ranking com as marcas mais valiosas:

Mais valiosas:
Apple: US$ 145,92 bilhões
Google: US$ 94,18 bilhões
Samsung: US$ 83,19 bilhões
Amazon: US$ 69,64 bilhões
Microsoft: US$ 67,26 bilhões
Verison: US$ 63,12 bilhões
AT&T: US$ 59,9 bilhões
Walmart: US$ 53,66 bilhões
China Mobile: US$ 49,81 bilhões
Wells Fargo: US$ 44,17 bilhões

Fonte: Aqui

03 agosto 2015

Discurso de Executivo


Lucy Kellaway comentou o comunicado do executivo Satya Nadella de 1.500 palavras para os funcionários da Microsoft. Destaca o tamanho, mas a análise mais interessante é a confusão no texto. (Você pode ter acesso ao texto aqui, que foi publicado originalmente no Financial Times e em português no Valor Econômico)

Trata-se da confusão habitual de "plataformas", "motivadores", "ecossistemas", "alinhamento", "DNAs" e "seguir em frente" - além de algumas combinações mais ambiciosas como "ampliar nossa pegada de experiência".

Segundo Lucy, a novidade é que isto originou-se de um executivo de uma grande empresa.

O terceiro executivo-chefe da história da Microsoft estava tentando convencer o mundo e lembrar os funcionários de que a empresa tem um plano. Mesmo assim, o que surgiu disso é ininteligível, em grande parte pelas hipérboles sem sentido - e ninguém ficou perturbado.

Muitos leitores deixaram passar em branco a primeira palavra. "Equipe", começa o comunicado. Os funcionários da Microsoft não são uma equipe, ou não deveriam ser. Estudos vêm mostrando que o número ideal de integrantes de uma equipe é quatro ou cinco, e não 120 mil. "Toda grande empresa tem uma missão permanente", continua Nadella. Isso soa bem, só que não é verdade. Gosto de pensar que o "Financial Times" é uma grande companhia; temos persistido há 127 anos sem uma missão oficial.

Fantástico. As entidades são quase que “obrigadas” a ter uma missão oficial. Kellaway diz que isto não é necessário para uma empresa ter sucesso. A missão anunciada da Microsoft é "habilitar cada pessoa e cada organização do planeta a conquistar mais."

O primeiro sinal de problema é a palavra "planeta". Há uma regra que diz que sempre que essa palavra é usada como substituta de "mundo", a sentença em que ela aparece é uma tolice completa. Se a ressonância cósmica é gratuita, o autor está escrevendo uma besteira.

(...) Conquistar mais o quê? Quanto a essa dúvida vital, Nadella mantém silêncio. Na verdade, a melhor maneira de habilitar as pessoas do planeta a conquistar mais seria convencê-las a amar um pouco menos seus dispositivos móveis e desligá-los ocasionalmente, para cuidar de algo real para variar.

Não satisfeito em anunciar sua nova missão, Nadella se habilita a conquistar ainda mais: "Hoje, quero compartilhar mais sobre o contexto geral e o tecido conjuntivo entre nossa missão, visão de mundo, estratégia e cultura". Ter uma missão e uma visão de mundo é algo ganancioso. Mas ter tantas coisas abstratas com muito tecido conjuntivo entre elas é de dar náusea.

Em seu parágrafo final, Nadella insere duas palavras que finalmente significam alguma coisa. "Escolhas difíceis", alerta ele, em breve terão de ser feitas - usando as mesmas palavras que Lord Hall da BBC escolheu na semana passada ao anunciar a eliminação de mil empregos.
Esse é o mais novo eufemismo de CEO para a demissão de pessoas e um dos mais dissimulados. "Escolhas difíceis" implica em "isso vai doer mais em mim do que em você", sugerindo ao mesmo tempo que o CEO automaticamente fez a escolha certa e a opção da não demissão seria ainda pior. (...)

20 dezembro 2013

Informação privilegiada na Microsoft

A utilização de informação privilegiada numa empresa não é algo agradável. E quando a empresa é muito conhecida do mercado, pior ainda. Ontem noticiou-se que as autoridades dos Estados Unidos estão investigando um executivo da Microsoft por uso de informação privilegiada. Esta informação refere-se a decisão da empresa na rede de livrarias Barnes e Noble.

O executivo, Jorgenson, teria obtido, em conjunto com um amigo, 393 mil dólares de lucros. Após o anúncio que a empresa iria investir na Barnes, os preços subiram 51%.

17 dezembro 2013

Ódio ao Word

(...) As primeiras versões do Word interagiam bem com rivais, como o Word Perfect, com a importação e e a exportação de formatos de arquivos de outros programas. Mas quando o domínio do Word tornou-se estabelecido, a Microsoft mudou o formato do programa várias vezes - com Word 95 , Word 97, em 2000, novamente em 2003 e mais recentemente. Cada nova versão do Word usou um novo formato de arquivo para escrever que não podia ser analisado pelas versões mais antigas do programa.(...)

Charlie Stroos (via aqui)


22 março 2013

Suborno

A Microsoft está envolvida numa investigação do governo dos Estados Unidos que apura a possibilidade de a fabricante de software e alguns dos seus parceiros terem recorrido a subornos para fechar negócios na China, Romênia e Itália.

Citando fontes anônimas que estão a par da questão, o Wall Street Journal informou que o Departamento de Justiça e a Securities and Exchange Commission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários americana) tentam averiguar se foram pagas comissões a funcionários estrangeiros para ajudar a fechar a venda de software.

Entre os alvos da investigação estão revendedoras de software da Microsoft, consultores da companhia e os funcionários da empresa de fora dos Estados Unidos. O jornal enfatizou que a investigação se encontra num estágio inicial e que não foi feita nenhuma acusação formal contra a companhia. (...)


Governo dos EUA investiga Microsoft em caso de suborno - O Estado de S.Paulo

20 março 2013

Microsoft investigada


A Microsoft está sendo investigada pelo governo dos Estados Unidos por sua relação com parceiros de negócios que supostamente subornaram funcionários de governos estrangeiros em troca de contratos de software. A informação foi revelada por pessoas familiarizadas com o assunto ao The Wall Street Journal.

O diário americano informa que advogados do Departamento de Justiça e da Securities and Exchange Commision (SEC), órgão regulador do mercado de capitais dos EUA, examinam as alegações de propina feitas por um ex-representante da Microsoft na China, bem como a relação da empresa com revendedores e consultores na Romênia e Itália. A investigação está em fase preliminar, e se nada for comprovado pode ser arquivada e não custar nada aos cofres da companhia.

Em nota, o vice-presidente e conselheiro geral da Microsoft, John Frank, manifestou-se sobre as acusações dizendo que a companhia coopera plenamente em todas as investigações feitas pelo governo. “Nossa responsabilidade é dar passos para treinar nossos colaboradores e para construir sistemas de prevenção e detecção de violações, e quando recebemos denúncias, investigá-las plenamente e tomar as medidas adequadas”, declarou.

13 julho 2012

Esther Duflo


Nova York - A francesa Esther Duflo nunca se interessou por tecnologia além dos comandos básicos de um celular ou computador, não gosta de falar de negócios e passou toda a sua carreira na universidade.

Mesmo assim, ela encontrou mais afinidades do que diferenças em sua primeira conversa com o empresário Bill Gates, criador da Microsoft e o segundo homem mais rico do mundo, em 2009. Foi um breve encontro após uma palestra realizada por ela na Califórnia, sobre seu trabalho à frente do Poverty Lab, laboratório de estudos de combate à pobreza ligado ao Mas­sachusetts Institute of Technology (MIT).

Ela contou como criou do zero uma rede de dezenas de pesquisadores que vão a campo descobrir estatisticamente o que funciona quando o assunto é investimento social. É tudo o que Gates, que já dedicou mais de 20 bilhões de dólares a causas desse tipo, queria ouvir.

Por meio da Fundação Bill e Melinda Gates, o empresário se tornou um dos maiores investidores do que é hoje a maior rede global de pesquisa sobre o assunto, com 65 pesquisadores em 52 países.

Aos 39 anos, Duflo, por sua vez, virou uma conselheira cada vez mais requisitada não só por Gates, mas por dezenas de investidores e organizações pelo mundo. “O laboratório produz evidência científica que ajuda a tornar o esforço de combate à pobreza mais eficiente”, afirmou Gates recentemente em seu blog.

Por trás da evidência científica está uma abordagem nada convencional de pesquisa acadêmica — até pouco tempo atrás vista pela maioria dos economistas como custosa demais para ser adotada em larga escala. O método conhecido como randômico é a base do laboratório, criado em 2003 por Duflo e o indiano Abhijit Banerjee, também economista no MIT.

Com fundamentos emprestados dos testes clínicos da medicina, consiste basicamente em separar duas amostras da mesma população aleatoriamente. Uma delas é submetida a uma solução contra um problema específico, como um método para aumentar a taxa de vacinação entre crianças.

A outra parcela não recebe nada. O contraste entre as duas indica se o programa social teve o efeito desejado. “O método joga luz numa discussão em geral mais emocional e retórica do que prática”, disse Duflo a EXAME.

Após se formar em economia pela École Normale Supérieure, em Paris, em 1994, Duflo se mudou para os Estados Unidos para obter o título de Ph.D. pelo MIT. Nessa época, aproximou-se do indiano Banerjee.

Logo os dois amadureceram a ideia de iniciar uma empreitada, digamos, aventureira — deixar o campus, nas redondezas de Boston, para visitar cidades onde boa parte dos habitantes vive com menos de 1 dólar por dia. Eles não foram os primeiros.

Nos anos 90, o economista Michael Kremer, também egresso do MIT, realizou um teste no Quênia, no qual demonstrou que a distribuição gratuita de livros didáticos em escolas rurais não havia melhorado a nota dos alunos. “O mérito de Duflo foi ter multiplicado o método numa escala inédita”, diz Kremer, atualmente professor de economia na Universidade Harvard.

De lá para cá, o time coordenado por Duflo e Banerjee já analisou 335 projetos em todos os continentes e seu orçamento cresceu mais de 30 vezes, para 10 milhões de dólares atualmente. Em 2010, a pesquisadora recebeu sua distinção acadêmica mais expressiva — a medalha John Bates Clark, concedida a economistas promissores com menos de 40 anos e considerada um passo para o prêmio Nobel.

Para Duflo, é preciso conhecer de perto o comportamento das pessoas para chegar a políticas sociais eficientes. Na Índia, por exemplo, os pesquisadores descobriram que, mesmo com uma campanha gratuita, as mães não levavam seus filhos para vacinar. A frequência aumentou drasticamente com um incentivo simples — a oferta de um pacote de lentilha por criança vacinada.

O microcrédito, bandeira do indiano Muhammad Yunus, vencedor do Nobel da Paz em 2006, também foi alvo de estudos. Duflo — que interrompeu temporariamente a intensa rotina de viagens neste ano, com o nascimento de seu primeiro filho — constatou que a oferta de crédito para famílias muito pobres em geral só ajuda a endividá-las ainda mais e não necessariamente estimula o empreendedorismo.

Essas e outras histórias estão no livro Poor Economics (“A economia dos pobres”, sem versão para o português), escrito em parceria com Banerjee e eleito pelo jornal Financial Times a melhor obra de economia do ano.

Assim como Jeffrey Sachs, economista da Universidade Columbia, Duflo acredita que investimentos a fundo perdido de países ricos podem aliviar a pobreza mundial (críticos como William Esterly, professor da Universidade de Nova York, defendem o contrário).

Mas, segundo ela, a grande questão hoje não é investir mais, e sim investir melhor. “Não existe uma fórmula única”, diz. “Mas queremos desvendar esse caminho passo a passo.”


28 julho 2011

Brasil nas olimpíadas tecnológicas da Microsoft

“Imagine um mundo onde a tecnologia ajuda a resolver os problemas mais difíceis”.

Esse é o tema da Imagine Cup, as olimpíadas tecnológicas da Microsoft, que reuniram jovens brilhantes em Nova York no dia 13 de julho. E os jovens levaram o tema ao pé da letra, mostrando invenções inovadoras, que poderão ajudar desde alunos com deficiência visual até motoristas de carro.

A Imagine Cup é uma competição anual que este ano chegou a sua 9ª edição. Foi a primeira vez que as finais da copa tecnológica aconteceram nos Estados Unidos. Entre a animação dos competidores, agitando bandeiras de diversos países, tecnologias criativas foram demonstradas, incluindo possíveis resoluções para a malária, deficiências e acidentes de avião.

Mais de 350 mil estudantes com mais de 16 anos de 183 países se inscreveram nas nove categorias do evento. Delas, três são a santíssima trindade da Imagine Cup: design de jogos, desenvolvimento de sistemas em dispositivos e desenvolvimento de softwares.

Foram convocadas 100 equipes (compostas por 1 a 4 alunos cada) nessas três categorias. As três melhores equipes em cada uma delas receberam prêmios em dinheiro. Mesmo para as equipes que não venceram, a exposição na Imagine Cup é inestimável.

No desenvolvimento dos projetos, as equipes foram convidadas a pensar nos objetivos de desenvolvimento do milênio da Organização das Nações Unidas, que são metas de desenvolvimento mundial, com prazo até 2015.

Muitas equipes fizeram seus projetos abordando as metas, como no desenvolvimento da sustentabilidade ambiental e no combate à doenças.

Alguns jovens pesquisadores estão ainda mais ligados aos seus projetos, trazendo experiências de vida aos experimentos. Um estudante cego desenvolveu um sistema para alunos com deficiência visual fazerem anotações com mais facilidade. Uma equipe da China fez um software de controle de computador que não precisa do uso das mãos. A inspiração veio da mãe de um dos membros da equipe, que não pode usar os membros.

Se engana quem pensa que a Imagine Cup é um evento científico extremamente polido ou chato. O clima está mais para um estádio de futebol, com torcida, danças e muitos sorrisos.

Aliás, muitas das invenções são projetos que podem ser realmente implementados, indo além de exposições científicas. A mentalidade que permeou o evento foi a de mudar o mundo.

Esses jovens podem ser tudo, menos ingênuos. Eles tem profundo conhecimento sobre o que necessitam para colocar os seus projetos no mercado: quase todos eles têm um plano de negócios detalhado de forma impressionante, com conhecimento de público-alvo e financiamento necessário.

E eles não tem ilusões sobre as falhas de seus produtos. Os estudantes têm uma lista de melhorias que ainda precisam ser feitas, para quando os juízes invariavelmente os questionarem.

Para esses jovens, a Imagine Cup não é o fim do jogo, é apenas um dos degraus ao longo do caminho brilhante que eles têm a percorrer.

Brasil na Imagine Cup

Este ano, a Imagine Cup contou com 350 mil jovens inscritos, de cerca de 70 países. Foram classificados mais de 400 para a final mundial.

O Brasil contou com 42 mil participantes e classificou cinco equipes, sendo o país com a maior representatividade nas finais mundiais.

Os estudantes brasileiros foram reconhecidos campeões mundiais, pela terceira vez na história da competição, da 9ª edição da Imagine Cup (Copa do Mundo da Computação) da Microsoft.

A equipe de Curitiba-PR conquistou o 1º lugar na categoria Projeto de Games – Xbox, com o jogo UCAN. Já os pernambucanos repetiram o feito do ano passado e foram vice-campeões no desafio de Interoperabilidade, com um aplicativo para Windows Phone que permite a comunicação de deficientes auditivos por celular.

Estudantes da Unesp e da Universidade Federal de Pernambuco também usaram a criatividade e a vontade de mudar o mundo, estando entre os melhores do mundo nas categorias “Projeto de Software”, “Digital Media” e “Sistemas Embarcados”.
[HyperScience]

Papéis da Microsoft são mais bem avaliados que títulos dos EUA

Muitos investidores e analistas acreditam que investir em algumas das grandes empresas americanas já é mais seguro do que em títulos emitidos pelo governo dos Estados Unidos, papéis estes que, até pouco tempo atrás, chagavam a ser descritos como investimentos de “risco zero”. A conclusão é de reportagem do “Financial Times”.

O jornal notou que o seguro que os investidores pagam contra calote dos EUA, no caso dos títulos com prazo de cinco anos, está mais alto do que o prêmio pago por empresas como Exxon, Microsoft, Johnson & Johnson e ADP.

O seguro pago pelos credores dos EUA e o prêmio dado pelas empresas aos investidores são indicativos da percepção do risco desses papéis. Investidores aceitam pagar mais caro pelo seguro quando estão mais desconfiados; e aceitam ganhar um prêmio menor das empresas quando confiam nelas.

Um indicador de que essas quatro companhias têm mais credibilidade do que os títulos dos EUA está na avaliação da agência de classificação de risco Standard & Poor’s, que colocou a nota dos papéis americanos para revisão, com possibilidade de rebaixamento. Já o status AAA (a nota mais alta dada a um papel) dessas empresas mantém-se em perspectiva negativa.

Os analistas ouvidos pelo “Financial Times” sobre o assunto divergem uns dos outros. “Muitas pessoas confiam em empresas mais do que em países”, afirmou um analista da DWS, um administrador de fundos alemão.

“Essas companhias são AAA porque não têm dívida alta demais. [Mas] Elas não são realmente uma alternativa aos títulos do Tesouro”, disse outro analista, da Thornburg Investment Management.


Fonte: Aqui

15 maio 2011

Origem do Caixa

Postado por Pedro Correia

Recentemente, a Microsoft anunciou a compra do Skype por US$ 8,5 bilhões, em uma das maiores aquisições da história da companhia de Bill Gates.O negócio foi fechado com o pagamento em caixa. No entanto, um ponto crucial não foi muito comentado:Qual é o origem deste caixa?

Therese Poletti do sítio Market Watch mostra que no dia 31 de março deste ano, a Microsoft informou que 42 bilhões de dólares de seus 50,2 bilhões em caixa e investimentos de curto prazo eram mantidos por subsidiárias no exterior e que esta quantia estava sujeita à "tributos de repatriamento de caixa."

O problema para as empresas dos EUA é que a repatriação de dinheiro para os EUA tem elevados custos tributários. Em 2004, o presidente George W. Bush declarou um "feriado fiscal" permitindo que as corporações trouxessem dinheiro de volta para os EUA sem o pagamento de tributos.

No caso deste negócio, alguns analistas acreditam que,provavelmente a Microsoft usará o caixa das subsidiárias no estrangeiro,pois o custo de oportunidade em utilizar esses recursos é menor que usar o caixa oriundo dos EUA.

01 maio 2011

Apple X Microsoft

Por Pedro Correia




Pela primeira na história a Apple obteve um lucro superior ao da Microsoft no primeiro trimestre de 2011.O resultado da empresa de Steve Jobs foi de 5.99 bilhões de dólares contra 5.23 bilhão da concorrente. A metadde da receita da Apple foi proveniente da venda do Iphone. Em maio do ano passado, esta empresa ultrapassou a Microsoft em valor de mercado e no último quadrimestre de 2010 obteve uma receita maior que a companhia de Bill Gates.

No entanto, a Microsoft obteve uma margem líquida superior de 32% contra 24% da Apple.Não obstante, a empresa de Steve Jobs aprsentou neste quesito um extraordinário ganho, pois a produção de software custa muito menos que a de hardware.[1]Assim, depois de recuperar o invetimento em Pesquisa e Desenvolvimento o que entra das vendas da Microsoft é "lucro puro", pois é uma companhia co foco na venda de software.

Fonte: Traduzido daqui.


[1] É uma análise muito simples. É preciso considerar outros fatores.

21 outubro 2009

Caixa


Uma comparação interessante entre o volume de caixa de três grandes empresas: Microsoft, Google e Apple. A queda da Microsoft em setembro de 2005 deve-se a uma grande distribuição de dividendos. Fonte: Aqui