Translate

Mostrando postagens com marcador Madoff. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Madoff. Mostrar todas as postagens

14 abril 2021

Morreu Madoff


O responsável por um dos maiores escândalos financeiros dos últimos anos, Bernie Madoff, faleceu hoje (14/04). Doze anos depois de ir para uma prisão por conta de um escândalo com sua empresa de investimento, Madoff faleceu por causas naturais em uma prisão federal dos Estados Unidos, na Carolina do Norte aos 82 anos.

Madoff era uma dos mais renomados traders de Wall Street. Com sua empresa, ele captou bilhões de clientes que ficavam impressionados com o fato do retorno obtido ser substancial. Com o dinheiro captado, ele recompensava seus clientes antigos com uma rentabilidade que não obtinha dos investimentos. Era o típico esquema de pirâmide ou Pozzi. 

Entretanto, já em 2000, uma analista financeira, Harry Markapolos, tenta alertar as autoridades para o esquema de Madoff. As autoridades ignoraram os alertas. Outro fato importante é que a empresa de Madoff era auditada por uma instituição muito pequena, desconhecida do mercado. 

No final de dezembro de 2008 a fraude é revelada. Ele é preso no ano seguinte, com uma pena de 150 anos. 

10 fevereiro 2020

Madoff, prisão e custo

Bernard Madoff construiu um esquema de pirâmide que trouxe prejuízos a muitos investidores. Em 2011, o juiz Denny Chin impôs uma sentença de prisão. Isto significa que Madoff pode ser libertado em 2139.

Madoff tem atualmente 81 anos de idade. E agora solicitou a libertação “compassiva”. Estes casos ocorrem quando o preso está em tratamento médico e com sérios problemas de saúde. Em dezembro de 2019, um juiz concedeu este benefício a outro fraudador famoso, Bernard Ebbers, que estava doente e faleceu um mês depois. Na época que foi libertado, diversas entidades e vítimas manifestaram oposição ao benefício concedido à Ebbers.

Entretanto, a perspectiva da morte não representa, nos Estados Unidos, uma condição para libertação automática da prisão. O advogado de Madoff afirma que o criminoso não contesta os crimes e a gravidade deles. Mas afirma que Madoff tem menos de 18 meses de vida e está pedindo “compaixão” ao tribunal.

Um argumento favorável ao pedido é o custo. Um preso saudável em uma prisão federal custa 30 mil dólares por ano. Mas um preso com problemas de saúde pode ter um custo acima de 100 mil dólares por ano. Como a população carcerária cresce a cada ano, isto é um problema de finanças públicas. O orçamento atual para serviços de saúde dos reclusos é de 1,2 bilhão.

20 dezembro 2018

Massa Falida de Madoff

Recentemente a imprensa divulgou que o responsável pela administração do fundo gerenciado por Bernard Madoff conseguiu uma taxa de recuperação do investimento bastante elevada.

Somente para relembrar, há dez anos as autoridades do maior mercado de capitais do mundo descobriu que um administrador de recursos, Madoff, tinha instituído um esquema de pirâmide ou Ponzi. Madoff recebia os recursos do investidor e prometia uma taxa de rentabilidade elevada para os padrões do mercado dos Estados Unidos. Como não conseguia entregar a rentabilidade prometida, Madoff usava os novos investimentos para pagar a rentabilidade passada.

Uma das razões para Madoff ter conseguido enganar tantas pessoas foi uma contabilidade frágil, feita por uma empresa sem prestigio e auditada de maneira inadequada. Pessoas famosas, como Spielberg, Malkovich e Kevin Bacon, assim como investidores pequenos, foram enganados durante anos por Madoff. Mais de 65 bilhões de dólares foram investidos.

Com a descoberta do esquema, Madoff foi preso e a justiça nomeou um gestor financeiro, há dez anos, para tentar recuperar a maior parte dos recursos. E parece que o administrador da massa falida, Irving Picard, fez o seu trabalho. A descrição do Cinco Dias é bastante interessante sobre este caso. Em primeiro lugar, Picard fez uma análise detalhada sobre quem investiu dinheiro no fundo e quem fez retiradas. Ou seja, um demonstrativo de caixa detalhado por investidor. Depois, ele assumiu um método de mensuração. Em lugar de técnicas como valor justo, reposição e outras, Picard trabalhou com o valor que foi investido. Em outras palavras, o valor de entrada dos recursos. No resultado final, Picard descobriu que o valor investido era de 19 bilhões de dólares e não os 65 bilhões que constavam na contabilidade.

A partir deste valor de 19 bilhões, tentou-se recuperar os recursos. Parte do trabalho foi obter de volta dos clientes que retiraram o dinheiro após a sua “valorização” e antes dos problemas com o fundo de investimento. Na lógica de Picard, a rentabilidade do fundo era falsa e qualquer pagamento realizado além do valor investido deveria ser devolvido. O judiciário aceitou o argumento de Picard. A lógica é bastante simples: basicamente quem tinha retirado seus investimentos estaria levando um dinheiro roubado de outros clientes.

Com isto, dos 19 bilhões, o administrador da massa falida recuperou 13,3 bilhões, ou 70%. Como o trabalho ainda não foi finalizado, é possível que parte do restante seja recuperado nos próximos anos. A expectativa é que a taxa de recuperação chegue a 90%.

17 janeiro 2017

Madoff e os negócios na prisão

O ex-empresário Bernie Madoff foi condenado a mais de cem anos de prisão. Atualmente cumpre pena na Carolina do Norte. Na prisão, segundo noticiou o Business Insider, Madoff monopolizou o mercado de chocolate quente. O fraudador, responsável por um dos maiores golpes da história dos Estados Unidos, tem 78 anos e aplicou seus conhecimentos de negócios na prisão. Ele comprou todos os pacotes do produto.

31 janeiro 2014

Os programadores de Madoff

Uma das maiores fraudes ocorridas nos últimos anos foi o esquema financeiro de Bernard Madoff. Usando um esquema de pirâmide, Madoff conseguiu enganar reguladores e investidores durante anos. Alguns dos detalhes desta fraude apareceram agora.

Os ex-programadores de Madoff informaram como foram criadas milhares de transações falsas, com datas e registros contábeis, para enganar auditores. Jerome O´Hara e George Perez (fotografia) escreveram vários programas durante as auditorias da SEC, a entidade que fiscaliza o mercado acionário. Os dois programadores estão sendo julgados com participantes do escândalo financeiro de 2008.

No software criado gerava-se documentos aleatórios, com atribuição de transações com entidades bancárias escolhidas e períodos de tempos também escolhidos ao acaso.

Os acusados afirmaram que estavam seguindo ordens e não sabiam que o código estava sendo usado para fraude. Eles se declararam inocentes. Mas a acusação afirma que quando os programadores descobriram que seu trabalho estava sendo usado para fraude, passaram a extorquir mais salários e bônus.

Mais detalhes vide aqui

08 janeiro 2014

Ainda Madoff

O banco americano JPMorgan Chase deve pagar nesta semana US$ 2 bilhões, como parte de um acordo civil e criminal com autoridades federais que suspeitam que a instituição ignorou sinais sobre o esquema de pirâmide comandado pelo ex-presidente da Bolsa Nasdaq, Bernard Madoff, 75. De acordo com os termos do acordo, o banco irá pagar mais de US$ 1 bilhão à promotoria de Manhattan e o restante ao Departamento do Tesouro e ao Escritório do Controlador da Moeda (OCC, sigla em inglês). Se o pagamento for efetivado, o montante pago pelo JPMorgan para resolver as investigações do governo nos últimos 12 meses deve chegar a cerca de US$ 20 bilhões. (Fonte: Aqui)

19 dezembro 2013

Friehling, o contador de Madoff: Mudo ou Burro?

O escândalo que envolveu o investidor Madoff foi muito comentado. Ao longo de muitos anos, Madoff tomou dinheiro de investidores e prometeu retornos acima do mercado acionário. Num esquema de pirâmide ou esquema Ponzi, Madoff usava o dinheiro de novos investidores para pagar a rentabilidade prometida aos antigos investidores. Isto funcionou por anos e Madoff era visto como um mago das finanças.

O esquema desenvolvido por Madoff ruiu em 2008. Durante 17 anos, a empresa de Madoff contou com o apoio de uma pequena empresa contábil, a Friehling & Horowitz. O nome da empresa refere-se aos dois sócios, que com sua secretária, eram responsáveis pela auditoria da empresa de investimentos. Friehling (fotografia) graduou na Cornell University em 1981 e entre 2000 a 2008 recebeu mais de 5,5 milhões de dólares para fazer seu trabalho. Horowitz conhecia Madoff desde 1963 e trabalhava com seu genro, Friehling, tendo falecido em 2009.

Mesmo antes da quebra da Madoff, alguns analistas perguntavam se a pequena empresa de contabilidade, com único contador ativo, poderia fazer um trabalho de auditoria sério.

Após o escândalo, muitos problemas relacionados com a empresa e seu sócio-trabalhador apareceram: não estava registrada no PCAOB, não foi revisada por pares, entre outros aspectos. Em 18 de março de 2009, seis dias após a morte de Horowitz, Friehling foi acusado de fraude. Ele perdeu seu certificado de contador, pagou multa, seu filho cometeu suicídio e foi condenado.

Uma pergunta que se faz é se Friehling foi um bobo inocente ou se sabia o que estava acontecendo. As evidências parecem indicar que era um contador que recebeu por algo que não estava fazendo corretamente, não podendo ser classificado como um profissional inteligente.

A agência de notícias Bloomberg (Madoff’s ‘Dumb’ Accountant Remark Won’t Be Heard by Jury, Erik Larson, 18 de dezembro de 2013) informou recentemente que esta impressão talvez esteja correta. Durante o processo de julgamento de Madoff, o mesmo reconheceu que Friehling era “dumb”. Este termo pode significar “mudo”, mas também “estúpido, burro” ou algo do gênero. Pelo que conhecemos deste contador, talvez o segundo significado seja mais adequado.

Para ler mais: Sobre Friehling, o verbete da Wikipedia em inglês é um bom resumo.

17 julho 2013

Madoff chinês

O empresário chinês Zeng Chengjie
Zeng teria fraudado mais de 57.000 investidores em cerca de 460 milhões de dólares (Reprodução/Weibo)
O empresário Zeng Chengjie, que saiu da pobreza da província chinesa de Hunan para se tornar um grande homem de negócios, foi executado pelo governo chinês na última sexta-feira, acusado de praticar fraude e captação ilegal de recursos, por meio de um esquema de pirâmide financeira.
A execução do empresário por meio de injeção letal foi feita sem que a família estivesse ciente ou presente. A pena contraria as leis chinesas que permitem que os executados tenham chance de ver suas famílias antes da morte. Contudo, segundo a justiça chinesa, Zeng não quis que a família presenciasse sua execução.
A filha do empresário, Zeng Shen, usou a rede social Weibo para protestar. Segundo ela, os membros dos partidos locais removeram seus investimentos dos projetos de Zeng em 2009, causando pânico entre os outros investidores. Tal debandada fez com que o esquema de pirâmide se desmontasse. De acordo com o site chinês Tea Leaf Nation, Zeng teria fraudado mais de 57 000 investidores em cerca de 460 milhões de dólares.
A fraude fez com que o empresário ficasse conhecido como 'Madoff chinês' - em menção a Bernard Madoff, fundador de uma das maiores firmas de investimento de Wall Street, e também autor de uma das maiores fraudes ocasionadas por uma pirâmide financeira. Madoff drenou mais de 50 bilhões de dólares por meio do esquema e foi condenado 150 anos de prisão.
A execução de criminosos de colarinho branco na China tem se tornado cada vez mais controversa, já que o próprio governo tem uma grande participação nos assuntos econômicos. Segundo a filha do empresário executado, o governo atuou em parceria com Zeng na captação de recursos, mas os membros do Partido Comunista se apressaram em retirar os recursos dos fundos em 2009, antes de mudanças regulatórias que seriam aprovadas pelo governo e prejudicariam milhares de pequenos investidores. Ainda segundo a filha do empresário, a mídia estatal chinesa sempre se referiu a Zeng como um investidor sábio, precavido e consciente
Fonte: aqui

19 dezembro 2012

Fraudes

O livro descrito nesta resenha poderia muito bem ser o enredo de um filme de Hollywood. Todos os elementos de um bom thriller estão contidos nele: suspense, ação, tensão e um final “feliz” (bem, não foi muito feliz para os clientes de Madoff). Em No One Would Listen, Harry Markopolos, administrador de recursos, conta como, por diversas vezes, tentou alertar as autoridades norte-americanas sobre o esquema de pirâmide administrado por Bernard Madoff, um respeitado filantropista e cofundador do mercado eletrônico Nasdaq.

Entre 2000 e 2008, as denúncias de Markopolos foram ignoradas cinco vezes pela Securities and Exchange Comission (SEC), órgão equivalente à nossa Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A inépcia e incompetência do regulador do mercado de capitais norte-americano em seguir as evidências apontadas por Markopolos e pelo grupo que ele liderava, autointitulado “os farejadores”, custaram aos investidores o estonteante valor de US$ 65 bilhões, parcialmente recuperados. Em 2009, Madoff se entregou às autoridades, sendo condenado a 150 anos de prisão por ter cometido o maior golpe financeiro da história.

O cofundador do mercado eletrônico Nasdaq tinha uma corretora e administrava recursos, investindo para seus clientes. Esses clientes eram captados por fundos de fundos (feeder funds) que recebiam de Madoff uma elevada participação na taxa de administração e parte da taxa de sucesso. Enquanto ele mantivesse sua promessa de retornos consistentes, sem muita volatilidade, todos estariam felizes e não fariam perguntas.

Markopolos teve acesso ao retorno mensal de alguns desses fundos e constatou que a performance era muito boa para ser verdade (em um determinado momento, o fundo de Madoff registrou apenas três meses de retorno negativo em um período de mais de 80 meses). Como um bom “nerd” que trabalhou por muito tempo com derivativos, Markopolos tentou replicar o retorno de Madoff, apenas para ter certeza que era impossível fazê-lo jogando limpo. Conclusão: ou Madoff se aproveitava de seu conhecimento do fluxo de dinheiro do mercado para comprar antes da alta e vender antes da baixa (ele era dono de uma das maiores corretoras de Wall Street), em uma prática conhecida como “front running”, ou ele estava pagando os retornos de seus clientes com o dinheiro novo que era continuamente alimentado pelos feeder funds. Isto é, um esquema de pirâmide clássico.

Em um determinado momento, Markopolos abandona sua carreira de administrador de fundos para dedicar-se apenas ao exercício de expor fraudes do mercado financeiro, mesmo sem ter a garantia de alguma compensação a partir dos recursos recuperados. Esse fato levou parte da mídia a criticar suas motivações para “dedurar” Madoff. No entanto, deve-se lembrar que as denúncias contra Madoff foram feitas muito antes.

O autor finaliza o livro com uma lista de mais de uma dezena de itens bastante pertinentes para melhorar a qualidade da SEC como xerife máximo do mercado. A falta de confiança no mercado alija os investidores e eleva o custo do capital para as empresas, com pesadas consequências para o crescimento econômico. Embora este Harry não use os mesmos métodos de Dirty Harry, personagem eternizado por Clint Eastwood, ambos trabalharam para livrar nossa sociedade dos pilantras.


Farejador de fraudes - 18 de Dezembro de 2012 - Revista Capital Aberto - Peter Jancso

29 janeiro 2012

Ponzi

Segundo a revista The Economist nos últimos dez anos foram identificados mais de 300 casos de esquemas Ponzi de grande porte, ou seja acima de US$ 1 milhão, nos Estados Unidos. O valor total de perdas está acima de 20 bilhões de dólares. O FBI está investigando mil casos de fraudes em investimento, o dobro do número de 2008.

Em momentos de crise os investidores tendem a tentar fazer dinheiro com esquemas de riscos mais elevados. A tentação aumenta e crise de confiança com o sistema financeiro tradicional também ajuda.

O gráfico mostra a evolução no número de esquemas Ponzi ao longo dos anos. Madoff refere-se ao mais conhecido esquema descoberto nos últimos anos.

11 junho 2011

Esquema Ponzi

Eric Lipkin, funcionário de Bernard Madoff, se declarou culpado de crimes como somar empregados falsos a folha de pagamento e de mentir para conseguir empréstimos. Lipkin fez um acordo com a justiça, no qual concordou em cooperar com as autoridades dos EUA na investigação das fraudes de Madoff.

Lipkin disse a um tribunal de Nova York que “trabalhou para enganar auditores”, enviando relatórios falsos para a câmara de compensação de compra e venda de valores mobiliários dos Estados Unidos.

“Eu sabia que esses documentos eram falsos, porque eles foram criados por mim”, disse ele. Lipkin foi a nona pessoa a ser acusada de envolvimento no esquema fraudulente que desviou bilhões de dólares.

Lipkin, cujo pai, Irwin foi uma das primeiras pessoas empregadas por Madoff, foi solto após pagar fiança de US$ 2,5 milhões. A acusação mais séria que pesa sobre ele prevê pena de até 30 anos de prisão.

Bernard Madoff está cumprindo sentença depois de admitir culpa em um caso de fraude financeira em março de 2009. O esquema de investimento fraudulento no modelo “pirâmide” funcionou por décadas e movimentou até US$ 65 bilhões.

Fonte: BBC

11 maio 2011

Madoff no Brasil

A decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que obriga o banco Itaú a indenizar um cliente que perdeu dinheiro ao aplicar em um fundo do fraudador americano Bernard Madoff pode estimular outros clientes brasileiros a seguir o mesmo caminho. A avaliação é de advogados que acompanham o assunto desde que a megafraude de mais de US$ 65 bilhões foi descoberta nos Estados Unidos, no fim de 2008.
Na segunda-feira passada, o TJ determinou que o Itaú pague R$ 176.813,14 ao correntista. "Um dos pontos mais importantes dessa decisão é o fato de que a Justiça brasileira reconhece que tem competência para analisar esse tipo de caso e que as leis do País se aplicam à questão", celebrou o advogado do cliente, Paulo José Iasz de Morais. Ele faz a ressalva de que a tese só vale para quem abriu a conta no Brasil e fez a aplicação aqui no País.
Em relação à sentença especificamente, Morais não ficou plenamente satisfeito e vai recorrer. O TJ entendeu que seu cliente, cujo nome é mantido sob sigilo, sabia dos riscos que corria. Portanto, determinou o reembolso de metade do valor aplicado - na ocasião, o equivalente a US$ 208 mil. O advogado quer o valor integral.(...)
Fonte: Estado de São Paulo.

É estranha esta decisão. Típica da justiça brasileira. Agora os investidores não terão mais riscos nas suas aplicações?

16 fevereiro 2011

Primeira entrevista de Madoff

Bernard L. Madoff concedeu a primeira entrevista ao New York Times (aqui, só para assinantes). Ele afirmou, segundo resumo do do próprio NYT que a família não sabia dos seus crimes.

O mais interessante é que Madoff afirmou que as instituições financeiras eram, de certa forma, cúmplices da sua fraude, uma mudança nas alegações anteriores.

Ao afirmar a cumplicidade de outros, o Sr. Madoff na entrevista apontou para a "cegueira deliberada" de muitos bancos e fundos de hedge que lidavam com o seu investimento de consultoria empresarial e sua incapacidade de analisar as discrepâncias entre os documentos oficiais e outras informações disponíveis para eles.

"Eles tinham que saber", disse Madoff. "Mas a atitude foi uma espécie de 'Se você está fazendo algo errado, não quero saber."

07 fevereiro 2011

Links

Photoshop da revista Rolling Stones (Kate Perry)

Gasto com educação gera retorno no PIB do Brasil

JP Morgan sabia que Madoff era picareta e não fez nada

Shell não quer pagar indenização por derramento de petróleo na Nigéria para não incentivar a prática da sabotagem

Os problemas contábeis das empresas chinesas

Um vídeo interessante sobre coincidência e correlação: as pessoas não conhecem probabilidade

27 novembro 2010

Quem é o vilão?

Bernie, um velhinho inofensivo de 71 anos, cumpre pena de 150 anos numa prisão da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Seu crime? Durante duas décadas, enganou investidores dentro e fora de seu país, pagando retornos irreais em seus fundos de investimentos, naquele que ficou conhecido como o maior esquema de pirâmide financeira do mundo.

O dinheiro de quem aplicava pagava os resgates de quem saía, até que um dia veio a crise de 2008 e o esquema afundou para sempre, deixando um buraco estimado em US$ 50 bilhões. Bernard Madoff, ex-presidente da bolsa eletrônica Nasdaq, entrou para a história como o maior vilão de Wall Street de todos os tempos.

Porém, na penitenciária federal – onde mais? – é tratado como herói pelos companheiros fora-da-lei. Afinal, quem é o gênio que consegue enganar todo mundo sozinho durante tanto tempo?

O problema está na premissa. Madoff não agiu sozinho, nem poderia. Seja na contabilidade fraudulenta dos fundos, seja na auditoria incompetente de sua empresa ou na fiscalização inepta das autoridades americanas, o fato é que ele teve ajuda (consciente ou não) de outros para fazer o que fez.

Ele pode ter sido o arquiteto e principal executor do esquema Ponzi, mas a culpa transcende as portas fechadas de seu antigo escritório. Há quem diga que os verdadeiros vilões foram os banqueiros de investimento que distribuíam os fundos de Madoff aos seus clientes, vendendo o peixe podre para as vítimas sem fazer perguntas incômodas ao pescador. Na semana passada, o banco suíço UBS foi acusado nos Estados Unidos de participar ativamente da megafraude.

O representante de algumas vítimas, Irving Picard, abriu um processo em Nova York no qual pede indenização de US$ 2 bilhões ao UBS, reunindo 23 acusações de fraude financeira e má administração.

Segundo Picard, o banco “emprestou uma aura de legitimidade” para a distribuição dos fundos do gestor picareta. “O esquema de Madoff não poderia ter sido realizado se o UBS não tivesse concordado em fazer vista grossa, além de fingir que estava verdadeiramente garantindo a existência de ativos e transações quando, na verdade, nunca garantiu”, disse David Sheehan, advogado de Picard.

O embate nos tribunais levanta uma velha questão do mundo financeiro global: até quando o direito à proteção individual do sigilo bancário – espécie de vaca sagrada na Suíça – vai encobertar ações criminosas coletivas?

As responsabilidades de todas as peças desse quebra-cabeça surreal devem ser apuradas e atribuídas, doa a quem doer. Como nos quadrinhos sombrios de Batman versus Coringa, não tem bonzinho nessa história.

Até mesmo os próprios investidores lesados têm sua parcela de culpa, pois se contentavam em receber rendimentos mensais estáveis mesmo em épocas de crise, quando os mercados estavam em baixa, sem questionar a consistência da gestão de Madoff.

Se o dinheiro é bom e não falha, que importa a origem dos ganhos? O próprio bandido despreza suas vítimas, descrevendo seus crimes como “tirar o dinheiro de pessoas ricas, gananciosas e que queriam mais”.

A lição é desconfiar sempre das grandes barbadas. Vale o ditado: se um negócio é bom demais para ser verdade, talvez seja isso mesmo. Melhor investigar a fundo e, na dúvida, pular fora.


Quem é o vilão? - do IstoÉ Dinheiro - Milton Gamez

25 novembro 2010

UBS e Madoff

O banco suíço UBS recebeu demanda de US$ 2 bilhões do liquidante judicial americano encarregado de recuperar o dinheiro das vítimas da fraude Madoff.

Isso ocorre no momento em que a mesma instituição enfrenta na Europa ações de outros investidores arruinados.

Bernard "Madoff não agiu sozinho para cometer a maior fraude financeira da história", afirma o liquidante Irving Picard na demanda apresentada nesta quarta-feira, deduzindo que o UBS e outros fundos e personalidades acusadas "emprestaram seu prestígio e nomes para legitimar" atos executados pelo financista.

O UBS defendeu-se, afirmando que as acusações são falsas, e que "não era responsável" pela ruína de investidores que confiaram com conhecimento de causa seus bens a Bernard Madoff, condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos por adulteração avaliada em US$ 50 bilhões.

O documento de 107 páginas apresenta 23 acusações de fraude, principalmente contra a UBS e fundos associados, assim como contra dirigentes da sociedade AIA, fundada por Patrick Littaye e Thierry de La Villehuchet.

A AIA administrava cerca de € 2 bilhões em ativos em conta de clientes europeus, dos quais € 1,5 bilhão foi confiado a Madoff.

Em Paris, o UBS enfrentará um processo na primavera por ter enganado 80 investidores - que reclamam € 100.000 cada um - por perder dinheiro colocado no fundo luxemburguês LuxAlpha, do qual o banco era depositário.

Em Luxemburgo foi aberta investigação em junho passado contra o UBS Luxemburgo por seu papel no LuxAlpha e no outro fundo, LuxInvest, que perdeu US$ 1,9 bilhão na fraude Madoff.

Trata-se de um novo golpe para o UBS, que na semana passada pôde encerrar um prolongado conflio com o governo dos Estados Unidos ao transmitir a Washington cerca de 4.000 expedientes de presumíveis sonegadores americanos com contas no banco.


Banco suíço UBS é acusado no caso Madoff - Brasil Econômico - Por AFP - 24/11/10

19 novembro 2010

Madoff

Duas ex-funcionárias que ajudaram o financista Bernard Madoff a preparar a maior fraude da história de Wall Street foram acusadas em Nova York, anunciou nesta quinta-feira a promotoria.

Anette Bongiorno, de 62 anos e funcionária de Madoff durante 40 anos, e Joan Crupi, de 49 e que trabalhou 25 anos para o fraudador, foram detidas na Flórida e em Nova Jersey, respectivamente, informou a promotoria do distrito sul de Nova York.
Madoff, de 72 anos, cumpre desde o ano passado uma pena de 150 anos de prisão pela fraude estimada em cerca de 65 bilhões de dólares, através do "esquema Ponzi".

Segundo a promotoria, Bongiorno e Crupi foram cúmplices, ajudando Madoff durante anos a construir esse sistema fraudulento e beneficiando-se do mesmo. Podem pegar, respectivamente, até 75 e 65 anos de prisão.

"Como todos sabem, Bernard Madoff realizou a maior fraude financeira da história, mas como demonstramos hoje mais uma vez, outros o ajudaram em seu crime épico", comentou Preet Bharara, procurador-chefe do distrito sul.

Segundo Bharara, "um castelo de cartas quase nunca é obra de apenas um arquiteto" e as duas funcionárias "ano após ano protegeram e perpetuaram a fraude de Madoff, enquanto elas mesmas embolsaram dinheiro".

Outros seis colaboradores de Madoff já haviam sido acusados por fraude: seu braço direito, dois executivos, dois especialistas em informática e um contador
.


Funcionárias que ajudaram Madoff em fraude são detidas - Por AFP