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29 dezembro 2019

Fracasso da Libra

O projeto de criação da moeda digital libra, do Facebook, falhou em sua forma atual e precisa ser reformulado para ser aprovado, disse o ministro das Finanças da Suíça, onde a criptomoeda está buscando aprovação.

“Eu não acho [que a libra tem uma chance em sua forma atual], porque os bancos centrais não aceitarão a cesta de moedas”, disse o ministro Ueli Maurer à emissora SRF. “O projeto, desta forma, fracassou”, acrescentou.

A Associação Libra não respondeu imediatamente a um pedido de comentários.

VEJA TAMBÉM: BR Distribuidora acerta venda de fatia de 49% na CDGN Logística

Os planos para a moeda digital liderada pelo Facebook, a ser emitida e administrada pela Associação Libra, com sede em Genebra, levantaram preocupações entre reguladores e políticos ao redor do mundo, que vão desde a privacidade até o potencial de influenciar a política monetária e mudar o cenário financeiro global.

Representantes do projeto, incluindo o co-criador David Marcus, do Facebook, disseram que os obstáculos regulatórios podem adiar o lançamento para além da data planejada em junho do próximo ano.

A proposta da libra prevê que a criptomoeda deve ser apoiada por uma reserva de ativos, como depósitos bancários e dívidas governamentais mantidas por uma rede de depositários. Essa estrutura visa promover a confiança e evitar as oscilações de preço que afetam outras criptomoedas como o bitcoin.


Fonte: Aqui

15 novembro 2019

Adeus Libra?

A moeda digital Libra começou a ser criada em 2017. Em maio de 2019 tivemos a confirmação de que o Facebook planejava lançar um moeda digital. O anúncio ocorreu em junho, com previsão de lançamento em 2020.

O entusiasmo inicial recebeu uma ducha de água fria dos reguladores. Já em julho, o Facebook reconhecia que precisava da aprovação legal. Em setembro, o próprio Zuckerberg, fundador e executivo do Facebook, indicava que esperaria a aprovação dos reguladores dos Estados Unidos. E dias depois começou a debandada das empresas que apoiavam, inicialmente, o projeto. Inicialmente, o PayPal; depois, eBay, Mastercard, Stripe, Visa e Mercado Pago.

O Financial Times afirmou

Vários deles [parceiros] também disseram que, apesar de suas ambições de promover a libra como esforço conjunto, o projeto tinha sido ligado muito fortemente ao Facebook, numa época em que a empresa está às voltas com vários escândalos de violação de privacidade e com uma enxurrada de investigações antitruste nos EUA e na Europa. (...)

A participação inicial desses membros revestiu o projeto de credibilidade pública e de viabilidade regulatória. Sem eles, o âmbito das ambições da libra talvez teria de ser corrigido. 

O título do texto do FT diz muito: Facebook subestimou peso da regulação em moeda digital. E estas incertezas regulatórias afastam os parceiros

O futuro do projeto dependerá agora em grande medida da possibilidade de ele obter as necessárias aprovações regulatórias, o que poderá envolver a implementação no formato do projeto. 

Mesmo a meta inicial de lançamento em 2020 já é questionável. Há resistências claras dos reguladores, seja por conta dos efeitos sobre a estabilidade financeira, ou em razão da privacidade dos dados. Denúncias recentes de violação de dados pessoais e disseminação de desinformação na rede social realmente não ajuda muito. Além disto, há muitas dúvidas sobre o projeto (Rudegeair, Peter; Tracy, Ryan. Facebook mantém plano de criar moeda, Valor Econômico, 24 de outubro de 2019, C3).

dúvidas como a nova moeda lidaria com questões sensíveis, como lavagem de dinheiro. O ministro das finanças da França chegou a dizer que o país não permitirá o desenvolvimento da moeda na Europa. A Bloomberg tentou executar o código da moeda e os recursos que a nova moeda teria não existem ainda. ]

Diante deste cenário, há três dias o Facebook anunciou o lançamento do Facebook Pay. Este serviço facilitaria as transações entre usuários em uma situação de compra na rede. Mas a empresa parece que não desistiu da Libra:

No post, o Facebook também foi bem claro ao dizer que essa nova plataforma não têm nada a ver com a libra, sua futura criptomoeda, ou com a Calibra wallet, a carteira virtual que a apoiará. Esses serviços terão sua própria rede separadamente.

Mas o fato disto ocorrer duas semanas depois que os “sócios” da Libra terem abandonado a empresa não parece ser coincidência. É um sistema mais “tradicional”. Será realmente o enterro da moeda digital Libra?

26 agosto 2019

A Libra do Facebook será um desastre para a sociedade

Em junho, o Facebook detalhou seus planos para lançar uma criptomoeda (leia mais: aqui). Ela será lastreada em uma cesta de moedas tradicionais, e a rede social promete um funcionamento simples. Será possível, por exemplo, enviar e receber dinheiro via WhatsApp. A empresa de Mark Zuckerberg não é a única por trás do projeto. A Libra Association, uma organização sem fins lucrativos com base em Genebra responsável pela moeda virtual, conta com a participação de empresas como Uber, Visa, PayPal e MercadoLibre, que investiram US$ 10 milhões cada uma para fazer parte do grupo. [...]

Estudiosa e defensora das criptomoedas, Anne Connelly tem uma opinião forte sobre o lançamento. Diz que, apesar dos “grandes” benefícios, será um desastre para nossa sociedade nas próximas décadas. Professora da Singularity University, ela critica o caráter centralizado da moeda virtual do Facebook. Segundo ela, a criptomoeda vai contra a ideia de descentralização trazida pelo blockchain. [...]

Qual você acha que será o impacto da criptomoeda do Facebook, a Libra?
Ela tem o potencial de ser muito boa e muito muito ruim para o mundo. Do lado positivo, há muitas pessoas no globo que não têm acesso a serviços financeiros. Para grande parte delas, a principal forma de acessar a internet é o Facebook. A Libra será absolutamente transformadora para elas.

E qual o lado negativo?
O problema é que, como resultado disso, essas pessoas estarão vulneráveis a muitas das táticas que o Facebook costuma usar. Na história da empresa, há casos como o da Cambridge Analytica, de venda de dados de usuários e de uso da rede para manipulação em eleições nos Estados Unidos e em outros países africanos. Essa não é uma companhia ética e honrada. Quando você pensa no aumento do poder do Facebook, que passará a ter acesso a dados financeiros, a situação pode ficar bem distópica. É assustador que um homem rico de um país ocidental rico tenha controle sobre o sistema financeiro mundial. Há alternativas no setor de criptomoedas para isso, como o bitcoin e outras moedas estáveis [lastreadas em moedas tradicionais]. Portanto, não acho que devamos ver a Libra como uma boa opção.

É muito poder para o Facebook e as empresas envolvidas na Libra Association?
Sim, eles dizem que são descentralizados, mas não são. Em outras criptomoedas, qualquer desenvolvedor pode ter acesso a todo o código. No caso da Libra, esses parceiros são escolhidos a dedo e tiveram de pagar US$ 10 milhões para participar da associação.

A Libra tem enfrentado algumas questões regulatórias antes mesmo de ser lançada. Você acha que o projeto vai ser realmente implementado?
Como é uma grande empresa centralizada, eles podem enfrentar esses desafios regulatórios. Não é o caso de uma moeda descentralizada, como o bitcoin. Acho bom os reguladores estarem assustados. Eles perceberam que se não for o Facebook será a Amazon ou o Walmart ou qualquer outra grande empresa. Os governos precisam começar a pensar em como será um mundo em que as moedas tradicionais podem não ser a escolha princial das pessoas. Mas é difícil aplicar regulações geográficas a um produto que é essencialmente digital. Acho que o Facebook irá tentar entrar com a Libra primeiro em países onde a regulação não é tão rígida, para usá-los como exemplo para pressionar os demais. E, sim, eu acho que a Libra será lançada. Do ponto de vista de sustentabilidade de longo prazo e soberania do indivíduo, será um desastre. Estaremos tirando o controle do sistema financeiro mundial da mão dos governos e passando para uma corporação.

Como a sociedade poderia evitar isso?
Algumas das pessoas mais inteligentes do mundo estão hoje trabalhando em produtos descentralizados. Isso me deixa otimista quanto ao futuro. Se não houvesse nenhuma moeda descentralizada no mundo, eu teria medo. Mas o que o Facebook está fazendo irá levar muita gente para o bitcoin, que oferece uma plataforma melhor. Só de ter as pessoas imaginando um mundo em que haja mais opções de meios de pagamento é uma coisa boa.

Já estamos falando do blockchain há alguns anos. Qual o estágio de adoção dessa tecnologia?
Um pouco do hype se dissipou. Depois de vários ICOs, o setor agora parece estar mais focado em construir as aplicações de que temos falado e com as quais temos sonhado há anos. Há uma adoção mais difundida dessa tecnologia em todo o mundo. As pessoas estão começando a ver o potencial dela, e vários governos e empresas estão cogitando o blockchain para melhorar suas operações. Estamos em um dos períodos mais animadores da tecnologia, onde conceitos e ideias começam a se tornar realidade.

Como as empresas podem aplicar o blockchain?
Primeiro, é preciso ter funcionários que entendam a tecnologia e participem da criptoeconomia. Depois, a empresa deve olhar para si mesma e entender quais são os intermediários que hoje não criam valor para ela. Nessas situações, é viável usar o blockchain. Há bons exemplos atualmente, especialmente em cadeias de fornecimento e na indústria de alimentos, onde informações de procedência são importantes para a saúde e segurança dos consumidores. Outros casos incluem a verificação da veracidade de objetos valiosos.

Há outros setores que podem ser beneficiados pelo blockchain?
Os setores que serão afetados pelo blockchain são os mesmos que foram afetados pela internet: ou seja, todos. A questão é entender quais têm mais potencial de adoção rapidamente, como o de alimentos e o financeiro, e quais irão adotar a tecnologia mais para frente. Há um grande potencial para o blockchain nos governos, por exemplo.

Fonte: Aqui

27 junho 2019

Nova moeda do Facebook e cúpula do G-20

Segundo o Valor, além das tensões comerciais, a notícia da pretensão do Facebook de criar uma nova moeda também está esquentando os debates na cúpula do G20, que começou hoje (27/06) no Japão.

Os representantes dos países europeus têm se mostrado preocupados com as implicações de um gigante da internet entrando na área financeira, turbinado pelos milhões de dados de seus utilizadores. Por outro lado. os EUA e o Reino Unido pretendem acompanhar de perto a questão para tratar possíveis riscos, mas sem introduzir regulações que gerem barreiras a inovações no setor financeiro.

A mensagem do G-20, conforme fontes, será a de que está monitorando os desenvolvimentos dessa tendência e pede para o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) tratar do tema e suas implicações. Para o G-20, inovações tecnológicas podem trazer benefícios significativos para o sistema financeiro e para a economia em geral. Mas, mesmo que os ''cripto-ativos'' não representem hoje uma ameaça à estabilidade financeira global, o grupo dirá que está atento aos riscos. Conforme o Banco da Inglaterra (o BC inglês), existem milhares de diferentes tipos de''cripto-ativos'' ou criptomoedas como Bitcoin, Ripple, Litecoin e Ethereum. Cripto significa "oculto" ou "secreto", refletindo a tecnologia segura usada para registrar quem possui o quê e para fazer pagamentos entre seus utilizadores. [...] O Banco Internacional de Compensações (BIS), espécie de banco dos bancos centrais, antecipou um capítulo de seu relatório anual, para sublinhar a importância da entrada de gigantes da tecnologia (big tech) como Facebook, Alibaba, Amazon, Google e Tencent nos serviços financeiros. Para o BIS, isso pode rapidamente estabelecer uma posição dominante nas finanças globais e afetar a concorrência. Existe um claro mal-estar entre reguladores, por questões que vão bem além de riscos financeiros clássicos. Por exemplo, a estabilidade financeira e proteção dos consumidores, como questões novas sobre o acesso dos gigantes da Internet a dados de suas plataformas existentes. Na declaração do G-20, os líderes das maiores economias desenvolvidas e emergentes deverão reafirmar também compromisso com a aplicação dos Padrões Gafi (Grupo de Ação Financeira Internacional) aos ativos virtuais e serviços relacionados para combate à lavagem de dinheiro e combate ao financiamento do terrorismo. Vão apoiar o trabalho do FSB sobre possíveis implicações das tecnologias financeiras descentralizadas e como melhorar o diálogo com um grupo mais amplo de partes interessadas. O grupo vai se comprometer a intensificar esforços para melhorar a resiliência cibernética.

26 junho 2019

Facebook tem planos de criar uma nova moeda

Fonte da imagem: aqui
O Facebook anunciou um plano de lançar em 2020 uma nova moeda digital global, a Libra. Ela terá lastro em uma cesta de moedas com baixa volatilidade, como euro, dólar e iene. A Libra Association é formada por empresas privadas como Paypal, Uber e Mastercard, que serão responsáveis pela moeda.

Segundo o Financial Times (FT), caso fosse apenas modestamente bem-sucedida, a nova moeda já entregaria boa parte do controle da política monetária dos bancos centrais a essas empresas privadas.

Ainda conforme o FT:

A ideia marca um ataque "muito atrasado" da Big Tech sobre a indústria de pagamentos, diz David Yermack, professor de finanças da Stern School of Business da Universidade de Nova York. A Apple criou um papel limitado para o seu próprio sistema de pagamentos no iPhone: em contrapartida, o plano do Facebook é um ataque frontal.

O próprio Facebook criaria um "aplicativo matador" para tirar proveito desse dinheiro digital: um sistema de pagamento embutido em seus serviços de mensagens, para que os usuários possam enviar dinheiro a amigos ou fazer compras com facilidade e baixo custo. Com 2,4 bilhões de usuários, a empresa de redes sociais poderia, sozinha, impulsionar as criptomoedas para uma tendência atual, de acordo com seus apoiadores, cumprindo as esperanças provocadas pela bitcoin há uma década.

“A ameaça aos bancos existentes é severa”, diz Yermack. Empresas como Facebook, Google e Amazon têm duas vantagens significativas sobre os bancos, acrescenta: elas podem processar transações a um custo muito menor, e elas provaram ser mestres na criação de novos serviços digitais, atraindo bilhões de pessoas para suas plataformas.

Mas as barreiras à entrada também são altas e a resistência já é extensa. Políticos, ativistas da privacidade e banqueiros têm estado entre os que fazem fila para questionar a proposta desde quando ela foi revelada.

O fato de o Facebook e seus parceiros planejarem seguir em frente de qualquer maneira é uma prova do quanto está em jogo.

Algumas das preocupações: terrorismo, lavagem de dinheiro e privacidade.