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30 março 2016

Resenha: House of Cards

House of Cards é um drama político vencedor do Golden Globe. A série foi baseada na homônima minissérie da BBC que, por sua vez, foi inspirada pelo livro do político britânico Michael Dobbs.

Um trecho do livro (que, salvo engano, foi utilizada como fala na série) dá o exato tom de House of Cards:

“Política requer sacrifícios. Sacrifícios dos outros, óbvio. Qualquer coisa que um homem atinja ao se sacrificar pelo seu país pode ser alcançada permitindo que outros se sacrifiquem antes. Oportunidade, como diz a minha esposa, é tudo.”

Agendas a serem resolvidas, pessoas a serem eliminadas, políticos a serem criados ou descarrilados, repórteres para esmagar... Essa é parte da trama de House of Cards que foi a primeira série original da Netflix e eles estrearam com estilo, objetivando criar e solidificar a marca. Investiram em um roteiro bem construído, atores de primeira linha, produtores e diretores aclamados pelo público, visando criar uma programação digna de prêmios. Atualmente, é comum ouvir que a Netflix eclipsou o cinema.

O presidente Barack Obama já publicou no Twitter que acompanha a série e pede, por favor, que não compartilhem spoilers.
Resumindo, sem spoilers: quando não recebe o cargo de Secretário de Estado, como previamente prometido pelo presidente dos Estados Unidos, o representante da “Minority Whip Rep”, Frank Underwood, se dedica a um esquema de proporções maquiavélicas contra o presidente. Claire é a esposa que aparenta ser um anjo, mas é o par perfeito para Frank. Doug é o seu braço direito que se esforça até demais para ajudar a por em prática as ideias do chefe. Zoe Barnes é a jornalista extremamente sedenta pelo seu espaço e, com isso, se alia a Frank e divulga notícias exclusivas, mas com o toque exato que ele quer, o tom manipulativo que fará com que seus planos funcionem. Frank é o principal, mas há uma engrenagem de pessoas e profissionais que trabalham em sincronia para que as coisas caminhem a favor de Frank Underwood.

Importante salientar que, para que haja empatia do público com Frank, há a chamada “quebra da quarta parede”. Essa é a mesma técnica utilizada em “Curtindo a Vida Adoidado”, quando o personagem fala diretamente com o público como se ninguém fosse perceber e fosse perfeitamente normal. Estilo "somos amigões então deixa eu te contar...". Então no meio de um esquema, Frank olha para você e diz: “Esta vendo? É assim que o ser humano funciona”.

Quebra da quarta parede
A série vem sido bastante comentada pela quarta temporada ter sido disponibilizada recentemente, no início de março (a quinta só virá em 2017) e pela semelhança com a política brasileira. Frente aos escândalos políticos recentes, os atores inclusive foram abordados para discutir a política brasileira (como “grandes conhecedores” do assunto). A Netfliz produz um ótimo conteúdo e merece todos os elogios, mas certamente a série fez ainda mais sucesso após as comparações com o Brasil.

Eu sou Isabel Sales, viciada anônima em séries. E quando a Netflix lança programas (Fuller House sendo uma exceção merecida) eu espero o acúmulo de algumas temporadas para começar a assistir... então só comecei a assistir House of Cards recentemente. Talvez pelo clima político eu não tenha gostado tanto. Não achei uma série ruim. Os atores são excelentes e o roteiro também (assim como direção, produção e etc). Mas não me animou... Inclusive eu fiquei tão pra baixo que voltei a assistir Full House (a original, com início nos anos 1980) por ser basicamente família e abraços. Um antídoto para a corrupção e mentiras em excesso! Mas eu sou assim mesmo... Eu demorei a “aceitar” Mad Men" e quando voltei a assistir, anos depois, e o fiz do início ao fim, achei uma série fantástica.

Vale a pena? Acho que sim. Mas depende do seu humor... Há violência,sexo e drogas então não é exatamente uma série para se assistir com a família. Pode ser ofensiva a algumas pessoas mais sensíveis. Enfim... fala sobre corrupção, manipulação midiática... e como os americanos dizem: “hits too close to home”.

Outras séries sobre política e Washington: The West Wing (é a mais parecida com House of Cards e é menos forte), Veep (uma comédia indicada a vários prêmios), Scandal (drama criado pela Shonda Rhimes, responsável por How To Get Away With Murder e Grey’s Anatomy), parte de The Good Wife (a série se divide entre direito e política) e 1600 Penn (não conheço, fico devendo).

Disclosure: Infelizmente não temos qualquer associação com a Netflix e a resenha não é patrocinada. Pago a mensalidade, como uma boa viciada cidadã.