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24 outubro 2023

KPMG Inglesa e Carillion - 2

A KPMG foi multada em um total combinado de £30 milhões após a conclusão da investigação do Financial Reporting Council (FRC) sobre a auditoria da Carillion plc. No entanto, a multa foi reduzida em 30% para refletir a cooperação e as admissões da KPMG.

A KPMG LLP foi multada em £18.550.000 (reduzida de £26.500.000) pela auditoria da Carillion nos anos financeiros encerrados em 31 de dezembro de 2014, 2015 e 2016, e pelo trabalho adicional de auditoria em 2017, além de mais £2.450.000 (reduzida de £3.500.000) pela auditoria de certas transações no ano financeiro encerrado em 31 de dezembro de 2013.

A empresa Big Four também recebeu uma severa repreensão. Além das sanções financeiras para a KPMG, Peter Meehan, ex-sócio da KPMG LLP e sócio de auditoria, foi multado em £350.000, novamente reduzida em 30%, e foi excluído do Instituto de Contadores Registrados da Inglaterra e País de Gales (ICAEW) por 10 anos. Enquanto isso, o ex-sócio de auditoria Darren Turner foi multado em £70.000 por seu trabalho na auditoria de 2013.

Essa multa por violações de auditoria ocorre após a KPMG já ter recebido uma multa de £14,4 milhões do FRC em maio de 2022 por falsificação de documentos e fornecimento de informações enganosas aos inspetores de auditoria.

Em fevereiro de 2023, a KPMG teve que desembolsar novamente para resolver uma ação de credor de £1,3 bilhão.

Quando a Carillion entrou em liquidação em janeiro de 2018, a empresa de construção tinha apenas £29 milhões em caixa e passivos de quase £7 bilhões, e a falência levou à perda de milhares de empregos e atrasos significativos em projetos como a construção de hospitais.

Descobertas condenatórias

Jon Holt, CEO e sócio sênior da KPMG, chamou as descobertas de "condenatórias" e disse que estava "muito triste que essas falhas tenham ocorrido em nossa empresa".

"Está claro para mim que nosso trabalho de auditoria na Carillion foi muito ruim, ao longo de um período prolongado. Em muitas áreas, alguns de nossos ex-sócios e funcionários simplesmente não fizeram o trabalho corretamente. Colegas juniores foram gravemente prejudicados por aqueles que deveriam ter dado a eles um exemplo claro, e estou chateado e irritado que isso tenha acontecido em nossa empresa."

Holt disse que a empresa fez "um enorme esforço" para melhorar os controles e a supervisão em toda a empresa para garantir que as falhas não se repitam.

"Como auditor, eu simplesmente não posso defender o trabalho que fizemos na Carillion. Como CEO da KPMG, estou determinado a enfrentar essa falha, e estou absolutamente comprometido em continuar trabalhando com meus colegas em toda a empresa para garantir que nada semelhante possa acontecer novamente."

Investigação do FRC

A investigação do regulador de contabilidade constatou que a KPMG não aplicou auditorias "rigorosas, abrangentes e confiáveis" nos três anos que antecederam a falência da grande empresa pública.

Em particular, o FRC culpou o trabalho da KPMG e de Meehan em 2016, quando as contas da Carillion foram aprovadas como uma empresa em funcionamento contínuo, apesar de indicadores de que as operações estavam gerando prejuízos e dependiam de medidas de curto prazo e insustentáveis para manter seu fluxo de caixa.

O FRC constatou que a KPMG não reuniu evidências suficientes e deixou de submeter o julgamento da administração da Carillion a um exame eficaz.

O regulador também criticou a relação próxima entre a KPMG e a Carillion, o que criou um risco para sua objetividade. Isso se manifestou em várias situações em que Meehan e outros membros da equipe de auditoria aceitaram informações financeiras da administração da Carillion sem uma análise robusta.

Além disso, o FRC concluiu que em 2016 a KPMG não assegurou que o engajamento de auditoria fosse devidamente gerenciado e supervisionado, incluindo a não conclusão dos procedimentos de auditoria até mais de seis semanas após a data do relatório de auditoria. Além disso, não houve procedimentos de auditoria que sustentassem o relatório de auditoria de 2016 para garantir que tivesse sido concluído, documentado e revisado de maneira satisfatória antes de ser emitido.


As violações se relacionaram ao trabalho de auditoria da KPMG em oito dos contratos mais significativos da Carillion no Reino Unido, e graves violações de auditoria foram encontradas em cada um deles.

A segunda sanção se relacionou à falha da KPMG em abordar a auditoria de transações em 2013, o que resultou em um aumento de £41 milhões nos lucros relatados nas demonstrações financeiras de 2013, sem um grau adequado de ceticismo profissional.

Elizabeth Barrett, a conselheira executiva, concluiu que o número e a gravidade das deficiências nas auditorias da Carillion foram "excepcionais e minaram a credibilidade e a confiança pública na auditoria".

"Muitas das violações envolvem a falta de adesão aos conceitos de auditoria mais básicos e fundamentais, como atuar com ceticismo profissional e obter evidências de auditoria suficientes e apropriadas. As violações em relação à auditoria de 2016 incluem até mesmo a falta de garantir que o próprio processo de auditoria fosse devidamente gerenciado e que o arquivo de auditoria fosse um registro confiável. Esses requisitos estão no cerne da auditoria adequada."

Fonte: aqui. Traduzido pelo ChatGPT

10 outubro 2023

Jamais admitir que errou

Encontrei um trecho de um artigo de três autores que estudaram a perda de confiança da auditoria durante a crise de 2008. Na  análise de Mueller, Carter e Whittle, no artigo "Can audit (still) be trusted?"  


No caso de sistemas especializados, argumentamos que os 'violadores' de confiança precisam encontrar um equilíbrio entre mostrar humildade e / ou arrependimento, acompanhados talvez por promessas de confiabilidade futura, sem admitir diretamente falhas, responsabilidades e culpas. Se os auditores admitissem falhas na descoberta de fraudes ou riscos (competência) ou falhas em denunciá-los a investidores ou reguladores por medo de prejudicar o relacionamento com o cliente (integridade), todo o sistema de especialistas em auditoria estaria em risco de uma quebra mais grave na confiança. 

O artigo foi publicado em 2015 e logo após o desastre da Carillion volta a colocar o assunto de auditoria em questão. 

Foto: Sarah Kilian

03 outubro 2022

FRC, Carillion e KPMG

Aqui é possível obter um documento com mais de 100 páginas sobre a atuação da KPMG durante a auditoria na Carillion. A acusação pesada aparece logo no início do documento:

Each of the Second to Sixth Respondents, on one or more occasions during those inspections, was involved in the creation of false and/or misleading documents, either with the intention that the FRC would be misled into accepting those documents as genuine, or alternatively, being reckless as to whether the FRC would be so misled. 

Achei curioso que no final o documento afirma:

we have considerable sympathy for Mr Paw. We gave reasons for that sympathy. He was a young man, able but not yet qualified, recruited and instructed by more senior accountants who should not have committed Misconduct, and should not have involved him in it. He was led to commit his Misconduct by his desire to assist his seniors. 

Accountancy Daily chama a atenção para o fato da KPMG ter criado "atas" de reuniões fictícias. 

A empresa Carillion apresentou dificuldades, sem que sua auditoria manifestasse nenhuma preocupação com a continuidade. 

12 junho 2022

Ainda a novela Carillion

Fundada em 1999 e com um crescimento substancial nos anos seguintes, graças as aquisições realizadas, a Carrillion foi liquidada em 2018. A empresa talvez detenha o título de maior liquidação comercial do Reino Unido. Na época da queda era a segunda maior empresa de construção local, com presença na bolsa de valores, mais de 40 mil funcionários e vários contratos com o governo.

Os sinais que a empresa tinha problemas sérios começaram a surgir em 2015, quando o passivo da empresa estava um pouco acima de 2 bilhões de libras esterlinas, conforme registrado no balanço. A realidade, em 2018, mostrava um passivo de 7 bilhões.

Um dos motivos para o fracasso da empresa, cujo nome foi inspirado no instrumento musical, foi aceitar projetos que não eram lucrativos, onde o valor obtido era inferior ao custo da mão de obra. Mas não faltou o uso de instrumentos questionáveis, com o factoring reverso.

E para uma empresa que cresceu usando aquisições, algumas delas eram questionáveis e a expectativa de resultado não foi obtida. E neste ambiente a contabilidade da empresa prestou o serviço de divulgar um quadro incompleto do que estava ocorrendo na Carillion. Uma das aquisições, da Eaga, teve um ágio de 329 milhões de libras; mesmo diante das evidências que o ágio era irreal, os gestores da empresa, com apoio da auditoria, mantiveram o ativo, não reconhecendo a despesa de impairment. Afinal, se o reconhecimento da decisão ruim de adquirir a Eaga aparecesse, parte da remuneração dos gestores estaria comprometida.

No caso da Carillion é possível ver claramente que os profissionais contábeis da empresa não apresentaram uma conduta adequada. Mas há questionamentos também para os auditores. Após o fracasso da empresa, um deputado chegou a dizer para Peter Meehan (foto), da KPMG e responsável pela auditoria: "Eu não contrataria você para fazer uma auditoria do conteúdo da minha geladeira".

O trabalho da Big Four foi tão ruim que a empresa deve receber uma das maiores multas de todos os tempos da entidade responsável pela fiscalização da auditoria no Reino Unido. A multa deveria ser de 20 milhões de libras. Em reais, 122 milhões no câmbio de hoje. Mas a KPMG deve levar uma multa de 14,4 milhões, um valor menor devido à cooperação e admissão de culpa. O valor da multa, que corresponde a 10 vezes o valor obtido pela auditoria de 2016, mas menos de 1% da receita da empresa.

Os auditores já foram condenados por má conduta na criação de documentos falsos. O contador da KPMG, o mesmo Peter Meehan que não deve sequer auditar uma geladeira, deve ser multado em 400 mil libras ou 2,5 milhões de reais, além de uma proibição de não trabalhar na área por um período de 15 anos. Mas está lutando para reduzir a multa para 250 mil e somente 10 anos de suspensão. Outros profissionais da equipe também devem pagar multa.

Mas é importante notar que os problemas da KPMG podem extrapolar a penalidade do regulador. Há uma ação judicial de terceirizados contra a auditoria no valor de 1,3 bilhão; a empresa pode ser processada pelo governo no valor dos dividendos e remuneração pagos pela Carillion.

Fonte: informações da internet e Accounting web

22 fevereiro 2022

Auditoria e interesses


Francine McKenna tem uma visão crítica das empresas de auditoria. Recentemente ela expressou esta visão comentando que estas empresas deveriam focar na auditoria e seu interesse em questões "modernas" é para otimizar o valor recebido:

That includes employing slick language about “trust” to suggest their interest in quote-unquote “auditing” ESG disclosures, non-GAAP numbers, cybersecurity, or even stablecoin reserves is about enhancing statutory financial audits.

It is not. It's a play to sell more consulting services.

Audit firms claim they can wall off conflicts when providing tax, consulting and other advisory services — whether to audit clients or non-audit clients. But they are pulling your leg. Instead, the consulting push repeatedly compromises the independence and integrity of their audits, destroys professional skepticism, and poisons the professionalism of their entire firms.

A seguir ela escreve sobre a Theranos, Autonomy e Carillion. O texto abaixo:

Theranos

When you're pre-IPO for 15 years and don't have an approved, commercial product, you're in the business of raising money from investors.

What is the auditors' duty in this case?

To protect investors, and the public markets from the company!

I wrote in March of 2018 that ultra-wealthy investors in private company Theranos had abandoned basic due diligence and never requested audited financial statements before handing over hundreds of millions. If the investors who gave Elizabeth Holmes money 2008 had asked for audited financial statements — and we confirmed during Holmes’ recent trial that they had not — those investors would have been disappointed. There were reportedly, none to be had except in its earliest years. EY did give opinions on Theranos’ 2006, 2007 and 2008 financial statements. But then, for some reason, Holmes dumped EY and hired KPMG.

And we also found out during Holmes’ trial that KPMG planned to audit Theranos’ 2009 and 2010 financials and produce one report to cover the two years. However, KPMG disagreed with Holmes about the valuation of stock options and believed Theranos was understating its stock option compensation expense. So KPMG changed its mind about being an auditor and, instead, hung around until 2015 to help lend “credibility” to financial information that was provided to Theranos investors.

That makes two global audit firms hired to provide audit services to Theranos that gave no warning to investors or regulators of the lengths Holmes was going to grow Theranos and misrepresent its success to investors and the media.

Finally, a third firm, PwC, had no interest in providing audit services but was very interested in lucrative advisory work for the law firm defending Theranos against regulatory investigations from September 2016 to the spring of 2019. Theranos had no permanent CFO or external auditor but PwC was comfortable putting up to 40 PwC employees on site to spend more than 10,000 hours to collect text and email messages between Holmes and "Sunny" Balwani, the Theranos COO and Holmes's former boyfriend. PwC was also paid to wind down the company’s operations starting in late 2018.

HP-Autonomy

There was a really great article by the Economist’s Lane Green nearly 10 years ago called Shape shifters.

Green noted the phenomenal growth of Deloitte’s consulting and financial advisory business that year and wondered if Deloitte was “shape-shifting” into a firm with a business model that’s inconsistent with its government-sponsored mandates all over the world to do audits, mandates that create a virtual cash machine for auditors because they limit competition in exchange for focus and devotion to delivering public company audits that protect investors and markets.

Green asked Deloitte global CEO Barry Salzberg, “Do people perceive Deloitte as a consulting firm with an audit business rather than the other way round?”

Salzberg told Green: “We’re not going to take our eye off our professional responsibility with respect to either.”

Hardware firm HP announced it had acquired enterprise software firm Autonomy on October 3, 2011. HP had hired KPMG as a consultant to review Deloitte’s audits of Autonomy’s as part of its acquisition due diligence effort.

EY, HP’s external auditor, signed off on its audit opinion of HP’s full year results as of October 31, 2011 a couple of months later, on December 14.

But by early 2012 a whistleblower, a former Autonomy executive, had warned HP of the possibility it had overpaid for a fraud. HP began an investigation of the allegations in April 2012 and chose another Big 4 firm, PwC, as its independent forensic consultant to investigate the whistleblower’s claims.

HP had put PwC in a difficult spot. PwC Global Chairman Dennis Nally had told the Financial Times just the year before, in June 2011, that he did not believe it was the auditors' job to find fraud. How could PwC say that Deloitte, or KPMG, should have caught the Autonomy fraud if that’s what it found?

If I took a poll of the average investor or public company executive and asked them which Big 4 firm audited the major banks or firms accused of securities fraud in recent years — GE, Colonial Bank, Tesla, Parmalat, Satyam, Lehman Brothers, JP Morgan — I doubt they could give me the name. It’s just a big blur for most when it comes to the auditor.

That’s why a reputational hit to one member of the oligopoly of global audit firms is a reputational hit to the whole lot of them. If PwC found professional malpractice by Deloitte or KPMG, all the largest audit firms would suffer the impact of a negative view of audit and auditors, in general, and suffer from the precedent of any fines, sanctions, or legal settlements against Deloitte or KPMG.

HP’s disclosure of the investigation and a multi-billion dollar material overstatement of goodwill and intangible assets came more than a year after its acquisition of Autonomy.

On November 20, 2012, HP said it was taking a non-cash impairment charge of $8.8 billion related to Autonomy in the fourth quarter of its 2012 fiscal year.

Should EY, HP’s auditor, have more closely scrutinized the values assigned to the assets and liabilities purchased from Autonomy that HP put on its 2011 books or on any of the 2012 quarterly statements? EY is required to review HP’s quarterly financial statements and provide a type of negative assurance that, based on their review, they are not aware of any material modifications that should be made to the statements for them to be in conformity with GAAP.

In September 2020 the UK regulator, the FRC, ordered Deloitte UK to pay a record fine for its Autonomy audit of £15 million plus the investigation legal costs of £5.6m.

The Deloitte Autonomy lead partner was banned from the accounting profession for five years and fined £500,000. Another Deloitte partner was fined £250,000 and “severely reprimanded”. They both had already “early retired” from the firm. Those fines are quite a bit larger than the ones the SEC imposed in 2019 on PwC — $8 million — and on its partner — $25 thousand— for auditor independence issues in 15 clients.

I reported at the time that Deloitte US and other Deloitte member firms played all possible angles with Autonomy – as its auditor in the UK and San Jose, CA, as a customer, as a vendor, and as an alliance partner for Autonomy software implementations. HP’s auditor Ernst & Young had also been a customer of Autonomy.

Sources had told me of at least two large client engagements where Autonomy and Deloitte Consulting worked together at the same time Deloitte UK was auditing the company. Deloitte was a “Platinum” strategic alliance technology implementation partner for HP, too.

Autonomy was a British company that listed on Nasdaq in 2000 but apparently followed the more lax British honor code, versus the Sarbanes-Oxley rules, when choosing which services besides the audit to buy from auditor Deloitte UK and Deloitte US.

The UK media didn’t miss a beat in reporting on Enron-style conflicts when the fraud allegations surfaced in 2012. Deloitte had been selling Autonomy nearly as much in consulting services such as tax compliance and due diligence for acquisitions — £4.44 million in non-audit fees over the prior four years — as they were charging for the audits — £5.422 million. The implication is that Deloitte’s independence may have been compromised.

EY continues to be HP’s auditor today. Why would either firm give up such a mutually beneficial relationship?

In September of 2012, EY went to Washington DC to explain how it helped its audit client HP develop and implement a strategy to move profits offshore to avoid U.S. taxes. That Congressional testimony was given smack in the middle of HP’s Autonomy investigation, while EY likely knew PwC would find a significant overstatement of the Autonomy acquisition goodwill and that the writedown would have to be announced in less than two months. The EY tax partner for audit client HP testified in defense of HP’s tax avoidance strategy and then charged HP $2 million dollars for the trip, according to HP's 2013 proxy.

Despite numerous reports of HP and whistleblowers reporting the findings of fraud and lack of action by auditors and advisors to the SEC, neither the SEC nor the PCAOB ever insisted on a restatement by HP and never charged Deloitte or individual partners at Deloitte US, EY or KPMG with anything.

Carillion

Finally, we have UK company Carillion, a multinational construction and facilities management services company that in January 2018 became the was the largest ever liquidation in the UK. Carillion continues to be a painful portion of the KPMG UK’s “partner matters” litigation portfolio.

On February 3, 2022, the Financial Times reported that KPMG UK had been sued for £1.3 billion by the liquidators of PwC UK was appointed by the UK High Court as Special Managers for the Official Receiver of Carillion.

Deloitte and KPMG, were ruled out of the liquidation role because they were already Carillion’s internal and external auditors, respectively. EY had advised Carillion on restructuring options before its collapse.

Responses to questions posed to the firms about their Carillion work from two parliamentary Committees revealed they collected nearly £72m for work linked to Carillion in the 10 years leading up to its collapse.

Expressions like “feasting on what was soon to become a carcass” were used by MPs to describe a picture of the Big 4 thriving while exploiting its vulnerabilities as Carillion began to rot.

However, PwC had conflicts at the time of its appointment in 2018, according to the FT. Carillion’s pension trustees had engaged PwC in 2017 to advise as financial difficulties increased. The contract was ongoing since PwC would be one of Carillion’s creditors that PwC, as an agent for the receiver, is supposed to treat impartially. The Insolvency Committee claims that PwC put up “ethical walls” to prevent conflicts between all of its activities for Carillion and its creditors.

The liquidators, with PwC’s help, are now suing KPMG UK saying the firm auditor missed “red flags” that Carillion’s accounts were misstated because it was apparently insolvent for more than two years before it collapsed. Carillion had liabilities of £7 billion and just £29 million in cash when it went into liquidation.

The FT quoted one MP saying he would not hire KPMG to audit “the contents of my fridge” and posited that it was KPMG’s Carillion failure that prompted the UK’s latest round of calls for substantial reforms to UK audit and corporate governance rules.

KPMG has been investigated by the UK FRC, which is comparable to an SEC/PCAOB combined in terms of its authority over the audit firms. KPMG has voluntarily ceased bidding for UK government contracts after scandals.

Now the FRC says KPMG auditors misled regulators during inspections of their work on the Carillion audit and it threatens to “further damage the reputation of KPMG,” as if it could get any worse. Another scandal related to KPMG’s restructuring advisory activities for bedmaker Silentnight resulted in a £13 million fine in August 2021. KPMG has since sold the restructuring unit.

One good thing is KPMG’s UK chief executive Jon Holt acknowledged that it was “clear . . . misconduct has occurred [by KPMG regarding the Carillion inspections] and that our regulator was misled”.

However, Holt and his Big 4 UK colleagues are crying in their tea towels about their damaged reputations all the way to the bank.

KPMG’s UK partners took home an average of $934k last year in a booming deals market. It was the biggest payday for KPMG partners since 2014. And it is even better at the other UK Big 4 firms Deloitte partners received an average of $1.2 million last year plus an extra $267k from the sale of its restructuring division. EY and PwC partners took home a record average of $1.02 and $1.2 million, respectively.

Foto: NeoOnBRAND

09 fevereiro 2022

KPMG e a demanda de US$1,8 bi

Para uma empresa com receita de 32 bilhões um pedido de indenização de 1,8 bilhão não parece muita coisa. A empresa de auditoria KPMG, uma das maiores do mundo, está enfrentando um processo na Inglaterra com conta do seu trabalho na Carillion. Trata-se de um lembrente para que o trabalho de auditoria seja mais sério. O processo originou do fato dos auditores não terem visto diversas "bandeiras vermelhas", tendo aprovado as contas da Carillion por três anos seguidos.

O valor solicitado decorre de dividendos pagos pela empresa antes da falência (210 milhões de libras), honorários profissionais para um serviço de qualidade ruim (31 milhões) e perdas comerciais (1 bilhão).

Trata-se de um dos maiores pedidos de indenizações contra um auditor do mundo. A KPMG alega que a responsabilidade pelo fracasso da Carillion é do conselho e da administração da empresa. Entretanto, recentmente reconheceu que andou manipulando reuniões, atas e planilhas.

Cartoon aqui

01 setembro 2021

KPMG e Carillion

A FRC, entidade que faz a fiscalização do trabalho das empresas de auditoria no Reino Unido, anunciou (e aqui também) um queixa disciplina contra a KPMG e os responsáveis pela auditoria da empresa Carillion. Segundo a FRC, a empresa de auditoria, uma das grandes empresas mundiais, forneceram informações enganosas para o regulador sobre a qualidade da auditoria na Carillion, e também no trabalho realizado na Regenersis, em 2014.  

Este é um dos processos sobre os problemas ocorridos na Carillion. A Carillion era uma prestadora de serviços ao governo do Reino Unido, que entrou em colapso em 2018. Com três mil empregados e 450 projetos do setor público, a empresa era um gigante da terceirização. A KPMG fazia a auditoria da Carillion desde sua criação, em 1999. 

17 maio 2018

Carillion ameaça o oligopólio das Big Four

Na década de oitenta, as principais empresas de auditoria começaram um processo de fusão / aquisição que resultou em cinco grandes empresas globais. O que era Big Eight virou Big Five. A crise da Enron teve como consequência o fechamento da Arthur Andersen e sobraram quatro grandes empresas: KPMG, EY, Deloitte e PwC. O domínio das Big Four é muito expressivo em quase todos os mercados de capitais do mundo.

Apesar da dificuldade de medir a qualidade do trabalho do auditor e de algumas mudanças na legislação - como o rodízio, as Big Four não podem reclamar da situação. Ou não podiam. Os problemas parecem ter iniciado com a quebra da empresa britânica Carillion. Ao contrário de outras situações, onde os problemas de auditoria estavam direcionados a uma ou duas das Big Four, na Carillion todas Four estão envolvidas. Além disto, o governo britânico tem uma tradição contábil respeitável, o que inclui bons reguladores e boas normas. Finalmente, a Carillion era uma grande empresa e seu fechamento trouxe problemas para a economia britânica. O regulador não ficou satisfeito.

Agora, uma comissão parlamentar trouxe um relatório analítico sobre o problema Carillion. E não perdoou ninguém: executivos, auditores, reguladores e governo não foram poupados. A culta dos diretores foi citada, assim como a falta de coragem do governo em enfrentar a imprudência das empresas. O Financial Reporting Council, responsável pela contabilidade na Grã-Bretanha, assim como o regulador na área de pensões, foram considerados passivos: “não temos confiança em nossos reguladores” (...) “mentalidade passiva e reativa” foram termos usados. Segundo o Guardian, a FRC deve ter mais poder, para ser mais agressivo e proativo, desde que mude sua cultura.

Auditores - Este talvez seja o ponto mais interessante do relatório. Os parlamentares sugerem que sejam aplicadas normas de concorrência, o que pode incluir o desmembramento à força. As empresas tiveram receitas elevadas e foram “incapazes de ter um grau de independência necessária”. Outra possibilidade é a separação do negócio de consultoria da auditoria.

A questão parece que atingiu fundo as Big Four, que, segundo o Financial Times (via aqui) estariam planejando uma reação. Segundo o relatório:

“É uma relação parasitária que vê os auditores prosperarem, independentemente do que acontece com as empresas, funcionários e investidores que dependem do seu escrutínio.”

O presidente da KPMG no Reino Unido reconheceu a existência de um oligopólio e que a empresa está pensando em um desmembramento há algum tempo. O negócio, como está, seria insustentável.

07 março 2018

Carillion em três gráficos

Três gráficos interessantes que mostram a situação da empresa inglesa Carillion, que enfrenta dificuldade e durante as últimas demonstrações aparentemente manipulou seus números. Um relatório do final do ano passado já comentava que a empresa estava fazendo esta prática.




29 janeiro 2018

Carillion e Criptomoedas

Atualização de duas notícias recentemente divulgadas no blog. Primeiro, os problemas financeiras da empresa britânica Carillion. A empresa de auditoria responsável pelo parecer, a KPMG, está sendo investigada pelo Financial Reporting Council do Reino Unido. A investigação irá centrar nos exercícios a partir de 2014. Segundo o jornal The Guardian a investigação irá verificar se a KPMG violou alguma norma ética e/ou técnica e a análise abrangerá desde a estimativa e o reconhecimento de receita até o valor do passivo atuarial. Obviamente, a KPMG disse que irá colaborar com os trabalhos do FRC, mas que conduziu os trabalhos de maneira apropriada. Há uma questão trabalhista que incomoda no caso da Carillion, já que a empresa empregava muitas pessoas.

O segundo assunto diz respeito ao furto ocorrido na empresa japonesa Coinchecks de 530 milhões de dólares em dinheiro digital. O regulador japonês solicitou melhoria nas transações da empresa. A empresa declarou, no domingo, que pagaria 90%, embora existam dúvidas se a empresa possui fundos para isto, e os gestores reconheceram que não se usava um sistema de assinatura múltipla. O Japão tinha uma abordagem muito mais liberal com a moeda digital em comparação com a Coréia do Sul e a China, que recentemente adotaram medidas restritivas.

27 janeiro 2018

Carillion

Os problemas da empresa britânica Carillion novamente respinga na sua auditoria. Sendo uma companhia multinacional na área da construção, com 43 mil funcionários, a empresa teve um liquidação decretada no início de janeiro deste ano. Geralmente quando ocorre um problema com uma empresa de tal porte, a atenção se volta para os auditores.

Na verdade os problemas começaram em julho de 2017, quando a empresa avisou o mercado sobre um despesa de recuperabilidade de 845 milhões de libras. A seguir a empresa divulgou um prejuízo semestral de 1,15 bilhão em razão, segundo a empresa, de projetos não lucrativos fruto de decisões otimistas. Segundo uma informação do The Times, em janeiro de 2018, os problemas já existiam há quatro anos. No final de 2017, a empresa tentou desfazer de alguns negócios.

Os problemas da Carillion despertaram o interesse do regulador britânico que afirmou, há alguns dias, que estava investigando a divulgação das informações por parte da empresa. A tentativa da gerência de fazer acordos para quitar compromissos fracassou logo a seguir, o que resultou na liquidação. Segundo informação da imprensa, a empresa tinha, então, 29 milhões de libras em caixa, insuficiente para a gestão diária. (veja mais detalhes aqui)

Os problemas da empresas estão sendo investigados, inclusive o papel do auditor, a KPMG. No último relatório, a KPMG afirmava que a empresa tinha condições de sobrevivência por mais três anos. Mas os dados mostraram que a gerência da empresa tinha manipulado as demonstrações contábeis.

A Carillion é mais uma empresa onde os problemas não foram percebidos pelo auditor. Talvez não tenha sido tão humilhante quanto o caso da Deloitte, a Abengoa e Pepe Baltá. Quem é Pepe Baltá? Um estudante de 17 anos que notou os problemas da Abengoa num projeto de economia da escola secundária.

(Diante destes problemas com as empresas de auditoria, faleceu recentemente William McDonough, ex-presidente do Banco Central dos EUA e primeiro presidente do regulador das empresas de auditoria, o PCAOB)