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Mostrando postagens com marcador Austrália. Mostrar todas as postagens
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20 fevereiro 2024

Clima ou sustentabilidade: Austrália desvia do IFRS S1 e S2

Quando há diferença nas palavras:

O governo australiano propôs um projeto de lei que substitui todas as menções de "sustentabilidade" por "clima" no equivalente australiano do IFRS S1, limitando seu escopo às divulgações financeiras relacionadas ao clima. Além disso, propõe diluir o IFRS S2 para instituições financeiras, exigindo apenas consideração da aplicabilidade das divulgações relacionadas às suas emissões financiadas. 



O Instituto Australiano de Finanças Sustentáveis (ASFI) defende o total alinhamento com os padrões do ISSB para garantir interoperabilidade global e racionalização dos requisitos de relatórios, considerando o desvio da AASB como desnecessário. Os Princípios para Investimento Responsável (PRI) recomendam a adoção da IFRS S1 e S2 como linha de base para garantir comparabilidade e interoperabilidade dos dados, permitindo modificações apenas se contribuírem para divulgações aprimoradas e não prejudicarem o padrão global estabelecido pelo ISSB. O Grupo de Investidores em Mudanças Climáticas (IGCC) alerta contra a remoção ou reestruturação de partes dos padrões, destacando o risco de comprometer a integridade da linha de base e adicionar complexidade para repórteres e usuários em todos os mercados.

Foto: Photoholgic

03 outubro 2023

Cripto na Austrália

O Centro de Pesquisa do Conselho de Normas Contábeis da Austrália (AASB), em conjunto com a CPA Australia e a Universidade de New South Wales, publicou um relatório de pesquisa que fornece uma visão geral das perspectivas compartilhadas por alguns interessados australianos sobre a contabilidade e relatórios de ativos criptográficos. A pesquisa responde às preocupações dos interessados em relação ao desenvolvimento de ativos criptográficos.

A pesquisa reuniu as opiniões dos interessados sobre as seguintes perguntas:

  • Se os ativos criptográficos são difundidos na Austrália (ou seja, prevalência) e, em caso afirmativo, quais tipos de ativos criptográficos são comumente utilizados por entidades;
  • Quais são os desafios contábeis e de relatórios associados a transações envolvendo ativos criptográficos; e
  • Como os definidores de normas devem abordar a contabilidade e relatórios de ativos criptográficos.

Embora alguns interessados tenham observado que pode ser prematuro desenvolver normas contábeis que abordem ativos criptográficos, eles instam os definidores de normas a elaborar orientações ou materiais educativos para ajudar preparadores e auditores a navegar nos tratamentos contábeis. Além disso, os interessados enfatizam a importância de aprimorar os requisitos de divulgação para atender às necessidades de informação dos usuários.

Fonte: Iasplus

Parece que a recusa do Iasb em tratar do assunto está abrindo espaço para cada "jurisdição" fazer sua escolha. 

23 julho 2023

Mocinho e Bandido na história do escândalo contábil que abalou a Austrália

O problema da PwC na Austrália tem uma história mais antiga do que eu imaginava. Relembrando para quem não leu as postagens anteriores do blog, a empresa de contabilidade e consultoria PwC está sendo acusada de compartilhar informações sigilosas que tinha disponíveis do governo da Austrália e repassar a seus clientes de consultoria. O assunto está sendo manchete na Austrália. Para a PwC, o prejuízo é enorme, já que a empresa vendeu seu negócio de consultoria governamental – que tinha mais de 1600 funcionários e gerava 600 milhões de dólares – por menos de 1 dólar.

Um texto de Richard Holden mostra que a linha do tempo deve retroceder a 2013. Neste momento, o Tesouro da Austrália contratou a PwC para ajudar no processo de criação de regras contra a elisão fiscal, especialmente de empresas de tecnologia. Ou seja, as regras envolviam preços de transferência. Naquele momento, o principal empregado da empresa PwC era Peter Collins. Como é praxe, tanto a empresa quanto os funcionários da PwC assinaram um termo de confidencialidade. De 2013 a 2018, Collins e demais empregados ajudaram o Tesouro. No período, foram três acordos de confidencialidade assinados.

Mas os acordos não impediram Collins de compartilhar as informações confidenciais com outras pessoas da PwC. E estas pessoas usaram as informações para obter novos negócios. Afinal, a PwC tinha o segredo de como escapar das novas regras tributárias. Por coincidência, a PwC obteve 16 contratos com empresas de tecnologia dos Estados Unidos.

Um ponto importante é que neste momento o governo da Austrália era comandado por políticos liberais. Neste caso, a redução do tamanho do setor público era um dos mantras e com ele a terceirização de certas atividades, como a produção de normas.


Em 2016, a Receita Federal da Austrália, cuja sigla é ATO, começou a suspeitar que algo estava errado. Naquele ano, a Receita entrou em contato com as empresas Big Four pedindo que toda correspondência relacionada com seus clientes sobre evasão fiscal fosse encaminhada. A PwC recusou a responder, alegando sigilo profissional. A Receita fez uma solicitação abrangente de e-mails e também pediu ao Tesouro os termos de confidencialidade padrão. E um ano depois, de maneira mais específica, os termos entre o Tesouro e Collins, o funcionário da PwC.

Mesmo diante de tal pedido, parece que o Tesouro da Austrália não desconfiou de Collins e no início de 2018 um novo contrato é assinado. Não se sabe se a Receita comunicou algo nesta solicitação. Mas esta entidade encaminhou o assunto para a Polícia Federal entre 2018 e 2019. A Polícia informou que não recebeu informações suficientes para prosseguir com a investigação. A Receita também encaminhou a questão para uma entidade "obscura", chamada Tax Practitioners Board (TPB), sem informar os detalhes. Se há um herói na história, chegamos nele.


A TPB possui recursos limitados, mas mesmo assim investigou Collins em janeiro de 2021 e, logo a seguir, a PwC em março de 2021. A Receita parece que ficou sentida e passou a não cooperar com a TPB em junho, alegando sigilo. Mas a TPB continuou e utilizou leis que não eram muito conhecidas para obter informação das empresas que a PwC tinha conseguido contrato de prestação de consultoria. Isto realmente foi bastante esperto.

Mais ainda, em uma jogada questionável de uma entidade sem recurso e com pouco poder, a TPB conseguiu acessar os registros da Receita Federal, sem o conhecimento desta, e descobriu detalhes de acordos entre empresas de tecnologia e a Receita. Com tudo isto, a TPB concluiu sua investigação em janeiro de 2023.

Neste ponto, aparece o segundo herói da história. O jornal Australian Financial Review começou a publicar os detalhes através de diversas reportagens. Muitos membros do governo ficaram sabendo do problema pelo jornal. A divulgação implicou a Receita Federal, que aparentemente foi capturada pelas entidades que deveria regular. Também implicou a Polícia Federal, que não levou adiante a investigação, mesmo não tendo todos os detalhes.

Se existe um ditado que afirma que o mundo não é justo, este não parece aplicar à PwC. A empresa de auditoria está sofrendo pesadamente com o escândalo. É bem verdade que já ganhou bastante dinheiro com o governo da Austrália, mas a venda de um negócio que dava uma receita de 600 milhões por menos de um dólar mostra o impacto disso tudo.

Mas se há alguém que merece sofrer, este alguém é a PwC da Austrália. Inicialmente, o escândalo parecia estar restrito a Collins, o ex-consultor da área de tributos. Mas fatos divulgados mostram que o próprio chefe da empresa sabia o que estava ocorrendo. Não somente ele, como mais de sessenta funcionários.

O problema é tão sério que a direção internacional colocou um nome externo ao país para tentar comandar a empresa na Austrália neste momento. A exclusão da empresa de qualquer contrato com o governo já foi tomada e não tem prazo de validade. Um grande incorporador de imóveis decidiu abandonar sua empresa de auditoria atual, a PwC, em razão dos problemas. Vários fundos de pensão excluíram a PwC no futuro próximo de seus negócios. Isto significa que estes investidores exercerão seu poder para impedir que as empresas onde investem de contratar a PwC. Ou seja, a PwC é considerada uma empresa não confiável.

Provavelmente a empresa terá dificuldade de recuperar contratos ou até mesmo manter os existentes. Também há um problema reputacional aqui. Atualmente, o governo da Austrália é trabalhista e o escândalo chega em um grande momento, quando a administração deseja recuperar o pelo do governo,

04 julho 2023

PwC, Austrália e a captura do governo

(...) O mercado de consultoria de gestão da Austrália é o maior do mundo per capita e o quarto maior em geral, o que é notável para um país com apenas 25 milhões de habitantes. E o governo federal tem liderado nessa área. Entre 2013 e 2022, seus gastos anuais com consultores aumentaram de US$352 milhões para US$888 milhões. No mesmo período, as quatro principais empresas de serviços profissionais - PwC, KPMG, Deloitte e Ernst & Young - embolsaram US$1,2 bilhão em contratos de consultoria do governo federal. 



Ao contratar essas empresas, que prestam serviços tanto para o governo quanto para o setor privado, os riscos de conflito de interesses são inevitáveis. Nesta semana, por exemplo, a KPMG lançou sua própria revisão interna de seus contratos para aconselhar tanto o governo quanto os operadores em auditorias de qualidade e segurança de instalações de cuidados para idosos. Até mesmo a Polícia Federal Australiana, que está investigando Collins por possível conduta criminosa, concedeu contratos de consultoria à PwC no valor de mais de US$20 milhões nos últimos dois anos, e outros US$30 milhões para as outras "Sete Grandes" empresas de consultoria (um grupo que também inclui a Accenture). Ironicamente, a PwC também é a auditora externa da AFP.

Como sempre acontece com as grandes empresas de serviços profissionais, a corrupção vai além dos problemas de conflito de interesses. Embora esses problemas sejam relevantes, focar apenas no conflito de interesses é perder o ponto principal sobre a consultoria governamental; mesmo que fosse abordado dividindo as empresas, como a PwC está fazendo agora, é provável que as administrações ainda dependessem de consultorias externas - e isso é uma perspectiva muito preocupante.

Na Austrália, como em muitos outros países, os consultores externos se tornaram parte integrante das operações governamentais centrais, ganhando contratos lucrativos sem melhorias tangíveis no desempenho. Isso se tornou impossível de ignorar durante a pandemia de Covid-19. Em um exemplo notável, o governo federal terceirizou o planejamento, logística, monitoramento e entrega das vacinas. Ele concedeu à McKinsey contratos no valor de 3 milhões de dólares para planejamento estratégico, consultoria e serviços profissionais, enquanto a Ernst & Young recebeu mais de 1,5 milhão de dólares para conduzir avaliações de prontidão do sistema de vacinação.

Eles obtiveram retorno sobre seu investimento? Não exatamente. Até que fosse centralizado sob o comando do tenente-general John Frewen, o fracasso da campanha de vacinação da Austrália se tornou lendário, ganhando o apelido de "the strollout" (algo como "a caminhada lenta") - a palavra do ano do Dicionário Nacional Australiano de 2021. Os governos estaduais também dependiam fortemente de consultores em suas respostas à pandemia, com efeitos semelhantes. (...)

Ao criticar a crescente dependência de nossas elites políticas dessa nova classe de consultores, é comum os críticos se referirem à "desarticulação do Estado", em que funções anteriormente desempenhadas pelo governo são cada vez mais terceirizadas para fornecedores privados. Esse processo tem uma dinâmica auto-reforçadora: uma vez que o trabalho é feito fora do governo, os funcionários públicos perdem habilidades e capacidades vitais, tornando-se ainda mais dependentes do setor privado, especialmente em uma crise.

No entanto, um erro comum é atribuir esse processo apenas à ideologia neoliberal de "Estado mínimo" e a modismos da administração pública, como a "nova gestão pública". É certo que a terceirização muitas vezes é justificada com a premissa de que o setor privado é inerentemente superior às burocracias públicas burocráticas; além disso, a erosão da capacidade do serviço público também fornece argumentos para aqueles que gostariam de ver governos ainda menores. Mas na Austrália, mesmo com a diminuição da participação do serviço público na força de trabalho desde os anos setenta, a parcela do governo nos gastos públicos aumentou. Se o neoliberalismo não é o culpado, o que é?

Pelo menos na Austrália, a história maior por trás do aumento do uso de consultores externos pelos governos é a erosão da responsabilidade democrática. Aqui, a terceirização para o setor privado é uma das várias medidas projetadas para fornecer aos governos uma negação plausível, distanciando-se dos processos de formulação e implementação de políticas. Da mesma forma, houve uma tendência crescente de fortalecer órgãos estatais cujas operações são isoladas da política democrática. O Reserve Bank of Australia, por exemplo, tornou-se independente em termos operacionais nos anos noventa e recebeu uma meta de inflação que desde então substituiu outros possíveis objetivos de política, como pleno emprego, salários mais altos ou a sobrevivência da indústria manufatureira. (...)

Aqui podemos ver o verdadeiro problema por trás do uso excessivo de consultores: a existência de uma classe política que evita a responsabilidade e terceiriza a tomada de decisões para especialistas técnicos. À medida que a política pública se torna cada vez mais especializada e complexa, os políticos eleitos estão cada vez mais propensos a buscar soluções fora do governo, a fim de evitar o escrutínio público e se proteger de potenciais danos políticos. A terceirização para consultores externos é apenas uma forma desse processo mais amplo de evasão da responsabilidade democrática.

Portanto, enquanto o escândalo envolvendo a PwC na Austrália é certamente chocante e preocupante, ele é apenas um sintoma de um problema maior. A dependência excessiva de consultores externos é um sintoma de uma classe política que evita a responsabilidade e busca refúgio na expertise técnica, em vez de enfrentar as complexidades da governança democrática. Enquanto essa dinâmica persistir, o uso excessivo de consultores externos continuará a ser um desafio para a transparência, a responsabilidade e a eficácia governamental.

Fonte: aqui. foto: Antonio Albanese, da PwC

23 junho 2023

Um resumo do escândalo da PwC na Austrália

A PwC (PricewaterhouseCoopers), na Austrália, foi notícia nos últimos dias em razão de um escândalo envolvendo alguns funcionários da Big Four. O escândalo começou quando o chefe de impostos da PwC, Peter Collins, compartilhou informações confidenciais do governo. Collins usou as informações para ajudar a PwC a conquistar novos clientes, oferecendo soluções que burlavam as leis fiscais que ele mesmo estava ajudando o governo a redigir.

No início, a PwC minimizou o incidente, afirmando que era um caso isolado ocorrido em 2014 e que Collins já havia deixado a empresa. No entanto, a situação se agravou quando foram revelados e-mails internos da PwC que mostravam o envolvimento de vários funcionários da empresa, que usaram as informações confidenciais do Tesouro. Essa revelação levou a uma intensa cobertura da mídia e resultou na renúncia do CEO da PwC.


Após esses acontecimentos, a empresa enfrentou repercussões significativas. O Departamento de Finanças da Austrália revisou todos os contratos com a PwC, e muitos contratos foram reduzidos ou cancelados. Além disso, clientes corporativos da PwC, como a empresa Lendlease, suspenderam processos de licitação e revisaram sua relação com a empresa.

A investigação sobre o escândalo revelou falhas no sistema regulatório, com o Escritório de Impostos da Austrália (ATO) e o Conselho de Praticantes de Impostos (TPB) compartilhando informações de maneira inadequada. Houve críticas ao ATO por não investigar adequadamente o comportamento da PwC e por não informar o Tesouro sobre as violações.

Internamente, a PwC passou por um período de turbulência, com a revelação de que vários funcionários da empresa estavam envolvidos no vazamento de informações confidenciais. Isso levou a tensões e descontentamento dentro da empresa, com muitos funcionários questionando a liderança e considerando deixar a empresa.

A reputação da PwC foi prejudicada e seu futuro na Austrália ficou incerto.

Leia mais aqui

26 maio 2023

PwC e Austrália


O governo australiano encaminhou um escândalo fiscal da PricewaterhouseCoopers à polícia e pediu que considerassem uma investigação criminal à medida que o escrutínio político aumenta.

O ex-chefe de imposto internacional da PwC Austrália, Peter Collins, "usou indevidamente informações confidenciais da Commonwealth", segundo comunicado divulgado nesta quarta-feira por Steven Kennedy, secretário do tesouro.

Os problemas da empresa de contabilidade se concentram nas revelações de que Collins havia sido barrado pelos reguladores por vazar segredos do governo - obtidos enquanto ele estava em um conselho consultivo confidencial - para outros funcionários da PwC.

Fonte: aqui


21 junho 2021

Político mente com os números ambientais e seu país está sendo reprovado


O presidente compareceu na Cúpula dos Líderes que discutiu as mudanças climáticas e elogiou seu país e as conquistas. Seu país tinha reduzido as emissões em 19% desde 2005 (36% se desconsiderar as exportações) e seu país deveria ser um dos poucos países que atingiria a meta do Acordo de Paris, em reduzir as emissões em 26% até 2030.  

O problema é que os números foram provavelmente inventados, segundo cientistas do seu próprio país. Os 36% exclui todas as emissões associadas a produção de combustível fóssil para exportação.  Mesmo o número de 19% é enganoso, já que a redução ocorreu principalmente no ano passado, durante a pandemia de Covid. A meta para 2030 deve ocorrer por conta das mudanças no uso da terra, decorrente de políticas estaduais. 

Quem seria este político mentiroso e qual o seu país? Antes que você arrisque um nome óbvio e tome partido, o político é Scott Morrison, que é o primeiro-ministro australiano. O país não está aproveitando seu potencial eólico e solar; detém o título de maior exportador de carvão metalúrgico e o terceiro maior exportador de combustível fóssil geral.

O desempenho de Morrison não é o único questionável. Joe Biden, o novo presidente dos Estados Unidos, é questionado no volume de investimento e nas metas ambiciosas.

Imagem aqui

22 fevereiro 2021

Facebook versus Austrália


A Austrália impôs, recentemente, uma medida contra os sites que usam as notícias produzidas pelas agências de notícias sem efetuar nenhum pagamento. O Facebook reagiu, cortando qualquer link de notícia para os residentes na Austrália. Diante da reação da rede social, as autoridades estão querendo cortar vínculos, incluindo de publicidade.

Duas notícias recentes sobre o tema. Primeiro, o Canadá parece estar pensando em medida semelhante. A segunda é que há um princípio de negociação entre Austrália e Facebook.

Imagem: aqui

19 fevereiro 2021

Facebook versus Austrália: uma visão alternativa


Ontem a rede social Facebook bloqueou o acesso dos australianos as notícias. Era uma reação a uma medida do governo da Austrália sobre o pagamento de conteúdo na rede. Uma visão alternativa do problema aparece no The Conversation. Eis o argumento central:

Para qualquer economista, o objetivo da política de concorrência é estimular a concorrência. Nesse caso, mais opções de plataforma digital para os consumidores ou mais opções de conteúdo de notícias. 

Mas a legislação do governo parece ter sido concebida exclusivamente para cumprir nenhum dos dois. 

O código permite que as organizações de notícias negociem com grandes plataformas digitais sobre coisas como como seus algoritmos funcionam para priorizar o conteúdo e dinheiro. 

E o dinheiro é o que realmente importa. As organizações de notícias querem mais, as grandes plataformas digitais têm. É simples assim. 

O código capacita organizações de notícias a obter dinheiro de plataformas digitais por 

  • tornando-o ilegal para plataformas digitais que não pagam para fornecer links para notícias australianas, dando aos grandes meios de comunicação um poder de negociação de quase monopólio 
  • permitir que negócios sejam feitos sem a necessidade de autorização de regulador preocupado com o interesse público 
  •  fornecer um tapa-buraco regulatório caso isso não aconteça, cujo projeto é inclinado no interesse de uma das partes
Esta última etapa requer uma pequena explicação. 

Não é desconhecido, especialmente na Austrália, que a política de concorrência funcione permitindo primeiro que as partes negociem e, em seguida, impondo um acordo regulamentado apenas se elas falharem. 

E normalmente trata-se de capacitar o rapaz , na crença de que é isso que leva a resultados socialmente desejáveis. 

26 setembro 2020

Guia para contabilidade em tempos do Covid


 Aqui um guia para fazer a contabilidade em tempos do Covid-19, produzido pelo CPA da Austrália em conjunto com o Chartered Accountants Australia and New Zeland e o AICD. Como dito no início do documento:

Este guia fornece um resumo das principais considerações ao avaliar a melhor forma de divulgar os efeitos da pandemia COVID-19 ao preparar relatórios anuais para a temporada de 30 de junho de 2020 e em períodos futuros impactados pelo COVID-19.

O guia possui 7 seções e cinco apêndices. A seção seis trata da preparação e comenta sobre continuidade, materialidade, estimativas, políticas contábeis e eventos subsequentes. Há aspectos específicos para o terceiro setor no apêndice A e estudos de casos.

Para aqueles que estão na linha de frente da contabilidade, vale a pena uma leitura. (Apesar de alguns aspectos serem específicos para a Austrália). 

29 agosto 2020

Logo do Governo da Austrália lembra algo indesejável

 O governo da Austrália gastou 7,2 milhões de dólares para fazer um novo logo baseado na "Golden Wattle"  ou acácia


A árvore é nativa da Austrália e chega a mais de 8 metros de altura. A partir daí, o governo apresentou o seguinte logo:


Que corresponde a flor estilizada, com as letras "AU" de Austrália. O desenho foi apresentado em julho, mas já está sendo "esquecido". Razão? Lembra algo indesejável... (Via aqui)

Contabilidade? - governo gastando dinheiro público de maneira insensível existe em todo lugar do mundo. 

22 janeiro 2020

Melhor país do Mundo

Qual o melhor país do mundo? Vorobiev tem uma resposta interessante. Primeiro é preciso desconsiderar as nacionalismos. Afinal existe um ditado russo que afirma que "todo homem se vangloria dos seus pântanos". Além disto, não se deve considerar a opinião das autoridades: elas possuem poder e dinheiro (escondido). A melhor opinião é de uma pessoa rica. Esta pessoa tem inteligência e dinheiro para escolher o país que deseja viver. O gráfico abaixo responde qual o melhor país do mundo:
A resposta é: Austrália parece ser o melhor país do mundo.

10 abril 2017

Austrália e IFRS

Após adotar as normas internacionais de contabilidade em 2005, a AASB fez uma pesquisa para verificar como foi o processo. As evidências colhidas são positivas, conforme o relatório. O processo mostrou-se suave e um dos benefícios é a possibilidade de harmonização entre setores e entre países. As entidades que operam em outros países tiveram redução de custos de preparação, mas as empresas de menor porte possuem preocupações com estes custos, em especial de divulgação.

A pesquisa pode ser um interessante roteiro a ser aplicado em outros países, como o Brasil.

15 setembro 2015

Correlação

O gráfico mostra a taxa de câmbio do Real e do Dólar da Austrália em relação ao Dólar. Uma correlação quase perfeita. A explicação: os dois países dependem de commodities. Mas o gráfico é um alerta para aqueles que usam a crise externa para justificar a situação do nosso país. Você já leu sobre a crise australiana?

12 agosto 2008

Valor da IFRS depende dos EUA


A Austrália é um dos países que adotaram a IFRS. Uma reportagem apresenta a importância da adoção generalizada das normas internacionais de contabilidade, em especial dos Estados Unidos:

'The value of Australia moving to IFRS has always been diminished by the US not participating,' said National Australia Bank chief financial officer Mark Joiner.

US accounting switch to aid multinationals - Patrick Durkin - 12/08/2008
Australian Financial Review (Abstracts) - 6

03 agosto 2007

Ajuda da Austrália foi desviada pelo governo

Não é só no Brasil. O governo da Austrália está sendo acusado de desviar ajuda humanitária para o Iraque para finalidades comerciais.

ONG acusa Austrália de desviar ajuda destinada ao Iraque
Agencia EFE - Serviço em português

Sydney, 3 ago (EFE).- O Governo australiano desviou mais de US$ 150 milhões que tinham sido destinados à ajuda humanitária no Iraque, e utilizou os recursos para apoiar seus interesses econômicos no país, denunciou hoje a organização Aid Watch.

A entidade, que supervisiona as políticas comerciais do Governo e seus programas de ajuda no exterior, acusou as autoridades australianas de investir o dinheiro em acordos para que o Iraque eliminasse as tarifas sobre as importações, informou a rádio estatal.

"Em lugar de proteger a segurança alimentar no Iraque, que era o objetivo da AusAid (a agência governamental de cooperação internacional), pagaram representantes para garantir a manutenção de contratos de importação de trigo australiano", explicou o porta-voz da Aid Watch, Flint Duxfield.

Além disso, os representantes da AusAid eliminaram subsídios e proteções aos produtores iraquianos para dar vantagens consideráveis aos agricultores australianos, acrescentou Duxfield.

O grupo pediu uma auditoria sobre toda a ajuda financeira enviada pela Austrália ao Iraque desde 2003.

A antiga empresa estatal AWB foi investigada no ano passado por ter pago subornos ao regime de Saddam Hussein por meio do programa Petróleo por Comida da ONU. EFE

03 março 2007

Na Austrália, trabalhadoras do Sexo estão satisfeitas com o emprego

Notícia da Austrália informa que prostitutas estão felizes com seus empregos. Em geral a satisfação é maior quando a família conhece a profissão da mulher, diz Seib, a pesquisadora responsável.

As razões para a escolha da profissão - ou, como afirma a fonte, "entrar na indústria": 82% pelo dinheiro e 52% pela flexibilidade das horas de trabalho. 39% citaram um objetivo particular, como um novo carro, uma casa ou férias. Um quarto das entrevistadas possuem no mínimo o grau de bacharel e 60% tinham emprego antes de se juntar a indústria.