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19 junho 2020

Inflação subestimada

Anteriormente postamos que os índices de inflação são superestimados. A mudança tecnológica do longo prazo explica parte desta variação, mas alteração do peso do consumo de certos produtos também é importante na explicação.

Mas uma análise de curto prazo parece mostrar que a pandemia pode ter mudado os padrões de consumo e isto influencia a inflação que ocorre nos últimos meses. Assim, no curto prazo, talvez a inflação seja maior que a divulgada. Se antes você comprava sua comida em um restaurante, agora ela chega na sua casa com uma taxa de entrega. O mesmo produto está sendo consumido por um preço maior.

Uma análise em 17 países (via aqui e aqui)) encontrou que as pessoas estão gastando mais em comida e outros itens que aumentaram nos últimos meses; ao mesmo tempo reduziram seu consumo de transporte, onde ocorreu uma deflação. Entre os países, o Brasil:
A inflação registrada foi negativa (-0,28%), enquanto a inflação Covid foi de 0,20%. A diferença é pequena, embora seja maior em termos anuais: 2,10% x 2,76%.

09 janeiro 2014

Indicador pouco convencional

Ao longo dos anos tem aparecido uma série de indicadores que procuram traduzir, de uma maneira simplificada, o comportamento do que está ocorrendo no mundo, geralmente o mercado acionário ou a economia. Alguns destes indicadores são conhecidos, como a capa da Sports Illustrated. Somente para relembrar, quando a modelo da edição especial desta revista é uma modelo dos Estados Unidos, o mercado acionário tem um comportamento melhor; quando a modelo não é deste país, o mercado tende a um desempenho pior.

Alguns destes índices são bizarros, como a relação entre o tamanho da saia usada pelas mulheres e o mercado acionário. Outros possuem uma explicação razoável, como o aumento no número de pesquisas da palavra “desemprego” no Google durante as recessões. No primeiro caso é difícil arrumar uma explicação; no segundo, a relação parece óbvia. Chamamos o primeiro caso de “correlação espúria”, como talvez seja o caso da capa da Sports Illustrated ou o fato de Aaron Ramsey, um jogador do Arsenal, marcar gols quando acontece a morte de alguém importante.

Em geral estes índices possuem uma relação estatística forte e, por este motivo, passam a exercer uma atração por parte das pessoas, sendo muitas vezes tratado com seriedade. É o caso da relação entre o consumo de pornografia e jogos de azar e os padrões de gastos da economia. Criou-se inclusive um índice para determinar a primeira variável , denominado Vice Index, que consegue determinar com uma precisão de quase 90%, o gasto de consumo individual. Acredita-se que quando os tempos são ruins, as pessoas param de gastar nos seus vícios, no caso pornografia e jogos de azar.

Parece que quando a economia vai mal: aumenta a tentativa de procurar namoros, o consumo de pipocas no cinema (e de bilhetes de filmes que ajudam a fugir da realidade), a quantidade de corpos que não são reclamados nos IMLs, o número de garçonetes atraentes (fotografia), a quantidade de abuso infantil, os descontos na aquisição dos automóveis, o número de mortes de bicicleta, a quantidade mordida de mosquito, o número de vezes que a palavra “recessão” aparece na imprensa, o consumo de gravatas, os laços das gravatas ficam mais “magros”, a construção de arranha-céus, o retorno de ligações telefônicas de prestadores de serviços, e o consumo de aspirina e Tylenol. Mas reduz a propaganda de alistamento militar, o consumo de fralda, o consumo de cerveja em bares, a taxa de divórcio, o consumo de relógios suíços, a quantidade de lixo e as prostitutas.

05 julho 2012

Vestidos e recessão

Já comentamos diversas vezes no blog sobre índices econômicos alternativos, como o índice batom ou índice cueca. Estes índices apresentam, de maneira interessante, o que está ocorrendo no cenário econômico.

A queda na venda de vestidos femininos é um alerta recente para os problemas da economia. Segundo este índice, se as mulheres deixam de comprar seus vestidos isto seria um sinal de que a economia estaria em recessão. A lógica é que as mulheres, numa situação de recessão, irão reduzir seu consumo pessoal; além disto, em muitas famílias, são as mulheres que cuidam do orçamento doméstico. O corte na compra de vestidos femininos é um sintoma de que a economia não está indo muito bem.

Fonte da figura: aqui

03 abril 2012

Cobertura de Dívidas


Definição – este índice se o fluxo das operações pode ser usado para pagar as dívidas da empresa.

Fórmula – Cobertura de dívidas = (Fluxo de Caixa das Operações / Passivo)

Sendo
Fluxo de Caixa das operações – refere-se ao fluxo de caixa gerado pela empresa nas atividades
Passivo Total – corresponde ao capital de terceiros da empresa, ajustado pelas duplicatas e cheques descontados.

Unidade de Medida – O valor do índice está expresso em percentagem, indicando quantos por cento a empresa obteve de caixa para cada unidade de passivo. O analista deve estar atento para o período usado no fluxo de caixa ao fazer a comparação histórica ou com outras empresas.

Intervalo da medida – Como este índice deve ser usado quando o fluxo de caixa das operações for positivo. O índice pode variar entre zero a infinito. Índices acima de cem por cento indicam que a empresa consegue pagar seus passivos com o fluxo gerado no exercício.

Como calcular – Os valores são obtidos na demonstração dos fluxos de caixa. É importante lembrar que este índice deve ser usado quando o fluxo das operações for positivo.

Iremos usar neste índice o exemplo da Abril Educação, uma empresa na área de livros (Scipione e Ática) e cursos (Anglo e pH). As informações são referentes ao ano de 2011 e foram obtidas no sítio da empresa.
Inicialmente aparece a seguir um pedaço da DFC da empresa.



Abaixo, as informações do passivo da Abril Educação.
 Como o fluxo das operações foi positivo somente em 2011, iremos usar este índice para este período. Temos então:

Cobertura de Dívidas = (102 500 / 792 967 ) x 100 = 12,9%

Isto significa dizer que o fluxo das operações permite quitar 12,9% das dívidas do passivo da empresa.

Grau de utilidade – Regular. Este índice só pode ser usado quando a geração de caixa é positiva. Em situações onde a empresa não gera caixa com as atividades operacionais não faz sentido calcular este índice.

Controvérsia de Medida – Alguma, em especial sobre qual o valor do passivo que devemos usar. Temos dois aspectos aqui. O primeiro é se deve ser o valor final ou o valor médio. No caso da empresa do exemplo, isto não afetaria muito o resultado final; mas poderão existir situações práticas onde isto não é o usual. O segundo, é se devemos considerar todo o passivo ou somente o passivo oneroso ou somente o passivo de curto prazo. Se no exemplo tivéssemos usado somente o passivo oneroso, o valor do índice seria de 37%, indicando que o fluxo das operações permitiria quitar mais de um terço das dívidas. Se fosse usado o passivo de curto prazo o valor seria de 29%.

Observações Adicionais
a) O inverso do índice indica quanto tempo a empresa levaria para pagar sua dívida com o fluxo gerado com as operações;
b) O uso do passivo do final do período possui duas grandes vantagens sobre o uso do passivo médio: em primeiro lugar, ganhamos uma informação; em segundo lugar, é mais intuitivo pensar que o fluxo gerado “será” usado para pagar a dívida existente no final do período (a dívida do início que não existe mais já foi paga).
c) A análise por tipo de passivo pode ser interessante. Observe que o índice é: FC Operações / Passivo. Multiplicando ambos por passivo circulante: [FCO x PC] / [P x PC], que corresponde a cobertura das dívidas de curto prazo vezes a participação da dívida de curto prazo no total da dívida. Denominamos esta parcela de composição da dívida. No caso a empresa que analisamos tempos que a cobertura da dívida foi de 12,9%, que corresponde a cobertura da dívida de curto prazo ou 29,3% vezes a participação da dívida de curto prazo no passivo, que é de 44,1%. Temos então que 12,9% = 29,3% x 44,1%.

Esta é uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis.  Outros textos publicados foram: 

22 março 2012

Giro do Ativo


Definição – relaciona o total das vendas produzidas com o ativo da empresa. Mostra quantas vezes o ativo girou no período. Corresponde a um índice de eficiência no uso dos ativos.

Fórmula – Giro do Ativo = Vendas / Ativo Médio
Sendo
Vendas – corresponde as receitas líquidas de prestação de serviço e venda de produto, líquida de impostos, abatimentos e devoluções
Ativo Médio – refere-se ao ativo inicial mais o ativo final dividido por dois.

Unidade de Medida – É um número absoluto. Geralmente falamos de quantas “vezes” o ativo girou.

Intervalo da medida – Sendo que os dois números são positivos, o valor do giro do ativo pode variar entre zero e infinito. Entretanto, valores entre 0,5 a 5 são mais comuns.

Como calcular – As informações são obtidas na demonstração do resultado e no balanço patrimonial da empresa.
A figura a seguir refere-se a demonstração do resultado da empresa Gol.  Durante o terceiro trimestre de 2011 a receita da empresa foi de 1,8 bilhões de reais.


O balanço patrimonial, apresentado a seguir, mostra o valor do ativo da empresa:

Como a venda é do terceiro trimestre de 2011, para calcular o índice é necessário achar a média entre o ativo inicial e o ativo final. Neste caso, entre 9,195 bilhões e 9,633 bilhões:

Ativo Médio = (9 195 926 + 9 632 749) / 2 = 9 414 338 mil

Assim, o giro do ativo é dado por:

Giro do Ativo = 1 843 698 / 9 414 338 = 0,1958 no trimestre

Assim, em três meses a empresa girou seu ativo em 0,2 aproximadamente. Em um ano isto corresponde a 0,7833 (ou 0,1958 x 4).

Grau de utilidade – Elevado. O giro do ativo pode ser usado em diferentes tipos de setores e empresas.

Controvérsia de Medida – Pouca. Em alguns casos é possível usar o valor do investimento (vide ROI para entender a diferença entre investimento e ativo); em outros, adicionar todas as receitas, incluindo as receitas financeiras.

Observações Adicionais
a) Também é possível calcular o giro do ativo usando o valor inicial do ativo ou o valor final do ativo. Como o ativo não deve sofrer variações substanciais ao longo do tempo, os resultados obtidos por estas fórmulas alternativas devem ser aproximadamente iguais. Veja uma discussão maior no retorno sobre o patrimônio líquido.
b) Este índice é propício a fazer algumas relações interessantes. Se multiplicarmos o numerador e denominador pelo lucro operacional obtém o seguinte: Giro do Ativo = (Vendas / Ativo Médio) x (Lucro Operacional / Lucro Operacional) = (Lucro Operacional / Ativo Médio) x (Vendas / Lucro Operacional) = Retorno do Ativo / Margem Operacional
c) É preciso ter cuidado em saber que o período de tempo usado para as vendas. O giro do ativo usando as vendas trimestrais tende a ser menor que o mesmo índice usando vendas anuais. O correto seria transformar o valor em dado anual, como fizemos no exemplo;
d) Em empresas que usam arrendamento, em razão da falta do registro contábil, o valor do ativo pode estar subestimado.
e) Acredita-se que empresas com maior giro sejam mais eficientes, pois conseguem gerar mais receitas com seu ativo. Entretanto o índice depende do setor de atuação da empresa.


Veja também

14 março 2012

Ebitda

Definição – O EBITDA é a sigla para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização. Corresponde a uma forma de calcular um lucro, obtido a partir da demonstração do resultado, sem levar em consideração estes itens.

Fórmula – Ebitda = Lucro Operacional Antes do Imposto de Renda e Despesa Financeira + Depreciação + Amortização

Sendo

Lucro Operacional – corresponde ao resultado operacional da empresa, antes do cálculo do imposto de renda. Ou seja, corresponde ao resultado proveniente dos ativos da empresa. Isto deveria incluir as receitas financeiras, assim como o resultado com investimentos realizados em outras empresas e outros tipos de receitas. Como nós calculamos o lucro operacional correto antes da despesa financeira, não é necessário incluir a despesa financeira no cálculo.

Depreciação e Amortização – refere-se a parcela destas despesas, que podem estar nas despesas operacionais ou no custo dos produtos industrializados pela empresa que foram vendidos no período.

Unidade de Medida – O Ebitda está expresso em reais.

Intervalo da medida – A rigor, pode variar de um número negativo até um número positivo. Entretanto como não considera as despesas financeiras, os impostos e a depreciação e amortização, o Ebitda tende a ser positivo. A história deste índice mostra que ele foi divulgado exatamente por transformar resultados operacionais negativos em Ebitda positivo. Ou seja, é um índice que foi criado para ser positivo.

Como calcular – A CVM tem uma instrução própria mostrando como as empresas devem calcular o Ebitda para fins de divulgação. Esta instrução foi criada em razão das diversas formas que estavam sendo usadas no mercado para obter este valor. Ela é válida para empresas de capital aberto.

Iremos mostrar como se deve fazer o cálculo para qualquer tipo de empresa. A figura a seguir mostra a demonstração do resultado da Gerdau S/A obtida no seguinte endereço.

Com a figura acima é possível calcular o lucro operacional antes das despesas financeiras.

Lucro Operacional = Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro + Despesas Financeiras =1 981 661 + 298 451 = 2 280 112 mil reais

Observe que a despesa financeira é somada uma vez que não entra no cálculo do lucro operacional.

É necessário obter a informação da depreciação e amortização. Em geral este valor é obtido na Demonstração dos Fluxos de Caixa. Veja o extrato desta demonstração para Gerdau S/A a seguir

Lembrando que

Ebitda = Lucro Operacional + Amortização e Depreciações
Ebitda = 2 280 112 + 128 383 = 2 408 495 mil reais.

Ou seja, o Ebitda da Gerdau S/A foi de 2,4 bilhões de reais em 2011.

Grau de utilidade – Regular. Alguns investidores usam o Ebitda para empresas novas, tentando projetar o seu grau de viabilidade. Em algumas empresas o Ebitda é usado para fins de remuneração.

Controvérsia de Medida – Muita. O Ebitda tem sido considerado um substituto do fluxo de caixa por alguns analistas. Não é. O Ebitda tem sido usado como uma aproximação da agregação de valor de uma empresa. Não existe nenhuma vinculação comprovada entre o Ebitda e o valor da empresa, na teoria e na prática. O Ebitda tem sido usado por empreendimentos recentes, em buscas de novos investidores. Durante a bolha da internet e nos períodos de crescimento da bolsa, cresceu o uso deste índice. Desconfie de uma empresa que enfatiza o resultado pelo Ebitda, mas não pelo índices mais conservadores.

Observações Adicionais
a) O Ebitda também tem sido usado em certos índices, seja no numerador ou no denominador. Assim, é possível encontrar “ebitda sobre vendas” ou “valor do empreendimento sobre ebitda”.

b) Em geral o resultado do Ebitda é mais favorável para empresa que o lucro operacional. Por este motivo, as empresas com prejuízo operacional preferem destacar o Ebitda, que tende a apresentar um resultado melhor para empresa.

c) O Ebitda é muito controverso. O famoso investidor Warren Buffett, numa de suas cartas anuais para os acionistas de sua empresa, criticou esta medida.

Leia mais:

06 março 2012

Retorno Sobre o Investimento - ROI

Definição – relaciona o lucro operacional com o investimento da empresa. O retorno sobre o investimento, também denominado de ROI, mostra a taxa de retorno obtida pela empresa para seus financiadores, seja capital próprio ou capital de terceiros.

Quanto maior o ROI maior o retorno obtido.


Fórmula – Retorno sobre o Investimento = (Lucro Operacional/Investimento) x 100

Sendo
Lucro Operacional = lucro obtido pela empresa antes de remunerar seus financiadores. Existem algumas controvérsias sobre o que se deve considerar ou não no lucro operacional. Basicamente todo resultado decorrente do investimento realizado na empresa deve entrar no lucro operacional. Isto inclui as receitas financeiras e o resultado de investimentos em outras empresas, mas não as despesas financeiras, que devem ser excluídas.

Investimento = também denominado de ativo líquido. Diz respeito ao valor do ativo menos os passivos não onerosos (passivos de funcionamento), que inclui fornecedores, salários e encargos, impostos a pagar.

Os dados são obtidos no balanço patrimonial e na demonstração de resultado de cada empresa. Para algumas situações, as notas explicativas também são importantes, quando a empresa não divulga, de maneira segregada, as despesas das receitas financeiras.

Por dividir uma informação de um período (lucro operacional) por uma informação de uma data (investimento), o retorno sobre investimento refere-se a um período de tempo, como um ano específico ou um trimestre.

Unidade de Medida – Ao dividir um valor monetário por outro valor monetário, o resultado não possui uma medida específica. Entretanto, ao multiplicarmos por cem estamos considerando esta medida em percentual. Assim, pode-se comparar o retorno do investimento de uma empresa com outros retornos, com um título sem risco. Mas é importante lembrar que ao usar o lucro operacional de um trimestre, por exemplo, o retorno obtido será o retorno do trimestre.

Intervalo da medida – Como o lucro operacional pode variar entre um número negativo e um número positivo, o intervalo esperado da medida varia entre menos 100% até infinito. Usualmente o resultado deve ser positivo.

Como calcular – A figura a seguir mostra o balanço de 31 de dezembro de 2011 da B2W, em milhões de reais.


A seguir, a demonstração de resultado no quarto trimestre de 2011, também em milhões de reais:

Para calcular o lucro operacional temos que separar tudo que é proveniente do ativo líquido (investimento) daquilo que é decorrente dos financiadores (terceiros e próprio). Partindo do Resultado Operacional antes do Resultado Financeiro temos que adicionar as receitas financeiras, a equivalência patrimonial e outras despesas operacionais:

Lucro Operacional = Resultado Operacional Antes do Resultado Financeiro + Receitas Financeiras + Equivalência Patrimonial + Outras receitas (despesas) não operacionais

O investimento é obtido retirando do ativo os passivos não onerosos. No caso da empresa

Investimento = Ativo – Fornecedores – Salários, provisões e Contribuições Sociais


O cálculo do ROI é obtido através da relação dos dois valores encontrados:

ROI = (72,8 / 2.802,8) x 100 = 2,6% ao trimestre

Isto corresponde a um retorno anual de 10,8%. É possível comparar este rendimento com outras empresas e até mesmo, com as devidas ressalvas, com outros investimentos.

Grau de utilidade – Elevado. Esta é uma das medidas de desempenho mais relevantes de uma empresa. É importante para comparar empresas de setores diferentes.

Controvérsia de Medida – A forma como se calcula o ROI pode variar conforme o analista, tanto pelo denominador quanto pelo numerador.

Cuidados Adicionais

a) Pelo menos na teoria pode ocorrer uma situação esdrúxula onde o ativo líquido seria negativo. Nestes casos é preferível não usar o ROI.

b) A medida do lucro operacional varia na literatura. No passado a legislação brasileira considerava as despesas financeiras como parte do lucro operacional, o que não faz nenhum sentido lógico. Alguns optam por não considerar as receitas e despesas não operacionais. Como a classificação deste item é questionável e tende a cair em desuso, é aconselhável que os valores sejam considerados no lucro operacional. Da mesma forma, em países mais desenvolvidos, é comum retirar do ativo todo passivo circulante. Assim, o investimento corresponderia ao ativo menos o passivo circulante. Em razão do grande volume de empréstimo e financiamento de curto prazo ainda presente na estrutura das empresas brasileiras, aconselha a considerar somente o passivo não oneroso.

c) O Retorno sobre o investimento também é conhecido como índice Du Pont. Historicamente este índice era usado na Du Pont para fazer análise de desempenho das empresas do grupo, que era bastante diversificado.

d) Uma forma de enriquecer a análise do ROI é usar a expressão de cálculo mais expandida:

ROI = Lucro Operacional / Investimento Líquido
ROI = (Lucro Operacional / Investimento Líquido) x (Vendas/Vendas)
ROI = (Lucro Operacional / Vendas) x (Vendas/Investimento Líquido)
ROI = Margem Operacional x Giro do Ativo

Veja também:

03 agosto 2011

Termômetro de Insolvência I


Termômetro de Insolvência

Por Alexandre Alcantara da Silva

Visitando o Blog de Stephen Kanitz, achei um texto do mesmo comentando sobre seu termômetro de insolvência: Os Próximos 20 Anos Serão de Ouro II. Neste post Kanitiz destaca o contexto que o motivou a criar o seu conhecido Termômetro de Insolvência:

Estudei em Harvard uma matéria que me encantou: Management of Lending - Administração de Carteiras de Empréstimos.

Era uma matéria difícil que exigia conhecimentos de psicologia, negociação, análise de balanços, análise setorial, lei societária, lei do crédito, crédito e cobrança, lei das falências, enfim uma área em que eu teria poucos concorrentes.

A primeira coisa que fiz ao retornar foi criar o famoso Termômetro de Insolvência, também conhecido como o Termômetro de Kanitz, uma das primeiras experiências de credit scoring no Brasil.

No mesmo post ele cita a divulgação do artigo "Como prever falências de empresas", publicado na Revista Exame, edição de dezembro de 1974. Como bem ele destaca, este exemplar da Revista Exame é uma raridade, vide ao final link para a íntegra do artigo.

De acordo com SILVA (2010, p. 173)

O estado de insolvência de uma empresa pode ser definido como a incapacidade para pagar as suas obrigações financeiras na data de seu vencimento, bem como quando seus ativos forem inferiores ao valor dos seus passivos.

Buscando subsidiar as decisões de concessões de crédito ou mesmo subsidiar decisões estratégicas, alguns modelos têm sido desenvolvidos, e quando associados a outras técnicas de análise tornam-se instrumentos valiosos para permitir a caracterização da situação econômico-financeira das empresas.

Estes modelos têm por objetivo identificar, mediante procedimentos estatísticos (em especial a análise discriminante), a relação funcional entre os índices financeiros e o estado de solvência (lucros, fluxos de caixa, rentabilidade), ou de insolvência (falência, incapacidade de cumprir com as obrigações) de uma organização. Por ter como base a utilização de índices de solvência, rentabilidade e lucratividade, devem ser adequados às características de organizações de um mesmo setor.

25 julho 2008

Simplicidade de uma medida

Uma das características mais relevantes de um bom índice é a simplicidade (veja as características desejadas no livro de Administração do Capital de Giro, p. 101). Ou seja, deve ser fácil de construir com os dados existentes. Outros aspectos: adaptabilidade, abrangência, probabislítico, comparação e previsão. Tenho dúvidas se existe um índice que apresente todos esses pontos (ou esteja perto) na contabilidade.

A revista The Economist construiu um índice para analisar a taxa de câmbio dos diferentes países do mundo de uma forma simples e que cumpre, razoavelmente, os outros requisitos citados. Trata-se do índice Big Mac.
Usando o preço de venda do Big Mac em cada país, a The Economist compara com o preço do Big Mac nos Estados Unidos para determinar se a moeda local está valorizada ou não.

No dia 24 de julho a revista divulgou a última informação do índice Big Mac. Para o Brasil, cuja taxa de câmbio estava em 1,58, o valor mais adequado seria de 2,10, indicando que a nossa moeda está valorizada.

Não é o pior caso de valorização (Noruega), mas é um sintoma que a médio e longo prazo haverá uma desvalorização da moeda.

07 julho 2008

Índice P/L


O índice P/L é muito criticado no mercado por sua simplicidade. O gráfico no entanto é revelador. No eixo x tem-se a taxa P/L; no eixo y o retorno anualizaodo de vinte anos. O gráfico mostra a existência de uma relação inversa. Ou seja, quanto menor o P/L maiores as oportunidades de ganho de longo prazo.