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12 novembro 2022

Clima afeta a política

A democracia pode ter uma possível solução para o problema do clima? Eis um resumo explicativo de uma pesquisa feita na Índia:

Para estudiar los efectos de exposición a cambio climático utilizamos mediciones satelitales diarias de temperatura durante la campaña agrícola para construir una medida de exposición a temperaturas extremas que la literatura científica ha demostrado que son muy dañinas para la producción agrícola. Combinamos estos datos con medidas de productividad agrícola de alta resolución y los combinamos con datos de elecciones en la India a nivel de distrito electoral.

(...) encontramos una relación robusta entre la incidencia de altas temperaturas y una reducción en productividad. (...) ¿Qué ocurre con la participación electoral cuando las elecciones ocurren tras una campaña agrícola con temperaturas extremas? Cuando combinamos este gráfico con datos de participación electoral vemos que las líneas son un reflejo una de la otra, y que las temperaturas altas, al reducir la productividad agrícola, aumentan la participación electoral. (...)

En años electorales, las temperaturas extremas reducen el número de candidatos que se presentan, especialmente aquellos candidatos marginales que al recibir pocos votos perderían el depósito que debe pagar todo candidato, y los candidatos independientes, que se presentan sin el soporte de algún partido político.

Las características de los candidatos que ganan las elecciones también cambian, ya que tienden a tener un patrimonio menor y la probabilidad de que hayan sido acusados de delitos también baja. Algo interesante es que la probabilidad de que se dediquen a actividades agrícolas aumenta.

Esto podría tener implicancias en términos de las políticas de apoyo a los productores agrícolas que pierden en años con mayor incidencia de temperaturas extremas. Cuando comparamos candidatos que se dedican a actividades agrícolas con otros candidatos vemos que los primeros tienen un efecto positivo en la proporción del distrito electoral que accede a algún tipo de sistema de riego. Esto es consistente con evidencia en nuestro y otros contextos que muestra que el riego mitiga el efecto de las altas temperaturas en la productividad agrícola.


Nuestros resultados son consistentes con un marco conceptual muy simple en el que las altas temperaturas reducen los ingresos, lo que - en un contexto de utilidad marginal decreciente del consumo y candidatos políticos que proporcionan beneficios a los ciudadanos si son elegidos- induce a más ciudadanos a votar. Al mismo tiempo, dado que presentarse a las elecciones en India implica un coste (el depósito que los candidatos deben pagar no se devuelve salvo que obtengan al menos una sexta parte de los votos), la disminución de ingresos por altas temperaturas reduce los incentivos de los candidatos marginales para presentarse a las elecciones. Los votantes votan a aquellos candidatos que les van a ayudar a superar el shock de altas temperaturas, quizás invirtiendo más en sistemas de riego.

Nuestro articulo contribuye a una literatura cada vez más extensa que documenta las respuestas de los principales perdedores de los efectos negativos del cambio climático. Mientras que la mayoría de las investigaciones se enfocan en respuestas y adaptaciones productivas, nosotros presentamos evidencia de que, en el marco de una democracia electoral robusta, los ciudadanos utilizan al sistema político como un mecanismo alternativo para enfrentarse a choques que reducen su bienestar económico.

15 outubro 2019

Nobel de Economia e a Índia

Três pesquisadores que estudam experimentos para ajudar a combater a pobreza foram contemplados com o Nobel de Economia. Um texto bastante interessante da Quartz mostra a reação da Índia à premiação.

Em primeiro lugar, confesso que não sabia que Banerjee, um dos premiados, era esposo de Duflo, a economista que também recebeu o prêmio, junto com Michael Kremer. (Confesso, na minha ignorância, que já tinha escutado falar de Duflo e sabia que era uma pesquisadora brilhante)

A imprensa indiana destacou que Banerjee, e sua esposa, tinham ganho o Nobel

O ponto fica mais complicado nestes tempos de radicalismo quando sabemos que Banerjee é oposição. No passado, ele criticou a política econômica do atual governo, inclusive a decisão de retirar de circulação as notas de elevado valor. Esta medida foi tomada pelo governo para "combater a corrupção". Mas Banerjee criticava a mudança, assim como uma mudança na metodologia de cálculo do PIB, vista como manipulação por ele e outros opositores.

Como o governo e apoiadores reagiram? Veja
Desmerecendo o prêmio, dizendo não ser um Nobel. Que país estranho. Ainda bem que o Brasil não é assim.

27 fevereiro 2018

Fraude no banco indiano

O Banco Nacional Punjab (PNB) foi fundado em 1894 e tem sede em Nova Delhi, Índia. Com 70 mil empregados e controlado pelo governo indiano, a instituição possui 80 milhões de clientes, quase 7 mil agências e mais de 10 mil caixas eletrônicos. Um gigante financeiro.

O PNB reconheceu a existência de uma fraude de quase 2 bilhões de dólares, muito embora existam notícias que este valor pode ser maior. O problema ocorreu quando funcionários subalternos da filial de Mumbai fizeram transações fraudulentas com o designer e joalheiro Nirav Modi. Segundo o PNB, dois funcionários estavam envolvidos no esquema e o problema só foi notado por um funcionário novo do banco. Entretanto, dez funcionários foram suspensos. As ações caíram quase 10%.

Modi e família fugiram do país em janeiro.

06 julho 2017

Poder do incentivo

A lei básica da economia: as pessoas reagem aos incentivos. Isto é perceptível em diversos momentos da nossa vida.

O Quartz trouxe uma reportagem sobre o costume que alguns médios da Índia possuem de pagar comissões que chegam a 60% recebido do paciente para outro médico que fez a indicação. Funciona da seguinte forma: um médico indica o paciente para outro médico, com baixa clientela. Do valor que o paciente pagar, uma parcela variável vai para quem indicou.

Um efeito colateral desta prática: estima-se que 30% das angioplastias realizadas são desnecessárias.

22 fevereiro 2016

Bancos da Índia

O Financial Times  levanta os efeitos da contabilidade dos bancos da Índia. Naquele país asiático, uma parcela expressiva do sistema financeira é apoiada pelo Estado. E estas instituições fizeram, no passado, uma série de empréstimos ruins que não foram adequadamente reconhecidos pela contabilidade.

30 dezembro 2015

02 fevereiro 2013

Governança Corporativa na Índia

Em janeiro, o Securities and Exchange Board of India (Sebi) colocou em audiência pública uma proposta nada convencional. O regulador do mercado de capitais do país considera monitorar o nível de aderência das empresas às normas de governança impostas pelas bolsas por meio de ratings fornecidos por classificadoras de risco, como Moody’s e Standard & Poors. De acordo com o jornal local Express India, se a norma for aprovada, 5 mil companhias listadas terão de ser avaliadas.

As medidas do regulador estão conectadas com o esforço do governo indiano para melhorar a governança corporativa das companhias locais. Em dezembro do ano passado, foi aprovado o Companies Bill, que reformou a lei empresarial da Índia. O novo diploma instituiu, dentre outras regras, o rodízio de firmas de auditoria a cada quatro anos e a fixação de um teto máximo de remuneração para diretores, atrelado ao lucro da companhia. Além disso, ficou estabelecido que as empresas devem direcionar pelo menos 2% de seus lucros para iniciativas de responsabilidade social — ou explicar por que isso não foi feito.

Fonte: Aqui

25 dezembro 2012

BRICs: "conceito" sem sentido

BRICs, the now familiar term for Brazil, Russia, India, China and the growth of their economies and influence, have formalized their club and extended their reach by inviting South Africa to join. But do their meetings and joint statements really allow them to punch above their individual weight? What do these countries share beyond a common interest in bolstering their global clout?


The most durable thing about the BRICs is the acronym itself. They cannot be ignored — emerging markets accounted for two-thirds of global economic growth over the past five years, a figure that could rise to as much as 75 percent by 2015. But combining individual countries into classes based on catchy acronyms adds neither influence to their groupings nor insight into their futures.
There are four main reasons why the BRICs will never function as a single coherent interest group.
First, we often say BRICs when we really mean China. In the post-World War II era, the Group of 7 major industrialized countries set the international agenda, and the United States was the driving force. But China’s dominance of the BRICs is even more pronounced. With a G.D.P. of $7.3 trillion, the Chinese economy is the second largest in the world — and larger than all the other BRICs put together.
South Africa’s economy is roughly equivalent to that of China’s sixth largest province. Developments inside China — from its resource appetites and cyber capacity to its political and military might — will drive the actions of the other BRICs. Russia, India and Brazil will be responding to China, both cooperatively and antagonistically, much more than they will coordinate with it.
Second, when it comes to their political systems, the BRICs are apples and oranges…and pears and pineapples. Brazil and India are democracies; Russia and China are autocracies.
But Brazil’s democracy is much more centralized and less diverse than India’s. Uttar Pradesh, India’s most populous province, has roughly the same population as all of Brazil (and four times South Africa’s). With more than a dozen official languages and a remarkably decentralized structure, India is a challenge all its own. It is also the least international in its outlook: despite a population of 1.2 billion people, India has about the same number of diplomats as little New Zealand.
In Russia, Vladimir Putin uses hollow democratic institutions to secure one-man rule. China’s leadership is a cohesive group of party men, aligned in their most basic interests, who negotiate over the details of reform to preserve an increasingly untenable status quo rather than to undertake a large-scale overhaul. The bottom line: if you wanted to pick four major global economies with as little as possible in common in their politics, the BRICs would be a decent bet.
Third, their economic systems are wildly different as well. In Russia and China, the state is the dominant force in the economy. There are significant economic reasons for both to move away from a state capitalist system that will decay over time, but both governments have political incentives to keep things as they are to protect the near-term security of their governments. Brazil and India lean closer to free market capitalism than to the state-dominated variety.
Nor are the BRICs particularly tied to one another. Brazil has deepened commercial ties with China, its largest importer, but Russia accounted for only about 2 percent of China’s trade in 2011, and China and India have no bilateral trade agreements. There are still no direct flights between Beijing or Shanghai and Mumbai. Each BRIC depends more on its ties with America and Europe than with other members of its club.
Finally, there is the difference in their most immediate needs. Russia and Brazil are major resource exporters. China, on the other hand, is the second largest importer of crude oil, and India is fourth. But beyond the competing interests of buyers and sellers, there are the frictions within these groups.
India and China are not yet seriously competing with one another for resources, but as the demographics shift in the two countries and as India becomes more urban and spends more on its infrastructure, the frictions will grow. Take water, for example: China and India are home to 37 percent of the global population, but only 10.8 percent of its water. The population will grow — and so will strains on that water as industrialized processes and more upscale (and water-intensive) eating habits take hold.
For its part, Russia is increasingly threatened by the energy revolution taking place in the Western hemisphere. Moscow depends on oil sales for state revenue, and the break-even oil price at which Russia’s budget balances has skyrocketed from $34 a barrel in 2007 to $117 in 2012. Brazil, by contrast, has enough energy to fulfill its own needs and to sell beyond its borders. As the geopolitics of energy and basic resources like food and water shift dramatically over the coming decade, differences among the BRICs will only grow.
In short, the BRICs can agree to disagree with the global status quo. They will sometimes use their collective weight to obstruct U.S. and European plans. But the BRICs have too little in common abroad and too much at stake at home to play a single coherent role on the global stage.

16 setembro 2012

Brics, bricões e briquinhos

Brics, bricões e briquinhosMarcelo de Paiva Abreu*
O Estado de São Paulo, segunda-feira, 3.9.2012

Muitos analistas têm sublinhado a heterogeneidade dos países que compõem o Brics: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Com toda a razão, quando se trata do desempenho nas últimas décadas: enquanto o cerne do grupo, Índia e China, tem crescido a 8% ou 10% ao ano, as demais economias crescem a metade ou um terço disso. Fazer parte do Brics pode satisfazer a vaidade brasileira e alimentar esperanças quanto a articulações diplomáticas, mas é um erro tratar o grupo como homogêneo no que se refere aos temas essenciais.

Há, entretanto, lições úteis a extrair da comparação entre as experiências dos Brics e que explicam a heterogeneidade do seu desempenho. Nos quatro países, a estratégia econômica ao longo da história foi calcada em dois pilares fundamentais. De um lado, a ideia de que faria sentido reduzir a dependência do mundo exterior e dar prioridade à substituição de importações. De outro lado, a crença de que o Estado deveria jogar papel fundamental na economia não apenas como regulador, mas também como provedor de bens e serviços.

Na Rússia, a ênfase em autarquia e Estado precedeu a União Soviética. Já na Rússia czarista, a partir do final do século 19, o modelo econômico foi calcado em ação do Estado e substituição de importações. Depois de 1917, essa ênfase foi levada ao extremo. Na Índia, após período relativamente liberal entre a independência, em 1947, e a morte de Nehru, no início da década de 1960, o modelo enfatizou os mesmos alicerces até o fim dos anos 1980. Na China pré-1980, o modelo socialista ortodoxo combinava em versões extremas a intervenção do Estado e a autarquia. O isolamento da África do Sul sob o apartheid implicou que, antes de 1994, a estratégia econômica dependesse da minimização à exposição externa e de alto grau de interferência do Estado na atividade econômica.

No Brasil, a partir de meados do século 19, houve continuidade na estratégia econômica que combinava autarquia e intervenção estatal. Desde cedo no Império, as tarifas de importação eram muito altas, inicialmente justificadas por razões fiscais, mas depois claramente protecionistas. Na Primeira República, as políticas públicas deixaram de ter como alvo a correção de falhas de mercado em relação à atração de imigrantes e investimento direto estrangeiro e partiram para a administração dos preços de café, explorando o poder de mercado brasileiro. Com a grande depressão, somou-se o controle cambial à tarifa alta. Em 1944, na famosa controvérsia Gudin-Simonsen prevaleceu, na prática, a visão de Simonsen - a despeito de suas fragilidades analíticas - quanto à centralidade dos pilares calcados em autarquia e Estado.
Essa visão sobreviveu galhardamente ao golpe militar e começou a ser erodida na década de 1980 em meio de altíssima inflação combinada à estagnação. As reformas de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, baseadas em visão crítica da potencialidade de longo prazo dos pilares tradicionais, promoveram a abertura comercial e a privatização. Mas o que se tem visto desde 2003, e ainda mais desde 2011, é uma regressão às visões mais primitivas de estratégia econômica calcada em proteção alta e aumento do peso do Estado.

Nas economias mais dinâmicas do Brics - Índia e China -, o que se vê é exatamente o contrário da experiência brasileira no período recente. Na Índia, desde o final dos anos 1980, e na China, desde o final da década de 1970, houve verdadeiras revoluções quanto à abertura dos mercados, a expansão das exportações, atração de capitais estrangeiros e redução do peso do Estado na economia. Nos dois casos houve aumento significativo da formação bruta de capital fixo e, consequentemente, das taxas de expansão do PIB. A formação bruta de capital fixo na Índia tem sido da ordem de 35% do PIB, saindo de um patamar, nos anos 1980, apenas um pouco melhor do que os atuais míseros 17% do Brasil. Na China, o número estaria em torno de 45%, embora haja significativas distorções de medida provavelmente significativas. Mesmo nos membros do Brics menos bem-sucedidos, Rússia e África do Sul, nos quais a abertura das economias e a redução do peso do Estado mereceram ênfase bem menor, a formação bruta de capital fixo tem sido da ordem de 23%. Além disso, sempre é bom relembrar que a tara nacional com relação à manutenção de altos índices de conteúdo nacional nas compras feitas, diretas ou indiretamente, pelo governo faz com que aos baixos níveis de investimento corresponda expansão da capacidade ainda mais limitada, em vista do encarecimento dos bens de capital.

Impressiona a teimosia do Planalto em deixar de reconhecer que a atual estratégia brasileira de crescimento apenas assegura que a economia alterne voos de galinha com pousos forçados. A estratégia que poderia superar a mediocridade do desempenho econômico do País deveria, com o benefício das lições que podem ser extraídas das experiências da China e da Índia, ser baseada na retomada da abertura gradual do mercado brasileiro, na reversão da nova onda estatizante e no aumento da poupança doméstica. Só então seria possível pensar em deixarmos de ser briquinho.

*Doutor em economia pela Universidade de Cambridge, é professor titular no Departamento de Economia da PUC-Rio

04 maio 2012

Iasb

Numa conferência ocorrida em Nova Iorque, David Tweedie, ex-presidente do Iasb e atualmente presidente do Instituto dos Contadores da Escócia, afirmou que Japão, Índia e China estão hesitando em adotar as normas internacionais em razão do atraso da decisão da SEC (CVM dos Estados Unidos) em adotá-las.

Tweedie, por um lado, reconhece a fragilidade do Iasb. Por outro lado, lembra que o mandato de dois membros dos EUA no Iasb estão encerrando nos próximos meses e este país poderá perder a influência sobre a entidade. Lembra Tweedie que outros países desejam discutir assuntos como agricultura e câmbio.

Ainda com respeito a esta conferência, a Accountancy Today apresenta uma frase interessante:

Tweedie contended that 70 million businesses around the world are using IFRS for SMES, although he admitted he did not know where the figure came from.

(Sempre achei que Tweedie apresentava informações sem prová-las. Parece que tinha razão na minha desconfiança)

01 março 2012

Práticas de gestão nas empresas e países

Este post vai tratar sobre o working paper: Management Practices Across Firms and Countries , de autoria de Nicholas Bloom (Stanford University) , Christos Genakos (Athens University of Economics and Business), Raffaella Sadun (Harvard Business School) e John Van Reenen (London School of Economics).

O objetivo da pesquisa é compreender como e por que práticas de gestão variam não somente entre países, bem como entre as empresas e indústrias. Para mensurar as práticas de gestão, os pesquisadores usaram a metodologia de double-blind survey . A pesquisa foi executada com amostras retiradas aleatoriamente de diferentes indústrias e países ,e com a utilização de perguntas abertas para obter respostas precisas sobre a qualidade das práticas gerenciais dentro de cada orgazanização.Na última década, ao executar esta abordagem sistemática em cerca de 10.000 organizações, os autores chegaram às seguintes conclusões:

1. Em termos de práticas de gestão, as empresas industriais norte-americanas têm pontuação superior a qualquer outro país . As organizações com sede no Canadá, Alemanha, Japão e Suécia também são bem gerenciados. Todavia, as empresas de países em desenvolvimento como Brasil, China e Índia, geralmente são mal gerenciadas .Veja:



2.As diferenças nas práticas de gestão são nítidas em países em desenvolvimento, como o Brasil, China e Índia, que têm uma grande quantidade de empresas muito mal geridas. Veja:

3. A propriedade é um dos fatores que explica a variação da qualidade das práticas gerenciais.Assim, empresas de propriedade estatal, familiares e de propriedade do fundador ,são normalmente mal gerenciadas, enquanto multinacionais,com dispersão de controle acionário são tipicamente bem geridas.


4.Há uma forte evidência que um mercado competitivo mais acirrado favorece as melhores práticas de gestão, tanto no setor público e privado .


5. Países onde o mercado de trabalho tem pouca regulamentação estão associados a melhores práticas de gestão de incentivos organizacionais, como a promoção baseada em desempenho.



6. As organizações públicas têm as piores práticas de gestão em todos os setores estudados. No entanto,as multinacionais parecem ser capazes de adotar boas práticas de gestão em quase todos os países em que operam.



7. O nível de escolaridade, tanto dos gerentes e não-gerentes, está fortemente ligado as melhores práticas de gestão. Além disso, os pesquisadores acreditam que o aprendizado de conceitos básicos de gestão empresarial - por exemplo, análise de dados e orçamento de capital- pode melhorar a gestão de negócios em diversos países, especialmente nos em desenvolvimento. No artigo apresentam evidências encontradas na Índia.

Em suma, menor participação estatal, livre mercado, competição acirrada e crescimento da iniciativa privada favorecem a produtividade e o crescimento econômico. Nenhuma novidade, pois já está empiricamente mais que comprovado.
Obs: Para maiores detalhes, quanto à metodologia e nomenclatura , recomendo a leitura do working paper na íntegra.

03 fevereiro 2012

Fuga de cérebros

Segundo Robert Guest, a fuga de cérebros (brain drain,em inglês) gera consequências econômicas positivas para os países em desenvolvimento:

Like many rich countries, Britain imports planeloads of medical personnel like my wife's midwife from poor countries like Nigeria; without them, Britain's hospitals could barely function. But this transfer of intellectual capital raises a troubling question: Is it fair for rich countries to poach talent from poor ones? After all, it seems intuitive that "brain drain" hurts the poor. Frank Dobson, when serving as Britain's health secretary, called it an "international disgrace." If all the best doctors and engineers move to the West, who will staff hospitals or build railways in Nigeria or Bangladesh? Simple justice, it would seem, requires that rich countries should stop recruiting doctors and engineers from poor ones.

Or does it? One of the most surprising findings in modern economics is that the brain drain reduces global poverty. On balance, the outflow of talent from poor countries to rich ones is actually good for poor countries -- and even more so for poor people, since many escape poverty by emigrating.

Migration makes poor countries better off in several ways. First, the prospect of earning big bucks working abroad spurs more people to acquire marketable skills. They scrape together college fees and stay late in the library. Having qualified as doctors or engineers, many will promptly emigrate. But many will not. Some will fail to obtain a visa; others will stay behind to look after their aging parents.


25 junho 2011

Índia x Full IFRS

Por Pedro Correia


O IASB está preocupado com a não aceitação plena das IFRS na Índia.Em maio deste ano, esse órgão fez um apelo para que o governo indiano adote as IFRS de forma plena.A transição para as normas internacionais tem sido contestado por grande parte das empresas indianas.Elas temem que os resultados e o reconhecimento da receita, nas indústrias, sejam alterados de forma significativa .Isso obrigou o o governo a realizar uma série de alteraçãos nas IFRS, através da Ind-AS, a versão indiana das IFRS.O IASB considera que essas mudanças não estão em conformidade com as IFRS. Em fevereiro deste ano, o governo adiou a convergência das Ind-AS com as normas internacionais, devido ao lobby e pressão das empresas.

Recentemente, o governo indiano anunciou que irá realizar novas mudanças no Ind-AS. No entanto, essas alterações vão demorar a ocorrer, pois o governo irá aguardar as sugestões de mudanças às IFRS realizadas pelos países desenvolvidos(EUA e Japão).Segundo Doplhy d'souza, a mudança para Ind-AS é como se fosse uma mudança para um outro Indian GAAP e não irá acrescentar nada.Ele afirma que: "Ou a Índia aceita as IFRS de forma plena ou continua com o Indian GAAP".Não obstante, outros contadores sugerem que as mudanças no Ind-AS são vitais para uma suave transição para as IFRS.

Esta frase do ministro das relações institucionais indiano,D.K Mittal, mostra como está o ânimo para a adoção plena das IFRS:

"We have to see how IFRS will meet our requirements. Our markets are different, our standards are different"

Este imbróglio para a adoção plena das IFRS na Índia é um grande desafio para o IASB.

03 abril 2011

Efeitos do críquete no mercado acionário

Por Pedro Correia


No dia 02/04/2011 ocorreu o evento esportivo mais aguardado na Índia[1]. Após 28 anos, a equipe indiana sagrou-se bi-campeã mundial de críquete contra os maiores rivais: a seleção do Sri Lanka.[2] O jogo ocorreu em Mumbai num estádio com capacidade de 30 mil pessoas. Os ingressos nas mãos de cambistas eram vendidos por 10 mil dólares. Assim, percebe-se o quão valioso é o críquete para o povo indiano. O esporte, que foi levado pelos ingleses para a Índia é o mais popular. É o futebol dos indianos.Por que prestar atenção no críquete? A ESPN responde.

Não obstante, este evento pode ser ainda mais interessante para o estudo de finanças comportamentais. Em 2006, os pesquisadores Edmans, Garcia e Norli, do MIT, da Tuck e da Norwegian School mostraram que existe uma relação entre o sentimento em esportes e o retorno das ações. No artigo intitulado Sports Sentiments and Stock Returns, os autores utilizaram vários esportes (futebol, basquete, críquete, rugby e hockey no gelo), e fizeram uma associação com o retorno do mercado acionário do dia seguinte ao jogo.


Como já foi dito neste blog:" o estudo faz parte de uma literatura recente ,que investiga como os preços dos ativos são influenciados por viés no comportamento.Utilizando uma amostra de mais de 2.600 observações, entre 1974 até 2004, os autores confirmaram uma ligação entre o comportamento do investidor e o resultado de eventos esportivos."


É bom ressaltar que os efeitos no mercado acionário são maiores nos locais em que o futebol é mais popular. No caso do basquete, críquete, rugby e hockey no gelo os efeitos encontrados são menores.


Esta vitória histórica terá algum efeito positivo na bolsa de Mumbai?


Na última sexta-feira o pregão fechou com baixa e o índice BSE Sensex 30 recuou 0,13%,para 19.420 pontos.


[1] A Índia desistiu do IFRS. ?


[2] O futuro da contabilidade depende do Sri Lanka


UPDATE: A bolsa de Mumbai subiu 1,45% e foi para 19.701 no 1º dia útil após o evento. Assim, percebe-se que existe uma correlação positiva entre a vitória histórica, o sentimento dos investidores e o retorno das ações. É claro que correlação não significa,necessariamente, causualidade.


18 agosto 2010

A história da economia


A figura (fonte, aqui, publicado na The Economist) mostra a história da economia nos últimos dois mil anos. Foram compilados por Angus Maddison.

É possível perceber que China e Índia dominavam a economia mundial até 1820, quando a Revolução Industrial aumentou a participação dos EUA e da Inglaterra. Uma razão para este domínio: a grande população, que até 200 anos era o fator dominante para a produção econômica.

02 dezembro 2009

Índia e IFRS

O governo indiano se comprometeu a alinhar as práticas contábeis das empresas indianas com as normas internacionais de contabilidade financeira dentro de 18 meses, desafiando as dúvidas sobre a disponibilidade do setor de contabilidade do país.

(...) R Bandyopadhay, secretário do Ministério de Assuntos Corporativos, disse que ainda estava de pé o compromisso do governo de adotar as novas regras em Abril de 2011. Ele disse numa reunião sobre a contabilidade empresarial: "Um país como o nosso não deve falhar em manter o compromisso."

(...) A decisão da Índia de introduzir IFRS tornou-se cada vez mais importante já que no mês passado uma decisão inesperada de Bruxelas atrasou a introdução de novas regras IFRS para todas as empresas na União Européia.

Contabilistas dizem que a UE está sob pressão para rever a sua posição, em parte devido à decisão da Índia e da China em adoptar as IFRS. Se a UE não adotar o IFRS, isto pode comprometer sua influência nas decisões internacionais de contabilidade (...)


India defies the doubters to set deadline for accounting changes - Alexandra Stevenson - 1/12/2009 - Financial Times - 25

29 dezembro 2006

Carros baratos na Índia


Índia lidera onda dos carros baratos
Valor Econômico

A idéia não é nova. Fabricar carros com custos baixos teve um grande papel no avanço econômico da Europa durante a década de 1960 - e criou modelos clássicos, como o Mini. Agora, uma nova geração de automóveis de custos ultra-baixos poderá ter um impacto igualmente dramático na Ásia.

Durante anos, especialistas do setor acreditaram que esses veículos surgiriam primeiro na China, que já é o terceiro maior mercado automobilístico do mundo e fonte de tudo que tenha custos baixos.

Mesmo assim, as atenções agora mudaram para a Índia, um país com estradas terríveis e um décimo dos investimentos internos na produção industrial.

No começo do mês o governo de West Bengal aprovou a construção de uma nova fábrica em Singur, perto de Calcutá. Em menos de 18 meses, se tudo correr bem, os primeiros modelos de um novo carro de custos baixos deixarão a linha de produção. A empresa que está por trás do projeto, a Tata Motors - parte do grupo Tata, que está brigando com a CSN (grupo siderúrgico) do Brasil pelo controle da Corus, siderúrgica anglo-holandesa - está no ramo automobilístico há menos de uma década. Mas o grupo Tata é respeitado na Índia por sua capacidade de superar obstáculos aparentemente impossíveis, além de possuir recursos financeiros formidáveis. As expectativas são tão grandes, que outros estados indianos estão tentando atrair futuras fábricas e as montadoras mundiais estão fazendo fila para colaborar com a empreitada.

Os primeiros testes do novo carro aconteceram no mês passado em uma pista de testes de Pune, perto de Mumbai. Ele não é uma versão menor de um modelo já existente e sim um projeto totalmente novo. Com um motor traseiro de 30bhp, espaço para quatro pessoas e modelos opcionais de quatro e cinco portas, ele é um "carro bonito e confortável de dirigir", segundo Ravi Kant, presidente da Tata Motors. O mais ambicioso de tudo é o preço. O modelo está sendo conhecido como carro "one lakh" - de um lakh, que corresponde a 100.000 rúpias, equivalentes a cerca de US$ 2.100 quando o modelo foi concebido, quatro anos atrás. Os custos materiais aumentaram desde então, mas a Tata ainda pretende vendê-lo a menos de US$ 3.000 antes dos impostos.

Isso representa mais ou menos a metade do valor do automóvel mais barato disponível hoje, o Renault Logan, fabricado na Romênia. Isso é possível?

Executivos da Tata apontam para o Ace, uma caminhonete lançada no ano passado ao preço de 1,1 lakh, ou cerca de US$ 2.500 antes dos impostos. As vendas se restringiram a três estados indianos durante meses. Mas a capacidade de produção está sendo aumentada em mais de oito vezes. A Ace não é só popular, mas também lucrativa: apesar da alta dos custos das matérias-primas e da escala limitada, ele recuperou seus custos de desenvolvimento em um ano.

A maior concorrente local da Tata, a Maruti, duvida que o carro "one-lakh" consiga atender as exigências de segurança e emissões de gases poluentes. E é justamente por isso que a Ace não está sendo exportada para os países desenvolvidos. Embora ela emita uma quantidade muito pequena de dióxido de carbono, por causa de seu motor muito pequeno, atender os padrões de emissões de gases poluentes e segurança contra acidentes seria muito mais difícil e tornaria a Ace muito mais cara. As mortes em acidentes rodoviários e a qualidade do ar são preocupações cada vez maiores na Índia.

Mesmo assim, a Tata Motors está prosseguindo com seu carro one-lakh e outras montadoras poderão fazer o mesmo. A Bajaj, uma companhia conhecida por seus veículos de duas e três rodas, está estudando a possibilidade de fabricar um carro de baixos custos que usaria um motor de motocicleta. A família Munjal, que está por trás da Hero Honda, uma fabricante local de motocicletas, também está estudando a possibilidade de produzir automóveis baratos. E no Paquistão, a Transmission Motor Company, com sede em Karachi, já vende uma série de veículos de quatro rodas bem básicos por até US$ 2.200, e já o exporta para países como o Sudão, Qatar e Chile.