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26 março 2018

Por que temos poucos contadores charlatães?

Um texto de Berk e van Binsbergen (2017) tem-se um estudo da relação entre regulamentação e a presença de charlatães. Tradicionalmente as pesquisas mostram que entre a presença de licença (caso do contador) e da certificação (caso de finanças), o primeiro caso nunca é preferível, nem para oferta nem para demanda.

Antes de detalhar este ponto, é necessário entender a diferença entre licença e certificação. Na licença, temos uma exigência para exercer a profissão. Isto ocorre com o médico, o advogado e o contador, por exemplo. Já na certificação, os trabalhadores podem exercer a profissão, mas o certificado é como uma informação (sinalização) para o mercado sobre a sua “competência”. Qualquer pessoa pode ser um diretor financeiro, mas um CPA informa que estudou para isto. A certificação, além de separar os charlatães das pessoas qualificadas, não reduz a concorrência, o que é positivo para os clientes e também para os trabalhadores. Caso o objetivo seja somente aumentar o salário do profissional, o licenciamento é preferível à certificação, já que divulga informações assim como diminui a concorrência.

Berk e van Binsbergen mostram que profissões onde existem grupos fracos, com grande oferta de trabalhadores hábeis e período de treinamento menor, com menos sinais com respeito à habilidade do profissional, são mais propensos aos “charlatães”. Compare, por exemplo, o cardiologista com o massaterapista. O cardiologista precisa de anos de estudos e são poucos os habilitados a tal; já o segundo não precisa de muitos estudos. A presença de “charlatães” será maior no segundo grupo.

Os autores analisam várias profissionais e, usando dados dos Estados Unidos, constatam que os contadores possuem maiores custos de oportunidades (a chance de um deles perder algo por um erro é muito maior que um médico, por exemplo), elevados padrões,

suggesting that the profession is likely to feature fewer charlatans.

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