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03 maio 2017

Necessidade de reduzir a complexidade

O Fasb, a entidade sem fins lucrativos relacionada com a criação de regras contábeis para o maior mercado acionário mundial, está interessado na redução da complexidade das demonstrações contábeis. Segundo um documento divulgado recentemente a entidade considera que a redução da complexidade beneficia as partes interessadas.

Mas será que a redução da complexidade não significa omitir informações? Para o Fasb a resposta é não. Além de aumentar a compreensibilidade da contabilidade, a menor complexidade pode significar também menor custo de implementação, podendo fazer com que as informações sejam mais consistentes e diretas. Isto poderia ter efeito sobre os auditores, segundo o Fasb, que poderiam emitir seus relatórios em menos tempo. Segundo o Fasb:

Sabendo disso, a Diretoria se esforça continuamente pelo "ponto ideal", entre a criação de padrões contábeis que fornecem informações úteis aos investidores e outros usuários, além de garantir que eles não imporão complexidade desnecessária e custos aos preparadores.


Outro lado - Apesar da aparente boa vontade do Fasb, é difícil de acreditar que "todas as alterações nos GAAP que são projetadas para reduzir a complexidade desnecessária". Afinal, nem todos serão beneficiados com esta redução. Pense nos auditores, onde a remuneração depende das horas trabalhadas. Ou nos gerentes que desejam esconder notícias ruins. Ou no regulador que gostaria de sentir poderoso ou possui um viés. O Fasb reconhece a dificuldade, mas considera que isto é proveniente da complexidade do ambiente econômico.

Mesmo a simplificação significa mudança, e as mudanças podem ser difíceis para as organizações interessadas. Os efeitos da mudança variam amplamente entre as organizações. Algumas partes interessadas podem estar entusiasmadas com uma oportunidade de simplificação, enquanto outras podem não se beneficiar tanto e, portanto, podem ser menos favoráveis.


Entretanto, uma pesquisa publicada no ano passado mostrou que as empresas usam a evidenciação voluntária como uma forma de mitigar os efeitos negativos da complexidade das demonstrações contábeis (GUAY, SAMUELS, TAYLOR. Guiding through the fog. Journal of Accounting and Economics, 2016, dica de Nyalle Mattos).

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