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04 janeiro 2017

Resenha: Peak

Anders Ericsson ficou conhecido depois que Malcom Gladwell divulgou a teoria das dez mil horas. Segundo Gladwell, qualquer pessoa seria um grande especialista em sua área se dedicasse dez mil horas de esforço em aprender. Para o autor de diversos best-sellers, os Beatles praticaram estas dez mil horas tocando em Hamburgo; um jogador profissional de tênis chega ao topo treinando muito, mais precisamente dez mil horas. O que Gladwell fez foi popularizar uma pesquisa de Ericsson com pianistas de alto nível, que descobriu, entre outras coisas, que a prática leva a perfeição.

Neste livro, Ericsson, juntamente com Robert Pool, indicam que somente praticar dez mil horas não é suficiente. Sem desmerecer o papel do esforço de horas de treino, Ericsson afirmar que é necessária uma prática proposital ou deliberada, focada e com objetivos específicos. Isto inclui feedback, motivação e aprendizagem com especialistas. O livro utiliza exemplos do xadrez, incluindo aqui um breve relato das irmãs Polgar, memorização, música, aprender línguas, atletismo, entre outras situações. Os autores afirmam que “nunca encontraram um caso convincente de alguém que desenvolveu habilidades extraordinárias sem uma extensa e intensa prática”. Os prodígios, como Mozart ou Judith Polgar, são fruto do entendimento de como progredir na sua área, mas também do tipo de treinamento recebido.

A ideia de Ericsson tem sido aplicada em educação com a denominação de prática deliberada. Já no final do livro, os autores fornecem um exemplo do ensino de física através desta prática, onde o rendimento final da turma foi muito superior em relação aos alunos que aprenderam da forma tradicional.

Vale a pena? Como um bom best-seller, o livro possui uma ideia poderosa, que “a prática deliberada leva a perfeição” e passa os capítulos tentando convencer o leitor através de exemplos simples e convincentes. Dificilmente saberemos o papel da prática e o papel do talento no sucesso de uma pessoa numa determinada área, mas tudo leva a crer que o “suor” não pode ser desprezado.

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