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30 setembro 2016

Previsão do mercado

O mercado tem sido regularmente usado como uma forma de previsão.No Brasil nós temos os casos do Focus, do Banco Central, que tenta simular um "mercado de especialistas" para projeção de variáveis econômicas. Ou o Prisma Fiscal, mais recentemente, para variáveis das finanças públicas. Pela sabedoria das massas, o mercado seria um bom previsor.

O gráfico abaixo é da Iowa Eletronic Market para as eleições dos EUA. O mercado de apostas indica que Clinton tem 72% de chance de vencer as eleições.

Oi e a recuperação judicial

Segundo informações do Financista, a empresa de auditoria PwC e o escritório de advocacia Wald estão pedindo mais de 300 milhões de reais para gerenciar a recuperação judicial da empresa de telefonia Oi. A proposta foi entregue na Vara responsável pelo caso. Do valor total, 214 milhões seriam a parte da PwC.

Rir é o melhor remédio

Nomes de redes engraçados

29 setembro 2016

Rei emérito da Espanha e a tentativa de suborno

O rei emérito da Espanha, Juan Carlos I, provavelmente tentou subornar um grupo anticorrupção. Diante da possibilidade da princesa Cristina ser a primeira pessoa da família real espanhola a ser julgada criminalmente, o rei supostamente ofereceu dinheiro, dois milhões de euros, para que o assunto fosse esquecido. Um gravação mostrou uma conversa entre um intermediário do rei que solicitava a organização Manos Limpias retirar a acusação de fraude fiscal contra a princesa, revelou o jornal El Mundo (via aqui).

Além da princesa, o ex-atleta Urdangarin, marido de Cristina, também está sendo acusado. O juiz ainda não deu veredito do caso.

Em 2014 o rei abdicou do trono e em seu lugar assumiu o rei Felipe. A conversa gravada é do final do ano passado.

Neymar

Neymar entrou com uma ação contra a União Federal pelo vazamento do processo no qual ele e seus pais são investigados por suposta sonegação de impostos no Brasil. O jogador reclama que o acesso ao processo é sigiloso, porém informações foram divulgadas na imprensa sem a sua autorização. (Fonte: aqui)

A acusação é sonegação de impostos e ocorreu entre 2011 a 2013.

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As melhores séries (segundo a Rolling Stones)

Foi tirar uma Selfie com uma Píton e... (vídeo)

As mais perigosas figuras da Internet (Schumer em primeiro)

Rir é o melhor remédio

Ativo, Passivo e PL, segundo Histórias Contábeis (Foto original de 1934, NY)

28 setembro 2016

Links

Airbags num fórmula 1?

Value Walk: Goodbye Dilma, Hello Michel

Em 1906 antecipou os problemas da tecnologia moderna

A importância do emprego seguro para a pesquisa universitária

Como os lobos mudam os rios

IFRS para pequenas empresas

Cidades sustentáveis (Zurique em primeiro, SP em 84o. e RJ em 86o.)

Economizando no café

Esse estudo buscar mensurar quais são os gastos com o fornecimento de café por parte da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Para tanto, obteu-se os dados com o Departamento de Material e Patrimônio e o Setor de Administração de Contratos da UFRN. Além disso, comparou-se esse tipo de fornecimento com outros possíveis para considerar qual seria o menos custoso para os cofres públicos. Percebeu-se que o preparo de café solúvel em vez de café coado seria menos custoso para a universidade, fato esse que, se fosse concretizado, reduziria o gasto com o fornecimento de café em mais de 40%. Constatou-se que os gastos para fornecer café em 2013 foram próximos de R$ 1.000.000,00. Logo, a importância do trabalho reside na conscientização da população a respeito dos gastos dos órgãos públicos.

Fonte: Aqui

Já conhecia um trabalho próximo, na UnB, sobre o consumo do café, realizado pelo Tiago Mota. Agora na UFRN. Pequenos gastos, grandes economias.

O futuro do papel

Essa tendência indica que avanços estão sendo feitos em várias frentes, desde empresas de tecnologia como a DocuSign Inc., a maior participante do mercado de assinaturas eletrônicas, à ascensão de tablets e de dispositivos móveis. Mais importante, ela representa uma mudança que levou muito mais tempo do que o previsto. Ela foi atrasada pelo fato de que os negócios são realizados de formas muito mais complicadas do que qualquer um gostaria. A persistência do papel no local de trabalho — 60% do qual não é impressão opcional, diz Shane — significa que os processos empresariais mudam devagar, se é que mudam. As pequenas e médias empresas são as mais lentas em se livrar do papel, ou seja, para digitalizar totalmente seu fluxo de trabalho.

Também existe o fato de que papel é fabuloso. É a única tecnologia de exibição e inserção de dados que custa pouco, não pesa quase nada, é legível com quase qualquer tipo de luz e não exige uma conexão de internet. É a personificação da portabilidade e da durabilidade.
(WSJ. Continue lendo aqui)

Na UnB adotamos este ano o processo eletrônico. Não se tem um levantamento do impacto, mas é perceptível a economia de papel.  (Foto: Aqui)

27 setembro 2016

Desenho de mecanismos: os economistas como engenheiros

For eight years, Peter Coles had an economist’s dream job at Harvard Business School.

His research focused on the design of efficient markets, an important and growing field that has influenced such things as Treasury bill auctions and decisions on who receives organ transplants. He even got to work with Alvin E. Roth, who won a Nobel in economic science in 2012.

But prestige was not enough to keep Mr. Coles at Harvard. In 2013, he moved to the San Francisco Bay Area. He now works at Airbnb, the online lodging marketplace, one of a number of tech companies luring economists with the promise of big sets of data and big salaries.

Silicon Valley is turning to the dismal science in its never-ending quest to squeeze more money out of old markets and build new ones. In turn, the economists say they are eager to explore the digital world for fresh insights into timeless economic questions of pricing, incentives and behavior.

“It’s an absolute candy store for economists,” Mr. Coles said.

The pay, of course, is a lot better than you would find in academia, where economists typically earn $125,000 to $150,000 a year. In tech companies, pay for a Ph.D. economist will usually come in at more than $200,000 a year, the companies say. With bonuses and stock grants, compensation can easily double in a few years. Senior economists who manage teams can make even more.

Businesses have been hiring economists for years. Usually, they are asked to study macroeconomic trends — topics like recessions and currency exchange rates — and help their employers deal with them.

But what the tech economists are doing is different: Instead of thinking about national or global trends, they are studying the data trails of consumer behavior to help digital companies make smart decisions that strengthen their online marketplaces in areas like advertising, movies, music, travel and lodging.

Tech outfits including giants like Amazon, Facebook, Google and Microsoftand up-and-comers like Airbnb and Uber hope that sort of improved efficiency means more profit.Continue reading the main story

At Netflix, Randall Lewis, an economic research scientist, is finely measuring the effectiveness of advertising. His work also gets at the correlation-or-causation conundrum in economic behavior: What consumer actions occur coincidentally after people see ads, and what actions are most likely caused by the ads?

At Airbnb, Mr. Coles is researching the company’s marketplace of hosts and guests for insights, both to help build the business and to understand behavior. One study focuses on procrastination — a subject of great interest to behavioral economists — by looking at bookings. Are they last-minute? Made weeks or months in advance? Do booking habits change by age, gender or country of origin?

“They are microeconomic experts, heavy on data and computing tools like machine learning and writing algorithms,” said Tom Beers, executive director of the National Association for Business Economics.

Understanding how digital markets work is getting a lot of attention now, said Hal Varian, Google’s chief economist. But, he said, “I thought it was fascinating years ago.”

Mr. Varian, 69, is the godfather of the tech industry’s in-house economists. Once a well-known professor at the University of California, Berkeley, Mr. Varian showed up at Google in 2002, part time at first, but soon became an employee. He helped refine Google’s AdWords marketplace, where advertisers bid to have their ads shown on search pages, based on the words users type into Google’s search engine.

[...]


Fonte: aqui

Links

Deustche Bank e o nível de risco

Os gestores de riqueza dos bilionários e a humilhação

O preconceito de nome

Grandes filmes onde o protagonista não fala

Um tênis que se ajusta aos pés

Ministro da Coréia do Norte é executado por dormir em serviço

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25 setembro 2016

Links

O humor estranho de  Gypsie Raleigh (ao lado)

Os limites da dívida empresarial na América Latina

Universidade de Harvard e o desempenho 

Wells Fargo cria conta sem autorização do cliente e executiva recebe bônus 

Reprodução das pesquisas em psicologia

Mona Lisa

A razão da fama de MonaLisa:

A explicação de 1928 (do periódico Careta) sobre o sorriso da pintura:

E a crise do emprego chegou para os professores ...

Desde meados do ano passado este blog está acompanhando o mercado de trabalho dos profissionais de contabilidade. E conforme o leitor pode ter notado no fato da semana, as notícias não são nada agradáveis. Isto derrubou um velho mito de que o mercado de trabalho na área não era afetado pelas crises. “Nunca irá faltar emprego para o contador”, ouvimos diversos profissionais dizerem sobre a profissão. Os números mostram que está faltando emprego, sim, para o contador.

A queda na perspectiva de emprego também afetou um nicho do mercado de trabalho: os professores de contabilidade. Este pequeno segmento tem algumas características peculiares: geralmente não existe muita movimentação durante o semestre letivo, contratações no início do semestre letivo e demissões no final. Assim, em dezembro de 2015, os estabelecimentos demitiram muito e contrataram pouco. Em janeiro de 2016 subiu o número de contratações e diminuiu as demissões, mas o saldo ainda foi negativo. Um mês depois ocorreu o inverso, com um aumento substancial nas contratações. Em virtude desta sazonalidade pesada a análise a seguir adotou um procedimento comum nos dados temporais: trabalhou-se com os valores acumulados dos últimos dozes meses, o que elimina este problema.

Posto isto, a figura apresenta os dados de admissão e demissão dos professores, de janeiro de 2014 a agosto de 2016. Até janeiro deste ano o número de admitidos superava os demitidos. Apesar dos números não serem tão expressivos quanto em outubro de 2014, quando as contratações superaram na sua maior margem as demissões, o panorama de 2015 foi positivo. É bom deixar claro, no entanto, que somando o número de janeiro de 2014 a agosto de 2016 o total de admitidos ainda supera os demitidos. Mas esta margem está se reduzindo gradualmente.
A figura a seguir apresenta um aspecto curioso deste mercado de trabalho: o salário dos demitidos é menor que o salário dos admitidos. É muito difícil ser peremptório nesta questão, mas uma possibilidade decorre das características do contrato dos professores. Muitos deles são horistas. Talvez esteja ocorrendo uma concentração na carga horário em alguns poucos professores. Assim, os admitidos estão respondendo por um número de disciplinas maior, o que aumenta seu salário. Outra possível explicação é que os novos contratados possuem uma titulação superior, em razão da expansão da pós-graduação no país, o que elevaria esta remuneração.

Finalmente, a última figura é muito impressionante. Mostra o tempo médio de emprego dos demitidos do cargo de professor de contabilidade. Até maio de 2015 este tempo, em meses, era abaixo de 30 meses. Isto significa que os professores que eram desligados tinham pouco tempo de ensino. Nos últimos meses, os professores que foram demitidos tinham mais de 40 meses de contrato com o estabelecimento, em média.
Instagram provando o quanto estudamos...


24 setembro 2016

Fato da Seman: Emprego

Fato da Semana: Emprego no setor

Data: 23 de setembro de 2016
Antecedentes

Agosto de 2015 = O blog Contabilidade Financeira faz o primeiro levantamento sobre o emprego no setor contábil. Desde então, mensalmente e usando os dados do Caged, o acompanhamento tem sido realizado assim que o governo federal disponibiliza suas informações.
Meados de setembro de 2016 = Num congresso para mostrar a força da classe, o CFC convida para palestra um dos maiores criminosos contábeis dos últimos anos e um dos responsáveis pelo escândalo da Enron. Não sabemos o valor pago pelo CFC para o palestrante.
18 de setembro de 2016 = O jornal O Globo divulga profissões que devem desaparecer nos próximos anos. Entre as listadas, a de contador. Dias depois, o CRC RJ divulga uma nota de repúdio.

Notícia boa para contabilidade? Não. Reflexo da crise econômica, o acompanhamento do blog mostra os efeitos sobre os profissionais de contabilidade. Os números indicam quase 10% dos profissionais perderam seus postos nos últimos meses. Para alguns (como o jornal O Globo), um problema estrutural, decorrente dos efeitos dos avanços tecnológicos sobre o setor.

Desdobramentos - Geralmente o final do ano é bom em termos de contratação. Mas a crise também está afetando também o número de alunos interessados no curso de contábeis, assim como em alguns nichos de mercado.

Mas a semana só teve isto? O ranking RUF da Folha indicando os melhores cursos do país, que analisamos com detalhes, foi uma notícia relevante.

Continua o problema de (falta de) emprego

Os dados sobre a situação do emprego formal no país, divulgados ontem pelo governo federal, continuam a mostrar uma situação muito ruim para o setor contábil. Tradicionalmente escutamos que a contabilidade é imune as crises, pois sempre as empresas irão necessitar de contadores. A realidade parece mostrar que a crise econômica atingiu substancialmente os profissionais contábeis, conforme coleta de dados realizada por este blog.

Inicialmente é importante destacar que a informação do emprego formal apresenta um viés óbvio já que não considera do setor informal da economia. Mesmo assim, as informações apresentadas a seguir deveriam preocupar a todos os profissionais da área. Pelo décimo mês consecutivo o número de admitidos foi inferior aos desligados. E nada parece indicar uma reversão deste quadro, já que em agosto de 2016 o número de vagas reduzidas no Brasil foi de 1.186, basicamente um valor próximo do ano anterior (1.023). Considerando os valores acumulados, desde janeiro de 2014, 25 mil profissionais ficaram sem perspectivas de encontrar emprego na profissão. Considerando o número de profissionais existentes em 2015 (de 290 mil empregos formais, segundo a RAIS), isto representa quase 9% da força de trabalho do setor.

O gráfico apresentado a seguir mostra o comportamento da movimentação no setor, abrangendo os contadores, auditores, escriturários e técnicos em contabilidade do país.
Também conforme já tinha ocorrido nos meses anteriores, o salário médio dos desligados é muito superior ao salário dos admitidos. Isto pode significar um corte nas despesas das empresas. Esta diferença salarial chegou perto dos 20% em agosto de 2016, um valor próximo ao do mês anterior, mas superior a agosto de 2015. Outro aspecto preocupante é que os funcionários demitidos possuíam mais de dois anos no emprego: em agosto o tempo médio de emprego dos desligados foi de 35,4 meses, superior aos 33,3 meses de julho de 2016.

A seguir o gráfico mostra a evolução temporal do salário médio dos admitidos e dos demitidos. Esta diferença esteve próximo dos vinte por cento, com exceção dos dois primeiros meses deste ano, quando a diferença ficou perto de 5%.

Se observa que os admitidos possuíam uma idade média de 30,3 anos, enquanto nos demitidos a idade média era de 32,2 anos.

Outro fator relevante percebido pela análise realizada por este blog é que 70% das demissões foram sem justa causa. Também fizemos o levantamento para a movimentação por gênero, formação do trabalhador e por tipo de emprego. Em agosto nenhum dos segmentos se salvou: as demissões foram superiores as admissões em todos os casos apurados pelo blog.

Rir é o melhor remédio

Vida com fundo musical...


23 setembro 2016

Ignobel

Economia - Mark Avis, Sarah Forbes e Shelagh Ferguson, da Nova Zelândia, por estudarem a percepção que se tem da personalidade das rochas desde a perspectiva de vendas e marketing.

Física - Gábor Horváth, Miklós Blahó, György Kriska, Ramón Hegedüs, Balázs Gerics, Róbert Farkas, Susanne Akesson, Péter Malik e Hansruedi Wildermuth, de diferentes países, por descobrir por que os cavalos brancos são os que atraem menos moscas e por demonstrar que libélulas são muito atraídas por lápides pretas.

Química - Concedido à Volkswagen por resolver o problema da emissão excessiva de poluentes pelos automóveis fazendo com que os veículos reduzam essas emissões quando forem medidas.

Medicina - Da Alemanha, Christoph Helmchen, Carina Palzer, Thomas Münte, Silke Anders e Andreas Sprenger ganharam o prêmio por descobrir que, caso você tenha uma coceira no lado esquerdo do corpo, você pode se livrar usando um espelho e coçando o lado direito - e vice-versa.

'Prêmio Reprodução' - Concedido ao egípcio Shafik Ahmed (que já morreu) por testar os efeitos do uso de calças de poliéster, algodão ou lã na vida sexual de ratos. Ele depois testou se havia efeitos similares em humanos.

Paz - Os vencedores são do Canadá e dos Estados Unidos: Gordon Pennycook, James Allan Cheyne, Nathaniel Barr, Derek J. Koehler, Jonathan A. Fuglesang. Eles receberam o prêmio por seu estudo “sobre a recepção e detecção da besteira pseudo-profunda”. Entre as inspirações para a pesquisa, segundo a premiação, estão a apresentadora Oprah e o candidato à presidência Donald Trump.

Biologia - Charles Foster recebeu por viver na selva, em momentos diferentes, como um texugo, uma lontra, um veado, uma raposa e um pássaro. E Thomas Thwaltes foi premiado por criar próteses de extensão dos seus membros, que permitiram que ele se movesse e vivesse na companhia de cabras em colinas.

Literatura - O vencedor é Fredrik Sjoberg, que escreveu uma trilogia sobre a coleta de moscas - e o prazer de capturá-las mortas ou vivas.

Psicologia - Evelyne Debey, Maarten De Schryver, Gordon Logan, Kristina Suchotzki e Bruno Verschuere venceram por perguntar a mil mentirosos quantas vezes eles mentiam e se acreditam em suas próprias respostas.

“Prêmio percepção” - Atsuki Higashiyama and Kohei Adachi foram contemplados por investigar se as coisas se parecem diferentes quando você se curva e as vê entre as pernas.


(Fonte: Aqui). O Brasil esteve presente indiretamente na premiação, segundo o El País:

Otro de los premios más celebrados ya había tenido sus buenos quince minutos de fama previamente. Se trata de ese estudio cuyo título, "Sobre la recepción y detección de mierdas pseudoprofundas" (PDF), pasará a los anales de la ciencia con todo merecimiento. Sus autores decían que cuanto mayor es el impacto de una de esas frases inspiradoras de Paulo Coelho que vemos en los muros de Facebook... menos inteligente es la persona. Paradójicamente, las noticias sobre el estudio arrasaron también en los muros de Facebook.

Concentração no Setor Contábil

A recente divulgação dos dados da RAIS para o ano de 2015 permite uma grande quantidade de análise. Particularmente este blog usou estes dados para verificar o grau de concentração do setor contábil. Ou seja, os escritórios de contabilidade.

A questão da concentração é muito destacada nos estudos de renda e em algumas atividades econômicas estratégicas, como as instituições financeiras. No estudo de renda da população de um país é comum usar o índice de Gini. No setor bancário o índice de Herfindahl.

Segundo as informações do governo federal, no ano de 2015, na classe CNAE 95 de “atividades de contabilidade e auditoria”, existiam 289 mil vínculos ativos. Este valor é bem menor que os 500 mil profissionais registrados no conselho, conforme informações do CFC. Ainda segundo os dados do governo federal, eram seis mil estabelecimentos na área, também um pouco menor que os 82 mil escritórios ativos da notícia do CFC. Vamos considerar aqui que os dados da RAIS sejam mais adequados e iremos usá-los para discutir a questão da concentração.

Os estabelecimentos que exercem atividades de contabilidade e auditoria no Brasil em 2015 com mais de cinquenta empregados eram em torno de 300 (302 em 2015 e 295 em 2013). Isto significa 0,43% do total de estabelecimentos. Estas unidades empregavam mais de 30 mil empregados em 2015 (observe o leitor que nem todos eram profissionais de contabilidade, já que num escritório de contabilidade pode ter um segurança, uma secretária e assim por diante). Isto corresponde a 11,09% do total de empregados dos estabelecimentos cuja principal atividade é contabilidade e auditoria. Em relação a 2013 este número diminuiu (era 11,32%), mas é inegável que representa uma concentração razoável para o setor.

Uma forma fácil de guardar estes números é imaginar 300 estabelecimentos respondendo por 11% dos empregos do setor.

A concentração do setor também é geográfica. Dos empregados, 32,1% são de estabelecimentos de São Paulo e 11,4% de Minas Gerais. Considerando as três maiores economias do país, 52% dos empregados são provenientes destes dois estados e Rio de Janeiro. Em número de estabelecimentos, Paraná, São Paulo e Minas respondem por 51% do total. O destaque aqui é, uma surpresa para este autor, o número do estado do Paraná.

Finalmente, calculamos o peso da capital em cada unidade da federação. Enquanto Manaus, Macapá, Boa Vista e Rio Branco respondem por mais de 80% do número de empregados de cada estado, o percentual de Florianópolis é somente de 11% do seu estado. (Não consideramos aqui Brasília e o Distrito Federal, com percentual de 100%) Em média as capitais respondem por 40% dos empregos.


Links

Quantos episódios você precisa assistir para ficar viciado numa série

Propaganda: Dignidade (aqui, aqui e aqui)

STF julga plantão de prática jurídica na UERN e ressalta a autonomia da universidade

Facebook inflou os números de views de vídeos

IgNobel já tem premiados

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22 setembro 2016

Links

WSJ: A fome insaciável de Wall Street por dados

Mesmo com os Jogos, o Rio não está entre as cidades mais visitadas do mundo em 2016 (e o primeiro lugar é uma surpresa - foto ao lado)

Micro-agressões explicada

50 pessoas mais influentes do mundo, com dois brasileiros (Moro, em 10o. e Lemann, em 41o.)

Doação e Resultado contábil

Nem sempre a doação é algo razoável para uma empresa. A editora Cosac Naify está encerrando suas atividades. Parte do estoque está sendo vendido com desconto na Amazon. A empresa decidiu aproveitar o estoque como aparas. Eis o que diz a editora:

Na reportagem, Oliveira [Diretor Financeiro da editora] argumentou: “Tem um problema que muitas pessoas desconhecem. Doações geram um transtorno contábil na empresa. Se faço uma doação de um livro, tenho que reconhecer o custo disso. Se eu faço a doação de um volume considerável de livros, eu gero um resultado financeiro negativo absurdo, fora da curva”. A falta de pessoal para cuidar dessas doações também foi citada pelo diretor financeiro, que disse ainda que não pode doar os volumes para os autores, mas que eles terão prioridade na compra, e que a Amazon não ficou com todo o estoque da casa, só com alguns dos títulos.

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Fonte: Aqui

21 setembro 2016

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Comentários patrocinados inflam classificação de produtos na Amazon (aqui também)

Uma análise do Manchester United

PwC será a auditoria da FIFA (KPMG perdeu seu posto depois do escândalo de governança)

Iasb lança um guia da IFRS (pago)

Inteligência artificial fez uma música ao estilo dos Beatles

Uma breve análise do ranking da Folha

A divulgação do ranking da Folha de S Paulo no início da semana permite uma constatação interessante: se você quiser qualidade de ensino, inovação, internacionalização e pesquisa procure uma universidade pública. Se seu foco é o mercado, a entidade privada pode ser útil. Os números confirmam de forma consistente esta afirmação.

Tomando somente as vinte melhores universidades para cada item do ranking RUF é possível observar que todas as vinte mais bem colocadas em pesquisa e inovação são instituições públicas. Quando o item é o ensino, somente a PUC de São Paulo estaria nesta lista, mas em 19º lugar. No quesito de internacionalização, três instituições privadas, todas vinculadas à Igreja Católica, estariam entre as melhores do Brasil: PUC Rio (7º.), PUC RS (15º.) e Católica de Pelotas (18º.). Também é importante notar que os critérios de análise de pesquisa, internacionalização e inovação são números totalmente objetivos: número de publicação no Web of Science, citações internacionais e pedidos de patentes. Já a avaliação em ensino e mercado é composta por opiniões: no quesito de ensino, de professores escolhidos pelo MEC para avaliação de cursos superiores; no mercado, de responsáveis pela contratação de profissionais no mercado.

A análise das vinte melhores em cada um dos quesitos permite notar um leve viés geográfico na avaliação mais subjetiva. Enquanto cinco das vinte melhores instituições em inovação estão localizadas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, no tópico ensino são oito e no de mercado são dez. Este viés geográfico poderia explicar a boa classificação da Universidade de Brasília neste item (4ª. Colocada), talvez pela grande presença desta instituição entre os avaliadores do MEC. Por outro lado, provavelmente os especialistas de mercado pesquisados pela Folha podem estar concentrados nos estados citados, que explicaria a 24ª. Posição da UnB.

Claramente o índice de mercado é o que parece mais estranho. Algumas instituições que tiveram classificações ruins nos outros quesitos foram bem contempladas neste. Uma instituição que está entre as vinte melhores no mercado foi classificada como 86ª. No quesito ensino, 99º em inovação e acima disto em pesquisa e internacionalização. Faz sentido o mercado desejar um profissional formado numa instituição de baixa qualidade de ensino, inovação, pesquisa e internacionalização? Uma possível explicação para esta distorção talvez esteja na grande quantidade de alunos formados por esta universidade; com este grande número, aumenta a chance de um deles estar entre os “especialistas de mercado” que responderam para a Folha. E obviamente isto deve afetar o resultado final.

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20 setembro 2016

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A história do cientista que descobriu o altruísmo

A confiança excessiva e o poder da humildade

EY: Quebra de independência

Fonte: Aqui
A Ernst & Young concordou em pagar US$ 9,3 milhões em um acordo para encerrar acusações de quebra de independência feitas pela Securities and Exchange Commission.

As acusações se referem a dois sócios que se tornaram muito próximos a clientes de auditoria incluindo um que estava em um relacionamento romântico com o CFO do cliente. Leia mais aqui.


O diretor da Division of Enforcement da SEC, Andrew J. Ceresney, afirmou que essas foram as primeiras ações de sanção da SEC direcionadas a empresas de auditoria que falham em divulgar as relações interpessoais entre auditores e clientes. Andrew afirmou ainda que a EY não fez o suficiente para detectar e prevenir os sócios de estarem demasiadamente próximos de seus clientes, comprometendo seus papéis como auditores independentes.

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19 setembro 2016

Macroeconomia é pseudociência

 Paul Romer, atual economista-chefe do Banco Mundial e professor da NYU,  é um dos economistas mais importantes da atualidade. No texto abaixo ele justifica seu ceticismo com a teoria macroecômica e afirma que desde os anos 70 a macraeconomia regrediu e tornou-se uma pseudociência. Nas palavras de Romer:

"In the distribution of commentary about the state of macroeconomics, my pessimistic assessment of regression into pseudoscience lies in the extreme lower tail. Most of the commentary acknowledges room for improvement, but celebrates steady progress, at least as measured by a post-real metric that values more sophisticated tools. A natural question meta-question to ask is why there are so few other voices saying what I say and whether my assessment is an outlier that should be dismissed.[...]

When the person who says something that seems wrong is a revered leader of a group with the characteristics Smolin lists, there is a price associated with open disagreement. This price is lower for me because I am no longer an academic. I am a practitioner, by which I mean that I want to put useful knowledge to work. I care little about whether I ever publish again in leading economics journals or receive any professional honor because neither will be of much help to me in achieving my goals. As a result, the standard threats that members of a group with Smolin’s characteristics can make do not apply."

Resumo:

For more than three decades, macroeconomics has gone backwards. The treatment of identification now is no more credible than in the early 1970s but escapes challenge because it is so much more opaque. Macroeconomic theorists dismiss mere facts by feigning an obtuse ignorance about such simple assertions as "tight monetary policy can cause a recession." Their models attribute fluctuations in aggregate variables to imaginary causal forces that are not influenced by the action that any person takes. A parallel with string theory from physics hints at a general failure mode of science that is triggered when respect for highly regarded leaders evolves into a deference to authority that displaces objective fact from its position as the ultimate determinant of scientific truth.

Fonte: The Trouble With Macroeconomics-Paul Romer-Wednesday 14th September, 2016 

Links

Selfies estão ajudando na mensuração do valor dos parques nacionais

Uma análise do blog Marginal Revolution

Invenções (estranhas) para bebês do passado

Atravessando a rua na frente de um carro sem motorista

Nudge: Colocou uma imagem de televisão na embalagem e melhorou a qualidade do transporte

10 melhores cursos de Contábeis do Brasil, segundo Folha

1º Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
2º Universidade de São Paulo (USP)
3º Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
4º Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP)
5º Universidade de Brasília (UNB)
6º Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
7º Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
8º Universidade Federal do Paraná (UFPR)
9º Universidade Federal da Bahia (UFBA)
10º Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACKENZIE)

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Fotos de gatos dormindo

18 setembro 2016

Links

Nomura e o Default da China: será possível que a segunda maior economia do mundo está falida?

As sementes da corrupção

Vantagens (tem?) e desvantagens do Ebitda

O desenho da disposição dos representantes no parlamento de diferentes países (inclui o Brasil, figura)

Plágio no discurso do presidente da Nigéria (fonte: Obama, 2008)

É bom um ditador ter um amigo ditador

Taxonomia das distribuições de probabilidade

Via aqui

Impacto dos artigos de contabilidade

Em “O QUALIS REFLETE O IMPACTO DOS ARTIGOS DE REVISTAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE?” Soares e Casa Nova apresentam uma interessante (e importante) pesquisa sobre os artigos publicados no Brasil. Os autores levantaram os textos publicados entre 2007 a 2012, totalizando mias de três mil artigos de 38 periódicos. Usando o Google Scholar, Soares e Casa Nova verificaram se a publicação num periódico melhor classificado na listagem do Qualis significaria mais citações. A resposta obvia seria sim.

Com base nessa análise, é possível concluir que a estratificação de Qualis reflete o impacto das revistas apenas nos estratos mais altos, e que não é possível dizer que haja essa diferenciação nos estratos B3 a C. Evidentemente, há algumas explicações para essa conclusão, que podem ser testadas em pesquisas futuras. As revistas da amostra classificadas nos estratos B3 a C são, em média, mais jovens que as dos estratos mais altos.

Além disto,

há diferenças entre as médias de citações dos artigos publicados em revistas mantidas por diferentes organizações. Em ordem descrescente, encontra-se a média de citações dos artigos publicados em revistas mantidas por instituições de ensino com programas de pós-graduação em Contabilidade, seguida da média de citações dos artigos publicados em revistas mantidas por associações ou conselhos de classe e, por último, a média de citações de artigos publicados por revistas de instituições de ensino sem programas de pós-graduação em Contabilidade.

Uma pesquisa original e muito importante para todos nós. (Muito embora os autores não destaquem isto na relevância do texto).

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17 setembro 2016

Fato da Semana: CBC

Fato: Congresso Brasileiro de Contabilidade

Data: Terceira semana do mês de setembro de 2016

Precedentes: O Congresso Brasileiro de Contabilidade teve seu início na década de 20 do século passado. Desde então, tornou-se um evento dos profissionais de contabilidade. No penúltimo congresso a organização convidou um astronauta de foi financiado com dinheiro público (e não trouxe nenhum benefício para a ciência brasileira), um ex-presidente dos EUA, um senador da república que não acredita em contabilidade e contador, entre outros. Agora, em Fortaleza, a organização chama um ex-criminoso contábil para fazer palestra sobre governança corporativa. E faz sorteios de automóveis para os participantes. Apesar disto, o dinheiro do Conselho (ou melhor, o nosso dinheiro) faz um evento grandioso, com o encontro de muitas pessoas.

Notícia boa para contabilidade? Este blog é bastante crítico de um congresso que traz um "gringo manipulador" para falar para brasileiros. Mas num momento de grande crise, conseguir reunir sete mil pessoas (segundo a organização) é um feito.

Desdobramentos - Em 2020 outro congresso, em outro lugar paradisiaco.

Mas a semana só teve isto? A compra do Valor pelo grupo O Globo e o pagamento de uma garantia de 1,5 bilhão foram dois eventos relevantes.

Rir é o melhor remédio






Mais aqui

16 setembro 2016

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O segredo de Selena Gomez no Instagram (cem milhões de seguidores no Instagram)

Um dos maiores vilões da contabilidade é destaque num congresso (e ganha muito dinheiro falando sobre isto)

Página de John Cochrane (com muitos textos interessantes)

Não fazer nada segundo Groucho

Quando você espera a amortização

Quando o preço do seu principal produto sofre uma queda no mercado é natural que a empresa faça as contas sobre a capacidade de geração de caixa futura dos ativos. Se a redução é muito expressiva, certamente a isto irá provocar a constatação de que muitos destes ativos não possuem potencial para gerar riqueza. O teste de recuperabilidade irá determinar que alguns destes ativos (ou parte deles) devem ser reconhecidos como perda.

É o que ocorreu com a Vale no ano passado. Diante da queda expressiva do preço dos minérios, a empresa reconheceu que parte dos seus ativos não possuía valor econômico e reconheceu isto com uma amortização de R$36 bilhões no final de 2015.

Mas parece que isto não está ocorrendo com a Exxon Mobil, segundo notou o Wall Street Journal (via aqui). Apesar da queda nos preços do petróleo, a empresa não fez uma grande amortização das suas reservas. E isto tem chamado a atenção dos analistas – e também do procurador-geral de Nova Iorque. O agravante é que a empresa comprou a XTO Energy, de exploração de xisto. Apesar de parecer que a amortização seria inevitável, a Exxon não fez ainda.

Rir é o melhor remédio








China e muita gente