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20 maio 2016

Rambo Fiscal

O Brasil parece estar em guerra. As estatísticas econômicas oficiais e as projeções de mercado mostram uma situação financeira e econômica gravíssima, realmente semelhantes à períodos de guerras. Hoje o governo divulgou uma previsão de déficit primário de 170 bilhões de reais (3% do PIB). Alguns chamam de rombo fiscal. Eu prefiro chamar de Rambo fiscal em alusão ao famoso filme de Silvester Stallone. É uma destruição completa de todos os fundamentos da economia brasileira, que se iniciou no ano de 2006 com execução de políticas econômicas totalmente equivocadas e que agora mostram os seus resultados com o agravamento da depressão econômica e das finanças públicas.



A verdade é que o buraco é muito maior do que o governo divulga, pois não foi levado em conta o pagamento de juros da dívida, denominado déficit nominal. Ano passado o país pagou quase 540 bilhões só de juros. Este ano a conta chegará perto de 600 bilhões. Ou seja, o déficit nominal fica perto de 10% do PIB. Para pagar essa conta a divida pública vai continuar aumentando. Para estabilizá-la será preciso chegar a um superávit primário de 6% do PIB. É um esforço fiscal enorme.

O que o Brasil viveu nos últimos tempos foi um período de euforia permeada de ilusões. O governo continuou gastando como se não houvesse amanhã. Mas a conta surgiu, a festa acabou. Por muito tempo a nossa nação foi considerado o país do futuro. O futuro chegou e parece não termos ido a lugar nenhum. Vivemos em um país improdutivo, pobre, desigual e com péssimos índices de educação, infraestrutura, investimento, poupança. Talvez leve uma década para o país voltar a ter fundamentos econômicos sólidos.


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