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09 agosto 2014

Contabilidade e Futebol

Uma discussão sobre um determinado clube de futebol brasileiro, publicada no Globo, apresentou alguns pontos sobre a contabilidade. Basicamente o tema trata de uma entrevista do atual presidente do clube que atacou as gestões anteriores pela situação financeira do clube. O aspecto financeiro estaria afetando o desempenho da equipe, pois impõe austeridade. Isto teria irritado ex-dirigentes do clube.

Segundo o ex-presidente Hélio Ferraz, o futebol passa a ter R$ 144 milhões para gastar em 2014, numa média de R$ 12 milhões por mês. O valor é alto, ainda que a diretoria argumente que, todo mês, precisa pagar R$ 3,5 milhões relativos a contratos de jogadores e técnicos que não estão mais no clube.

Os ex-dirigentes entendem que, com os contratos e as receitas de que o clube dispõe hoje, é perfeitamente possível fazer a gestão das dívidas sem colocar o futebol à beira do rebaixamento

- Quem não tem competência não se estabelece, já dizia a minha avó. Se eu administrasse com R$ 350 milhões por ano, seria campeão do mundo. Na minha época (foi presidente em parte de 2002 e em 2003), o orçamento era de R$ 48 milhões, mas R$ 20 milhões já haviam sido gastos. Administrei com R$ 28 milhões e o time ficou em oitavo no Brasileiro. Nunca levantei a voz para me queixar dos outros. É do jogo. Em toda instituição, o passivo é constituído anteriormente. Mas a maior torcida do Brasil, que permite ao clube ter os contratos que tem, também foi constituída anteriormente. Você quer só o bônus? Tem o ônus também - diz Ferraz, que completa. - Há problemas, há passivos, mas o passivo do André Santos é de quem? O do Carlos Eduardo é de quem?

Uma ex-dirigente e atleta afirmou:

É certo acusar ex-dirigentes de apropriação indébita quando, na verdade, eles pagaram dívidas com dinheiro que nós deixamos? Receberam o clube com R$ 80 milhões em caixa. 

(...) Eu negociei com Petkovic, com Romário. E não contratei nenhum deles. 

Os atuais dirigentes afirma que

desde 2008, o valor de compromissos não pagos a cada exercício e repassados para gestões futuras foi aumentando. Segundo os cálculos dos dirigentes atuais, o número era de R$ 21 milhões durante o ano de 2008, chegou a R$ 79 milhões em 2011 e a R$ 182 milhões em 2012. Bandeira [atual presidente]diz que a dívida do clube, estimada em R$ 750 milhões, pode ser maior.

- Pareceres não eram confiáveis, balanços foram aprovados com ressalvas, são instrumentos de ficção. A dívida pode ser maior.

Este último ponto é realmente interessante. O próprio presidente afirma que não sabe de quanto é o passivo do clube.

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