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25 maio 2014

Aprendendo novas línguas


Quando pequenos, aprendemos a pensar e nos comunicar intuitivamente, absorvendo inclusive regras gramaticais da nossa língua materna. A partir de então, aprendemos todos os novos idiomas em relação ao que primeiro conhecemos, que usamos para compreender o mundo à nossa volta.

O cérebro humano não só é inclinado a processar e adotar a linguagem, como parece que tem “limitações linguísticas comuns”, independentemente da língua que sabemos falar. Certas sílabas, que não são corriqueiras em qualquer idioma, são difíceis para o cérebro processar, mesmo em recém-nascidos que não iniciaram o aprendizado de qualquer língua ainda.

À medida que envelhecemos, a plasticidade do nosso cérebro (sua capacidade de criar novos neurônios e sinapses) é reduzida. Após uma lesão cerebral que provoca uma perda da fala, por exemplo, os pesquisadores observam que as crianças são mais propensas a recuperar o poder da fala através da criação de novos caminhos no cérebro para substituir os danificados do que os adultos.

Uma teoria de por que aprender uma língua estrangeira é tão difícil para os adultos se concentra mais sobre o processo que usamos para fazê-lo, ao invés da perda de plasticidade.

Robert Bley-Vroman explica que os adultos tendem a aprender uma nova língua com um processo de solução de problema adulto, em vez de fazer isso da mesma maneira que uma criança desenvolve linguagem pela primeira vez.

Embora isso signifique que adultos geralmente progridem através dos estágios iniciais da aprendizagem de uma nova língua mais rápido do que as crianças, as pessoas que são expostas a uma língua estrangeira pela primeira vez durante a infância costumam atingir uma proficiência maior do que aquelas que começam adultos.

Ainda há esperança, porém. Podemos estar em desvantagem agora, mas, com alguns métodos de aprendizagem, podemos resgatar esse instinto como qual nascemos e nos dar a melhor chance de aprender uma nova língua.

Repetição espaçada
Repetição espaçada é uma técnica comprovada de memória que lhe ajuda a lembrar o que você aprendeu.

Nessa técnica, você deve revisar cada palavra ou frase que você aprendeu em intervalos espaçados. Inicialmente, os intervalos serão menores: você pode rever uma nova palavra algumas vezes em uma sessão, e depois novamente no dia seguinte. Depois de conhecê-la bem, você será capaz de ficar dias ou semanas sem revisá-la e sem esquecê-la.

Caso queira utilizar um aplicativo para lhe ajudar com essa técnica, o app de vocabulário e expressão prática Duolingo é interessante. Ele mantém informações de quais palavras você não tem praticado por um tempo e lhe lembra a fortalecer o seu entendimento delas. Durante cada lição, ele mistura palavras familiares com novas para espaçar a repetição.


Estude antes de dormir
Um dos muitos benefícios que recebemos do sono é que ele ajuda a limpar a “caixa de entrada” do cérebro - o armazenamento temporário de novas informações e memórias que adquirimos durante nosso tempo acordados.

Precisamos de sono (mesmo que apenas um cochilo) para mover qualquer coisa que aprendemos recentemente de um armazenamento a curto para um a longo prazo no nosso cérebro.

Uma vez que você tenha armazenado de forma segura o novo conhecimento, a repetição espaçada vai lhe ajudar a fortalecer essa conexão para que você possa recordar a informação mais rápido e com mais precisão.

Estude conteúdo, e não o idioma
Embora a maioria das aulas e programas de aprendizagem de idioma foquem puramente em aprender uma nova língua, um estudo com alunos do ensino médio que estudavam francês descobriu que quando eles estudaram um outro assunto ministrado em francês em vez de uma classe de francês, se saíram melhor em entender a língua e ficaram mais motivados para aprender.

Os alunos da turma francesa padrão se saíram melhor em testes de leitura e escrita, então os pesquisadores concluíram que ambos os métodos têm mérito.

Uma vez que você já domina o básico de uma nova língua, tente incluir alguns conteúdos em outro tópico que você seja interessado para melhorar a sua compreensão. Você pode ter conversas com amigos aprendendo a mesma língua, ler artigos online na língua, ou ouvir músicas para testar seu entendimento.

Pratique um pouco todos os dias
Se você estiver ocupado, pode adiar o seu estudo e resolver fazer grandes lições de uma vez a cada duas semanas, por exemplo. No entanto, estudar um pouco a cada dia é mais eficaz.

Como a “caixa de entrada” do seu cérebro tem espaço limitado e só o sono pode limpá-la, você vai esbarrar em um “limite” do quanto você pode absorver muito rapidamente se estudar por horas de uma só vez.

Estudar um pouquinho por dia combina repetição espaçada com o melhor uso do armazenamento temporário do cérebro.

Misture novo e velho
O cérebro anseia por novidade, mas tentar aprender muitas novas palavras ou frases de uma só vez pode ser contraprodutivo.

Novos conceitos funcionam melhor quando são misturados com informações familiares. Quando você adicionar novas palavras ao seu vocabulário, tente espaçá-las entre palavras que você já conhece para que as diferentes de destaquem e seu cérebro as absorva mais facilmente.

Divirta-se aprendendo
Aprender uma nova língua pode dar preguiça quando a gente pensa que terá de enfrentar anos em um curso de idiomas. Aprender linguagem de maneira informal, no entanto, não é impossível.

Uma dica é tentar aprender novos conteúdos por meio de jogos. Pesquisadores da Universidade de Nottingham (Inglaterra) apresentaram uma técnica que, aparentemente, dá resultado. Eles reuniram um grupo de falantes de inglês para ter contato com um idioma que, apesar da proximidade geográfica, era totalmente desconhecido para eles: o galês. Ao participar de um game que continha a linguagem nova, os psicólogos perceberam que os participantes retiveram conhecimento sobre ela mesmo sem ter essa intenção.


Via: LifeHacker e HypeScience

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