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07 fevereiro 2013

Estamos sempre à espera de conexões causais

Até recentemente, a nossa percepção de risco e a maneira como tomamos decisões eram consideradas mais da alçada da estatística. A psicologia cognitiva, porém, com sua ênfase em processos mentais, aproximou as noções de percepção e julgamento do campo da resolução de problemas, obtendo com isso resultados surpreendentes. No livro Judgment under uncertainty: heuristics and biases (1974), o israelense-americano Daniel Kahneman reviu, em parceria com Amos Tversky, diversas teorias sobre como tomamos decisões em momentos de incerteza. Eles concluíram que a difundida tese de que as pessoas se decidem com base em estatísticas e probabilidade não era verdadeira na prática. As pessoas fundamentam suas decisões em “regras gerais”, exemplos específicos ou pequenas amostras. Por consequência, os julgamentos podem ser muitas vezes equivocados, pois se baseiam em informações que ocorrem à mente com probabilidades reais.

Kahneman e Tversky perceberam que esse método de resolver problemas com base em experiência tinha um padrão t: tendemos a superestimar a probabilidade de coisas que tem pouca chance de acontecer (como um acidente de avião) e a subestimar a probabilidade do que tem muita chance de ocorrer (como bater o carro quando se dirige alcoolizado).

Esses achados fomentaram a teoria da perspectiva de Kahneman e Tversky, divulgada em 1979, e levaram à criação de um campo de estudo associado à psicologia: a economia comportamental.

Fonte: O Livro da Psicologia - as grandes ideias de todos os tempos.

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