Translate

31 outubro 2012

Rir é o melhor remédio

Mais uma teoria


Fonte: Aqui

Pequena Empresa

O prazo para as pequenas e médias empresas convergirem para o novo padrão contábil IFRS (International Financial Reporting Standards) vence em janeiro de 2013. Aquelas que não migrarem para o novo sistema poderão ser multadas. [1]

Apesar do longo período para adequação, poucas empresas já cumpriram a determinação do Banco Central [2]. A mudança também obriga todas as empresas nacionais e órgãos da Administração Pública adequarem suas Demonstrações Financeiras para o padrão internacional, destacando que as PMEs possuem uma norma internacional compilada e sintética (IFRS PME), mas que traz os mesmos conceitos da norma integral. “O ritmo desta convergência é ditado pelos Órgãos reguladores, que adotaram procedimentos diferentes”, acrescenta o gerente da FTI Consulting, Luís Fagundes.

Fagundes acrescenta que as demonstrações financeiras e contábeis bem elaboradas trazem informações importantes para a tomada de decisões de investidores ou usuários destas informações, como bancos, sócios, governo, entre outros.

“Vivemos um momento de amadurecimento na utilização das Normas Internacionais, as empresas estão trabalhando na melhoria da utilização dos conceitos inseridos nas IFRS’s e os Órgãos Reguladores estão acompanhando de perto a geração e publicação destes novos Demonstrativos, alguns como a CVM [3], já estão aplicando multas pela não entrega no prazo”, destacou o gerente da FTI Consulting.

Mudança
O processo é irreversível [4] e todas as empresas deverão se adaptar e estarem preparadas para produzir demonstrações financeiras e contábeis com números que retratarão com maior clareza [5] e transparência a situação financeira e patrimonial da empresa.


Pequenas empresas devem se adequar a novo padrão contábil até janeiro - 30 de Outubro de 2012 - Info Money - Luiza Belloni Veronesi

Meus comentários
[1] Até onde eu saiba [o leitor me ajude], que é multado é o contador, não a empresa.
[2] O Banco Central não tem nenhuma relação com este assunto.
[3] Agora é a CVM que está participando do texto. São pequenas empresas, certo?
[4] Será verdade? A princípio sim, mas devemos lembrar que nem todas as empresas brasileiras irão fazer totalmente a convergência (bancos, por exemplo). Assim como o setor público está atrasado.
[5] Juízo de valor.

Capital organizacional

Os ativos intangíveis podem ser divididos em intangíveis de descoberta e aprendizado; intangíveis relacionados ao cliente; intangíveis de recursos humanos; e capital organizacional. Enquanto as pesquisas relacionadas aos três primeiros tipos mencionados são volumosas, a discussão sobre o capital organizacional é considerada pouco desenvolvida. Assim, com base na necessidade de se discutir e avaliar aspectos sobre o capital organizacional, foi elaborado o trabalho “Organization Capital” dos autores Baruch Lev, Suresh Radhakrishnan e Weining Zhang publicado no periódico Abacus, volume 45, número 3 de 2009.

Essa pesquisa abordou uma medida específica baseada na empresa que capturou a habilidade fundamental da empresa em gerar performance anormal. Para isso, após a introdução, foram apresentados os conceitos sobre capital organizacional; depois foi tratada uma estimativa de capital organizacional voltada para a empresa – para isso, foi utilizada como exemplo a empresa Dell. No item seguinte os autores relacionaram o capital organizacional à performance futura da entidade. Posteriormente o capital organizacional foi relacionado à compensação do executivo. Por fim, foram apresentadas as conclusões doas autores. Acrescenta-se que como capital organizacional, os autores consideram o aglomerado de processos e sistemas administrativos, assim como a cultura organizacional ímpar que permitem com que a empresa converta fatores de produção em resultados mais eficientes que os apresentados pelas entidades concorrentes.

Como metodologia os autores utilizaram a desenvolvida em 2005 por Lev e Radhakrishnan para estimar o capital organizacional específico da empresa, incorporando inclusive a capacidade da entidade em poupar custos operacionais. Todavia, Lev, Radhakrishnan e Zhang (2009), acrescentaram a essa medida de capital organizacional o potencial da companhia em gerar receitas supranormais tanto quanto de gerar contenções nos custos. A medida foi validada com base no exame da associação com as medidas de desempenho futuro das empresas, tal como crescimento do lucro operacional, crescimento nas vendas e retornos anormais. Após medir alguns fatores, foi encontrado que as medidas de capital organizacional das empresas são associadas a cinco anos de performance operacional futura e de retorno acionário.Assim, conclui-se que a avaliação de mensuração do capital organizacional da empresa realmente captura o conceito da habilidade da firma em manter sua posição competitiva.

O estudo também abordou a associação entre o capital organizacional com a recompensa dos executivos. A base para isso parte do princípio que o capital organizacional de sucesso é um reflexo das habilidades administrativas já que os gerentes são responsáveis pela criação e manutenção desse ativo. Compensar os executivos é um mecanismo de incentivo, assim como uma mensuração das habilidades que deveriam se manifestar nos processos e sistemas administrativos, ou seja, a forma de se levar os negócios. Concluiu-se que a compensação dos gerentes é associada positivamente à medida dos autores para o capital organizacional. Isso é importante por sugerir o capital organizacional como proxy para o conceito evasivo de “qualidade gerencial”. Deste modo, o comitê de compensação da Administração pode utilizar para os propósitos de recompensa a medida de capital organizacional como uma proxy agregada para a qualidade e habilidade administrativa.

Folha de pagamento e salário

O livro Soccernomics apresenta uma relação interessante entre desempenho de clubes ingleses e pontos obtidos no campeonato. O resultado é uma correlação forte entre as duas variáveis: os clubes que pagam melhores salários ganham mais pontos no campeonato.

O sítio Terra divulgou a folha salarial dos clubes brasileiros. O gráfico a seguir ilustra a relação entre as variáveis:

A correlação entre as variáveis é elevada e significativa. Uma regressão linear mostra o seguinte resultado:

Pontos = 28,832 + 4,141 Salário

Construção Civil


A Sondagem Indústria da Construção, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que, embora o desaquecimento persista, houve leve melhora do desempenho do setor em setembro. Chama a atenção o esforço das construtoras para elevar a produtividade, pois nem lucros nem faturamento são tidos como satisfatórios.
Este é o terceiro semestre consecutivo de atividade fraca, mas o futuro é visto com algum otimismo - as pequenas e médias empresas alimentam expectativas favoráveis quanto ao nível de atividade, mas as grandes estão menos confiantes.
O uso da capacidade, por exemplo, é de 72% nas pequenas empresas, 70% nas médias e de apenas 64% nas grandes. Algumas companhias, em dificuldades para fechar as contas, foram capitalizadas. Em geral os sócios dispõem de recursos para isso.
Assim, a situação financeira foi avaliada como adequada, melhorando em relação ao trimestre abril-junho. Mas a retomada depende de melhoria da gestão, o que se nota no caso de algumas incorporadoras, que, apesar do cenário adverso, continuam muito lucrativas.
O crescimento esperado virá, notadamente, da construção de edifícios e obras de infraestrutura. Entre janeiro e setembro, a Caixa Econômica Federal (CEF) anunciou aumento de 36,4% do montante financiado, em relação ao mesmo período de 2011. Nos últimos 12 meses, os bancos que captam recursos via cadernetas de poupança emprestaram R$ 79,7 bilhões para 458,8 mil unidades. O Conselho do FGTS acaba de liberar recursos para reformas de casa. Se as construtoras julgam difícil o acesso ao crédito, é provável que isso se deva às obras de infraestrutura.
Numa perspectiva de longo prazo, o setor da construção vive uma fase de ajustes, caracterizada pela acomodação dos negócios num patamar ainda bastante elevado. Passada a euforia, é hora de um controle cada vez mais rígido dos custos e do aumento da produtividade. Indiretamente, isso já se nota no emprego: entre dezembro de 2011 e abril de 2012, segundo o Sinduscon-SP, foram abertas 42,2 mil vagas na construção, mas, desde maio, a evolução foi muito lenta. Entre agosto e setembro, foram cortados 1,2 mil postos. Em âmbito nacional, os dados da CNI confirmam os do Sinduscon.
As grandes empresas pretendem cortar mais pessoal, em busca de produtividade. Mas, para que a fase de transição seja superada, o setor depende da capacidade das famílias de aceitar os preços pedidos pelos imóveis e de os governos conseguirem investir mais em novas obras.

TAM e CBF

Em matéria publicada nesta segunda-feira (29), o jornal Folha de S.Paulo afirma que a Tam decidiu romper o contrato de patrocínio com a seleção brasileira. Segundo a publicação, a comunicação será feita pela empresa aérea nos próximos dias. A intenção da Tam é não ter mais a sua marca vinculada à confederação em 2013. A companhia não informou oficialmente o motivo da rescisão do contrato.

No domingo (28), a Folha revelou que quatro empresas de propriedade de um amigo do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira foram indicadas pela entidade como beneficiárias do contrato de patrocínio da seleção com a Tam.

Pelo documento, a confederação apontou as empresas do Grupo Águia, de propriedade de Wagner Abrahão, para receber o valor das cotas mensais do patrocínio. Segundo o contrato, a Tam paga US$ 7 milhões (R$ 14,1 mi) por ano à confederação para patrocinar a seleção brasileira. As cotas são mensais.

De acordo com um dos artigos do documento firmado entre as duas instituições, a CBF informa à Tam que o pagamento mensal poderá ser feito na conta de uma das quatro empresas do grupo de Abrahão e as lista. São elas: a Pallas Operadora Turísticas Ltda, a Iron Tour Operadora Turística Ltda, a One Travel Turismo Ltda e a Top Service Turismo Ltda. A TAM e a confederação acrescentaram uma cláusula de confidencialidade para manter o artigo em sigilo.


Fonte: Aqui

A TAM é uma empresa com ações negociadas na bolsa. Mas até ontem, nenhum fato relevante tinha sido comunicado ao mercado. Como será que ela registrou o evento? Despesa operacional?

Disney compra Lucas Film

A Disney anunciou a compra da empresa Lucasfilm Ltd. Para isto a empresa pagou 4,05 bilhões dólares em dinheiro e ações. A empresa comprada é do diretor George Lucas, que no início do ano anunciou interesse em sair do negócio.

Para a Disney é um bom negócio: já anunciou uma sequência de Star Wars, que deverá chegar no cinema em 2015. Além disto, a Disney poderá explorar os personagens da série.

Imagem daqui

30 outubro 2012

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Logística reversa

A logística reversa significa todas as operações relacionadas à reutilização de produtos e materiais. Mais especificamente voltada para a área logística, diz respeito ao fluxo de materiais que voltam à empresa por algum motivo (devolução de clientes, retorno de embalagens, retorno de produtos, e/ou materiais para atender a legislação).

O trabalho “Oportunidade de Redução de Custos com a Análise da Logística Reversa e Gerenciamento da Cadeia Integrada de Valor: Um Estudo de Caso de Uma Empresa do Setor de Refrigerantes” dos autores Cecílio Elias Daher; Edwin Pinto de La Sota Silva, Adelaida Pallavicini Fonseca foi publicado no X Congresso Brasileiro de Custos no Espírito Santo em 2003. O artigo se inicia com a logística de uma forma geral e em seguida trata a logística reversa, que envolve todas as atividades logísticas de coletar, desmontar e processar produtos e materiais e peças usados a fim de se assegurar uma recuperação sustentável. Fala-se, ainda, sobre a administração de recuperação de produtos – PRM, que tem como objetivo a recuperação, tanto quanto possível, de valor econômico e ecológico dos produtos, componentes e materiais.

Com a pesquisa foi possível observar o desenvolvimento da logística reversa e sua importância na redução de custos das empresas. O estudo de caso se mostrou importante para que as entidades vejam que esse tipo de abordagem é não apenas sustentável, como também economicamente favorável. Com isso fica clara a sua relevância como uma forma de vantagem competitiva para a empresa.

Há de se observar que a inclusão de um sistema de logística reversa requer o tratamento do custeio do ciclo de vida total, tendo em vista que o retorno do produto a empresa acarreta a responsabilidade por ele até o fim da vida útil. Com isso haverá a evidenciação de todo o conjunto de receitas e despesas associadas a cada produto e o destaque do percentual de custos totais incorridos nos primeiros estágios, permitindo que as relações entre as categorias de custo da atividade se sobressaiam. Existem poucos sistemas de informação já desenvolvidos e específicos para lidar com a logística reversa, portanto justifica-se a necessidade do foco em abordagens que envolvam melhorias em sistemas de informações internos.

Quanto ao gerenciamento da cadeia de suprimentos a pesquisa demonstra sua importância tendo em vista que o conhecimento adequado de toda a cadeia na qual se encontra não só a empresa, como também todos os membros com participação ativa e consciente é ponto crítico para o desenvolvimento da logística reversa.

Os conceitos foram então aplicados ao setor de refrigerantes com base na metodologia de estudo de caso. Foram encontradas oportunidades de melhoria, de forma com que o maior entrosamento entre as partes envolvidas em todo o processo de fabricação, distribuição e venda dos produtos, além da ampliação dos controles gerenciais, se tornarão não apenas imprescindíveis para o bom andamento das entidades como também altamente lucrativos.

Doce Contabilidade

Bolos e cupcakes comemorando formaturas de contadoes:





Fontes: Biscoitos; Bolo JulieCalculadora1;  Cupcakes Diversos;  Calculadora2

Brasil rico, Brasil pobre


Editorial  Estado de S.Paulo - 28/10



O aumento da renda nos últimos dez anos proporcionou uma notável melhora no padrão de vida da maioria das famílias brasileiras, aproximando-o de indicadores de países desenvolvidos, se o que se leva em conta é a aquisição de bens de consumo. No entanto, como mostrou o jornal Valor (21/10), se o critério for o fornecimento de serviços públicos básicos, pelos quais o Estado é diretamente responsável, uma boa parte desses mesmos cidadãos ainda convive com situações típicas dos países mais pobres do mundo. Ou seja: quando depende da renda das famílias, o avanço dos brasileiros na direção do mundo do conforto é significativo; no entanto, quando há necessidade de investimentos estatais, as demandas mais óbvias de grande parte da população ainda estão muito longe de serem satisfeitas.

O Brasil é hoje o oitavo maior mercado consumidor do mundo, segundo o Fórum Econômico Mundial. Desde 2001, saltou de 85,1% para 96,3% o total de domicílios que dispõem de geladeiras. No caso dos televisores, o índice passou de 89% para 97,2%, e no de máquinas de lavar, de 33,6% para 51,6%. Quase 100% das casas agora têm fogão, e o número de residência com computador ligado à internet quadruplicou, chegando a 37,1%. Para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), esses dados têm relação direta com a redução da desigualdade de renda verificada no período. Houve expansão de 16% do rendimento médio real do trabalho entre 2001 e 2011, e esse crescimento foi mais acentuado entre os 50% mais pobres da população. Estudo da Fundação Getúlio Vargas indica que o ganho nessa faixa foi de 68% acima da inflação. Além disso, o total de trabalhadores com carteira assinada cresceu 48,1% entre 2003 e 2011.

Ao mesmo tempo, a oferta de crédito, capitaneada por bancos oficiais, passou de 25% para 51% do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2002 e agosto passado, o que, ao lado do abatimento de impostos para reduzir os preços, também ajuda a explicar o aumento substancial da aquisição de bens duráveis. Com relativa estabilidade de emprego e de ganhos salariais, aliada ao crédito fácil e aos incentivos estatais, os brasileiros foram às compras.

No entanto, muitos desses consumidores da "nova classe média", que passaram a assistir a seus programas favoritos em modernas TVs de tela plana, são os mesmos que topam com lixo na porta de casa, que enfrentam esgoto a céu aberto e que não têm escola com qualidade ao menos razoável para seus filhos.

O IBGE mostra que cerca de 40% das residências brasileiras não dispõem de abastecimento de água e coleta de esgoto. A comparação com os países ricos é dramática: nos Estados Unidos, segundo o Valor, apenas 0,6% das casas não tinham água encanada e vaso sanitário com descarga em 2011. Ainda segundo o IBGE, 11% das casas brasileiras não têm nenhum tipo de saneamento básico e 5% convivem com lixo acumulado. E 40% dos logradouros não têm nenhuma identificação, de modo que seus habitantes não sabem dizer exatamente onde moram. O quadro é igualmente sombrio na educação. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica de 2011 mostra que, no ensino médio, a maioria dos alunos não sabe ir além das quatro operações aritméticas nem consegue ler e escrever de modo satisfatório.

Tudo isso se reflete na capacidade do Brasil de competir por mercados. O último ranking do Fórum Econômico Mundial sobre o tema indica que o País, embora tenha subido cinco posições, para o 48.º lugar, ainda marca passo em indicadores-chave. No item "saúde e educação básica", por exemplo, o Brasil figura em 88.º lugar entre 144 países, perdendo 9 posições desde 2009.
Como se observa, lentamente estamos deixando de ser a "Belíndia", à qual se referiu o economista Edmar Bacha, em 1974, para designar a concentração de renda que gerou o abismo entre o minúsculo Brasil rico, isto é, a "Bélgica", e o enorme Brasil pobre, a "Índia". Agora, o País está mais para um "Engana", apelido dado recentemente pelo ex-ministro Delfim Netto para designar esse festejado Brasil que tem renda da Inglaterra (England), mas que ainda dispõe de serviços públicos de Gana.

Entidade

Eis um exemplo interessante sobre a questão da entidade numa grande empresa brasileira:

(...) Na sexta-feira, membros do conselho [da Via Varejo] se reuniram por cinco horas, na sede da Via Varejo, em São Caetano do Sul (SP), para tratar de uma extensa pauta com 15 itens - incluindo um plano para melhorar os resultados da varejista que reúne Casas Bahia e Ponto Frio. Mas foram os gastos dos ex-donos da Casas Bahia que ocuparam a maior parte do tempo e pesaram no clima, já nada amistoso entre as partes. Só neste ano, as despesas da família Klein chegaram perto de R$ 75 milhões.

A questão dos gastos dos Klein foi levada ao conselho de administração da Via Varejo pela própria família. Como a presidência da empresa está muito próxima de ser trocada - no dia 22 de novembro o conselho vai votar o nome do substituto de Raphael Klein [1] - e as contas da companhia estão sendo avaliadas pela KPMG, a família decidiu apresentar as contas, na tentativa de legitimar e manter os gastos [2]. Com a saída de Raphael, entrará na vaga de presidente um executivo indicado pelo Pão de Açúcar e, provavelmente, próximo a Abilio Diniz, fundador e sócio-minoritário do GPA.

Controlador da Via Varejo, o GPA já havia solicitado que a empresa apresentasse tais gastos, mas a administração da controlada não o fez [3]. Casino, o sócio majoritário de GPA, e Abilio, em lados opostos em outras questões envolvendo a sociedade no Pão de Açúcar, se uniram para "acabar com a gastança", segundo uma fonte que acompanha as conversas com a família Klein.

São despesas computadas no balanço de uma companhia que vende muito, mas lucro pouco [4]. Via Varejo teve receita líquida de cerca de R$ 21 bilhões em 2011. E a soma de gastos de R$ 75 milhões equivale a quase 20% do lucro antes de juros e impostos do primeiro semestre de 2012 (R$ 406 milhões) e a quase quatro vezes o lucro líquido do período (R$ 20,2 milhões).

Na sexta-feira, representantes do Casino e Abilio foram preparados para barrar o plano dos Klein, de legitimar seus gastos em Via Varejo. Apresentaram votos escritos e fundamentados e, a partir de agora, tais despesas estariam suspensas.

O clima de constrangimento foi tamanho que, ao final, a própria família Klein votou contra o plano de despesas que havia sido apresentado. O assunto será submetido a um grupo de trabalho e depois, deve voltar à pauta.

Abilio Diniz, conhecido por seu temperamento exaltado em certas situações, manteve-se calmo durante a longa reunião do conselho, que teve início às 10 horas da manhã e durou até o fim da tarde. O único momento em que se alterou foi quando contestou a informação de que teria aprovado o que ele chamou de "despesas ultrajantes".

A apresentação do estudo preliminar da KPMG, que também prometia ser alvo de polêmica por ser o argumento central do questionamento dos Klein sobre o acordo de associação que criou a Via Varejo em 2010, acabou sendo suspensa. Nos últimos meses, a KPMG vem auditando novamente os balanços de Ponto Frio e Casas Bahia.

O presidente do Grupo Pão de Açúcar, Enéas Pestana, na posição de membro do conselho de administração da Via Varejo e representando os controladores, assumiu o comando da reunião nesse ponto. Disse que o tema da auditoria dos balanços de Ponto Frio e Casas Bahia não deveria ser discutido por se tratar de um levantamento ainda em fase de elaboração. Portanto, inconclusivo.

Em determinado ponto da reunião, a KPMG informou que iria apresentar um relatório das finanças de Bartira, fabricante de móveis controlada pelos Klein. O GPA foi contra por entender que é preciso finalizar toda a auditoria e não apresentar nada "picado". Seria preciso passar por um comitê financeiro antes de o relatório ser apresentado ao conselho. Pestana está recebendo suporte do Casino para enfrentar as polêmicas na empresa de eletroeletrônicos, apesar de o controlador francês do grupo ter se mantido afastado dessas discussões até o momento.

Apesar da união de forças entre Casino e Abilio nas questões da Via Varejo, em breve, os sócios devem ter um embate a respeito das mesmas despesas que o antigo controlador tem com o Pão de Açúcar. Por ano, Abilio gasta, em média, cerca de metade do valor gasto pelos Klein, com segurança e aeronaves [5]. Mas, diferentemente da família Klein, Abilio Diniz tem sinal verde do sócio francês, dos tempos anteriores às brigas. (...)


GPA avalia gastos da família Klein - 29 de Outubro de 2012 - Valor Econômico - Adriana Mattos e Graziella Valenti

[1] Já tinha lido em algum lugar que a reclamação da família Klein estava relacionada com esta troca. O texto confirma isto.
[2] Parece que a estratégia não deu certo.
[3] Eis um exemplo interessante de conflito de agência.
[4] Como é característico do setor. Neste caso, gastos como estes são críticos para aumentar ou diminuir a rentabilidade.
[5] A informação indica que os gastos são nebulosos também.

Ambiental

A partir de hoje, os investidores no mercado de ações contam com mais uma referência que pode contribuir para a escolha das empresas e alocação dos recursos em bolsa. Pela primeira vez, o "Carbon Disclosure Project" (CDP) classificou e pontuou as empresas brasileiras que apresentam a maior capacidade para estudar e administrar os impactos positivo e negativo das mudanças climáticas no universo dos seus negócios. (...)

Nessa primeira publicação, o CDP organizou duas listas. Na primeira, figuram as empresas com as notas mais altas no quesito "disclosure" (transparência). São elas: BM&FBovespa, Braskem, CPFL Energia, EDP - Energias do Brasil, Itaúsa, JBS, Marfrig, Petrobras, Santander Brasil e Vale. Essas companhias ganharam a maior pontuação entre as 52 que responderam ao questionário por demonstrarem uma compreensão mais lúcida sobre as consequências do aquecimento global sobre o seus empreendimentos e por relatarem isso com transparência.

Na segunda lista, ganharam destaque as empresas com as maiores notas no quesito "performance" (desempenho). São companhias que estão, segundo a metodologia do CDP, tomando medidas importantes como, por exemplo, colocar em prática processos de redução das emissões de gases de efeito estufa. Com exceção de Vale e Braskem, as companhias da primeira lista também figuram no segundo grupo, que traz ainda Cesp e Cemig.(...)

Do ponto de vista do investidor, iniciativas como essa são importantes para complementar o processo de 'valuation' (avaliação do valor das ações) feito por gestores e investidores, na opinião de Ricardo Torres, consultor e professor de finanças da BBS Business School. (...)

As empresas mais conscientes sobre os riscos ambientais - 29 de Outubro de 2012 - Valor Econômico - Karla Spotorno

29 outubro 2012

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Voo da Águia Real


Matias-Pereira é um autor conhecido da área de finanças públicas. Com diversos livros publicados sobre o tema, o professor da Universidade de Brasília, inclusive no Programa de Contabilidade, surpreende em lançar um livro não técnico. Trata-se d´O Voo da Águia Real (editora Livronovo, 2012. Aqui um vídeo de divulgação).

Nesta obra ele descreve a busca do conhecimento interior de um brasileiro que acabou de defender sua tese de doutorado. Para isto, o personagem principal, Mateus, resolve fazer o caminho de Santiago de Compostela, começando da França. O trajeto de Mateus mostra reflexões filosóficas e como fazer para ser uma pessoa melhor. Afinal, Mateus sentia-se vazio após sua defesa.

Ao começar a obra de Matias-Pereira, que possui uma grande cultura geral que aparece no seu texto, parecia que estava escutando o autor, que é meu colega de universidade. A profissão do autor como professor está nítida na obra, quando descreve didaticamente as cidades, as igrejas e a história do caminho. Isto pode às vezes prejudicar uma leitura mais rápida da obra, mas é um atrativo para aqueles que gostam de caminhar e querem buscar o sentido da vida, que por sinal é o subtítulo da obra.

A partir do capítulo 17 a obra ganha um dinamismo interessante, que sofrerá uma reviravolta surpreendente no capítulo 45. 

Custo de um Estádio

Observe a tabela a seguir:
São 16 estádios que foram construídos para competições esportivas. Ao lado de cada estádio tem-se o custo em milhões de dólares da sua construção. Logo após, a capacidade de cada arena.

A seguir, um índice de utilização, sendo quanto maior melhor. Este índice deveria ser de 50 ou mais. É possível notar que a maioria dos estádios é subutilizada, incluindo o famoso Allianz Arena, do Bayern de Munique. Este índice é calculado dividindo a quantidade de pessoas que frequentaram o estádio pela capacidade. O Turner Field teve, em 2010, um número de pessoas frequentando aquela arena que corresponde a 50 vezes sua capacidade.

A última coluna é a relação entre o custo e a capacidade. A média é de 7,04, indicando que cada assento custa 7,04 mil dólares.

O estádio do Maracanã terá uma capacidade de 76 mil lugares. Com base neste valor, o custo estimado para o estádio seria de 535 milhões de dólares, que corresponde a 1,1 bilhão de real (câmbio de 2,02). Este valor é bem próximo ao valor estimado do estádio. O Mané Garrincha, de Brasília, com 70 mil lugares, ficaria por 1 bilhão. A tabela a seguir faz o cálculo para os estádios da Copa:
Ou seja, os dez estádios teriam um custo estimado de 4,1 bilhões de dólares.

A análise acima mostra que talvez o custo da copa não esteja tão "superfaturado". Mas dois cuidados com esta conclusão: o custo realizado pode aumentar, igualando ou ultrapassando o valor estimado aqui; e o uso dos estádios deve estar bem abaixo dos valores de outros estádios após o término da Copa.


O monge e a felicidade



 Conheça o monge budista Mathhieu Ricard e leia seu blog

Consultoria

A empresa INDG decidiu mudar o nome para Falconi Consultores de Resultado, segundo informa o Estado de S Paulo (Mudança de ares no INDG, 29/10/2012). A empresa de consultoria é um gigante: faturamento de 300 milhões de reais, com mil empregados. É conhecida por ter ajudado a Brahma, Gerdau, governo de Minas e outras entidades.

O texto só esquece que Falconi estava no conselho da Sadia.

Valor de Mercado

Eis texto do Estado de S Paulo:

Para especialistas, Petrobrás e Vale estão sendo mais castigadas pelo mercado que as concorrentes globais como reflexo de fatores domésticos resumidos como "intervencionismo estatal" aos olhos do investidor.
No caso da Petrobrás, a política de reajuste de combustíveis, que impede a equiparação de seus preços ao patamar internacional, é a crítica mais óbvia. Mas a lista engloba também a operação de capitalização da companhia e o marco regulatório que a tornou operadora exclusiva dos campos do pré-sal.
Do lado da Vale, à queda da cotação do minério de ferro pela menor demanda externa e entraves em projetos internacionais como Simandou, na Guiné, se somam dificuldades com licenciamento ambiental no País. E também questões tributárias, como a briga bilionária com o governo pelos royalties da mineração.


Petrobrás e Vale são castigadas pelo mercado - 28 de Outubro de 2012 - Mariana Durão

Observe o gráfico com o valor de mercado da Vale do Rio Doce:


O gráfico com o valor de mercado da Petrobrás encontra-se a seguir:


O texto do jornal comenta a perda de valor das duas empresas. Mas é possível observar que o atual valor das empresas está no mesmo patamar do final de 2007. (É bem verdade que ocorreu uma grande capitalização da Petrobras no período).

Contabilidade e Fisco

(...) Segundo fontes consultadas pela CAPITAL ABERTO, o Fisco abandonou o desenvolvimento do Livro de Ajustes da Convergência (LAC), que calcularia os tributos a serem pagos antes mesmo da confecção dos balanços societários. O RTT foi criado em 2008, logo após a Lei 11.638 introduzir na Lei das S.As. a adoção dos padrões contábeis internacionais (IFRS, na sigla em inglês). Seu objetivo era neutralizar os possíveis impactos fiscais decorrentes da mudança.

No lugar do LAC, a Receita desenvolve agora uma versão renovada do atual Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur). Nesse modelo, a companhia parte do balanço societário para calcular o lucro tributável. Na nova versão, o livro incorporaria algumas novidades da contabilidade internacional e teria um formato mínimo padrão para todas as empresas. "Se fosse adotado o LAC, teríamos uma contabilidade amarrada a uma lei fiscal, o que seria um retrocesso", comenta Roberto Haddad, sócio da KPMG no Brasil. Eliseu Martins, professor de contabilidade da Universidade de São Paulo (USP) e ex–diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), é outro defensor do Lalur. O modelo, segundo ele, evita problemas decorrentes da adaptação de sistemas e impõe menos custos para as companhias.


Fonte: Revista Capital Aberto via aqui

Uma proposta para as auditorias: deixar de ser obrigatória

No mês passado, uma comissão de investigação do Senado colocou atenção sobre a forma como a empresa de contabilidade Ernst Young LLP ajudou a Hewlett-Packard (HP) em truques de uso e lacunas para evitar impostos sobre os milhões de dólares de lucros escondidos no exterior.

O programa envolveu transferências de dinheiro através da Ilhas Cayman, bem como operações estruturadas para fazer distribuição de dinheiro para os EUA a partir de subsidiárias offshorek, parecendo empréstimos não tributáveis. Ernst  Young não é apenas um consultor fiscal para a HP, que também é auditor externo da fabricante de computadores.

Isso significa que a Ernst  Young teve a opinar sobre se a HP representaram devidamente os efeitos financeiro nos relatórios da Ernst  Young, a consultoria tributária. Este duplo papel - auditor dos livros, além de conselheiro sobre a forma de contornar as leis tributárias - é permitido sob as regras estadunidenses, mesmo que isto resulte em empresas de auditoria auditarem seu próprio trabalho. Essa não é a pior parte, no entanto.

(...) A noção de auditoria "independente" é uma piada mesmo. O cliente paga a empresa de auditoria pelo parecer.

"Eu simplesmente não vejo qualquer outra estrada viável para ir para baixo neste momento", disse Turner [contador chefe da SEC até 2001]. "Nós tentamos auto-regulação. Tentamos a SEC como um regulador. E tentamos o Public Company Accounting Oversight Board como um regulador. E nada funcionou. Então vamos voltar para uma solução de mercado."

Eis o que ele recomenda: Fim do mandato de auditoria, e exigir que os acionistas ser convidados a votar em ter uma auditoria. Ele sugere a cada três anos, ou antes, quando uma empresa muda CEOs. Se os acionistas dizer sim, a nomeação do auditor pelo comitê de auditoria teria que ir para o voto dos acionistas de cada ano. Ratificação dos acionistas de auditores atualmente não é obrigatória. (...) 


Don’t Cram Audits Down Investors’ Throats - Bloomberg - Weil

Eis uma solução interessante: a auditoria seria opcional para a empresa.

BMG

Apesar do reconhecimento alcançado pelo patrocínio no futebol, o BMG nunca deixou de ser conhecido como o "banco do mensalão". No dia 15, a juíza Camila Franco e Silva Velano, da 4.ª Vara da Justiça Federal em Minas, condenou Ricardo Guimarães, seu pai, Flávio Pentagna Guimarães, e outros dois diretores do banco - João Batista de Abreu e Márcio Alaor de Araújo - por gestão fraudulenta de instituição financeira, em processo desmembrado do mensalão.

Segundo a sentença, o BMG financiou o esquema de corrupção com empréstimos no valor total de pelo menos R$ 43,6 milhões ao ex-presidente do PT, José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, o empresário Marcos Valério e três pessoas ligadas a ele. Em contrapartida, de acordo com a decisão, o banco mineiro ganhou exclusividade para fornecer empréstimos consignados a pensionistas e aposentados do INSS.


Estado de S Paulo - 28 de outubro de 2012

O mesmo jornal informa que o BMG patrocina seis times da série A (Santos, Palmeiras, Flamengo, Atlético-MG, Cruzeiro e Coritiba) do Campeonato Brasileiro. Os valores são de 65 bilhões de reais. Além disto, o BMG emprestou para diversos times: São Paulo (R$ 65,5 milhões), Palmeiras (R$ 45,5 milhões), Flamengo (R$ 40,7 milhões), Vasco (R$ 38,9 milhões), Corinthians (R$ 24,8 milhões), Fluminense (R$ 22 milhões) e Santos (15,3 milhões), totalizando R$ 253 milhões.

28 outubro 2012

Rir é o melhor remédio

O preço não se baseia no custo.

Fonte: Aqui

Artigo falso aceito para publicação


Nem todas as revistas científicas que encontramos em bancas são confiáveis. Criadores de uma ferramenta online chamada Mathgen, que gera automaticamente trabalhos matemáticos cheios de frases aleatórias, queriam descobrir até que ponto as publicações científicas são verídicas.

Eles enviaram um artigo falso criado por computador a revista de estudos matemáticos Advances in Pure Mathematics, e voilà: apenas dez dias depois, a obra foi aceita para publicação.

Os editores da revista pediram apenas alguns pequenos esclarecimentos à autora do artigo, que, por sua vez, não existe. A obra seria de autoria de uma inexistente professora de matemática chamada Marcie Rathke, da também inexistente Universidade do Sul da Dakota do Norte em Hoople.

No entanto, apesar do estudo falso ter sido aprovado, a revista impõe uma taxa de publicação de cerca de US$ 500 (R$ 1.000). E certamente a professora Marcie Rathke não vai ter fundos suficientes para essa despesa… Triste, não é? O texto completo que foi aceito na revista está disponível em PDF aqui (em inglês). Produza você mesmo o seu artigo matemático sem sentido no Mathgen.


Fonte: Hyperscience

O papel do professor

O objetivo da educação? Criar alegria de pensar.

Compartilho o vídeo porque a paixão que o Rubem Alves tem pela educação inspira!


Via Varejo

Sobre o desempenho da Via Varejo (antiga Casas Bahia), um trecho interessante da análise do Valor:

O Valor notou um crescimento expressivo e contínuo do total de contingências fiscais, cíveis e trabalhistas classificadas como de perda possível. A empresa não precisa constituir provisão para essas disputas, sendo necessário apenas a divulgação dos valores envolvidos, quando é possível estimá-los.

Ao fim de junho deste ano, essas causas somavam R$ 835 milhões, contra menos de R$ 300 milhões ao fim de 2010.

Não é possível precisar a cifra em disputa em dezembro de 2010 porque a Via Varejo tem corrigido dados do passado quando apresenta novos balanços.

Quando divulgou o balanço de 2010, a empresa disse que os processos de perda possível somavam R$ 264 milhões. Ao divulgar os resultados do ano seguinte, informou que as contingências ao fim de 2011 somavam R$ 493 milhões e que, em dezembro do ano anterior, eram de R$ 293 milhões (acima, portanto, dos R$ 264 milhões divulgados um ano antes).

Agora em junho, ao relevar que as contingências de perda possível alcançaram a cifra de R$ 835 milhões, a empresa diz que, em dezembro de 2011, esses processos somavam R$ 750 milhões - valor bem superior aos R$ 493 milhões divulgados na versão anterior.

O Valor também identificou que, quando apresentou seu balanço de 2011, a Via Varejo corrigiu o demonstrativo referente ao ano anterior e aumentou a provisão para perdas com contingências judiciais em R$ 44 milhões.

Na primeira versão do balanço, apresentada no início de 2011, essa conta do passivo somava R$ 109 milhões ao fim de dezembro de 2010. Um ano depois, o saldo do ano anterior divulgado para comparação subiu para R$ 153 milhões. Como contrapartida, foi elevada a conta de depósitos judiciais, no ativo, no mesmo montante de R$ 44 milhões. Nada transitou pelo resultado.

Nas notas explicativas do balanço de 2011, a Via Varejo disse, genericamente, que tinha feito reclassificações no balanço de 2010. Mas não detalhou quais eram, nem os motivos.

A diferença de R$ 44 milhões pode não ser significativa quando se olha o tamanho do ativo da empresa ao fim de 2010, que somava R$ 9,8 bilhões.

Mas é representativa tendo em conta o resultado líquido apurado no exercício de 2010, que foi negativo em R$ 65 milhões.

Procurada, a empresa não esclareceu o motivo da correção na conta de provisões, nem explicou o aumento nas contingências de perda possível, que quase triplicaram em um ano e meio. A companhia apenas enviou nota dizendo que "tem suas demonstrações financeiras preparadas de acordo com as regras e normas contábeis, sendo essas demonstrações auditadas pela Ernst  Young Terco".


Via Varejo registra baixo retorno e disparada de processos judiciais - Valor - 26 de outubro de 2012 - Fernando Torres

Custos e medicina

Você já foi ao consultório médico e saiu de lá com pedidos de exames que considerou descenessários? Eu não sou médica, aliás, adio o máximo possível a minha visita a um especialista (a não ser ao oftalmologista – míopes, uni-vos), mas acredito possuir uma capacidade mínima para julgar a necessidade, ou não, de certos tratamentos de saúde.

Quando eu descobri a existência de exames periódicos anualmente obrigatórios quase dei um chilique interno. No dia em que me entregaram um encaminhamento para o cardiologista (que inicialmente só era obrigatório a partir dos 30) senti o meu tempo desrespeitado. Quando cheguei ao tal cardiologista (após ouvir uma bronca sobre como eu era muito nova para estar ali), além do eletrocardiograma (parte obrigatória dos exames periódicos) o tal doutor ainda acrescentou um teste ergométrico, aí eu fiquei ponderando a possibilidade deu me rebelar e ainda assim conseguir ter o meu relatório carimbado e preenchido por ele.

Antes que vocês me deem uma bronca, acho importante salientar que pesquisas demonstram uma grande variação na forma como os médicos diagnosticam e tratam os pacientes em condições médicas similares, refletindo custos médicos ineficientes e desnecessários.

Então vamos aproveitar para discutir o trabalho “Accounting and Medicine: An Exploratory Investigation into Physicians’ Attitudes Toward the Use of Standard Cost-Accounting Methods in Medicine” dos autores Greg M. Thibadoux, Marsha Scheidt e Elizabeth Luckey publicado no Journal of Business Ethics em 2007.

Os pesquisadores da área de saúde têm estudado formas de reduzir as variações existentes entre as práticas de cada médico com base em certa padronização – objetiva-se reduzir custos de tratamento ao mesmo tempo em que garanta a qualidade.
Nos Estados Unidos existem diretrizes denominadas Evidence Based Best Practices (EBBP – Melhores Práticas Baseadas em Evidências), fundamentadas em resultados de estudos científicos que fornecem evidências sobre como atingir o melhor resultado da maneira mais custo-eficiente.

Os responsáveis pelo fornecimento de tratamentos na área da saúde investigam formas de “amarrar” a utilização de recursos aos protocolos médicos, na tentativa de monitorar e controlar os custos. Sim, é considerada uma atitude controversa já que reportam e destacam as práticas de cada médico (como o número de testes solicitados e a adoção de terapias específicas) e podem influenciar abordagens clínicas.

Assim, o objetivo do estudo em questão foi a análise da percepção dos clínicos sobre a ligação entre um sistema de custos padronizados de acordo com as diretrizes EBBP. Para isso, os autores questionaram a nove médicos quais as reações e preocupações que advinham da combinação entre os custos e a diretrizes. As respostas mais importantes foram as categorizadas em “centrada em ética”, ou “preocupada com a implementação e utilização do sistema baseado em custos relativamente a EBBP”.

As questões éticas foram citadas com mais frequência. Dos nove profissionais envolvidos, oito demonstraram preocupação sobre as implicações éticas da utilização de custos padronizados na medicina. Um participante afirmou que se os relatórios dos médicos forem utilizados apenas como base de dados financeiros, não há problema. Todavia, o problema surge caso a administração utilize essa base para se envolver de forma a repreender ou controlar a equipe médica. Ademais, uma variância positiva nos custos pode significar não uma melhoria, mas sim tratamento inadequado.

Se por um lado custos meenores de atendimento deixarão montantes disponíveis para investimentos em outras opções, tal como a melhoria da aparelhagem hospitalar, há de se ponderar sobre os benefícios que a padronização de atendimentos a saúde trarão. Apesar de claramente deixarem os custos dessa área mais eficientes, é necessário atentar às possíveis consequências para os pacientes e à qualidade do atendimento médico após a adoção dessas medidas.


27 outubro 2012

Off Topic: Apoio Emocional

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, nos últimos 45 anos, a taxa de suicídio cresceu 60% no mundo. Isso significa que, a cada ano, um milhão de pessoas tiram a própria vida – uma taxa de mortalidade de 16 por 100 mil habitantes, ou o mesmo que uma morte a cada 40 segundos. A notícia fica ainda pior por conta da expectativa de que esse número dobre até 2020.

Segundo dados da OMS, ao longo da vida, 17,1% dos brasileiros “pensaram seriamente em por fim à vida”, 4,8% chegaram a elaborar um plano para tanto, e 2,8% efetivamente tentaram o suicídio.

A média brasileira é de 25 suicídios por dia, número só inferior ao de mortes no trânsito e homicídios. Vale lembrar que o número real de suicídios pode ser bem maior, visto que muitas vezes estes casos são relatados como mortes acidentais.

Esses dados assustadores vêm acompanhados de um pedido da OMS para que os governos tratem esse problema de forma urgente.

Se o número de suicídios é alto, o número de tentativas é 20 vezes maior: 5% da população mundial vai tentar tirar a própria vida pelo menos uma vez durante sua existência. Isso torna o suicídio a maior causa de mortes evitáveis no mundo, matando mais que os homicídios e as guerras (somados).

A situação também é mais comum em países mais pobres, que também são os países menos preparados para prevenir o suicídio. Isso não significa que não tenha gente engajada em melhorar a qualidade de vida dos suicidas.

O CVV (Centro de Valorização da Vida), por exemplo, é uma das organizações não governamentais (ONG) mais antigas do Brasil. Essa instituição, fundada em 1962, se baseia essencialmente no trabalho voluntário de milhares de pessoas distribuídas por todas as regiões do Brasil.

A missão do CVV, como seu nome sugere, é valorizar a vida. Sua principal iniciativa é o Programa de Apoio Emocional realizado por telefone, chat, e-mail, VoIP, correspondência ou pessoalmente.

“Oferecemos apoio emocional, com o objetivo de valorizar a vida de todas as pessoas, prevenindo, assim, que estas pensem em tirar suas próprias vidas”, conta Adriana Rizzo, voluntária do CVV, que também faz parte da equipe de divulgação da ONG.

O atendimento é gratuito e funciona 24 horas na maioria das cidades em que há um posto CVV. As pessoas podem conversar sobre todos os assuntos que considerarem importantes pra elas.

Como o serviço é anônimo, o CVV não tem identificador de chamada e os voluntários não pedem dados pessoais dos que buscam ajuda, é difícil colocar em números quantas vidas foram salvas pelo programa. Mas que muitas já foram, não há dúvida.

“Algumas pessoas que buscam nosso atendimento voltam a nos procurar para agradecer, mas isto não é esperado nem exigido por nós. Em época de fim de ano, elas nos procuram para agradecer e desejar um feliz natal, feliz ano novo”, diz Rizzo.

No quê o programa da CVV se baseia? Rizzo explica que o trabalho da ONG é eficaz porque se baseia em uma necessidade humana básica, que é a de se comunicar. “Sabemos que quando alguém não se comunica com outras pessoas, não tem esta oportunidade, os acontecimentos do dia a dia vão se acumulando e por vezes isto pode levar ao isolamento, depressão e pensamentos suicidas”, afirma.

A voluntária acredita que conversando e compartilhando suas dores e alegrias, as pessoas se sentem compreendidas, melhores e mais leves para continuar a viver.

Esse “senso comum”, aliás, tem base científica. A ciência está cheia de exemplos de situações nas quais os laços sociais desempenharam um fator muito importante na saúde e bem-estar físico e mental das pessoas.

Por exemplo, um estudo mostrou que pessoas com círculo social limitado (poucos amigos íntimos) tornam ou veem seus problemas maiores do que realmente são. Outra pesquisa sugeriu que relações sociais são tão importantes para a saúde como outros fatores de risco comuns, como tabaco, exercício físico e obesidade.

Já outros tipos de estudo fizeram associações entre a família e amigos e como isso ajudou as pessoas a superarem problemas. O suporte de um amigo, por exemplo, pode ajudar alguém a perder peso. O apoio da família é capaz de ajudar uma adolescente anoréxica a se recuperar melhor e mais rapidamente. Uma família amorosa pode ser fundamental para o bom desenvolvimento cerebral de uma criança no início da vida, assim como ser sociável na infância leva a felicidade na vida adulta.

Esses são só alguns exemplos de como a comunicação, o apoio e os laços sociais são importantes para nos manter saudáveis. O CVV pode não estar fazendo ciência de propósito, mas com certeza está colaborando para a vida humana.

Voluntariando

Achou o serviço interessante? Gostaria de se voluntariar? Os voluntários da CVV são pessoas comuns, com mais de 18 anos, que não precisam ter nenhuma formação especial, apenas vontade de ajudar alguém.

Se quiser entrar para o programa, basta participar de um curso gratuito para seleção de voluntários que acontece em todos os postos de atendimento do Brasil, várias vezes ao ano. Veja os endereços dos postos.

Se você precisa de ajuda, escolha a forma de comunicação que mais lhe agrada e entre em contato com a ONG. Você será atendido por um voluntário com o maior respeito e anonimato. Eles não estão lá para lhe aconselhar ou julgar, mas sim para lhe ouvir.

Os voluntários são devidamente treinados para conversar com qualquer pessoa que procure ajuda e apoio emocional e guardarão estrito sigilo sobre tudo que for dito, independente do meio selecionado.

Quer mais informações? Acesse o site da CVV, ou siga a instituição no Facebook ou Twitter.


Fonte: Hyperscience

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Fato da Semana

Fato: A questão não  resolvida da adoção das normas internacionais de contabilidade nos Estados Unidos

Qual a relevância disto? A maior economia do mundo fez em 2002 um acordo com o Iasb para promover a convergência. Nos últimos anos alguns projetos foram desenvolvidos em conjunto, mas os últimos meses tornou evidente que o maior mercado de capitais não irá adotar as IFRS tão cedo. Assim, as três maiores economias do planeta não usam as “normas internacionais”.

Em julho uma equipe da SEC fez um relatório apontando uma série de problemas com estas normas. É importante destacar que é a SEC, a entidade que regula o mercado de capitais estadunidenses, que delega para o Fasb a normatização contábil. Assim, o relatório era uma ducha de água fria nas pretensões do Iasb em ter os Estados Unidos como parceiros. Além disto, a equipe não sinalizou para um cronograma de adoção das normas, que era esperado pelos mais otimistas.

No início da semana ficou claro que os problemas eram inclusive operacionais. A Compliance Week lembrou que até o momento a SEC nãotinha aprovado a taxonomia XBRL das IFRS. Em termos práticos, isto pode inviabilizar que empresas estrangeiras com ações negociadas na bolsa dos Estados Unidos possam usar as IFRS. Esta, por sinal, foi uma grande conquista para o Iasb.

Na metade da semana uma frase da presidente do Fasb parecia sugerir que as coisas voltariam ao normal.
Mas no final de semana saiu um relatório resposta do Iasb para as críticas que foram feitas pela SEC em julho. Mais de três meses depois: parece até que a entidade londrina teve dificuldade de responder as críticas que foram feitas pela SEC.

Este relatório cita o Brasil para afirmar que é possível fazer a convergência desde que se tenha vontade política e que os custos do processo não são tão elevados.

O fato da semana diz respeito a todo processo da convergência internacional.

Positivo ou negativo? – Depende da posição de cada pessoa. Para os defensores da convergência a semana não foi boa no saldo final: aparentemente os Estados Unidos estão ainda muito distantes da convergência. E estão pouco entusiasmados.

Desdobramentos – Teremos que esperar até a finalização do processo eleitoral dos Estados Unidos. 

Teste da Semana


Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão no comentários.

1 – A questão do rodízio das empresas de auditoria, impedindo que um mesmo auditor trabalhe durante muito tempo na empresa, foi discutida esta semana por uma entidade fiscalizadora:

IFRS
IOSCO
PCAOB

2 – Esta entidade registrava na contabilidade a concessão de empréstimos para terceiros e os recursos não eram liberados:

BVA
Cruzeiro do Sul
Panamericano

3 – As empresas Deloitte e KPMG foram notícia esta semana e, pasme positiva.

Consideradas as melhores empresas em termos de salários de executivo
Eleitas empresas com melhores programas de estágio
Estão na lista de empresas inovadoras em termos tecnológicos

4 – Nesta semana a CVM

Assinou um convênio de cooperação com a SEC japonesa
Iniciou processo contra os executivos do Panamericano
Passou a ter oficialmente um novo presidente

5 – Insider trading, gestão fraudulenta, caixa 2, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro são alguns dos crimes atribuídos aos executivos do

BVA
Cruzeiro do Sul
Panamericano

6 – Investimento com rentabilidade muito acima do mercado deveria gerar desconfiança. Os papeis de um fundo chamado V55 rendia a variação da inflação mais 13% ao ano. Apesar de que “quando a esmola é demais, o santo desconfia”, este santo não desconfiou:

Comissão de Valores Mobiliários
Fundos de Pensão Petros
Secretaria do Tesouro Nacional

7 – A empresa está finalmente reconhecendo perdas referentes aos royalties de mineração:

Companhia Siderúrgica Nacional
Petrobras
Vale do Rio Doce

8 – Uma apuração do custo de “produção” da princesa Kate, incluindo vestido, cosmético e bronzeamento, mostrou que

É possível ser tão bonita quanto a  Kate com pouco dinheiro
O maior custo é o da manicure semanal
Somente alguém com muito dinheiro pode gastar o montante estimado

9 – As operações de repasse do Tesouro para o BNDES estão sendo lembradas a algo que existiu até a década de oitenta no Brasil:

Conta movimento do tesouro
Emissão de moeda pelo Banco Central
Operação contábil sem o registro no Siafi

10 – Este escritor famoso foi prefeito no interior do país e chegou a produzir dois relatórios de prestação de contas, lembrados pelo valor literário.

Carlos Drummond de Andrade
Graciliano Ramos
Machado de Assis

Periódicos

O vídeo a seguir discute a questão dos periódicos científicos gratuitos, diante do aumento no preço dos periódicos pagos.

Justiça

Três casos internacionais de fraude no dia de ontem. Um empresário afirmou que era dono de uma parcela significativa do Facebook devido a um acordo realizado em 2003 com o fundador da empresa. As acusações foram consideradas falsas e o empresário foi preso.

O ex-primeiro ministro da Itália (e presidente do clube de futebol Milan), Berlusconi, foi condenado por fraude fiscal na Itália. Apesar da condenação, dificilmente ele será preso pois ainda pode existir recurso contra a decisão.

Finalmente, um ex-vice-chairman da Deloitte foi condenado a 21 meses de prisão por uso de informação privilegiada.

Off-Topic: A melhor resposta

"Para saber quem somos, basta que se observe o que fizemos da nossa vida. Os fatos revelam tudo, as atitudes confirmam. Quem é você? Do que gosta? Em que acredita? O que deseja? Dia e noite somos questionados, e as respostas costumam ser inteligentes, espirituosas e decentes.Tudo para causar a melhor impressão aos nossos inquisidores.

Ora, quem sou eu. Sou do bem, sou honesto, sou perseverante, sou bem-humorado, sou aberto – não costumamos economizar atributos quando se trata da nossa própria descrição. Do que gostamos? De coisas belas. No que acreditamos? Em dias melhores. O que desejamos? A paz universal. Enquanto isso, o demônio dentro de nós revira o estômago e faz cara de nojo. É muita santidade para um pobre-diabo, ninguém é tão imaculado assim.



A despeito do nosso inegável talento como divulgadores de nós mesmos e da nossa falta de modéstia ao descrever nosso perfil no Facebook, a verdade é que o que dizemos não tem tanta importância. Para saber quem somos, basta que se observe o que fizemos da nossa vida. Os fatos revelam tudo, as atitudes confirmam. O que você diz – com todo o respeito – é apenas o que você diz. Entre a data do nosso nascimento e a desconhecida data da nossa morte, acreditamos ainda estar no meio do percurso, então seguimos nos anunciando como bons partidos, incrementamos nossas façanhas, abusamos da retórica como se ela fosse uma espécie de photoshop que pudesse sumir com nossos defeitos. Mas é na reta final que nosso passado nos calará e responderá por nós. Quantos amigos você manteve. Em que consiste sua trajetória amorosa. Como educou seus filhos. Quanto houve de alegria no seu cotidiano.Qual o grau de intimidade e confiança que preservou com seus pais. Se ficou devendo dinheiro. Como lidou com tentativas de corrupção. Em que circunstâncias mentiu. Como tratou empregados, balconistas, porteiros, garçons. Que impressão causou nos outros – não naqueles que o conheceram por cinco dias, mas com quem conviveu por 20 anos ou mais. Quantas pessoas magoou na vida. Quantas vezes pediu perdão. Quem vai sentir sua falta. Pra valer, vamos lá. Podemos maquiar algumas respostas ou podemos silenciar sobre o que não queremos que venha à tona. Inútil. A soma dos nossos dias assinará este inventário. Fará um levantamento honesto. Cazuza já nos cutucava: suas idéias correspondem aos fatos? De novo: o que a gente diz é apenas o que a gente diz. Lá no finalzinho, a vida que construímos é que se revelará o mais eficiente detector de nossas mentiras."

Martha Medeiros

26 outubro 2012

Resposta do Iasb

No passado recente (julho de 2012) uma equipe da SEC preparou um estudo sobre a questão da adoção das normas internacionais de contabilidade nos Estados Unidos. O texto faz uma série de críticas ao processo, assim como apresenta os problemas das normas internacionais. Além disto, o texto não indica uma data para que a convergência ocorra.

O relatório sepultou, pelo menos parcialmente, a possibilidade de que a maior economia do mundo possa adotar as normas internacionais. Agora uma equipe da Fundação IFRS preparou um texto sobre o assunto. Apesar do mesmo não ter sido aprovado pelo Iasb ou pelos trustees da Fundação IFRS, não deixa de ser uma resposta ao texto (e críticas) da SEC.

O relatório afirma que a indecisão da SEC pode representar um risco no esforço da convergência entre o FASB e o Iasb. Isto pode representar um risco de que uma década de esforço no sentido da convergência seja “seguido por um novo período de divergência”. Apesar de reconhecer a complexidade do mercado estadunidense, o texto considera que a experiência de outros países indica que a vontade política adequada pode superar os desafios.

Em resposta à crítica da SEC de que o Iasb depende muito da contribuição de alguns países, o texto usa uma relação entre doação e tamanho da economia para mostra que os Estados Unidos contribuíram pouco para o trabalho da Fundação IFRS. Mas que este país possui um quarto dos assentos no organismo internacional, apesar de ter doado menos de 10%.

Sobre o Brasil, eis uma citação interessante:

Finalmente, no Brasil, o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores da Deloitte realizou uma pesquisa em 2011 para descrever relações com investidores, após a adoção do IFRS pelas empresas de capital aberto. Embora a pesquisa tenha coletado dados das empresas apenas alguns meses após a publicação pela primeira vez das demonstrações financeiras em IFRS, alguns benefícios já foram percebidos. A maioria dos entrevistados acredita que a IFRS trouxe mais transparência às informações financeiras. O custo de transição foi menos de US $ 1 milhão para 77 por cento dos inquiridos e os principais fatores de custo foram a aquisição de conhecimentos técnicos da IFRS e preparação de informação comparativa.

Leia mais em IFRS Staff Challenges SEC on Adoption Obstacles , Tammy Whitehouse, Compliance Week

Rir é o melhor remédio

Duas sobre economia:

Qual a diferença entre micro e macro? Microeconomia você está errado sobre coisas específicas; macro você está errado sobre coisas em geral.

Quantos economistas são necessários para trocar uma lâmpada? Nenhum. A mão invisível irá trocar.

(Fonte: The Cartoon Introduction to Economics, vol 1: Microeconomics, Grady Klein e Yoram Bauman.

Quase 1 milhão

O leitor deve ter percebido que o blog está quase atingindo 1 milhão de visualizações. Diariamente superamos mais de duas mil, o que é razoável para um blog voltado para um assunto técnico. Grato a todos os leitores.

Pedimos que respondam a enquete no início da página, lado direito: o que você sente falta no Blog? Os itens listados são postagens que chegamos fazer no passado e já não fazemos mais: links; testes (chegamos a mais de 500), resenhas  de livros; artigos técnicos exclusivos (como sobre valor justo) ou material didático (a série sobre índices).

Bunheads

A série Bunheads é sobre Michelle Simms,  uma ex-bailarina de Las Vegas, que aceita a proposta de casamento de um admirador e muda para cidade de Paradise. Logo que chega na cidade, o marido morre num acidente de carro e deixa para Michelle a casa, com uma escola de balé, onde dá aula a sogra de Michele chamada Fanny.

A série foi criada por Amy Sherman-Palladino, a mesma de Gilmore Girls. Bunheads tem muita semelhança com Gilmore Girls: diálogos rápidos, com muitas tiradas e centrada nas mulheres. A professora de Balé Fanny foi atriz de Gilmore Girls. E Michelle, a bailarina, lembra muito Lorelai, até fisicamente.

No quinto episódio da primeira temporada Michelle descobre que a escola de balé é uma bagunça em termos administrativos. E resolve ir procurar um CPA para entender o que está ocorrendo. A cena a seguir, de dois minutos, mostra quando Michelle descobre o que realmente está acontecendo na escola de balé:





Aqui uma tradução rápida

CPA: Embora seja uma contabilidade incomum, não tenho informações necessárias para análise do capital bruto... se pudesse achar os débitos B2C ou B3C.
Fanny: Ei, você me fez vir até aqui.
Michelle: Desculpe, voltei. Continue com o...
CPA: Certo. Com respeito as despesas mais importantes de capital, separei em duas partes. Não podemos ignorar o significado das despesas com os prejuízos líquidos.
Fanny: Quanta classe!
CPA: Não concordam?
Michelle: Perdão.
CPA: Estou falando muito rápido?
Michelle: Não. Como queria que ele falasse mais rápido. Quer dizer, estou entediada. Você não está?
Fanny: Não entendi nenhuma palavra depois do “oi, meu nome é Bob”.
CPA: Eric. Meu nome é Eric.
Fanny: Oh.
CPA: Vamos direto ao ponto. Revisei tudo e seus problemas não são a péssima organização contábil. Seu problema é a receita.
Michelle: O que isto significa?
CPA: vocês precisam ter alguma. Vocês já sentaram e avaliaram como as coisas funcionarão? Certo, vamos começar pela Michele.
Michelle: Espera, como me pôs no problema?
CPA: Seu marido deixou propriedades, dois carros, um funcionando, dois CDs, uma conta bancária que se administrar sabiamente conseguirá manter por um bom tempo, mas não para sempre. Você precisa de alguma receita.
Michelle: A escola de balé ajuda, certo?
CPA: Ajudaria se tivesse algum aluno.
Michelle: Do que está falando? Aquele lugar está cheio, as turmas estão lotadas.
CPA: Perdão, pagantes. Segundo os registros, a maioria não paga.
Michelle: Não pagam? É isto mesmo, Fanny?
Fanny: Acho que sim. Se você nos trouxe a um contador decente.
Michelle: Por que eles não pagam?
Fanny: Existem bolsas de estudos.
Michelle: quantas?
Fanny: Não tenho certeza.
Michelle: São quantos alunos?
CPA: 75
Michelle: E quantos pagam?
CPA: 9
Michelle: 9?
CPA: 9
Michelle: Nove? Nove? Nove?
Fanny: Você parece um alemão
Michelle: Nove?
Fanny: Terminamos?
Michelle: Nove?
Fanny: Vamos
Michelle: Nove!
Fanny: Diga adeus ao adorável contador.
Michelle: Nove? Nove?

O bom a cena é que o contador passa uma imagem de eficiência: descobriu rapidamente o que estava ocorrendo na empresa. Mas as mulheres ficam entediadas com o palavreado do CPA.

Cruzeiro do Sul

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) marcou para 13 de novembro, às 15 horas, o julgamento do ex-presidente do banco Cruzeiro do Sul Luis Octavio Indio da Costa preso em São Paulo na segunda-feira. O advogado de defesa será o ex-presidente da autarquia Marcelo Trindade.

O julgamento de Luis Octavio Indio da Costa na CVM tratará da não divulgação de fato relevante referente a negociações para uma possível compra do banco Prosper. (CVM julgará sócio do Cruzeiro do Sul - 25 de Outubro de 2012 - Valor Econômico  - Luciana Bruno)

O processo é anterior aos problemas financeiros da instituição e sua liquidação, que ocorreu em setembro. Ao mesmo tempo, a Polícia Federal indiciou o banqueiro em sete crimes, com possibilidade de 50 anos de prisão.

A PF geralmente atribui a empresários e controladores de instituições financeiros esses crimes. Para Índio da Costa, no entanto, a PF reservou uma surpresa ao indiciá-lo também como incurso no artigo 27 C da Lei 6.385/76 - operações simuladas e manobras fraudulentas com ações na Bolsa de Valores por meio de "interpostas pessoas" com a finalidade de lucro indevido, pena de 1 a 8 anos. A PF e a Procuradoria da República estão impressionadas com o drama de centenas de clientes do Cruzeiro do Sul que foram lesados. Perderam economias de uma vida inteira e criaram uma associação das vítimas do banco.

O rosário de ilícitos imputados ao banqueiro alcança quatro artigos da Lei 7.492/86 (Colarinho Branco). Foi indiciado no artigo 1.º (gestão fraudulenta de instituição financeira, pena de 3 a 12 anos), artigo 6.º (manter em erro sócio ou investidor com informações falsas, 2 a 6 anos), artigo 11 (caixa 2 de banco com movimentação paralela de recursos, pena de 1 a 5 anos de prisão) e artigo 17 (mútuos vedados, reclusão de 2 a 6 anos).

A PF atribui quadrilha a Índio da Costa - artigo 288 do Código Penal, 1 a 3 anos, combinado com o Decreto 5.015 (organização criminosa). E o enquadrou por lavagem de dinheiro (3 a 10 anos de cadeia), crime financeiro como ação antecedente. (Índio da Costa é indiciado em sete crimes - 25 de Outubro de 2012 - O Estado de São Paulo - Fausto Macedo)

Fundos de Estatais

Onde têm um grande escândalo contábil no Brasil tem um fundo de pensão de uma estatal envolvido, para azar dos seus funcionários. No caso do BVA isto parece que não foi exceção:

A Petros investiu R$ 51 milhões em cédulas de crédito bancário (CCB) emitidas pela V55 Empreendimentos, uma das empresas criadas pelos principais sócios do BVA - José Augusto Ferreira dos Santos e Benedito Ivo Lodo - para injetar recursos no banco. O saldo a ser pago dessa CCB, que vence em junho de 2013, é estimado em pouco mais de R$ 20 milhões. Com a intervenção no BVA, os bens dos acionistas, incluindo a V55, ficaram indisponíveis. (Petros financiou sócios do BVA, 25 de Outubro de 2012, Vinícius Pinheiro)


Talvez uma das razões seja a ganância:

O investimento nos papéis da V55 rendia para a Petros o equivalente à variação do IPCA mais 13% ao ano, bem acima da meta atuarial de 6% da fundação. A posição na V55 representava 5,5% do total de CCBs detidos diretamente pelo fundo de pensão.


Ou a falta de conhecimento de finanças, mais especificamente, diversificação.

Nas nuvens

Eis um caso interessante, onde se  cruza incentivos, contabilidade criativa e reconhecimento de receita.

O problema decorre de como empresas software-as-a-service [SaaS] contabiliza receita. Quando uma empresa de SaaS obtém um novo cliente, ele normalmente assina um acordo de vários anos, normalmente três. Mas as regras contábeis GAAP só permitem reconhecer a receita depois que o serviço é realizado. Empresas "nas nuvens" querem mostrar aos investidores que, para cada novo cliente que assina, irá receber muito mais dinheiro, garantido pela duração do contrato.

Numa das empresas, a SuccesssFactors, os vendedores recebiam comissão para cada novo contrato, mesmo que o cliente não fosse novo. Nas demonstrações da empresa existiam um grande número de "clientes" novos.

A SuccesssFactors foi recentemente adquirida pela SAP.

Frase

Pretendemos continuar a trabalhar em cooperação com o IASB e outros reguladores de todo o mundo para continuar a melhorar os padrões dos EUA, bem como padrões globais de contabilidade, e torná-los mais comparáveis.

Leslie Seidman, presidente do FASB, sobre a relação com o Iasb

Vale

a Vale reconheceu, em seu balanço, uma perda provável de US$ 542 milhões (R$ 1,1 bilhão) relacionada aos royalties de mineração no Brasil, a chamada CFEM.

Segundo a mineradora, esses recursos foram provisionados porque houve uma "mudança na avaliação da perda associada à dedução dos custos de transporte da receita de vendas sujeita", tema em discussão com o governo, que cobra da mineradora o pagamento extra de cerca de R$ 4 bilhões. (...)

Para Luciano Siani, diretor financeiro da Vale, a provisão "reflete o reconhecimento de perda provável". O executivo disse, no entanto, que o assunto ainda está sob discussão com o governo e não quis estimar outras possíveis baixas contábeis ocasionadas por possíveis pagamentos extraordinários de royalties contestados pelo governo.

"A regra diz que devemos provisionar no balanço. mas não há nenhuma outra perda provável além desse valor", disse.


Fonte: aqui

Novo Presidente da CVM

Leonardo Porciúncula Gomes Pereira foi nomeado presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pela presidente da república, Dilma Rousseff, por meio de decreto publicado no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (24/10).

O executivo deve permanecer no comando do órgão até 14 de julho de 2017.

Com experiência no setor privado, Pereira era vice-presidente executivo da Gol Linhas Aéreas, e havia ocupado os cargos de presidente e conselheiro da Companhia Vale do Araguaia, de diretor de planejamento corporativo e de relações com investidores da Globopar e diretor executivo financeiro da Net Serviços de Comunicação.

Graduado em engenharia de produção e economia, o executivo já esteve a frente da vice-presidência do Citibank e diretoria da área de aviação para a América Latina.


Fonte: Aqui

25 outubro 2012

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Custo da Kate

Kate Middleton, provavelmente a futura rainha do Reino Unido, é uma das mulheres mais admiradas do mundo. E emuladas, conforme o Business Insider.

Mas para uma mulher comum, é praticamente impossível copiar o "jeito" de Kate. Uma análise da Vogue da Austrália mostrou que Kate deve gastar muito para ser "a" Kate. Convertido em dólares dos EUA eis alguns dos itens:

=> 56 mil dólares de guarda-roupa, que inclui roupas "simples" da Zara até Stella McCartney.
=>  Tratamento do cabelo = 14 mil dólares por ano, sem incluir 3 mil de coloração a cada seis semanas.
=>  Cosméticos = 2,2 mil por ano
=>  Manicure semanal = 6,7 mil dólares por ano
=>  Bronzeamento = 13 mil por ano