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25 outubro 2011

Pequenas empresas


James Surowiecki, autor do livro Sabedoria das Multidões, escreveu um artigo muito interessante na sua coluna semanal do New Yorker: Big is Beautiful (Grande é belo, 31 out 2011) .

Nos Estados Unidos, os políticos dos dois partidos concordam que as pequenas empresas devam receber algum tipo de proteção contra as grandes empresas. No passado, o governo impôs regras que aumentaram o preço dos produtos para o consumidor. Nos tempos recentes, esta política talvez não seja popular, escreve Surowiecki. (É interessante notar, e Surowiecki não se lembra disto, que a rede Walmart já foi considerada, por alguns estudiosos, como uma fonte relevante pela baixa inflação naquele país, ao pressionar os fornecedores por produtos mais baratos)

Existiria uma “fetichização”  do pequeno negócio baseado em algumas vantagens, como diversidade de escolha e relacionamento com a comunidade local. Mas para a economia como um todo, as grandes empresas são os reais direcionadores de crescimento.

“Nós podemos ver isto olhando os dados das economias mundiais. Os países desenvolvidos com a mais elevada percentagem de trabalhadores empregados nos pequenos negócios inclui Grécia, Portugal, Espanha e Itália, isto é, os quatro países cujos problemas econômicos estão causando estragos no mercado financeiro. E os países com menor percentagem de empregados nos pequenos negócios são Alemanha, Suécia, Dinamarca e Estados Unidos, algumas das economias mais fortes do mundo.”

Esta correlação não seria coincidência, já que as grandes empresas são mais produtivas que as pequenas.

No Brasil a proteção para pequenas empresas inclui a contribuição obrigatória para uma entidade que cuidaria dos seus interesses, o Sebrae. Apesar de receber uma grande quantidade de recursos públicos, não existe ainda uma pesquisa isenta mostrando os benefícios (ou não) desta distribuição dos recursos. Até por que os órgãos de controle têm uma grande dificuldade em ter acesso as contas do Sebrae. E o poder de pressão do sistema S, ao qual se inclui o Sebrae, impede que saibamos se estes recursos estão beneficiando o consumidor final.

(Imagem: aqui)

2 comentários:

  1. Empresas pequenas precisam de pouca ou nenhuma burocracia, e não de proteção governamental (que provavelmente resultará na geração de ineficiencia, visto que o governo irá proteger uma indústria que não é competitiva).

    A empresa de Carnegie era 3x menor que sua principal concorrente em aço (que era uma empresa alemã) e mesmo assim sua empresa era muito mais eficiente e conseguiu custos menores que sua concorrente.

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  2. Nenhuma burocracia? Claro que não! ok, no Brasil há um exagero de passos que alguém deve seguir pra criar uma empresa, mas ao mesmo tempo a quantidade de pequenas empresas que quebra é impressionante. Muita gente despreparada querendo virar empresário!

    A reportagem "Brasil Deverá Ter Milhares de Companhias Abertas" publicada no blog do Orleans ressalta as grandes empresas serem direcionadoras do crescimento.
    Fabiana Gonçalves

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