Translate

07 julho 2011

Plagius

Ou “Invadindo o mundo da tecnologia da informação – Parte 4”. Por Isabel Sales.

Discussões sobre plágio não são recentes no mundo acadêmico. Esse não é apenas um tópico da moda, não é tratado de forma leviana e muitos pós-graduados já perderam o título por ignorarem as implicações de atitudes antiéticas.

Os principais jounals já utilizam em uma pré-verificação ferramentas de análise dos arquivos antes mesmo que sejam encaminhados para os avaliadores. Atualmente existem várias ferramentas de análise de similaridade entre textos, hoje falarei sobre o Plagius, um programa que examina documentos em busca de plágio, que adquiri por R$ 29,90 aqui. Existe uma versão profissional que, dentre outros aspectos, verifica arquivos em lote.

Eu fiz alguns testes e tenho as seguintes críticas: o programa não reconhece citação direta. De tal modo, esses trechos serão detectados como plágio. Outrossim, as referências não são tratadas de forma distinta, o que pode ocasionar o mesmo erro. Ademais, só é realizada a análise de textos em português (o que considero aceitável. Um programa de plágio que tenha algum tipo de Google Translator embutido, para realizar uma busca mundial, demandaria uma complexidade que talvez não fosse justificada por seu benefício. Mas não deixa de ser um desenvolvimento simpático).

O interessante é que o programa apresenta um relatório final com as porcentagens de possíveis plágios. Você pode revisar o seu trabalho, verificar os trechos com ocorrência, assim como ir às fontes que apresentem o tal texto copiado.

Tenho várias indicações para esse programa. Desde a aplicação mais óbvia em que você analisa o trabalho de um de seus alunos ou orientandos (ou de quem você participará em uma banca examinadora) até àquela em artigos que você colaborou apenas em algumas seções e quer ter certeza de que o trabalho em que você está colocando o seu nome está sem problemas dessa natureza.

Conheço algumas pessoas que passam trechos dos trabalhos no Google, de uma forma bem cansativa e trabalhosa. O Plagius é um excelente software para poupar o seu tempo e reforçar a luta contra o plágio de uma forma mais embasada e coordenada.


Se você perdeu as postagens anteriores:
Parte 1 (Agregador de Feeds): aqui
Parte 2 (Dropbox): aqui
Parte 3 (JabRef): aqui

2 comentários:

  1. Sou pesquisadora nata... adoro pesquisar e conheço as normas da ABNT como a palma da minha mão. Mas considero estas ferramentas de farejador de plágio, ou seja lá o nome que tenham, bastante injustas, pois nao reconhecem as citaçõs diretas, os conteudos dos quadros ou figuras devidamente citadas, ou ainda análises feitas em Estudo de Caso, onde o pesquisador se baseia na teoria para explicar os dados coletados na sua pesquisa. Estes softwares podem prejudicar a vida de um aluno que nao cometeu plágio, mas que usou livros bastante conhecidos (devidamente citados) e que todo mundo na internet teve a mesma ideia.

    ResponderExcluir
  2. A ideia da aplicação Plagius não é reprovar o aluno simplesmente por causa da porcentagem que é apresentada. O programa, além de uma informação geral sobre a quantidade possível de plágios, apresenta uma análise detalhada, com grifos nos trechos que podem ser plágios. Frases gerais e comuns seriam desconsideradas por quem está analisando. Assim como as citações diretas. (Eu, por exemplo, para otimizar o uso da ferramenta, deleto as citações diretas e as referências do trabalho porque eu já sei que vão interferir).
    Além disso, é possível calibrar o nível de análise do programa, o tamanho das sentenças que ele irá considerar, o número mínimo de ocorrências de uma pesquisa em lote para que seja realizada uma análise mais refinada. Você pode, inclusive, configurar o sistema para que ele ignore endereços com menos de X (3, por exemplo) ocorrências no resultado final.

    ResponderExcluir