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25 fevereiro 2011

Custo da reserva

O Banco Central gastou R$ 26,6 bilhões [1] em 2010 para manter as reservas internacionais brasileiras, que hoje superam US$ 300 bilhões. O valor é pouco maior que a metade do corte previsto pelo governo para o Orçamento deste ano, de R$ 50 bilhões.

Segundo o balanço do BC de 2010, aprovado hoje pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o chamado "custo de carregamento" das reservas foi de 5,86% no ano passado. Isso ocorre porque o custo médio de captação do Banco Central foi de 7,74%, enquanto a rentabilidade dos títulos que compõem as reservas foi de 1,88% no período [2].

Desta forma, segundo o diretor de Administração do BC, Antero Meirelles, o custo "foi bom" considerando que o volume médio das reservas, em reais, no ano passado chegou a R$ 455 bilhões.

O diretor de Administração do BC, Anthero Meirelles, afirmou que o custo de manutenção das reservas internacionais é menor que os benefícios que o País tem em acumular reservas. Segundo ele, as reservas elevadas ajudam o Brasil e as empresas brasileiras a se financiarem de forma mais barata no exterior [3]. Além disso, na sua avaliação, o acúmulo de dólares evitou perdas maiores em termos de crescimento e geração de emprego durante a crise financeira internacional em 2008 e 2009.

"São difíceis de estimar todos os benefícios. Só dá para comparar com outros momentos de crise que não tínhamos reservas elevadas", disse Meirelles. "Qualquer conta que se fizer, o benefício de ter reservas é maior que o custo".

Custo das reservas internacionais em 2010 foi de R$ 26,6 bilhões - Eduardo Rodrigues e Renata Verísssimo - Agência Estado

[1] Este valor é obtido pela multiplicação de 5,88% x 455 bilhões
[2] É importante destacar o conceito implícito de custo de oportunidade. Entretanto, discordo do cálculo, feito da seguinte forma: 5,86% = 7,74% - 1,88%. O correto seria (1,0774)/(1,0188) - 1 = 5,75%. O valor do custo seria, portanto, 5,75% x 455 = 26,18 bilhões.
[3] Ou seja, diminui o risco

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