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06 outubro 2010

Risco financeiro

O sistema financeiro continua sendo o calcanhar de Aquiles da recuperação econômica mundial, disse ontem o diretor do Departamento dos Mercados Monetário e de Capitais do FMI, Jose Vinãls. Essa é, acrescentou, a principal mensagem do novo Relatório de Estabilidade Financeira Global.

Os bancos atingidos pela turbulência terão de rolar US$ 4 trilhões de débitos nos próximos dois anos, o endividamento dos governos chegou a níveis sem precedentes e a crise de confiança permanece nos mercados financeiros. Para os países emergentes, grandes fluxos de capital volátil são a principal ameaça. A nova medida do governo brasileiro contra essa ameaça é um aumento de imposto sobre o ingresso de capitais (leia a avaliação de Viñals na pág. B3.).

Os governos do mundo rico terão de conciliar o ajuste das contas públicas e o crescimento econômico, segundo os autores do relatório. Se os governos não iniciarem um ajuste confiável, a insegurança poderá aumentar, os bancos diminuirão de novo suas operações e novos danos à economia serão causados. Em contrapartida, se o crescimento econômico for muito lento, a relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB) poderá tornar-se insustentável. O desafio é conciliar as duas linhas de ação.

Nos países afetados pela crise, as perdas bancárias a partir de 2007 são agora estimadas em US$ 2,2 trilhões, US$ 100 bilhões abaixo do valor divulgado na reunião de abril do Fundo Monetário Internacional. Os bancos já reconheceram pouco mais de três quartos dessas perdas em sua contabilidade e essa é uma das poucas novidades positivas.


Risco financeiro continua alto, diz FMI - Rolf Kuntz - 6 out 2010 - O Estado de São Paulo

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