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03 abril 2009

Mudança na MM pelo Fasb 4

Nova regra de avaliar ativos ajuda bancos americanos
Valor Econômico - 3/4/2009

Bancos que seguem as normas contábeis internacionais não receberão a brecha concedida aos seus rivais dos Estados Unidos, conforme informou hoje o órgão controlador de normas internacionais.

O Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (Fasb, na sigla em inglês) dos EUA concordou ontem com uma alteração feita apressadamente às suas regras, que relaxa a chamada contabilidade pelo "valor justo", permitindo maior liberdade para bancos usarem seus próprios modelos de avaliação, em vez dos preços de mercado correntes, para ativos nos quais os mercados se tornaram ilíquidos.

A mudança na regra deverá reforçar os lucros de primeiro trimestre de muitos bancos, ao permitir que os gerentes recalculem o valor de alguns ativos problemáticos.

O Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês), que estabelece as regras para mais de 100 países, inclusive a União Européia, havia dito, porém, que preferirá pressionar por uma reavaliação mais completa e ágil da forma como registra instrumentos financeiros. Uma minuta da proposta é esperada em menos de seis meses.

"É muito melhor se propor a assumir uma reavaliação fundamental do que adotar uma abordagem gradual a um padrão que é amplamente reconhecido como desatualizado", disse Gerrit Zalm, presidente do conselho curador que fiscaliza o Iasb.

A súbita alteração da regra pelo Fasb ocorreu após pressão do Congresso no mês passado e de intensas gestões por parte de alguns círculos do setor financeiro. Eles haviam argumentado que a contabilidade pelo valor justo ampliou os problemas causados pela turbulência no mercado, porque os preços que foram obrigados a reportar decorrem de vendas em condições adversas e não constituem um mercado objetivo ou real.

A contabilidade pelo valor justo dividiu o mundo contábil por algum tempo. Muitos executivos de bancos apoiam, ao passo que outros lideraram as iniciativas de lobby para mudar as regras.

Em carta publicada ontem no "Financial Times", um grupo de executivos franceses, que inclui Michel Pébereau, presidente do conselho de administração do BNP Paribas, exigiu uma revisão mais abrangente do seu uso, sustentando que ele "induziu investidores ao erro". Críticos dos pedidos de mudança incluem investidores que são considerados os usuários finais dos demonstrativos financeiros. Eles alertaram que as mudanças do Fasb minarão a confiança do investidor, ao reduzir a transparência dos balanços patrimoniais dos bancos.

Outros criticaram a pressão política que levou à mudança. Numa carta enviada ao membro do Congresso Paul Kanjorski, divulgada ontem, um grupo de dirigentes e analistas do setor de investimentos alertou que a pressão coloca em risco o mercado mais amplo.

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