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30 novembro 2008

Rir é o melhor remédio


Da série desastre do Photoshop . Observe a mão.

Links

1. Jardins criativos

2. As piores moedas do mundo (inclui o Paraguai)

3. Ilusão de ótica

Suavização do Lucro


Se executivos corporativos possuem uma liberdade para relatar qualquer número que desejar nas demonstrações financeiras, então o que deveria ser o(s) princípio(s) norteador (s) por atrás de suas escolhas? A resposta, fiéis leitores, é que temos de novo a Suavização do Lucro (Income Smoothing) vindo para os Estados Unidos.
Era uma vez nos Estados Unidos, a Suavização do Lucro foi uma prática comum nos Estados Unidos. Suavização do Lucro, pura e simplesmente é uso de manobras contábeis para mudar os relatórios contábeis para que diga uma história desejada. Na sua forma mais pura, toma uma série temporal de lucro líquidos suaviza relataram que até é uma tendência aparente. Os picos são amassados, vales estão preenchidos, e uma linha estética tendência aparece.

(…)Historicamente, verificou-se um debate sobre esta prática. O consenso que surgiu foi que a suavizaçao do lucro aproxima-se da fraude. (...)
O FASB foi bem sucedido em que termina-lo. Seu sucesso pode ser medido através dos muitos exemplos de como desobediência dos executivos corporativos que propositadamente optaram por não seguir as regras contábeis. (...) Ambos os grupos internacionais [Iasb e Iasc] decidiram não lutar contra a suavização do lucro, mas a adotá-la como fundamento para a apresentação de informações financeiras. (...)


Accounting Education Under IFRS - David Albrecht

29 novembro 2008

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Links

1. Como “Guerra nas Estrelas” mudou o mundo

2. Os lugares mais perigosos do mundo

Comunismo

Milagres do Comunismo

1. Não existe desemprego, mas ninguém realmente trabalha
2. Ninguém trabalha, mas todos são pagos.
3. Todos são pagos, mas não há nada para comprar com o dinheiro.
4. Ninguém pode comprar qualquer coisa, mas todo mundo é dono de tudo.
5. Todo mundo é dono de tudo, mas ninguém está satisfeito.
6. Ninguém está satisfeito, mas 99% das pessoas votam no sistema.

Fonte aqui

28 novembro 2008

Rir é o melhor remédio



Colar e Copiar

Fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio


Ontem foi o Thanksgiving nos EUA. E a tradição é comer um peru numa ceia familiar. O cartoon mostra as corporações, sendo o peru os contribuintes. Fonte: aqui

Links

1. Criança de um ano está grávida

2. Conspiração, 11 de setembro e Microsoft

3. Resultado da Ambev sob a ótica de investidor estrangeiro

Bancas

Ontem participei de cinco bancas de meus orientandos.

Rafael Koifman, do mestrado, pesquisou as notas explicativas e os relatórios de administração. Como estas peças são textos, a pesquisa de Rafael foi no sentido de verificar se a maneira como o texto é produzido pela empresa possui relação com o desempenho da mesma.

Higor, da graduação, fez uma análise nos clubes de futebol do Brasil, tentando verificar se a qualidade da evidenciação está relacionada com o desempenho do clube (ranking da CBF) e o tamanho da receita. Não para o primeiro e sim para o segundo.

Amanda, também aluna da graduação, relacionou o índice retorno sobre o estoque (RSIE ou GMROI) com a elasticidade-inelasticidade do produto. Este é um trabalho teórico interessante que poderá alguns desdobramentos futuros interessantes.

Vanessa replicou uma pesquisa que realizei no início desta década sobre a relevância da correção monetária das demonstrações contábeis. Ela empregou duas técnicas adicionais, mas constatou que a relação entre os números com e sem correção monetária é elevada, indicando dificuldade em aceitar que a correção é útil nos dias atuais.

E finalmente Eber tentou verificar se a análise de balanços é útil, mensurando se os indices de capital de giro podem ser usados para antecipar agregação ou não de valor.

Petrobrás e Caixa

A reportagem do WSJournal sobre os problemas de caixa das empresas de petróleo pode ser completada pelo texto abaixo, do Valor Econômico, sobre a Petrobrás:


Petrobras precisa de R$ 3 bilhões para rolar dívidas
Valor Econômico - 28/11/2008

Duas semanas depois de divulgar o maior lucro da sua história, o volume de recursos que a Petrobras tem em caixa continua alvo de especulações. Se antes analistas do mercado estranhavam a redução do caixa e a escalada de custos, agora a empresa é alvo de ataques no Congresso. Em outubro a Petrobras obteve permissão para captar até R$ 8 bilhões no mercado financeiro nacional - que desde a década de 90 era território proibido para estatais como ela - e na quarta-feira esse limite desapareceu. Desde que foi autorizada a se financiar no mercado, a estatal pegou dinheiro no Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal (CEF), em que levantou R$ 2 bilhões sob a forma de cédulas de crédito bancário para capital de giro. A operação, datada de 31 de outubro de 2008 foi feita para "reforçar o capital de giro" como a Petrobras informou em seu balanço trimestral. Ela vai pagar 104% do CDI.

A Petrobras tem R$ 10,7 bilhões no caixa e a possibilidade de captar no mercado bancário nacional permitiu, segundo analistas, uma "janela" de oportunidade para a companhia financiar suas operações no dia-a-dia, o que antes era feito apenas no exterior. Desde o início do ano a empresa já concluiu 18 operações de crédito, que totalizam US$ 6,7 bilhões. Somente as operações de câmbio somam US$ 1 bilhão por mês. Em entrevista ao Valor concedida na terça-feira, o diretor financeiro e de relações com investidores, Almir Barbassa, discorreu sobre a situação do caixa, que somava R$ 27 bilhões no ano passado, começou 2008 com R$ 13 bilhões e em estava em R$ 10,7 bilhões em setembro, mostrando que ele se reduziu devido a um programa de pré-pagamento de dívidas e aumento dos investimentos. "Isso é normal, qualquer empresa faz, é administração do passivo." Ele lembra que antes de obter o grau de investimento, o primeiro foi obtido em janeiro de 2007, a companhia tinha dívidas contraídas no período anterior e excesso de caixa que era criticado. "Cobravam o excesso de dinheiro em caixa. As agências de 'rating' diziam que isso não existe, viam a possibilidade de um calote do governo e a companhia queria o 'investment grade' para reduzir o custo das captações." A companhia então decidiu pagar dívidas incluindo as tomadas junto à Seguradora Japonesa de Exportações e Investimento (Nexi, na sigla em inglês), além de bônus, dívidas bancárias e com agências de crédito à exportação, as ECAs. No período em que o caixa foi sendo reduzido a Petrobras dividiu com Braskem e Ultra os ativos da Ipiranga e participou do processo de reestruturação do setor petroquímico nacional, comprando a Suzano Petroquímica em agosto de 2007. O executivo diz que essas aquisições não comprometeram o caixa. Sobre a preocupação dos investidores com relação à capacidade de investimento da companhia, ele disse que "estão muito enganados aqueles que acham que não vamos conseguir financiamento com bancos". Afirmou que a empresa precisa apenas de R$ 3 bilhões para rolar sua dívida, "e isso não é difícil", e pagar R$ 8 bilhões em dividendos. O diretor da Petrobras também disse que a liberação do CMN para a companhia captar até R$ 8 bilhões no mercado financeiro nacional vai permitir que ela tenha o mesmo tratamento que os concorrentes. Ele citou como exemplo garantias bancárias exigidas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) para participação nos leilões, dizendo que empresas como Shell e Esso podiam obter carta de crédito no Brasil enquanto para a mesma situação a Petrobras tinha que recorrer a bancos no exterior. "Se eu soubesse que ia acontecer o que aconteceu [a crise mundial] a situação [do caixa] seria outra. Poderíamos estar cheios de dinheiro só fazendo operações de câmbio", ironizou. "Mas analisar o passado conhecendo o futuro é muito fácil." E despediu-se recomendando a compra de ações da Petrobras.

Valor:Qual a importância para a Petrobras dessa liberação dos limites para captação no mercado financeiro nacional?
Almir Barbassa: Existe um contingenciamento bancário e os bancos só podem emprestar para Estados, municípios e estatais de todos os níveis até um determinado valor fixo. Mas se chegou a esse limite rapidamente e acabou o crédito e a Petrobras não conseguiu pegar nem um real. Não podíamos pegar uma garantia no Banco do Brasil, simplesmente o sistema bancário não estava disponível para a Petrobras. Se precisássemos de uma garantia bancária de R$ 100 milhões para entregar para a ANP não podíamos pegar em um banco brasileiro. A gente tinha que ir lá fora, pegava uma garantia bancária com um banco lá e ele repassava para um banco aqui. Enquanto isso a Esso, a Shell e outras iam no Bradesco e resolviam. Essa era a nossa situação.

Valor: Onde a Petrobras guarda o dinheiro do caixa?
Barbassa: A maior parte está no Brasil, em fundos de investimentos financeiros (FIFs) exclusivos e que aplicam o nosso dinheiro em títulos do governo federal. Eles não podem aplicar em ações, essa é outra restrição aplicada só para estatais que para nós é uma defesa. Só podemos aplicar em títulos e, com isso, estamos protegidos. Esses fundos são entidades jurídicas que não pertencem ao banco que administra. São oito FIFs e cada um é gerido por um banco. Não pelo banco comercial, mas pelo asset management [gestora de recursos]. A instituição me presta o serviço de fazer o dia-a-dia e tem um contrato de remuneração. O valor que mantenho lá é proporcional à rentabilidade, o FIF que tiver mais rendimento mantém o maior volume de recursos. E no caso dos dois últimos, a cada seis meses tiramos o dinheiro. De quinze em quinze dias informamos a cada um a posição de cada um e os muito abaixo são avisados de que estão na linha de corte.

Valor: Porque o caixa da Petrobras caiu nos últimos dois anos?
Barbassa: A Petrobras fez um programa de recompra de dívidas e investimentos. Eu paguei o Seguradora Japonesa de Exportações e Investimento (Nexi na sigla em inglês) em 2006 e a relação continua excelente. Eu paguei tudo que foi possível porque estava com excesso de caixa. Eram R$ 27 bilhões em caixa e antecipamos todos os pagamentos que foram possíveis. Pagamos 'bonds', dívida bancária e com agências de crédito de exportação (ECAs).

Valor: Deu resultado?
Barbassa: Hoje estou pagando menos do que naquela época. Não dá para analisar hoje a situação do passado. Se eu soubesse que ia acontecer o que aconteceu agora a situação seria outra. Poderíamos estar cheios de dinheiro só fazendo operações de câmbio. Isso é normal, é administração de passivo que qualquer empresa faz. Nós tornamos 'investment grade' desde 2005 e se eu tinha dívida contratada antes disso e excesso de caixa eu tinha que fazer o que fiz, que foi pré-pagar as dívidas e alongar. As pessoas perguntavam o que íamos fazer com esse dinheiro todo em caixa. O dinheiro em caixa era visto pelas agências de 'rating' como algo que não existe, porque era uma empresa do governo, controlada pelo governo, aplicado em títulos do governo, e no caso de um stress do governo eles [achavam] que ele não ia pagar os títulos da Petrobras. E nós estamos em posição desvantajosa, querendo ser 'investment grade' para reduzir o custo de captação da Petrobras. As empresas de rating olhavam dessa forma

Valor: A Petrobras tem fornecedores com problemas?
Barbassa: Cada um vê o quer. As dificuldades são resultantes da situação. Isso acontece tanto com a empresa bem planejada e com o cara pequeno que vê a oportunidade de crescer e transforma o dinheirinho em capital fixo para continuar uma obra e agora não consegue transferir. E isso os governos do mundo inteiro estão tentando socorrer para manter a atividade. Mas vai ser difícil porque os bancos não estão transferindo dinheiro para empresas em dificuldades. Vai ser difícil continuar a fazer essa engrenagem funcionar porque eles desconfiam de quem tem dificuldades. De repente apareceu um risco que pegou as empresas desprevenidas e elas terão dificuldades.

Valor: Em sua opinião, quais são as razões dessa crise?
Barbassa: Hoje algumas avaliações são de que o grande erro dos Estados Unidos foi deixar o Lehman Brothers quebrar, porque a partir daí a crise se acelerou. A situação hoje é como disse o Barack Obama: vai piorar muito antes de melhorar.

Valor: Como o mundo vai sair dessa?
Barbassa: O consumo e o investimento é que vão manter a engrenagem funcionando. Porque se houver desestímulo a engrenagem funciona invertidamente, é o multiplicador de Keynes. Pode ir para cima ou para baixo. Agora a tendência é de ir para baixo porque todo mundo está puxando o freio. Mas a empresa que puxar o freio pode ser prejudicada na volta seguinte, porque a demanda do seu produto vai cair.

Valor: Os problemas no mercado financeiro e a redução do caixa significam que a Petrobras vai reduzir o ritmo de investimentos no pré-sal? A Petrobras tem dinheiro para esses investimentos?
Barbassa: Vamos investir R$ 50 bilhões no ano que vem. Não se esqueça que o que temos programado para o pré-sal não vai mudar. É uma plataforma pequena que já está alugada e vai chegar em março para teste e mais uma segunda plataforma que será instalada até 2010. Para ela produzir vamos precisar de cinco poços. Isso é um investimento mínimo e faltam dois anos. As plataformas vão começar a ser instaladas lá perto de 2013 e 2014 como piloto. As dez que compramos são para ser instaladas em 2015, precisam começar a ser construídas em 2012 e estamos no final de 2008. Então, o pré-sal vai acontecer, essencialmente, após essa crise, eu espero. E eu espero que essa crise não dure mais que dois anos.

Valor: Os analistas não estão satisfeitos com a situação do caixa da Petrobras e também apontam aumento de despesas.
Barbassa: Eu sei que eles estão preocupados com isso, acham que não vamos conseguir financiamento para bancar os investimentos, mas estão enganados. Meu ebitda [resultado das operações] deste ano já está em R$ 35 bilhões e com mais um trimestre vou passar de R$ 50 bilhões então. E como estou investindo R$ 50 bilhões, para investimento eu tenho. Preciso apenas rolar minha dívida que vence esse ano, que é de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões, o que é fácil. Tenho que pagar ainda cerca de R$ 8 bilhões em dividendos.

Valor: Porque o resultado do terceiro trimestre frustrou investidores?
Barbassa: O ebitda foi menor que o do trimestre anterior por por duas razões básicas, uma delas foi a importação de derivados a preços maiores que os de venda aqui, o que obrigou a pegar dinheiro do caixa. Outro efeito foi causado pela desvalorização cambial, que gerou um ganho contábil sobre o qual incidiram impostos. Mas isso foi apenas um efeito no terceiro trimestre.

Empresas e Caixa

A indústria petrolífera mundial se prepara para tomar algumas decisões difíceis, já que a queda no preço do petróleo começa a forçá-las a reconsiderar como gastarão seus recursos. E a nova prioridade é conservar o caixa.

Poucos meses atrás, importantes produtoras de petróleo e gás batiam recordes de faturamento com o boom mundial da demanda por energia, e o barril do petróleo chegou a US$ 145 em julho. As petrolíferas não precisavam escolher entre pagar dívidas, aumentar o dividendo, rechear o caixa ou expandir o orçamento para despesas de capital. Elas podiam fazer tudo isso ao mesmo tempo.

Mas agora a crise econômica mundial está sufocando a demanda por petróleo e gás natural, e o preço do barril de referência caiu para a faixa dos US$ 50 na semana passada pela primeira vez desde 2005 — e tem estado nessa faixa desde então. A notícia, ontem, de que as reservas de emergência dos Estados Unidos estão maiores do que o previsto abortou um ensaio de recuperação dos preços.

Se a cotação não melhorar bastante nas próximas semanas, especialistas do setor prevêem que um dos primeiros passos das petrolíferas será passar a faca em generosos programas de recompra de ações, que ajudaram a protegê-las do brutal declínio das bolsas nos últimos meses.

(...) Para administrar o caixa, algumas petrolíferas de médio porte começaram a enxugar os planos para despesas de capital. Até agora, as multinacionais estão mantendo os planos, embora tenham decidido adiar certos projetos, na esperança de que os custos de engenharia e construção — que foram às alturas nos últimos anos — cairão juntamente com o enfraquecimento da expansão do setor.

Para resistir à crise sem cortar o financiamento para projetos que permitam crescimento no futuro, as empresas provavelmente vão gastar suas reservas enormes e aumentar o endividamento, disse Jason Gammel, analista do setor de energia da Mcquarie Securities. Ele ressalta que a Exxon pode financiar suas despesas de capital durante um ano e meio com os US$ 37 bilhões que possuía em caixa no fim de setembro. (...)


Petrolíferas agora têm de preservar caixa
Russell Gold, Colaborou Ben Casselman, The Wall Street Journal
The Wall Street Journal Americas - 27/11/2008 - 1

O fim da governança corporativa?

UMA CONVERSA que ficou bem desmoralizada nesta crise foi a da "governança corporativa". A conversa fiada é velha, assim como a da racionalidade do mercado, na qual até o bom economista-padrão não acredita mais faz duas décadas, embora não fale muito sobre o assunto quando discute política e esparge ideologia mercadista.

(...) A "governança" chegaria depois ao Brasil. Mesmo com seu alto teor de conversa fiada, a difusão da idéia e até de alguma exigência prática de "governança" foi um avanço nesta selva. Desde 2003, a Bovespa fez o bom trabalho de exigir mínimos de publicidade, de controle das diretorias e de respeito a acionistas. A Bolsa até começou a tomar jeito de mercado de capitais. Houve propaganda marqueteira vulgar, sim, na onda de IPOs e de commodities que inflou o Ibovespa. Mas era alguma coisa.

Porém a crise revelou o quanto (muito) havia de impostura na "governança" brazuka também. O prejuízo cambial, o bafafá e a obscuridade dos casos Aracruz, Votorantim e Sadia, para ficar nos mais evidentes, são o escárnio da transparência.

Mostram ainda a inércia da CVM, que ao ritmo de cágado exige normas mais decentes de prestação de contas. Aliás, para a CVM o mercado brasileiro é mais limpinho que o dos EUA, onde financistas muita vez e outra são algemados -por aqui, isso não rola. Enfim, a bola passou sob as pernas do Banco Central, que não viu bancos armando a porcaria dos derivativos. Não tinham como fiscalizar? Sorry, para quem quer tanta autonomia, a desculpa não cola.

Agora há bancos estatais a auxiliar empresas. Pode ser útil. Ou não. Estatais não prestam contas da qualidade e do custo de seus créditos até que virem rombos, ao menos nos diz a história. Há muito subsídio e chororô por aí. Múltis que nadavam em lucros pedem socorro. Há o risco de empresas do cassino do câmbio taparem rombos com verba subsidiada. Há o estranho caso da Petrobras com a Caixa. Foi recriado o caldo de cultura em que a bactéria da desgovernança privada pode proliferar no dinheiro açucarado do governo.

Empresas desgovernadas - Vinicius Torres Freira - 28/11/2008 - Folha de São Paulo

27 novembro 2008

Rir é o melhor remédio


Fonte: Slate

Rir é o melhor remédio


A crise e os atores

Links

1. Símbolos da Matemática

2. Um resumo dos Bailouts (quem paga? está funcionando? Etc)

3. Futuro da Análise de Dados

4. Uma IFRIC sobre distribuição de ativos não monetários para os donos

5. Revisão da IFRS 1

SPED e tributação


SPED: o grande desafio do empresário é o ônus fiscal
Gazeta Mercantil - 27/11/2008 - Eduardo Maciel

As empresas têm hoje que se adequar ao novo modelo contábil e fiscal em vigor no Brasil, denominado Sistema Público de Escrituração Digital (SPED). Esta adequação, estruturada para ser feita em três grandes fases - Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), Escrituração Fiscal Digital (EFD) e Escrituração Contábil Digital (ECD) - segue uma ordem específica de prioridades e tem um calendário apertado para ser implementada. Por isso, as empresas devem estar atentas a estas mudanças. O objetivo do SPED é possibilitar ao governo (nas três esferas) um acompanhamento mais eficaz sobre as transações de compra e venda realizadas pelo mercado, contribuindo assim para um maior controle sobre a evasão fiscal e receita pública oriunda dos tributos inerentes às relações comerciais.

A emissão de NF-e já é obrigatória desde abril de 2008 para fabricantes e distribuidores de cigarros; produtores, formuladores, importadores e distribuidores de combustíveis líquidos; e transportadores e revendedores retalhistas. A partir de dezembro de 2008, novas empresas passarão a ter que emitir também a NF-e. Porém, em abril de 2009, mais empresas terão que se enquadrar na nova determinação. Um dos maiores esforços para a inclusão das empresas no SPED se refere à otimização de dados de impacto fiscal circulantes na Cadeia de Suprimentos. À primeira vista, pode parecer que me refiro apenas a alíquotas e dados de faturamento. No entanto, o grande desafio é determinar o ônus tributário. Para isso, precisa-se entender corretamente o que se está tributando. Assim, se pensarmos, por exemplo, no Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) , percebemos que, antes de identificar a alíquota referente a um determinado material, precisamos conhecê-lo mais a fundo, em todos os seus atributos essenciais e características marcantes. Somente assim poderemos determinar qual a correta alíquota indexada ao valor do item.

No setor automotivo, por exemplo, já temos conhecimento de pelo menos 100 mil itens. No setor siderúrgico, são mais de 70 mil itens. No setor de mineração atingimos mais 350 mil itens. No setor de bebidas, com mais de mil empresas e faturamento total de mais de R$ 20 bilhões de reais, chegam a mais de 30 mil itens.

Considerando overlaps, podemos falar em um número total absoluto de mais de 700.mil itens conhecidos nesses segmentos. Por isso, a necessidade de uma implementação muito bem estruturada para que as alíquotas sejam calculadas e aplicadas corretamente. Apenas em 2008, as atividades de data management da Webb alcançaram o montante de 152 mil itens otimizados no que se refere às suas descrições técnicas, para adequação ao SPED. E ainda é só o início.


Foto: Life

Futebol brasileiro



O texto a seguir mostra a dependência dos clubes de futebol no Brasil das vendas de jogadores. Uma questão contábil interessante é se esta transação seria operacional ou não operacional.

Perto do hexa, São Paulo dá prejuízo
Folha de São Paulo – 27/11/2008
Eduardo Arruda e Paulo Cobos

O clube de maior sucesso do país vai entrar em 2008 numa vala comum do futebol brasileiro. Às vésperas de conquistar o inédito hexacampeonato nacional, o São Paulo vai fechar o ano no vermelho pela primeira vez na atual gestão.
A previsão da diretoria é que o clube encerre com prejuízo de cerca de R$ 12 milhões. É o primeiro ano deficitário com o presidente Juvenal Juvêncio, que assumiu em 2006.

Será a primeira vez também que os são-paulinos não produzem lucro desde 2004, quando o time não conquistou títulos e encerrou a temporada com R$ 2 milhões de prejuízo. Nos anos seguintes, os resultados financeiros foram todos positivos.

"Isso acontece porque neste ano nós não vendemos jogadores, como ocorreu nas temporadas anteriores. A crise está aí para todo mundo", afirma o diretor financeiro do São Paulo, Osvaldo Vieira de Abreu.

"Quem não consegue vender um ou dois jogadores no ano não fecha a conta", declara o presidente Juvenal Juvêncio.

Com a crise global, ele sustenta que só há uma saída para os clubes brasileiros: o investimento nas categorias de base. "Quem não revelar jogadores está morto", avalia o cartola.

E justamente o investimento na formação de jogadores contribuiu, segundo Vieira de Abreu, para o resultado negativo deste ano. Ele conta que os gastos com o CT de Cotia comprometeram parte do orçamento. O centro consome US$ 3 milhões por ano. O clube agora conseguiu R$ 13,8 milhões da lei de incentivo ao esporte para tocar projetos do CT.

Um outro fator para o insucesso financeiro, na avaliação da diretoria, foi a eliminação na Libertadores nas quartas-de-final, diante do Fluminense.

"Foi uma saída precoce. Deixamos de arrecadar cerca de R$ 20 milhões que poderíamos ter ganho com o título", afirma o diretor financeiro, levando em conta arrecadação com bilheteria e premiações pelo título.

Em 2005, por exemplo, ano em que ganhou a Libertadores e o Mundial da Fifa, o clube do Morumbi foi o que mais gerou receitas com direitos de transmissão (R$ 93,5 milhões).

Levantamento da Casual Auditores mostra que o São Paulo elevou seu faturamento, mas não com a venda de atletas, e sim com bilheteria e premiações, além de cotas de TV.
As negociações de jogadores representaram somente 23% do faturamento total. O superávit foi de R$ 10 milhões.

No ano seguinte, o do primeiro Brasileiro vencido por Muricy Ramalho, os são-paulinos fecharam com R$ 2,5 milhões de lucro. O resultado em 2007 foi ainda mais positivo.

Na temporada do bicampeonato, o superávit foi de R$ 3,8 milhões. No ano passado, o clube negociou R$ 76 milhões em jogadores. Só com a venda de Breno para o Bayern de Munique, os são-paulinos embolsaram mais de R$ 40 milhões.

Em 2008, que deve marcar o terceiro campeonato seguido e o sexto Nacional, o São Paulo só lucrou com a venda do zagueiro Alex Silva ao Hamburgo. Mesmo assim, foi pouco -cerca de R$ 3 milhões pelos 20% que detinha dos direitos do jogador.


Foto: Life

Lei 11.638 e Tributação

(...) Deve ser publicada nos próximos dias, segundo a assessoria do Ministério da Fazenda, uma medida provisória que, entre outros assuntos, criará o Regime Tributário de Transição (RTT) para neutralizar os impactos da nova lei contábil (11.638 de 28 de dezembro de 2007). Essa Medida Provisória vai revogar a criação do livro de apuração do lucro contábil (Laluc) e a norma que estabelecia a neutralidade tributária das mudanças societárias. O RTT será prorrogado se não for regulamentado até 2009. De acordo com a Receita Federal, a MP também vai prever que, para a determinação das participações sujeitas à equivalência patrimonial, vale o que determina a Lei 11.638. O regime de transição será estendido às pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido e definirá a compensação pela diferença dos tributos e estabelecerá regras de apuração da base de cálculo. Será estendida a opção referente ao Imposto de Renda, à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), ao PIS e à Cofins. O Conselho Monetário Nacional também aprovou ontem a revogação da Resolução 3.547, que obrigava a contratação de operações simultâneas de câmbio nas movimentações internas de aplicações de não residentes realizadas originalmente em renda variável para aplicação em renda fixa ou derivativos com rendimentos predeterminados. Essas operações simultâneas de câmbio permitiam, desde 17 de março de 2008, a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas aplicações de renda fixa e em derivativos nos casos em que os recursos correspondentes ingressavam originalmente para renda variável, que não pagava o tributo. A partir de 22 de outubro de 2008, por meio do Decreto 6.613, foi reduzida a zero a alíquota do IOF nas liquidações de operações de câmbio relativas às transferências do exterior e para o exterior.
Banco deve incluir "bens intangíveis" no balanço Valor Econômico - 26/11/2008

Intangíveis em Bancos

Segundo informações da Gazeta Mercantil (CMN muda regra de bens intangíveis, 27/11/2008 Finanças & Mercados - Pág. 2, Ayr Aliski) e Valor Econômico (Gasto com compra de folha de pagamento será intangível de banco, Azelma Rodrigues, Valor Online e Banco deve incluir "bens intangíveis" no balanço) e Agência Estado (CMN cria nova categoria de ativos dentro do balanço dos bancos, Isabel Sobral e Renata Veríssimo) o Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou alteração das normas contábeis nas instituições financeiras que permitem que os bens intangíveis sejam considerados no patrimônio de referência de bancos. Isto inclui compra de folha de pagamento de empresas, marcas adquiridas e ágios, mas não marca própria. Contabilmente, os intangíveis serão reclassificados de realizáveis a longo prazo para o ativo permanente, formando o quarto subgrupo.

Isto está de acordo com a Lei 11.638/2007, que até agora não tinha sido regulamentada neste ponto.

Queima de caixa




O gráfico mostra a quantidade de caixa existente em 30 de setembro nas três grandes montadoras e o caixa queimado no terceiro trimestre. Gráfico do WSJ via Seeking Alpha

Concurso

A Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD está fazendo concurso para professores adjuntos nas seguintes áreas: Administração Geral; Administração ou Áreas Afins; Microeconomia; Economia; História Econômica; Economia; Economia, Desenvolvimento Rural, Agronegócios ou Engenharia de Produção; e Contabilidade Avançada

Oportunidade perdida

Aqui a notícia de que o CFC aprovou as dez primeiras Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCASPs). Infelizmente as normas ainda não trouxeram um avanço significativo na contabilidade pública, permanecendo as contas de compensação. A “inovação” é uma coisa denominada Demonstração do Resultado Econômico, que mede uma tal de “receita econômica” que, segundo a norma, “é o valor apurado a partir de benefícios gerados à sociedade pela ação pública, obtido por meio da multiplicação da quantidade de serviços prestados, bens ou produtos fornecidos, pelo custo de oportunidade.”


Foto: Life

O especialista em Contabilidade de Obama



Segundo Tim Reason (Obama's Accounting Expert?, CFO) Paul Volcker, ex-presidente do FED e agora da equipe de Obama, poderá ser a principal figura em termos da contabilidade do novo governo dos EUA. Em 2000, Volcker presidiu a superintendência conselho que criou o International Accounting Standards Board, e, em seguida, atuou como chefe do IASB's trustees por dois anos.

Em 2002, ele foi também foi chamado para tentar reformar a Arthur Andersen no rescaldo do escândalo da Enron. E embora Andersen quebrasse muito depressa para Volcker para realizar algo mais, o episódio só reforçou a sua excelente reputação. Na verdade, pouco depois, presidente da SEC Harvey Pitt pediu para Volcker presidir a recém-criada Public Company Accounting Oversight Board - que Volcker declinou, citando exigências de tempo para o trabalho.

Aqui a pergunta se isto significa a adoção da IFRS nos EUA.

Socorro ao Citi

Socorro ao Citi anima bolsas. Agora governo quer mudanças no grupo
David Enrich e Deborah Solomon, The Wall Street Journal
25 November 2008
The Wall Street Journal Americas - 1

O socorro do governo ao Citigroup Inc. reverteu o perigoso declínio de suas ações, mas está aumentado a pressão para que a diretoria e o conselho façam mais para estabilizar o gigante financeiro.
A ação do Citigroup subiu 58% depois que autoridades americanas anunciaram, domingo à noite, um acordo para injetar US$ 20 bilhões no banco e absorver até US$ 249 bilhões em possíveis perdas com empréstimos imobiliários e títulos de dívida em poder do banco.
Os executivos do Citigroup reconheceram ontem que o governo deixou claro durante as negociações do fim de semana que espera que a empresa continue a reduzir seu apetite por risco, e considere seriamente a adoção de medidas mais drásticas, incluindo desmembrar a empresa.
Gary Crittenden, diretor financeiro do Citigroup, disse numa entrevista ao Wall Street Journal que o banco não tem "idéias pré-definidas" sobre a enorme variedade de negócios em todo o mundo e está aberta a mudanças drásticas. "As partes que nos constituem podem mudar", disse ele. "Estamos analisando o tempo todo para determinar se há diferentes combinações possíveis, seja comprar ou vender, que façam sentido para a empresa."
Crittenden não quis comentar os cenários que estão sendo examinados. Executivos e conselheiros discutiram possíveis fusões com outros bancos, ou a venda de divisões importantes, disseram pessoas a par da situação.
"É um adiamento da pena, não um perdão total", disse uma pessoa a par da situação, referindo-se ao plano de socorro do governo. "Ninguém tem dúvidas quanto a isso."
Na sexta-feira, o diretor-presidente do Citigroup, Vikram Pandit, descrevia o modelo de negócios do grupo como "fantástico", negando os boatos de que contemplava mudanças importantes como vender a empresa ou desmembrá-la.
A divulgação do socorro causou forte alta no mercado, com a Média Industrial Dow Jones subindo 396,97 pontos, ou 4,9%, para 8.443,39.
O socorro do governo ao Citigroup é o mais recente de uma série de intervenções públicas no setor bancário. As medidas causaram uma alta no mercado, com investidores respirando aliviados já que um dos maiores bancos do mundo, cujos tentáculos estão enroscados em praticamente todos os sistemas financeiros do planeta, foi tirado da beira do abismo.
Mas alguns banqueiros e investidores ficaram receosos quando à duração dessa calma, e se ela abrirá caminho para outras ações do governo envolvendo grandes bancos.
Embora a recusa em deixar o Citigroup quebrar demonstre que o governo americano está disposto a salvar grandes instituições, muitas dúvidas ainda pesam sobre o setor, inclusive o valor real de créditos podres e o tamanho de perdas futuras.
"Há muitos buracos negros por aí e isso não mudou", disse Nancy Bush, da firma de análise NAB Research LLC. A grande queda nas ações de muitos bancos regionais salienta a incerteza quanto a sua situação financeira e uma "falta de confiança quanto a esses bancos".
Os bancos americanos já viram as perdas com inadimplência dobrar em cada um dos últimos dois anos, segundo Robert Patten, da Morgan Keegan & Co. Para o setor, as perdas médias nos próximos cinco trimestres vão subir para mais de 5,8% da carteira de crédito, o dobro do nível visto durante a crise de crédito do início dos anos 70, segundo a FIG Partners.
No Citigroup, a intervenção do governo alivia algumas das pressões imediatas sobre a companhia, mas não chega a colocá-la no caminho da lucratividade. Na verdade, o escopo do plano, pelo qual o governo vai garantir US$ 306 bilhões em ativos, pareceu contradizer afirmações feitas semana passada por Pandit de que a companhia estava em boa forma apesar da queda nas ações.
De fato, pessoas envolvidas nas negociações para arranjar o resgate governamental disseram ao WSJ que executivos tinham percebido, já na metade da semana passada, que a espiral de baixa nas ações — que caíram 60% na semana — apresentava uma grande ameaça à viabilidade da companhia. Uma pessoa diretamente envolvida nas conversas descreveu os últimos dias como "uma experiência de quase morte".
Tendo segurado a onda, Pandit agora se vê sob intensa pressão — de empregados, conselheiros, investidores, clientes e autoridades do governo — para adotar grandes medidas para estabilizar a companhia. Ele enfrenta um conselho de administração, clientes e acionistas ainda nervosos quanto à estabilidade do grupo, e as autoridades do governo que parecem dispostas a manter a companhia na rédea curta.
Desde que se tornou diretor-presidente em dezembro, Pandit abraçou a estrutura existente do Citigroup, resistindo a solicitações de desmantelamento do grupo.
A companhia enfrenta prejuízos crescentes numa variedade de empréstimos que não são cobertos pelo seguro do governo para US$ 306 bilhões de ativos. Sob o plano, o Citigroup arcaria com os primeiros US$ 29 bilhões em perdas. Depois disso, três agências do governo vão absorver 90% do prejuízo.
O arranjo cobre as carteiras do Citigroup para créditos imobiliários residenciais e comerciais nos Estados Unidos e seus empréstimos alavancados para empresas, entre outros ativos. Não se trata apenas de ativos de alto risco. O governo insistiu em que o acordo cobrisse classes inteiras de ativos, de modo que o Citigroup não possa simplesmente despejar créditos podres no colo do contribuinte.
Entre as notáveis ausências no esquema estão o gigantesco negócio de cartões de crédito do Citigroup, onde a inadimplência tem crescido rápido, e as operações de crédito fora dos EUA, que também estão exibindo sinais de problemas.
Embora o resgate reforce o nível de capitalização do Citigroup, "estamos temerosos de que as perdas possam acabar excedendo o suporte do governo", disse o analista de ações Stuart Plesser, da Standard & Poor's.
Enquanto isso, em troca da cobertura de centenas de bilhões de dólares em possíveis perdas, o Citigroup está emitindo para o governo um total de US$ 27 bilhões em ações preferenciais, em que o governo vai receber dividendos regulares. Esses dividendos darão uma grande mordida nos lucros do Citigroup nos próximos anos.
(Colaboraram Dan Fitzpatrick, Damian Paletta e Matthias Rieker)

Sobre educação


Foto: Life

Sua pesquisa mostra que as faculdades de pedagogia estão na raiz do mau ensino nas escolas brasileiras. Como?

As faculdades de pedagogia formam professores incapazes de fazer o básico, entrar na sala de aula e ensinar a matéria. Mais grave ainda, muitos desses profissionais revelam limitações elementares: não conseguem escrever sem cometer erros de ortografia simples nem expor conceitos científicos de média complexidade. Chegam aos cursos de pedagogia com deficiências pedestres e saem de lá sem ter se livrado delas. Minha pesquisa aponta as causas. A primeira, sem dúvida, é a mentalidade da universidade, que supervaloriza a teoria e menospreza a prática. Segundo essa corrente acadêmica em vigor, o trabalho concreto em sala de aula é inferior a reflexões supostamente mais nobres.

(...) Um estudo da OCDE (organização que reúne os países mais industrializados) mostra que o custo de um universitário no Brasil está entre os mais altos do mundo – e o país responde por apenas 2% das citações nas melhores revistas científicas. Como a senhora explica essa ineficiência?

Sem dúvida, poderíamos fazer o mesmo, ou mais, sem consumir tanto dinheiro do governo. O problema é que as universidades públicas brasileiras são pessimamente administradas. Sua versão de democracia, profundamente assembleísta, só ajuda a aumentar a burocracia e os gastos públicos. Essa é uma situação que piorou, sobretudo, no período de abertura política, na década de 80, quando, na universidade, democratização se tornou sinônimo de formação de conselhos e multiplicação de instâncias. Na prática, tantas são as alçadas e as exigências burocráticas que, parece inverossímil, um pesquisador com uma boa quantia de dinheiro na mão passa mais tempo envolvido com prestação de contas do que com sua investigação científica. Para agravar a situação, os maus profissionais não podem ser demitidos. Defino a universidade pública como a antítese de uma empresa bem montada. (...)


Entrevista: Eunice Durham - Fábrica de maus professores - Monica Weinberg – Veja

Custo da Mala num Avião

Um texto interessante do Wall Street Journal discute quanto custa um mala num avião. Existem formulas de cálculo que determinam este valor. Aqui, um trecho do texto:

Com base em nossa própria estimativa derivada de consultas com executivos da indústria e outras fontes, o custo para transportar a bagagem chega a cerca de US $ 15 a bolsa.
Hoje [nos Estados Unidos] as grandes empresas aéreas cobram $15 cada para a primeira bolsa, $25 para a segunda e algumas $125 para a terceira bolsa ou qualquer uma cujo peso ultrapasse a mais de 50 pounds. (…)
The Middle Seat: What It Costs An Airline to Fly Your Luggage - Scott McCartney
25 November 2008 - The Wall Street Journal - D1

Tamanho da baixa


Na Europa, o total de goodwill das empresas incluidas no Dow Jones Stoxx 600 é de cerca de 1 trilhão de euros, de acordo com o último dado divulgado pelas empresas. (...)
Com as baixas contábeis, o indices de endividamentos das empresas irão aumentar. Isto pode comprometer a habilidade das empresas em tomar emprestado para investimento e crescimento.
IFRS Spells 'Write-Downs' - Nathalie Boschat – 25/11/2008 - The Wall Street Journal - C10


Foto: Life

Fraudes são mais prováveis em empresas em bancarrota



Segundo Sarah Johnson (Deloitte Study Sees Fraud Ties to Bankruptcy, CFO, 24/11/2008) um estudo da Deloitte Forensic Center indicou que uma empresa com problemas financeiros tem mais probabilidades de ter problemas de fraude. Usando o período entre 2000 a 2007, a pesquisa encontrou que 9% das empresas com problemas financeiros incorreram em fraude, contra 3% das outras empresas.

Cartoon: Aqui

26 novembro 2008

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui. Observe a ausência de intersecção no gráfico.

Links


1. Invenções chinesas bizarras (dica de Ludmila, grato)

2. Lista de QI por profissão (tem accounting)

3. O estado de New Jersey está falido

4. Brasil é o 54º (homens) e 48o. (mulheres) nas Olimpíadas do Xadrez

5. Gisele Bundchen (foto) e a previsão do movimento do mercado cambial

Citi no Brasil

Lucro recorde é argumento para manter o banco no país
Valor Econômico - 26/11/2008

Apesar do inferno astral pelo qual passa a matriz, o Citibank registrou no primeiro semestre deste ano e em 2007 os melhores resultados da sua história de 94 anos no Brasil. Os bons números são um dos principais argumentos da administração brasileira do banco para sustentar a posição de que as operações não serão vendidas. Mas, boa parte do ganho foi consequência da venda de ações do banco na Redecard, uma vez que os ativos crescem em ritmo inferior à média do mercado. As operações de financiamento ao consumo estão crescendo assim como as atividades de banco de investimento, tornando de toda forma o Citi uma operação cobiçável pelos outros participantes do mercado. No primeiro semestre deste ano, o lucro líquido saltou 175%, passando de R$ 448,18 milhões em 2007 para R$ 1,21 bilhão neste ano. Em todo o ano passado, o lucro líquido somou R$ 1,72 bilhão. O recorde anterior havia sido de R$ 1,65 bilhão em 2002. Em 2006, teve prejuízo de cerca de R$ 50 milhões. (...)

Apostaram no pânico

O texto a seguir mostra como a crise do Morgan Stanley pode ter sua origem na especulação de investidores gananciosos.

Anatomia do pânico com o Morgan Stanley
Susan Pulliam, Liz Rappaport, Aaron Lucchetti, Jenny Strasburg e Tom McGinty, The Wall Street Journal - 25/11/2008 - The Wall Street Journal Americas - 2

Dois dias depois que a Lehman Brothers Holdings pediu concordata, espalhou-se um boato explosivo: outra grande firma de Wall Street, o Morgan Stanley, estava prestes a quebrar. O que se dizia no mercado naquele 17 de setembro é que o Deutsche Bank AG tinha cancelado uma linha de crédito de US$ 25 bilhões para o banco de investimento.

Não era verdade, mas o boato ajudou a desencadear uma cascata de apostas contra o Morgan Stanley. O diretor-presidente John Mack queixou-se amargamente de que operadores desejosos de lucros estavam semeando o pânico. Mas faltava uma informação essencial: quem, exatamente, estava por trás dessas transações?

Registros de transações examinados pelo Wall Street Journal oferecem agora uma resposta parcial. Esses documentos revelam que algumas das maiores firmas de Wall Street — Merrill Lynch & Co., Citigroup Inc., Deutsche Bank e UBS AG — estavam apostando pesado contra o Morgan. A estratégia dessas firmas era usar complicados instrumentos financeiros chamados swaps de crédito, uma forma de seguro contra perdas com crédito.

Um exame dessas transações feito pelo WSJ também revela que os swaps tiveram papel importante ao amplificar a avaliação pessimista do mercado sobre o Morgan Stanley, o que, por sua vez, levou os operadores a investir contra as ações da firma, vendendo-as a descoberto. A inter-relação entre as transações com swaps e a venda a descoberto acelerou a espiral descendente da firma.

Este relato foi elaborado a partir dos registros das transações e de mais de 70 entrevistas com executivos de Wall Street, operadores, corretores, administradores de fundos de hedge, investigadores e autoridade reguladoras.

Durante anos, a venda de swaps de crédito foi uma mina de ouro para Wall Street. Mas, por ironia, naqueles dias tumultuados de setembro, o mercado de swaps virou-se contra o Morgan Stanley como um Frankenstein financeiro. Esse mercado se tornou um termômetro bem visível do Pânico de 2008, insuflando a crise que acabou exigindo a intervenção do governo.

Outras firmas também estavam negociando com swaps do Morgan em 17 de setembro: Royal Bank of Canada, Swiss Re e vários fundos de hedge, como King Street Capital Management LLC e Owl Creek Asset Management LP.

A pressão também se intensificou em outra frente: houve um aumento nas vendas a descoberto — apostas contra as ações da Morgan — por parte de grandes fundos de hedge. No fim do dia, a ação do Morgan tinha caído 24%, e as autoridades temiam que investidores com práticas predatórias estavam mirando os bancos de investimento.

Esse tipo de transação, que já havia derrubado Bear Stearns Cos. e Lehman, fez com que as ações do Citigroup desabassem 60% na semana passada, o que forçou novo socorro do governo.

Os investigadores estão tentando identificar o que causou o caos do mercado em meados de setembro e saber se os swaps de crédito ou as ações do Morgan Stanley foram negociados de forma imprópria. O procurador-geral de Nova York, Andrew Cuomo, o escritório em Manhattan da Procuradoria-Geral dos Estados Unidos e a comissão de valores mobiliários americana (SEC) estão investigando se houve manipulação do mercado por parte de corretores que teriam divulgado intencionalmente falsos boatos para lucrar com suas apostas. As investigações também querem verificar se os operadores compraram swaps por altos preços para provocar o medo quanto à estabilidade do Morgan e assim lucrar em outras aplicações, e se as transações envolveram cotações falsas e fechamento de negócios inexistentes, segundo pessoas a par do assunto.

Ainda não surgiu publicamente nenhuma prova de que qualquer firma tenha feito algo de errado em relação às ações ou swaps do Morgan Stanley. A maior parte das firmas afirma que comprou os swaps simplesmente para se proteger contra eventuais prejuízos com vários tipos de negócios que estavam fazendo com o Morgan. Algumas garantem que suas aplicações em swaps foram pequenas em relação a todas as transações desse tipo ocorridas naquele dia.

Provar que o preço de qualquer papel foi manipulado é extraordinariamente difícil. O mercado de swaps não é nada transparente: as transações são feitas por telefone e email entre os corretores, sem cotações públicas.

Erik Sirri, um diretor de mercados da SEC, afirma que o mercado de swaps é vulnerável à manipulação. "Transações de baixo volume em um mercado relativamente pequeno podem ser usadas para (...) sugerir que um crédito é considerado fraco pelo mercado", disse ele em depoimento ao Congresso americano no mês passado. Sirri disse que a SEC temia que as transações com swaps estivessem causando investimentos prejudiciais às ações.

O Morgan tinha começado setembro em boa forma. Teve lucro nos dois primeiros trimestres fiscais, até 31 de maio. Ao contrário da Lehman, não tinha muita exposição aos créditos imobiliários residenciais de alto risco, embora estivesse exposto ao mercado de imóveis comerciais e de empréstimos alavancados. Mack sabia que os lucros do terceiro trimestre seriam maiores do que o esperado.

Em 14 de setembro, enquanto a Lehman se preparava para pedir concordata, Mack disse aos funcionários, em memorando interno, que o Morgan estava "em uma posição única para ter sucesso neste ambiente tão cheio de desafios". No dia seguinte, a firma conseguiu alguns novos clientes de fundos de hedge que estavam fugindo da Lehman.

Mas os rumores corriam soltos, com operadores preocupados com qual firma de Wall Street seria a próxima a cair. A conversa nos fundos de hedge, segundo alguns operadores, é que o Morgan Stanley tinha US$ 200 bilhões em risco devido às suas transações com a seguradora American International Group Inc., então prestes a pedir concordata. Isso não era verdade. O Morgan informou à SEC que sua exposição à AIG era "irrelevante".

Alguns corretores do J.P. Morgan Chase & Co. estavam sugerindo a clientes do Morgan Stanley que era arriscado manter contas nessa firma, segundo pessoas a par do assunto. Mack queixou-se a James Dimon, diretor-presidente do J.P. Morgan, que pôs fim às conversas, segundo essas pessoas. Deutsche Bank, UBS e Credit Suisse também ofereceram seus serviços a fundos de hedge atendidos pelo Morgan, segundo pessoas a par do assunto.

No dia 16, a ação do Morgan desabou durante o dia, mas com uma recuperação no final do pregão. Alguns fundos de hedge retiraram seus recursos da firma, temendo que o Morgan seguisse os passos da Lehman no tribunal de falências, com risco de imobilizar os ativos dos clientes. Em um esforço para amainar as preocupações, o Morgan divulgou seus resultados naquela tarde, às 16h10, um dia antes do previsto.

"É muito importante devolver um pouco de sanidade ao mercado", disse Colm Kelleher, diretor financeiro do Morgan, em teleconferência com investidores. "As coisas estão realmente saindo de controle, e boatos ridículos estão sendo repetidos."

Glenn Schorr, analista do UBS, perguntou a Kelleher sobre o alto custo de proteção da dívida do Morgan Stanley no mercado de swaps. A proteção para US$ 10 milhões em dívidas do Morgan tinha subido para US$ 727.900 por ano, ante US$ 221.000 em 10 de setembro, segundo a CMA DataVision.

"Certas pessoas estão se concentrando nos swaps de crédito como desculpa para olhar para as ações", respondeu Kelleher, sugerindo que os operadores que investiam nos swaps também estavam vendendo a descoberto ações do Morgan Stanley, apostando que elas cairiam.

É impossível saber com certeza qual era a motivação dos que compravam swaps do Morgan. Eles receberiam pagamentos caso o Morgan não pagasse títulos e empréstimos. Alguns desses compradores, sem dúvida, possuíam créditos do banco e estavam simplesmente tentando proteger-se contra uma eventual insolvência.

Mas os swaps também eram uma boa maneira de especular, para operadores que não detiam esses créditos. O valor do swap aumenta com o medo da inadimplência. Os operadores que apostavam no aumento dos temores sobre o Morgan Stanley podiam usar os swaps para obter um lucro rápido.

Em meio às incertezas daquele 16 de setembro, a Millennium Partners LP, fundo de hedge com US$ 13,5 bilhões, pediu para retirar US$ 800 milhões dos mais de US$ 1 bilhão que mantinha no Morgan, segundo pessoas a par dessas retiradas. Em separado, a Millennium também tinha vendido a descoberto ações do Morgan Stanley — parte de uma série de apostas na queda das ações de firmas financeiras, disse uma dessas pessoas. Além disso, a fundo de hedge comprou opções de venda, que lhe davam o direito de vender ações do Morgan no futuro a um preço determinado.

"Escute, nós precisamos proteger nossos ativos", disse Israel Englander, presidente da Millennium, a um executivo do Morgan Stanley, segundo uma pessoa a par da conversa. "Não é nada pessoal." Essas apostas na queda das ações, pequenas em comparação com o volume total de transações da Millennium, subiam de valor à medida que caíam as ações do Morgan.

Na manhã do dia 17, David "Tiger" Williams, presidente da Williams Trading LLC, que presta serviços de transações para fundos de hedge, ouviu um de seus operadores dizer que certo fundo havia transferido uma conta de US$ 800 milhões do Morgan Stanley para uma firma rival. O operador, que estava ao telefone com o gestor do fundo que retirou o dinheiro, perguntou por quê. O Morgan estava quebrando, respondeu o cliente.

Pressionado a dar detalhes, o administrador do fundo repetiu o rumor sobre o cancelamento da linha de crédito de US$ 25 bilhões por parte do Deutsche Bank. Williams passou a dar vários telefonemas, mas suas fontes no mercado opinaram que se tratava de um boato falso.

Mas o estrago já estava feito. Às 7h10, um operador do Deutsche Bank cotou em US$ 750.000 a compra de proteção para US$ 10 milhões em dívida do Morgan. Às 10h, o Citigroup e outros operadores já cotavam preços de US$ 890.000. E à medida que se alastrava o boato sobre o Deutsche, as ações do Morgan despencaram, de cerca de US$ 26 às 10h para perto de US$ 16 às 11h30.

Antes do meio-dia, operadores de swap começaram a cotar o custo de seguro para o Morgan em "pontos adiantados" — jargão de Wall Street para transações em que os compradores têm de pagar pelo menos US$ 1 milhão adiantado, mais um prêmio anual, para segurar US$ 10 milhões em dívida. No caso do Morgan Stanley, alguns operadores estavam exigindo mais de US$ 2 milhões adiantados.

Durante o dia, a Merrill comprou swaps para cobrir US$ 106,2 milhões em dívida do Morgan Stanley, segundo os documentos das transações. A King Street comprou swaps que cobriam US$ 79,3 milhões; o Deutsche Bank, US$ 50,6 milhões; a Swiss Re, US$ 40 milhões; a Owl Creek, US$ 35,5 milhões; UBS e Citigroup; US$ 35 milhões cada; Royal Bank of Canada, US$ 33 milhões; e ACM Global Credit, um fundo de investimento operado pela AllianceBernstein Holding, US$ 28 milhões, segundo os documentos.

No dia seguinte, 18 de setembro, algumas dessas mesmas firmas estavam de volta ao mercado. A Merrill comprou proteção para outros US$ 43 milhões em dívida do Morgan; o Royal Bank of Canada, US$ 36 milhões; a King Street, US$ 30,7 milhões; e o Citigroup, US$ 20,7 milhões, indicam os registros.

Nenhuma das firmas comenta quanto pagou pelos swaps, ou se lucraram com as operações.

"A proteção que compramos foi um simples hedge, não baseado em nenhuma visão negativa do Morgan Stanley", diz John Meyers, um porta-voz da AllianceBernstein. Um porta-voz do Royal Bank of Canada diz que o banco comprou os swaps para administrar seu "risco de crédito" com o Morgan Stanley e que não estava "apostando contra o Morgan Stanley nem realizou apostas na baixa de sua ação".

A King Street, um fundo de hedge com US$ 16,5 bilhões, comprou os swaps para cobrir sua exposição ao Morgan Stanley, que incluía títulos de renda fixa, segundo uma pessoa ligada ao fundo. O fundo não tinha uma posição vendida na ação, diz essa pessoa.

Porta-vozes de Deutsche Bank e Citigroup dizem que as transações deles foram relativamente pequenas e com o propósito de proteger contra perdas em outros investimentos relacionados ao Morgan, e para atender a ordens dos clientes. Um porta-voz da Owl Creek diz que ela comprou os swaps "para segurar o colateral que tínhamos no Morgan Stanley na época", e que continua a fazer negócios com a firma.

Merrill, UBS e Swiss Re negaram-se a prestar comentários.

Durante o frenesi de transações em 17 de setembro, Mack havia começado a discutir uma fusão com o Wachovia Corp. Quatro dias depois, o Morgan Stanley alterou o curso, tornando-se uma holding bancária e ganhando maior acesso a recursos do governo. No mês passado, depois de captar US$ 9 bilhões do japonês Mitsubishi UFJ Financial Group, o Morgan recebeu US$ 10 bilhões do governo americano.

O Morgan Stanley precisa agora revisar sua estratégia para lidar com um ambiente avesso a risco e com a supervisão mais rígida do governo que acompanha a condição de holding bancária. Este mês, o banco anunciou que demitiria 2.300 empregados, ou 5% do total.

O custo de segurar sua dívida caiu. Ontem sua ação subiu 33,13% e fechou a US$ 13,38.

Sonegação

A Polícia Federal e a Receita fizeram uma operação numa grande rede varejista para combater a sonegação de imposto. Segundo O Globo (Polícia Federal e Receita fazem operação em grande rede varejista, Erica Ribeiro, 25/11/2008) a estimativa é de uma sonegação de R$100 milhões pela empresa Casa & Vídeo, além de débito com a previdência de 40 milhões. A sonegação era feita da seguinte forma, segundo a Polícia e a Receita:

(...) os produtos importados entravam no Brasil por meio de uma rede de importadores que seriam intermediários da Casa & Vídeo e ligados à rede varejista. A PF estima que mais de 50 empresas estariam envolvidas no esquema, atuando como "laranjas" para importação de produtos da China. Segundo Jacinto, muitas destas empresas tinham sede em paraísos fiscais, como as Ilhas Virgens Britânicas.

De acordo com o superintendente, os recursos para compra dos produtos importados da China vinham dos paraísos fiscais, o que configura lavagem de dinheiro.

- A estimativa é de que a empresa sonegou aproximadamente R$ 100 milhões. A rede de lojas fazia um planejamento de compras de produtos na China. Uma outra empresa que tinha ligação com a rede comprava a mercadoria, pagando o preço acertado com os exportadores, e emitia nota fiscal subfaturada. Ou seja, a mercadoria chegava com um preço muito abaixo do que era pago lá fora. A mesma rede de empresas fornecia notas frias por trabalhos não prestados que entravam na contabilidade da Casa & Vídeo para abater imposto de renda - explicou o superintendente. (...)

25 novembro 2008

Rir é o melhor remédio


A tirinha acima parece os personagens do Verissimo, mas a fonte está aqui

Links

1. Justiça já aceita prova virtuais – Valor Econômico – 21/11/2008

2. Internacionalização de empresas avança – Valor Econômico – 21/11/2008

3. Sobre o legado de Itô

4. Como Angelina Jolie cuida bem da sua imagem (com ajuda da imprensa)

5. Sped Fiscal - Está chegando a hora

6. Vestidos exóticos

7. Pinturas mais caras do mundo

Citigroup 3

EUA resgatam Citibank em pacote bilionário
Gazeta Mercantil - 25/11/2008

25 de Novembro de 2008 - Os reguladores federais aprovaram um plano radical para estabilizar o Citgroup, em um acordo complexo no qual o governo poderia absorver dezenas de bilhões de dólares em perdas no problemático banco, conforme anunciou o governo do EUA. O plano exige que o governo financie cerca de US$ 306 bilhões em empréstimos e títulos e invista diretamente cerca de US$ 20 bilhões no grupo.

O plano, que emergiu depois de uma semana angustiante nos mercados financeiros, seria a terceira tentativa do governo em três meses de conter a crise econômica que se aprofunda. Embora as negociações estivessem ocorrendo na noite de domingo, a proposta, se aplicada a outros bancos, poderia estabelecer um precedente para outros resgates financeiros bilionários.

Pelo acordo, o governo irá assumir até US$ 306 bilhões em empréstimos do setor imobiliário residencial e comercial que estão na carteira do banco, além de outros ativos, que vão permanecer no balanço do banco. O Citigroup vai arcar com perdas sobre os US$ 29 bilhões desse portfólio.

Quaisquer perdas remanescentes serão divididas entre o Citigroup e o governo. O banco absorverá 10% e o governo 90%. O Departamento do Tesouro vai usar seu fundo para resgate financeiro para assumir até US$ 5 bilhões em perdas. Caso seja necessário, o FDIC vai arcar com os próximos US$ 10 bilhões em perdas.

Em troca, o Citigroup vai emitir US$ 20 bilhões em ações preferenciais a agências do governo, uma medida que daria aos contribuintes um benefício, mas que poderia prejudicar os acionistas existentes. As ações preferenciais vão pagar um dividendo de 8%.

O Citigroup também vai concordar com certas restrições à compensação de executivos e colocar em ordem o plano de modificação de empréstimos do FDIC, que é similar àquele no qual o grupo embarcou recentemente.

O governo disse que estava dando um passo para reforçar economia enquanto protege os contribuintes. "Vamos continuar a usar todos os nossos recursos para preservar a força de nossas instituições bancárias e promover o processo de reparação e recuperação e administrar os riscos", disseram os reguladores em um comunicado.

Os executivos do Citigroup apresentaram o plano às autoridades federais na tarde de sexta-feira, depois que a queda de uma semana no preço da ação do banco ameaçou afundar outras grandes instituições. Em negociações tensas que duraram todo o dia, depois de se estenderem pela semana, ficou claro que a crise de confiança tinha de ser neutralizada ou os mercados financeiros poderiam despencar ainda mais.

Se o plano de resgate mais recente vai ajudar a acalmar os mercados é incerto, dado o estresse no sistema financeiro causado pelas perdas cada vez maiores no Citigroup e em outros bancos. Cada esforço prévio inicialmente parecia acalmar os investidores, levando ao otimismo de que o sistema bancário havia se estabilizado. Mas essas esperanças desapareceram à medida que o panorama econômico piorou, aumentando as preocupações de que mais empréstimos bancários provavelmente não seriam pagos.

Novo presidente

O presidente eleito, Barack Obama, também esteve trabalhando durante a semana passada para sustentar a confiança na economia que cede rapidamente. Obama sinalizou que vai perseguir um plano muito mais ambicioso de cortes de gastos e impostos que havia esboçado durante sua campanha. Enquanto isso, alguns democratas no Congresso exigiam que o governo gaste US$ 700 bilhões para estimular a economia nos próximos dois anos.

A escolha de Obama para o secretário do Tesouro, Timothy F. Geithner, presidente do Federal Reserve de Nova York, teve um papel crucial nas negociações na sexta-feira, mas aconteceu nos bastidores, uma vez que notícias de sua indicação começaram a circular. Enquanto o foco inicial das autoridades governamentais era o de ajudar o Citi, elas podem também tentar formular um plano que envolva o setor industrial como um todo e que poderia ajudar outros bancos.

Sob a proposta, o governo assumiria as perdas no Citigroup caso elas excedessem certos níveis, de acordo com pessoas que receberam informações a respeito das conversações, que falaram na condição de que não seriam identificadas porque o plano ainda estava em discussão.

Se o governo tivesse de assumir as perdas maiores, ele receberia uma participação no Citigroup que poderia prejudicar potencialmente os acionista existentes, cujas ações despencaram 87% neste ano. Um ano atrás elas, eram negociadas em cerca de US$ 30. Na sexta-feira, fecharam em US$ 3,77. O plano poderia introduzir uma outra mudança no resgate financeiro do governo.

O departamento do Tesouro propôs primeiramente comprar ativos de bancos com problemas, mas mudou de política e começou a injetar capital diretamente em instituições financeiras. Entretanto, nenhum dos planos restaurou a confiança dos investidores por muito tempo. "Tem sido um anúncio depois do outro. Anúncios com conteúdo, mas sem força para enfrentar a crise", disse Charles R. Geisst, historiador financeiro e professor da Manhattan College. "Ao intervir, estão dando ao mercado alguma força para afastar temporariamente o medo".

Autoridades do setor bancário disseram que a decisão de apoiar o Citigroup receberia críticas de instituições menores que não são grandes o suficiente para serem salvas.

Ver também pág. B3(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(The New York Times, com agên cias internacionais)

Citigroup 2

Valor de mercado do Citi despenca US$ 216,65 bi

São Paulo, 25 de Novembro de 2008 - Há pouco mais de um ano o Citigroup (Citi) era o maior banco em valor de mercado, se consideradas as instituições de capital aberto dos Estados Unidos e América Latina. O banco norte-americano valia US$ 237,2 bilhões em 9 de outubro de 2007, quando o Dow Jones alcançou seu valor máximo. De lá para cá perdeu US$ 216, 65 bilhões, mostra pesquisa da Economatica, e fechou na sexta-feira em US$ 20,5 bilhões, 9 lugar no ranking e atrás de instituições menos globalizadas, como os brasileiros Itaú e Bradesco, na 6 e 7 posição, respectivamente.

A queda decorre das perdas e prejuízos oriundas da crise do subprime e o socorro do governo dos Estados Unidos tenta salvar da falência a instituição, uma das mais antigas do cenário financeiro mundial, fundada em 1812. No Brasil, chegou há 93 anos e, ao contrário do derretimento da matriz, aqui os negócios vão bem. Tanto que é considerado como uma das "noivas mais atrativas" nesse momento de consolidação do setor, intensificado também por causa da crise, alvo de compra de Bradesco ou Banco do Brasil, se estivesse à venda, o que não ocorre, segundo já informou.

Não à toa. Até junho, conforme dados do Banco Central, a subsidiária registrou lucro líquido de R$ 1,2 bilhão e ostenta a 12 posição no ranking brasileiro das 50 maiores instituições por ativos, com R$ 39,41 bilhões. Se o desempenho da matriz não impactar os resultados, o banco pode crescer mais no Brasil, onde tem em curso um plano de expansão, orgânica e por aquisições. Neste ano, inclusive, já fechou a compra da Corretora Intra

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Iolanda Nascimento)

Citigroup 1

Citigroup pode criar um ‘banco ruim’
David Enrich e Carrick Mollenkamp, The Wall Street Journal, de Nova York e Londres
The Wall Street Journal Americas - 24/11/2008

O Citigroup Inc. está perto de um acordo com autoridades do governo americano para criar uma estrutura que abrigaria parte dos ativos mais arriscados do grupo, segundo pessoas a par da situação.

Embora as discussões continuem voláteis e possam não resultar num acordo, as conversas progrediam ontem para que houvesse a criação do que seria essencialmente um “banco ruim”. Essa estrutura ajudaria o Citigroup a limpar seu balanço de bilhões de dólares de ativos potencialmente podres, disseram essas pessoas.

O banco ruim também poderia absorver ativos das entidades fora de balanço do Citigroup, que detêm US$ 1,23 trilhão. Alguns desses ativos são atrelados a hipotecas, e os investidores temiam que tais créditos poderiam provocar grandes perdas se parassem no balanço patrimonial do banco. O Citigroup também tem cerca de US$ 2 trilhões em empréstimos a receber, valores mobiliários e outros ativos em seu balanço de 30 de setembro.

Por trás da iniciativa há um amplo esforço para aumentar a confiança no banco nova-iorquino, cuja ação desabou 60% na semana passada, para seu nível mais baixo em 16 anos.

Pelos termos que estão sendo discutidos, o Citigroup concordaria em absorver perdas de ativos cobertos pelo acordo até um certo limite. O governo americano cobriria perdas além daquele nível, disseram pessoas familiarizadas com a questão. Uma pessoa disse que a nova entidade deve ter ativos de cerca de US$ 50 bilhões.

Uma porta-voz do Citigroup se negou a comentar as discussões.

Não está claro se o governo americano assumirá uma participação acionária no Citigroup em troca de dar um suporte financeiro. Também não está claro se o Citi receberia um empréstimo do governo para financiar a entidade. O governo adotou essa estratégia com a seguradora American International Group Inc. no fim de setembro.

Não se sabia ontem à tarde se o Citigroup terá de fazer mudanças em sua diretoria, conselho de administração ou outras partes dentro da companhia em troca da ajuda do governo.

As partes esperavam anunciar um acordo ainda ontem à noite, depois das discussões entre executivos do Citi e funcionários do Federal Reserve, o banco central, e do Departamento do Tesouro.

Depois da queda das ações do Citi na semana passada, o diretor-presidente Vikram Pandit e outros executivos insistiram que a queda não era uma ameaça porque a companhia tem muito capital e liquidez. Mas na sexta-feira diretores do banco esperavam alguma expressão pública de confiança por parte do governo.

Para pagar o passivo

ABInBev lança ações para pagar dívida
Gazeta Mercantil - 25/11/2008

Genebra, 25 de Novembro de 2008 - A Anheuser-Busch InBev (ABInBev), formada na semana passada com a fusão das maiores cervejarias da Europa e das Américas, reativaram a venda de ações, para pagar a dívida de US$ 54,8 bilhões, depois que seus controladores se dispuseram a desembolsar mais dinheiro.

Até 986,1 milhões de novas ações estão sendo vendidas para os atuais investidores, a ? 6,45 cada, para captar ? 6,36 bilhões (US$ 8,05 bilhões), informou a empresa. Os investidores poderão subscrever oito novas ações para cada cinco que já tinham até 9 de dezembro.

Ontem, depois que o preço foi anunciado, as ações caíram 19,90%, ou 4,10, para E16,50 no pregão da Bolsa de Bruxelas, fechando no menor valor desde março de 2003. A empresa disse que os seus controladores, executivos brasileiros e famílias belgas, vão gastar E2,8 bilhões em ações para manter sua condição de majoritários, mais do que o dobro de suas intenções no mês passado. "Eles acreditam na empresa e também precisam concluir o negócio", disse Giuliu Lombardi, analista da Fitch Ratings, em Londres. "Eles não podem esperar até que a situação do mercado financeiro melhore", disse. (...)

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6)(Bloomberg News)

Para resolver a crise

Segundo a revista Forbes, 12 passos são necessários para resolver a crise econômica (
12 Steps to Economic Recovery; Has a 12-step recovery program for the economy, Rich Karlgaard, 8/12/2008, Forbes, 29, Volume 182 Issue 12). Existem medidas imediatas, para o próximo ano e para um futuro próximo. A primeira medida imediata é, segundo a revista, admitir nossos erros, que inclui a marcação a mercado:

(...) Immediate Steps

1. Admit our mistakes. Retool mark-to-market accounting rules. Eliminate naked short-selling and reinstate the uptick rule. The damage from these three policy boners has mostly been done, but it would be good to admit our errors and fix them anyway. If our goal was to destroy the banking system as we know it, there was no surer way than to (a) insist on mark--to-market accounting valuations of thinly traded distressed assets during a panic, (b) allow any hedge fund to short bank stocks without borrowing the stock first and (c) let short-selling careen downhill without brakes. That's how a market gets violent short raids. Yet this is exactly what the U.S. government--the FASB, the SEC and the Treasury--allowed to happen throughout 2008. The victims--Bear Stearns, AIG and Lehman Brothers--were cash-flow-positive right up until the point they declared bankruptcy. Did you know that?

Custo dos ex-presidentes

Ex-presidentes custam ao País mais de R$ 3 milhões por ano
Gazeta Mercantil – 24/11/2008

São Paulo, 24 de Novembro de 2008 - Enquanto governo e oposição se articulam para as eleições de 2010, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já se prepara para desfrutar dos benefícios a que todo ex-presidente da República tem direito. Decreto assinado por Lula no dia 27 de fevereiro de 2008 amplia de seis para oito o número de servidores disponíveis para segurança aos ex-presidentes, além de estender a proteção a bens e direitos, fato inédito na história do País, segundo especialistas consultados pela Gazeta Mercantil.

De acordo com dados da ONG Contas Abertas, um ex-presidente custa aos cofres públicos R$ 63.438,53 por mês. Este valor inclui despesas com servidores (41.284,38), a contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) (R$ 10.733, 94) e o salário que cada ex-ocupante do Palácio do Planalto tem direito (R$ 11.420,21).

Se somados os gastos com os dois veículos oficiais que estão à disposição, a despesa individual sobe para R$ 69.076,03, segundo estimativas da ONG Contas Abertas. Anualmente, isso representa um gasto de R$ 828.912,35. Ou seja, os presidentes eleitos desde a redemocratização (José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso) custam ao País R$ 3.315.649,38 por ano. Em 2011, quando o presidente Lula deixar o cargo, essa quantia irá crescer para R$ 4.114.561,73.

"É justo que ex-presidentes tenham certa proteção do Estado. Até porque tomam decisões que desagradam muitas pessoas. O que se pode questionar é a quantidade de funcionários à serviço dos presidentes", afirma Gil Castelo Branco, consultor da Contas Abertas. O advogado tributarista Ives Gandra Martins considera "exagerado" a quantidade de servidores responsáveis pelas atividades de segurança e proteção aos ex-presidentes. Mesmo assim, não enxerga o decreto como um casuísmo autêntico.

"Todos os presidentes têm o mesmo direito. Agora, Lula apenas utiliza mais do que FHC as mordomias do cargo", avalia Ives Gandra. O advogado André Carlos Magalhães, especialista nas áreas de direito administrativo/público, consumidor, financeiro e bancário, lembra que o aumento do número de servidores à disposição dos ex-presidentes já fazia parte de medida provisória editada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), quando o tucano instituiu o gabinete de transição.

A Casa Civil explicou que o governo Lula apenas regulamentou a Lei 10.609, de 2002, que alterou a Lei 7.474, de 1986. Os dois novos cargos comissionados são do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores (DAS de nível 5) no valor de R$ 8.400,00. Além desses comissionados, os ex-presidentes dispõem de dois funcionários DAS-1 (com remuneração de R$ 1.977,31 cada), dois DAS-2 (R$ 2.518,42) e dois DAS-4 (R$ 6.396,04). Segundo a Casa Civil, no primeiro semestre de 2008, Sarney, Collor, Itamar e FHC mantiveram preenchidos os oito cargos.

Além disso, por ser senador, Sarney recebe R$ 12.700 de salário, R$ 3.800 de auxílio-moradia, R$ 15 mil verba indenizatória e até R$ 80 mil para contratar funcionários comissionados. Também senador, Collor terá direito aos mesmos benefícios, em janeiro de 2009, quando promete retornar da licença de 120 dias.

Proteção patrimonial

"A grande novidade entre o decreto de Lula e os anteriores é a destinação de servidores para a proteção patrimonial de ex-presidentes. Nenhum outro decreto - nem mesmo a Lei originária - tratava de proteção de bens e direitos", analisa Magalhães. Segundo ele, o decreto é um avanço na medida em que a residência de um ex-presidente é um depósito de informações da história do Brasil.

"O que parece um retrocesso na verdade pode representar um avanço, já que as memórias, cartas e mensagens recebidas durante as campanhas, as anotações particulares, depoimentos, biblioteca, honrarias e títulos outorgados ao presidente da República compõem um acervo histórico que não é guardado em bancos, mas em casa. Embora pertença ao ex-presidente, faz parte da história do País e merece proteção", justifica Magalhães. Ele defende que os benefícios sejam estendidos, em menor grau, aos vices.

"A história recente do País mostra que por duas vezes um vice assumiu o lugar do titular", lembra o advogado. Em abril de 1985, o senador José Sarney tornou-se presidente após o falecimento de Tancredo Neves. Na época, o político mineiro encabeçava a chapa que superou o então candidato Paulo Maluf nas eleições indiretas para o Palácio do Planalto. Primeiro presidente eleito por voto direto após o regime militar, em 1989, Fernando Collor de Mello renunciou ao cargo, em 1992, para evitar um processo de impechment. A renúncia, contudo, não evitou a cassação de Collor pelo Senado sob acusações de corrupção.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 10)(Fernando Taquari Ribeiro)

Bibliotecas de luxo


As bibliotecas presidenciais americanas abrigam muito mais do que livros e documentos dos chefes de governo dos Estados Unidos. Cinco delas contém em seus limites, os restos mortais de seus fundadores. São 12 as instituições deste gênero que têm a chancela do governo do país, recebendo orçamentos próprios com dinheiro público. Homenageiam desde o ex-presidente Herbert Hoover (1920-33) até William Clinton (1993-2001). Somadas, elas consumirão, em 2008, US$ 312,800 milhões (R$ 749,500 milhões) em custos operacionais, garantidos por verbas aprovadas pelo Congresso. Esta quantia pode parecer extraordinária, mas é preciso considerar que, além dos corpos de alguns mortos, estes monumentos nacionais abertos aos cidadãos guardam tesouros de valor histórico incalculável.


Mais adiante

"Acho que a Biblioteca de W. Bush poderia ser um armário de banheiro. Ele já disse que não gosta de ler. Não vai doar todos seus documentos. Para que precisa de um prédio? É verdade que sua mulher, a primeira-dama Laura Bush, é formada em bibleoteconomia, mas não acho que ela seja capaz de montar uma biblioteca com tão puco material", diz o humorista Chris Rock.


Tesouro dos EUA banca de livros a restos mortais - Gazeta Mercantil - 24/11/2008

Fonte da Foto: Life

Divórcio


Bernie Ecclestone, chefão da Fórmula 1, pode ter o divórcio mais caro do mundo. Sua fortuna é estimada em 3,5 bilhões de dólares e boa parte num offshore trust que ele criou para fugir dos impostos. Mas este trust é controlado por Slavica, modelo croata e esposa de Bernie (foto, ao lado, de Bernie e Slavica). Os especialistas acreditam que ela não sairá do processo com alguns trocados, mas talvez até com boa parte da fortuna.

Mais detalhes, aqui.

Acredite se quiser


O processo de transformação dos grandes bancos de varejo do País em conglomerados financeiros não deve inibir a concorrência no segmento, que deverá ser estimulada por três fatores.

Os dois primeiros têm relação direta com a consolidação, que diminui o espaço para compras de novas instituições e de folhas de pagamentos de funcionários públicos. O terceiro fator é a portabilidade das contas-salário. A partir de janeiro do próximo ano, os funcionários de empresas privadas poderão escolher em que banco receberão seus salários. Em 2012, o mesmo ocorrerá com os funcionários públicos de todo o País. "Acabou a vida fácil de crescer comprando folhas de pagamento e outros bancos", sentencia o sócio-diretor da CVA Solutions, Sandro Cimatti. "Com a diminuição da maior barreira para mudar de instituição, os bancos terão de ser mais agressivos na manutenção e busca de novos clientes", projeta o especialista.

Competitividade deve aumentar, diz estudo
Gazeta Mercantil - 21/11/2008

Foto: Life