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18 junho 2008

E o ensino da Contabilidade Internacional?

Se estamos caminhando para a convergência, o que deverá ocorrer com o ensino da contabilidade internacional? Talvez o texto Dying for a Date, de Marie Leone, para CFO (aqui) seja um bom início de discussão.

Leone discute como ficaria o ensino da contabilidade internacional nos Estados Unidos, em termos de livros, professores e testes CPAs.

Nos Estados Unidos o problema é agravado pelo aumento no número de estudantes e a redução no número de faculdades. Mais ainda, pela idade média do professor de contabilidade, de 56 anos. Sabemos que provavelmente um professor mais idoso terá mais dificuldade de fazer a mudança do US Gaap para o IFRS.

A questão dos livros também é importante. Segundo Leone, o tempo para lançar uma nova edição de um livro texto nos Estados Unidos é de dois a três anos. Mas a transição passa pelos livros. Além disso, nesse momento o ensino seria simultâneo entre as regras norte-americanas e o IFRS. E isso também reflete no exame de CPA, que deverá incluir questões sobre a contabilidade internacional somente em 2011.

E o Brasil? Provavelmente a idade média do professor é menor, em razão da expansão recente da pós-graduação. Isso favorece a possibilidade de adoção de temas sobre contabilidade internacional. Entretanto, o professor de contabilidade no Brasil divide suas atividades didáticas com as atividades profissionais. Significa dizer que sobra pouco tempo para a dedicação à preparação das aulas, a leitura de novos livros e a atualização de assuntos da sua disciplina (geralmente o professor foca nos temas centrais da disciplina, mas nos “marginais”, que inclui o IFRS, provavelmente).

Teremos também problema de atualizar o nosso ensino de contabilidade para adotar a contabilidade internacional. (O recente curso de Niyama no CFC para professores de contabilidade talvez seja uma exceção) Quanto às obras, em razão do mercado editorial reduzido, o lançamento de obras sobre o assunto é provavelmente mais difícil do que nos Estados Unidos.

Nos últimos anos cresceu o número de alunos de graduação e o número de faculdades. Ou seja, o problema se agravou.

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