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11 junho 2006

Futebol 7

Os efeitos econômicos da Copa na imprensa. Agora o Estado de S Paulo de 11/06/06, p. E6:

Europa já ganhou o Mundial, nos negócios

Estudo prevê lucros nos países do Velho Mundo na Copa e prejuízo para os sul-americanos

Antero Greco, Eduardo Maluf e Jamil Chade

Nenhum país da América do Sul vencerá a Copa do Mundo da Alemanha. Isso é o que prevê, pelo menos em termos econômicos, um estudo do Centro de Pesquisas e de Negócios, uma das principais entidades de estudos da Inglaterra.

Segundo a pesquisa, o Mundial deverá render US$ 24 bilhões para os países que participam do evento. Desse total, porém, US$ 20 bilhões ficarão na Europa, enquanto as economias sul-americanas terão um prejuízo de US$ 550 milhões.

Segundo o modelo usado para calcular ganhos e prejuízos, a Copa traz dois efeitos a uma economia. De um lado, impulsiona o comércio e o consumo. De outro, afeta a produtividade das empresas diante da falta e das pausas dos trabalhadores durante as partidas.

A Alemanha seria a campeã econômica da Copa, com uma injeção de US$ 13,6 bilhões ao seu mercado que há anos não cresce. A Câmara de Comércio Alemã estima que 60 mil empregos foram criados para o evento e que o turismo terá um impulso nos próximos anos, por conta da imagem que o país transmitirá a todo o mundo.

Neste mês, cerca de 1 milhão de pessoas devem visitar a Alemanha e deixarão na economia local quase US$ 1 bilhão. A vice-campeã seria o Reino Unido, com benefícios de US$ 2,2 bilhões, ante uma injeção de US$ 1,2 bilhão na economia italiana, que também não é das mais aquecidas ultimamente.

Já os perdedores - Argentina, Brasil, Paraguai e Equador - sofrerão com os horários dos jogos. Isso porque 17 das 24 partidas envolvendo times da região ocorrerão durante o horário de trabalho, afetando a produtividade dos funcionários e dando prejuízo às economias.

O local onde a Copa é realizada é determinante para o cálculo dos ganhos econômicos de um Mundial. Na Copa de 2002, na Ásia, 15 países europeus sofreram perdas de US$ 11 bilhões, por causa das faltas dos trabalhadores. Pela diferença de fuso horário, os jogos foram transmitidos durante o horário comercial a Europa.

PRODUTIVIDADE

A consultoria Business Link, da Inglaterra, contraria o estudo e o senso comum, e aponta que a Copa não vai reduzir a produtividade dos trabalhadores, mas incrementá-la. O entusiasmo com uma vitória, segundo a pesquisa, pode levar a um melhor ambiente de trabalho.

Das mais de 2.300 companhias entrevistadas na Europa, 60% disseram que vão mudar os horários de trabalho para que os funcionários possam acompanhar a Copa. E só uma minoria acredita que isso terá influencia negativa sobre o resultado anual das companhias.

Diante da disparidade nos resultados das duas pesquisas, ambas de entidades respeitadas, tudo indica que a previsão de economistas e analistas de futebol sobre quem sairá campeão só poderá ser conferida após o Mundial.

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